segunda-feira, 8 de junho de 2009

Mário Couto: “Eu morreria feliz após elogios do dr. Almir”

“Eu assino embaixo da entrevista do ex-governador Almir Gabriel. Tudo o que ele declarou, eu assino embaixo. Aliás, eu disse ontem [sábado] à minha mulher: ‘Olhe, se eu morresse amanhã, eu morreria feliz por todos os elogios que o doutor Almir me fez’. E morreria feliz mesmo, porque todos sabem que ele não é um homem de fazer elogios facilmente a ninguém.”
Foi o que disse ao poster por telefone, ontem à noite, o senador Mário Couto (na foto da Agência Senado), sobre a entrevista ao Diário do Pará em que o ex-governador Almir Gabriel não apenas manifesta entusiasmado apoio à sua pré-candidatura ao governo do Estado em 2010, como pela primeira vez expôs publicamente, e sem meias palavras, seus graves ressentimentos em relação a Simão Jatene – o governador tucano no período 2003-2006 -, a quem acusou, entre outras coisas, de ter feito “corpo mole” na campanha em que a petista Ana Júlia Carepa derrotou o próprio Almir na disputa pelo governo do Estado.
Mário Couto considera natural o teor das declarações de Almir: “Eu achei a entrevista absolutamente normal. Normalíssima. O que acontece é que o doutor Almir não é homem de ficar dando entrevista todo dia. Como ele nunca havia falado sobre certos assuntos, então é evidente que a entrevista ganhou essa repercussão toda. E eu parabenizo o doutor Almir por tudo o que ele disse”, analisou o senador.
Ele admite que Almir aproveitou a entrevista para fazer desabafos, mas lembra que é direito do ex-governador externar livremente suas opiniões sobre fatos e pessoas. “O que é que todo mundo quer saber até hoje? Todo mundo quer saber por que o criador [Almir] não gosta mais da criatura [Jatene]. O doutor Almir falava sobre a preferência dele sobre a minha candidatura. E o repórter [Frank Siqueira, do Diário], oportunamente, quis saber sobre as restrições do ex-governador sobre o Jatene. Então, ele teve que dizer claramente por que motivo não apóia a candidatura do Jatene, e sim a minha. E todos viram que o doutor Almir não tolera a falta de lealdade”, explicou Mário Couto.

“Lealdade é uma palavra santa”
O senador fez questão de destacar o sentido da lealdade em sua vida, em todos os sentidos: “Eu lhe digo uma coisa: lealdade, pra mim, é uma palavra santa. Repito: é uma palavra santa. Pra mim, pelo menos, é isso. E não estou mandando recado pra ninguém, não. Só digo que sempre fui e serei leal a todos os meus amigos. E o doutor Almir sabe que eu serei sempre leal a ele.”
Mário Couto discorda de avaliações segundo as quais as críticas públicas de Almir a Jatene podem aprofundar o fosso das divergências entre os tucanos e dificultar ainda mais um consenso para definir o candidato do partido em 2010. “Acho que depende muito da consciência e do amor de cada um ao partido. Para os que pretendem ver o circo pegar, o doutor Almir poderia dizer o que quisesse, mas esse pessoal se encarregaria de interpretar qualquer declaração à sua maneira. Isso, portanto, é muito relativo”, disse o senador.
A solução anunciada pelo presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), de encomendar uma pesquisa qualitativa para ajudar a definir o nome do candidato tucano ao governo do Pará, enfrenta o ceticismo de Mário Couto: “Eu também tenho uma pesquisa feita pela Veritate que me aponta em primeiro. E paguei caro pela pesquisa. Aí, vem o nacional e manda fazer uma. Cada um, portanto, tem sua pesquisa. Mas então só a minha é que não é verdadeira?”, questiona o senador.
Ele negou informações de que, durante ato político em Goianésia, sul do Pará, no último final de semana, teria admitido transferir-se para o PMDB, caso sua candidatura não vingue no PSDB. “Isso não aconteceu. O que aconteceu é que o prefeito Itamar, de Goianésia, fazia um discurso, e perguntou por que eu não me transferia para o PMDB. Eu até ri na ocasião e disse que não era preciso. E lembrei até que já pertenci ao PMDB. Mas deixei claro que o meu partido é o PSDB vou lutar pela minha candidatura no PSDB”, afirmou Mário Couto.
Ele admitiu, no entanto, que a possibilidade de sair do partido não é algo impossível. “Sinceramente, ainda não pensei nessa possibilidade. Mas, se vier a pensar, não decidirei sozinho. Terei que conversar antes com meu grande líder [Almir Gabriel] e com outras lideranças que estão me ajudando. Porque são muitos os que estão me ajudando”, disse o senador.

