DS pode barrar a candidatura de Puty a deputado federal

Fala quem sabe.
Ainda que a governadora Ana Júlia esteja porraqui com seu chefe da Casa Civil, Cláudio Puty – aquele que tem para o governo o sentido e o efeito das saúvas, segundo as concepções macunaímicas -, dificilmente vai tirá-lo agora.
Se o fizesse, Ana Júlia estaria passando um recibo a todas as críticas que tem recebido por manter Puty como o segundo homem mais importante de seu governo, ao mesmo tempo em que ele, com desenvoltura crescente, se movimenta como candidato a deputado federal.
Ana Júlia prefere esperar um pouco.
Mas a caneta está pronta.
Prontíssima.
Quando encostar no papel, Puty sairá.
Mas esse compasso de espera não alivia as tensões no Palácio dos Despachos.
A grande expectativa por lá tem nome: conferências distritais e municipais da DS no Estado.
DS, vocês sabem, é a Democracia Socialista, a tendência minoritária do PT, à qual pertence a própria governadora.
Na hora de contar quantos delegados foram eleitos para conferência estadual, companheiros e companheiras se assustaram.
Descobriram simplesmente que a maioria dos delegados (65%) não está no governo, e sim nos movimentos sociais.
E todos são ligados a Suely Oliveira (40%), atual secretária do Desenvolvimento Urbano e Regional, e Edilson Moura (25%), secretário de Cultura, que pertencem à DS e são aliados.
A conferência estadual da DS é a instância máxima que vai decidir quem serão os candidatos majoritários e proporcionais da tendência para a eleição do próximo ano.
E para quem não sabe, Edilson apoia Suely para federal e Suely apoia Edilson para estadual.
Puty sabe que, se perder na conferência, vai ter que ser imposto pela governadora ao PT como candidato.
E Ana Júlia, se fizer isso, vai desgastar-se.
E desgastar-se bem mais do que já está, também ela, desgastada.
Ela e Puty.