A Assembléia Legislativa do Pará promove audiência pública na próxima quinta-feira, 28, às 9h, sob a coordenação do deputado estadual, Arnaldo Jordy (PPS), relator da Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor, para debater o caso dos ex-servidores da Sucam - hoje Fundação Nacional da Saúde (Funasa) - contaminados por agentes químicos durante as campanhas de combate a endemias, organizadas pelo órgão.
Durante mais de 20 anos, esses servidores, sem nenhuma proteção, fizeram uso de pesticidas para borrifar casas com a missão de combater doenças graves, como a dengue, febre amarela e malária. Hoje, muitos deles, por causa do contato prolongado com esses agentes, sofrem de doenças graves e reclamam por indenizações, com muitos dos casos enfrentando uma batalha judicial. Entre os agentes químicos causadores dos problemas está o DDT - Dicloro Difenil Tricloroentano - largamente utilizado após a segunda guerra mundial para combater os mosquitos causadores da malária e do tifo,
Audiência - A sessão foi solicitada ao deputado Arnaldo Jordy pelos próprios servidores, que querem discutir os encaminhamentos dados pela justiça a fim de que seus direitos sejam assegurados. Foram convidados à audiência, a Fundação Nacional da Saúde, o Ministério Público, a Sociedade Paraense em Defesa dos Direitos Humanos (SSSH), o Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos, além de outros órgãos. Já está confirmada também a presença da presidente da Comissão de Intoxicados da Amazônia, Janete Capiberipe, que reside no Amapá.
Muitos dos servidores prejudicados estão aposentados, já que o contato com o pesticida trouxe graves problemas a sua saúde. Por isso, eles pedem indenização por danos materiais e morais, assim como querem ter ressarcidas as despesas que tiveram com tratamento médico e com transporte para o tratamento. É que analises laboratoriais feitas apontaram que muitos foram intoxicados gravemente, com o seu organismo registrando a presença do DDT. “Hoje esses servidores sofrem conseqüências graves por causa do contato com esses agentes químicos”, afirma o parlamentar, que quer que as responsabilidades sejam apuradas.
Em todo o Brasil, o indicativo é que há mais de mil trabalhadores contaminados, sendo que em Belém esse número se aproxima dos 300, com o registro de pelo menos 93 trabalhadores apresentando diagnóstico positivo com alto índice de contaminação. Alguns servidores já teriam até morrido por causa do problema.
Fonte: Assessoria Parlamentar
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