“Eu assino embaixo da entrevista do ex-governador Almir Gabriel. Tudo o que ele declarou, eu assino embaixo. Aliás, eu disse ontem [sábado] à minha mulher: ‘Olhe, se eu morresse amanhã, eu morreria feliz por todos os elogios que o doutor Almir me fez’. E morreria feliz mesmo, porque todos sabem que ele não é um homem de fazer elogios facilmente a ninguém.”
Foi o que disse ao poster por telefone, ontem à noite, o senador Mário Couto (na foto da Agência Senado), sobre a entrevista ao Diário do Pará em que o ex-governador Almir Gabriel não apenas manifesta entusiasmado apoio à sua pré-candidatura ao governo do Estado em 2010, como pela primeira vez expôs publicamente, e sem meias palavras, seus graves ressentimentos em relação a Simão Jatene – o governador tucano no período 2003-2006 -, a quem acusou, entre outras coisas, de ter feito “corpo mole” na campanha em que a petista Ana Júlia Carepa derrotou o próprio Almir na disputa pelo governo do Estado.
Mário Couto considera natural o teor das declarações de Almir: “Eu achei a entrevista absolutamente normal. Normalíssima. O que acontece é que o doutor Almir não é homem de ficar dando entrevista todo dia. Como ele nunca havia falado sobre certos assuntos, então é evidente que a entrevista ganhou essa repercussão toda. E eu parabenizo o doutor Almir por tudo o que ele disse”, analisou o senador.
Ele admite que Almir aproveitou a entrevista para fazer desabafos, mas lembra que é direito do ex-governador externar livremente suas opiniões sobre fatos e pessoas. “O que é que todo mundo quer saber até hoje? Todo mundo quer saber por que o criador [Almir] não gosta mais da criatura [Jatene]. O doutor Almir falava sobre a preferência dele sobre a minha candidatura. E o repórter [Frank Siqueira, do Diário], oportunamente, quis saber sobre as restrições do ex-governador sobre o Jatene. Então, ele teve que dizer claramente por que motivo não apóia a candidatura do Jatene, e sim a minha. E todos viram que o doutor Almir não tolera a falta de lealdade”, explicou Mário Couto.
“Lealdade é uma palavra santa”
O senador fez questão de destacar o sentido da lealdade em sua vida, em todos os sentidos: “Eu lhe digo uma coisa: lealdade, pra mim, é uma palavra santa. Repito: é uma palavra santa. Pra mim, pelo menos, é isso. E não estou mandando recado pra ninguém, não. Só digo que sempre fui e serei leal a todos os meus amigos. E o doutor Almir sabe que eu serei sempre leal a ele.”
Mário Couto discorda de avaliações segundo as quais as críticas públicas de Almir a Jatene podem aprofundar o fosso das divergências entre os tucanos e dificultar ainda mais um consenso para definir o candidato do partido em 2010. “Acho que depende muito da consciência e do amor de cada um ao partido. Para os que pretendem ver o circo pegar, o doutor Almir poderia dizer o que quisesse, mas esse pessoal se encarregaria de interpretar qualquer declaração à sua maneira. Isso, portanto, é muito relativo”, disse o senador.
A solução anunciada pelo presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), de encomendar uma pesquisa qualitativa para ajudar a definir o nome do candidato tucano ao governo do Pará, enfrenta o ceticismo de Mário Couto: “Eu também tenho uma pesquisa feita pela Veritate que me aponta em primeiro. E paguei caro pela pesquisa. Aí, vem o nacional e manda fazer uma. Cada um, portanto, tem sua pesquisa. Mas então só a minha é que não é verdadeira?”, questiona o senador.
Ele negou informações de que, durante ato político em Goianésia, sul do Pará, no último final de semana, teria admitido transferir-se para o PMDB, caso sua candidatura não vingue no PSDB. “Isso não aconteceu. O que aconteceu é que o prefeito Itamar, de Goianésia, fazia um discurso, e perguntou por que eu não me transferia para o PMDB. Eu até ri na ocasião e disse que não era preciso. E lembrei até que já pertenci ao PMDB. Mas deixei claro que o meu partido é o PSDB vou lutar pela minha candidatura no PSDB”, afirmou Mário Couto.
Ele admitiu, no entanto, que a possibilidade de sair do partido não é algo impossível. “Sinceramente, ainda não pensei nessa possibilidade. Mas, se vier a pensar, não decidirei sozinho. Terei que conversar antes com meu grande líder [Almir Gabriel] e com outras lideranças que estão me ajudando. Porque são muitos os que estão me ajudando”, disse o senador.
Aliança com o PMDB? É possível.
Mário Couto não descartou a possibilidade de uma aliança com o PMDB do deputado Jader Barbalho – até aqui adversário visceral do próprio Almir Gabriel -, caso isso seja necessário para viabilizar uma eventual candidatura do próprio senador ao governo do Estado: “A política paraense é muito dinâmica. É cada vez mais dinâmica. Eu respeito o PMDB. É um partido de grande densidade eleitoral, tanto nacional como regionalmente. E existe até aquele ditado do Gerson Peres [deputado federal do Pará] de que, em política, até boi pode avuar. Então, tudo é possível”, resumiu o senador.
Ele voltou a reforçar que sua carreira política tem contrariado muitas previsões negativas. E tem certeza de que será assim desta vez: “Gostaria de deixar claro que não dividirei o PSDB. Quero o PSDB unido. E lembro que já disseram que eu não seria um líder. Pois eu me tornei um líder. Disseram que eu não seria um bom presidente [da Assembleia Legislativa do Pará]. Pois fui. E tanto é assim que me reelegi com os votos de todos eles [deputados]. Duvidaram que eu fosse um bom senador. Pois estou aí, honrando o meu mandato e ganhando projeção nacional. Pois será assim com os que não acreditam que eu serei um bom governador. Pois esperem...”, concluiu Mário Couto.
5 comentários:
Se o Senador Mario Couto diz que pode morrer feliz depois dos elogios do Almir, nós eleitores, que queremos políticos honestos e transparentes, podemos dizer sm sombras de dúvidas: "Que Deus tenha piedade de sua Alma!".
O senador Mário Couto pensa que engana todo mundo com esse seu discurso fácil e apelativo. Senador, encontre seu espaço e não venha com essa balela, quem conhece a sua trajetória sabe muito bem que o senhor não está falando a verdade. Quem não lembra do seu passado, quando eleito deputado estadual pelo PMDB poulou de mala e cuia na primeira oportundiade para o PSDB só para se dar bem, ganhar os favores do governo na época, numa grande traição ao partido e a liderança que lhe ajudaram na eleição. Esse é apenas um , de muitas histórias que temos pra contar da sua trajetória, que não dignifica em nada esse Estado.
Gente presta atenção nessas contas que vou apresentar:
Em 2002, no 1° turno concorrendo com mais 5 candidatos Simão Jatene teve 863.780 votos;
Em 2002, no 2° turno concorrendo com apenas uma candidata Simão Jatene teve 1.291.082 votos;
Em 2006, no 1° turno concorrendo com mais 3 candidatos Mário Couto teve 1.456.587 votos.
Mario Couto é político, não é tecnico. Jatene é tecnico, não é político.
O principal problema do PSDB não foi técnico, foi político, e a derrota se deu na mão do tecnico Jatene. Nesse momento o partido tem um desafio político, deixem o Mário Couto resolver o problema, confiem nele que ele sabe ser político, jatene poderá ser um bom secretário, assim o parido não vai submergir de novo.
Senador,
Fale dos votos do Almir que foram em números menor que os seus. Você não casou seus votos com os dele? Isso não é traição, não?
O Senador Mário Couto agrega os votos do Almir, e é por isso que ele é o melhor candidato!
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