No AMAZÔNIA:
Com troncos de árvores e um carro com auto falante, os alunos da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) interditaram a avenida Perimetral por volta das 11 horas da manhã de ontem. Os estudantes protestavam contra as condições de ensino e contra o suposto desvio de mais de meio milhão de reais na verba destinada para reformas na instituição. Durante a manifestação, a avenida em frente à universidade ficou fechada por, aproximadamente, meia hora.
Bianca Holanda, coordenadora geral do Diretório Acadêmico Estudantil (DCE) da Ufra, explica que os alunos decidiram se mobilizar porque perceberam que a Universidade estava recebendo verbas para as reformas, que não ocorriam ou não eram realizadas com qualidade.
'Foram desviados mais de meio milhão de reais. Esse dinheiro poderia ser investido na ampliação com qualidade da universidade, mas o que percebemos é que a Ufra virou um ‘escolão’. Não temos aulas práticas, não há extensão, o restaurante universitário não tem água. Já solicitamos esclarecimentos à reitoria, mas até agora não recebemos respostas', denuncia.
Josias Nascimento é aluno da Ufra desde 2007. Ele reclama que a gestão daual reitoria foi 'ausente e problemática'. Josias também alega que as verbas destinadas às reformas na Universidade foram desviadas. 'Não encontramos extintores de incêndio na instituição, as aulas práticas foram canceladas e as obras de reforma não estão sendo feitas', afirma. Os alunos reclamam ainda das constantes faltas de energia elétrica, da qualidade da água que serve a universidade e das condições das salas e laboratórios, que se encontram repletos de mofo.
No entanto, Rosemiro Galate, chefe de Gabinete da Ufra, garante que os alunos estão sendo influenciados para agir em defesa de interesses pessoais do professor Paulo Farias. O professor Paulo é autor das denuncias enviadas ao Ministério Público Federal, mas nega qualquer envolvimento com a movimentação. Rosemiro explica que em outubro do ano passado, em uma conversa com o reitor, um estudante alegou que a reitoria fazia 'cambalacho'. 'Chamei uma testemunha e pedi que o aluno repetisse o que havia dito. Paulo disse para que eu não intimidasse o aluno e assumiu as palavras do estudante. Em decorrência disso, está respondendo a um processo administrativo por motivo de conduta', conta.
Rosemiro reconhece que a universidade precisa de melhorias, mas ressalta que na atual administração foram feitas diversas benfeitorias na Ufra. Dentre elas, ele cita a compra de novos livros, a existência de projetos para a restauração hidráulica, as obras de construções de uma subestação de energia, que começaram no final do ano passado, e a compra de computadores e datashows. Quanto ao problema da segurança, Galate informa que na Ufra não há problemas graves, mas que um projeto para a segurança eletrônica será encaminhado ao Ministério da Educação (MEC) brevemente.
A denúncia foi encaminhada ao Ministério Público Federal no dia 23 de março e encontra-se em fase de investigações.
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