terça-feira, 2 de junho de 2009

Jader espera por sinais. Que não são os sinais daqui.

Não são poucos os peemedebistas – até eles e principalmente eles – que ainda não intuíram precisamente o motivo da tolerância do presidente regional do PMDB, deputado Jader Barbalho, em suportar todas as tensões decorrentes do relacionamento político com o governo Ana Júlia, sem que até agora tenha se decidido a romper.
Mais embatucados ainda ficaram esses peemedebistas depois de lerem aqui no blog a matéria sobre a entrevista concedida à Rádio Tabajara FM 106,1, no último sábado, pelo ex-chefe da Casa Civil do governo do Estado, Charles Alcântara (na foto, extraída do site da Agência Pará).
Alcântara foi claro, claríssimo como a luz do Sol: disse que foi fritado e depois enxotado ao governo, sem sequer uma explicação da governadora Ana Júlia, porque defendia aberta e transparentemente que o PT e o governo honrassem os termos do acordo firmado com o PMDB em 2006 e que foi decisivo para levar a então candidata à vitória sobre o tucano Almir Gabriel.
O acordo, lembrou Charles, foi proposto por iniciativa do PT, e não do PMDB. “Não foi o PMDB que veio oferecer apoio ao PT. O PT é que foi ao PMDB pedir apoio para a candidata Ana Júlia. Fizemos isso para ganhar a eleição”, recordou Charles Alcântara, na entrevista aos jornalistas Carlos Mendes e Francisco Sidou.
Isso deixa transparecer que não é de hoje a resistência, entre os petistas – ou pelo menos entre boa partes deles -, a rejeição a Jader e ao PMDB, não necessariamente nesta ordem.

Jader espera. Mas por quem?
Volta, portanto, a pergunta: por que Jader ainda não caiu fora do governo Ana Júlia? Por que ainda não rompeu? O que pretende?
É evidente que o presidente do PMDB espera.
Espera por quem e por quê?
Espera por sinais e articulações que vêm do Planalto.
O deputado, a rigor, não quer e não tem mais nada a tratar com os petistas do Pará.
Seus contatos são lá por cima.
Inclusive como o presidente Lula.
Se alguém duvida, então leiam a lúcida análise que o jornalista Tales Farias faz no Jornal do Brasil.
Diz ele, em sua coluna de ontem:

Na terça-feira esta coluna publicou entrevista com o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), na qual o peemedebista falava do interesse do partido em apoiar a candidatura presidencial da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, oferecendo até o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), como vice da chapa. Mas o líder cobrava do PT a contrapartida de apoio nos estados. Ao longo da semana o PT, na figura do presidente da legenda, Ricardo Berzoini, veio a público dizer que estava disposto a negociar e abrir mão de algumas posições regionais em favor do PMDB para ter o apoio do partido à candidatura Dilma. Os problemas são mais ou menos conhecidos.

Prossegue Tales, desta vez citando nominalmente o caso do Pará:

No Rio, a retirada da candidatura do prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias, em favor da reeleição do governador Sérgio Cabral (PMDB), não é lá muito difícil. Já está próxima de se concretizar. No Pará, também não é impossível costurar para que a governadora Ana Júlia (PT) apoie a candidatura do deputado Jader Barbalho (PMDB-PA) ao Senado. Em Mato Grosso do Sul, a ideia é convencer o PT a apoiar a reeleição do governador André Puccinelli e convencer o PMDB local a destinar as duas vagas de uma eventual aliança local para o Senado aos petistas Zeca do PT e Delcídio do Amaral.

Está aí.
Pelo visto, a situação por aqui vai ficar na mesma.
Até que o Planalto – e as cúpulas que se aboletam nos gabinetes de lá – emitam sinais definitivos a Jader.
Só então é que ele vai tomar a decisão.
Decisão de ficar ou sair.

2 comentários:

nucleo13 disse...

Companheiros e companheiras, bateu o desespero no palacio dos despachos, eles reuniram para avaliar como foram as conferencias distritais e municipais da DS no estado, e na hora de contar quantos delegados foram eleitos para conferencia estadual, tomaram aquele susto, acabaram descobrindo que a maioria dos delegados(65%) não está no governo e sim nos movimentos sociais, e são todos ligados a Suely Oliveira(40%) e Edlson Moura(25%), sendo eles aliados dentro da DS. A conferencia estadual da DS é a estancia maxima de decisão para quem vai ser os candidatos majoritarios e propocionais da tendencia, são os delegados que vão decidir. E é de conhecimento de todos que Edlson Moura apoia Suely para federal e Suely apoia Edlson para estadual prioridade da DS. Claudio Puty está desesperado com a manobra, pois sabe que se perder na conferencia, vai ter que ser imposto pela governadora ao PT como candidato, e sabe que vai ser desgastante para ela.

Anônimo disse...

Enquanto isso, fica na boquinha.