Aliança com o PMDB? É possível.
Mário Couto não descartou a possibilidade de uma aliança com o PMDB do deputado Jader Barbalho – até aqui adversário visceral do próprio Almir Gabriel -, caso isso seja necessário para viabilizar uma eventual candidatura do próprio senador ao governo do Estado: “A política paraense é muito dinâmica. É cada vez mais dinâmica. Eu respeito o PMDB. É um partido de grande densidade eleitoral, tanto nacional como regionalmente. E existe até aquele ditado do Gerson Peres [deputado federal do Pará] de que, em política, até boi pode avuar. Então, tudo é possível”, resumiu o senador.
Ele voltou a reforçar que sua carreira política tem contrariado muitas previsões negativas. E tem certeza de que será assim desta vez: “Gostaria de deixar claro que não dividirei o PSDB. Quero o PSDB unido. E lembro que já disseram que eu não seria um líder. Pois eu me tornei um líder. Disseram que eu não seria um bom presidente [da Assembleia Legislativa do Pará]. Pois fui. E tanto é assim que me reelegi com os votos de todos eles [deputados]. Duvidaram que eu fosse um bom senador. Pois estou aí, honrando o meu mandato e ganhando projeção nacional. Pois será assim com os que não acreditam que eu serei um bom governador. Pois esperem...”, concluiu Mário Couto.

5 comentários:

Anônimo disse...

Se o Senador Mario Couto diz que pode morrer feliz depois dos elogios do Almir, nós eleitores, que queremos políticos honestos e transparentes, podemos dizer sm sombras de dúvidas: "Que Deus tenha piedade de sua Alma!".

Anônimo disse...

O senador Mário Couto pensa que engana todo mundo com esse seu discurso fácil e apelativo. Senador, encontre seu espaço e não venha com essa balela, quem conhece a sua trajetória sabe muito bem que o senhor não está falando a verdade. Quem não lembra do seu passado, quando eleito deputado estadual pelo PMDB poulou de mala e cuia na primeira oportundiade para o PSDB só para se dar bem, ganhar os favores do governo na época, numa grande traição ao partido e a liderança que lhe ajudaram na eleição. Esse é apenas um , de muitas histórias que temos pra contar da sua trajetória, que não dignifica em nada esse Estado.

Anônimo disse...

Gente presta atenção nessas contas que vou apresentar:

Em 2002, no 1° turno concorrendo com mais 5 candidatos Simão Jatene teve 863.780 votos;
Em 2002, no 2° turno concorrendo com apenas uma candidata Simão Jatene teve 1.291.082 votos;
Em 2006, no 1° turno concorrendo com mais 3 candidatos Mário Couto teve 1.456.587 votos.

Mario Couto é político, não é tecnico. Jatene é tecnico, não é político.

O principal problema do PSDB não foi técnico, foi político, e a derrota se deu na mão do tecnico Jatene. Nesse momento o partido tem um desafio político, deixem o Mário Couto resolver o problema, confiem nele que ele sabe ser político, jatene poderá ser um bom secretário, assim o parido não vai submergir de novo.

Anônimo disse...

Senador,
Fale dos votos do Almir que foram em números menor que os seus. Você não casou seus votos com os dele? Isso não é traição, não?

Anônimo disse...

O Senador Mário Couto agrega os votos do Almir, e é por isso que ele é o melhor candidato!