quinta-feira, 14 de maio de 2009

Vigília para salvar a Amazônia

No AMAZÔNIA:

A Amazônia está morendo e, com ela, estamos indo todos. É necessário dar um grito de socorro. Só assim salvaremos a natureza e toda a humanidade'. Com este recado, dado pela pajé cabocla Zeneida Lima, da Ilha do Marajó, foi aberta ontem, ao fim da sessão deliberativa do Senado, a vigília pela preservação da Amazônia. Das 18h30 até às 6h de hoje, artistas, parlamentares, ambientalistas, representantes da sociedade civil dividiram a tribuna do Senado Federal para manifestar apoio ao movimento em defesa da floresta amazônica. As discussões giraram em torno de análise das políticas públicas para a região e das iniciativas legislativas em tramitação no Congresso. Além disso, também foram apresentadas estratégias de combate à devastação da Amazônia e sua implicação para a regulação do clima e para a economia em escalas nacional e global.
A ideia da vigília nasceu da inquietação dos atores da Rede Globo durante as gravações da série Amazônia, em janeiro de 2007. 'No período que estávamos gravando, nos demos conta do descaso que vive a Amazônia, com produção apenas de pobreza, miséria e destruição, sem nenhuma vantagem para o País, nem mesmo para mesmo para as comunidades locais', explicou a atriz Christiane Torloni, que encabeça o movimento 'Amazônia para Sempre'. Da época da gravação até ontem, os artistas conseguiram recolher mais de um milhão e cem mil assinaturas de brasileiros que cobram providências mais enérgicas do governo federal em relação à floresta. A montanha de papel não foi recebida pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva e por esta razão senadores, sobretudo, ligados a questões ambientalistas, trouxeram essa discussão para a Casa através desse evento.
No início da solenidade foi alterado o protocolo cerimonial que reza abrir as sessões do Congresso com o Hino Nacional. Em seu lugar, foi interpretada a canção Funeral da Natureza, pela pajé Zenaide Lima. Ao mesmo tempo, foi exposto o montante de assinaturas no centro do plenário. Os presidentes do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e da Câmara, deputado Michel Temer (PMDB-SP), fizeram em seguida os discursos de abertura, sendo que os dois fizeram alusão à música inicial, afirmando no sentido de que a devastação da Amazônia reflete diretamente no 'funeral da humanidade'. Participaram da mesa diretora da solenidade ainda, os ministros do Meio Ambiente, Carlos Minc, de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, a presidente da Comissão Permanente sobre Mudanças Climáticas, senadora Ideli Salvatti (PT-SC), entre outros.

Nenhum comentário: