domingo, 28 de junho de 2009

Sequestro virtual também preocupa as autoridades do Estado

No AMAZÔNIA:

Só na semana passada, três casos da modalidade conhecida como sequestro virtual, onde um golpista tenta extorquir dinheiro por telefone, forjando o rapto de um familiar da vítima, foram registrados em Belém. Em um deles, na última segunda-feira, uma mulher do bairro de Canudos depositou, na conta dos supostos sequestradores, R$ 7 mil pelo resgate da filha - que nunca esteve sob o poder de bandidos.
'São dezenas, centenas de ligações ao longo do dia. Uma ou outra pessoa cai na história contada por eles e acaba fazendo o que eles mandam. Depositando quantias em dinheiro na conta dos assaltantes ou comprando créditos para celulares pré-pagos', explica coronel Edvaldo Sarmanho, Comandante do Policiamento Metropolitano.
Os golspistas fazem chamadas não identificadas a partir de centrais telefônicas ilegais, instaladas em diversos pontos do país. Algumas dessas chamadas, apura a polícia, são originadas de dentro de penitenciárias.
Sarmanho explica que dinheiro depositado pelas pessoas pelos falsos resgates é usado para financiar outras modalidades de crime. Tráfico de drogas, assaltos, e até mesmo sequestros reais - não necessariamente no mesmo Estado em que o golpe do celular é aplicado.
A polícia rastreou os números de contas fornecidos pelos bandidos para as vítimas de Belém para tentar localizar a origem das ligações. Os três golpes desta semana tinham, em comum, contas bancárias abertas em agências do Banco do Brasil no Estado do Rio de Janeiro, todas em nome de laranjas.
Sarmanho diz ainda que as quadrilhas criam novas contas diariamente em agências bancárias usando documentos falsos e as inutilizam depois que a vítima efetua o depósito.
Alerta - Em entrevista coletiva na sede do comando da Polícia Militar, na última quinta-feira, o comandante do Policiamento Metropolitano e o Diretor de Polícia Metropolitana (DPM), delegado Paulo Tamer, alertaram para a alta incidência dos falsos sequestros em Belém e deram dicas de como proceder (veja no quadro abaixo).
O delegado Paulo Tamer explica que as quadrilhas que aplicam o golpe do falso sequestro utilizam informações roubadas de cadastros públicos e podem descobrir, telefone, endereço, local de trabalho e até o nome dos filhos das vítimas.
'Já foi motivo de matéria nacional um CD com informações de cadastros públicos de pessoas, que estaria sendo vendido em São Paulo por R$ 3 mil. São estes dados que os golpistas utilizam para escolher as vítimas. Dados que de alguma forma vazaram de cadastros públicos, até mesmo do Imposto de Renda.'
O risco de se tornar vítima dos sequestradores virtuais é muito maior do que o de sofrer um sequestro real, alerta o delegado Paulo Tamer, do DPM.
De janeiro a junho, nenhum caso de sequestro 'convencional', com pedido de resgate, foi registrado na capital - ao passo que oito virtuais chegaram ao conhecimento da polícia.

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