sexta-feira, 26 de junho de 2009

Encontro em Brasília desautoriza o governo Ana Júlia

A avaliação de quem conhece os códigos, os sinais, as etiquetas, as práticas e os costumes do PT é a de que as reuniões de petistas com a direção nacional da legenda, realizadas em Brasília, na terça e quarta-feira últimas, configuram na prática uma clara desautorização política da governadora Ana Júlia Carepa e do núcleo duro que a cerca, na tentativa de reatar a aliança com o PMDB de Jader Barbalho, uma aliança que, como vocês sabem, não passa de uma ficção, de um fiapo, de uma ilusão de ótica.
Por que a desautorização política está configurada?
Porque a alternativa de recorrer à instância nacional foi iniciativa do próprio PT no Pará.
E por que o PT do Pará recorreu à instância nacional?
Porque a governadora e seus articuladores políticos, à frente Sua Excelência o chefe da Casa Civil, Cláudio Puty, não conseguiram e nem conseguem, há semanas, sequer convencer o presidente regional do PMDB, deputado Jader Barbalho, a conversar com os petistas que dão as cartas no Pará.
Jader continua não querendo papo.
Continua, ostensivamente, desligando o telefone – ou quase – na cara de lideranças petistas que tentam procurá-lo.

Nada decidido em Brasília
Mas não é só.
Os encontros em Brasília deixaram um gosto de “quero mais”; ou melhor, de “precisa mais”.
Porque nada foi decidido por lá, segundo garantem ao blog bem informadas fontes petistas.
E preciso mais. É preciso mais reuniões para resolver a parada.
O único consenso a que chegaram é que se faz necessário manter o PMDB na aliança. Mas ninguém sabe ainda como operacionalizar isso.
Porque está claro, cada vez mais, que a mal disfarçada estratégia do governo Ana Júlia de isolar o PMDB, para ficar menos dependente do partido de Jader, decididamente não deu certo.
Ao contrário, revelou-se um desastre, como desastrosas têm sido, na avaliação geral e na de muitos petistas, as articulações e os expedientes políticos postos em prática pela turma que trabalha próximo ao gabinete de Ana Júlia.

Mal tratamento aos aliados
Em seus anseios de isolar o PMDB, o governo não conseguiu, por exemplo, estreitar e consolidar relações com o PTB e com o PR, apenas para citar dois casos mais notórios.
O PT, ao mesmo tempo em que dá cargos, retira dos órgãos certos poderes e certas atribuições que poderiam dar maior visibilidade política a seus dirigentes - que não são petistas, é claro.
O PTB, por exemplo, controla o Centur. Mas o Centur está na pindaíba.
O PR, de seu lado, controla a Arcon. Mas o que faz a Arcon? Praticamente nada. Está esvaziada, diante do muito que poderia fazer.
E assim, as pontes que o governo Ana Júlia poderia construir com seus próprios aliados, para, em tese, isolar o PMDB, estão trincadas.
E a ponte com o próprio PMDB já desabou.
E precisa ser completamente reconstruída.
Será?

3 comentários:

Anônimo disse...

Como o PT parece que aprendeu com aulas com o nobre Deputado Bira Barbosa como se trai, o Dr. Jader esta com receio que depois de eleger para o segundo mandato a Ana Quebra Ossos o PT depois de servido dê um chute no trazeiro do Jader! O problema é como garantir que isto não acontessa, pois se agora que o PT estando na maior pindaiba trai a todo hora os acordos assumidos imagine quando tiverem por cima da carne seca.

André Carim disse...

Sem dúvida os Rasputys se acham brilhantes articuladores políticos. No entanto analisem: O Dr. Jader lutou contra a ditadura; enfrentou e venceu o Oziel Carneiro, apoiado pelos Generais e Coronéis; enfrentou e venceu o Xerfan, apoiado descaradamente pelo governo do Estado; enfrentou e derrubou do poleiro o "capo di tutti capi" baiano ACM, mandando-o calar a boca em pleno Senado Federal; elegeu a Ana Júlia Governadora, enfim, será que um homem como o Dr. Jader vai se intimidar ou mesmo perder uma disputa política para esses neófitos? Acho que não... Se não houver repactuação o caminho natural é candidatura própria. Neste caso ou ganhamos a eleição ou elegemos o próximo Governador no segundo turno. O PMDB é um partido que tem comando e o comandante é o Dr. Jader. Somos bem diferentes de alguns partidos que vivem às turras internas, cheios de facções, brigas, complôs... Ainda há tempo, Governadora. O primeiro passo é afastar do núcleo do poder os Rasputys, como forma de mostrar sua boa vontade. Só depois disso haverá clima para uma conversa a dois, aberta, com garantias e sem desconfianças. Mas lembre que paciência tem limites. Depois, depois...

Anônimo disse...

O mesmo tratamento dado ao PMDB estadual o PMDB faz ao PT aqui em Ananindeua. O PMDB massacra o PT há muito tempo, ou seja, até os secretários do PT no governo Helder nem ordena despesas. Assim,o PMDB controla tudo. Como é que quer ser diferente no estado?