O encontro entre a governadora Ana Júlia Carepa e o deputado Jader Barbalho, presidente regional do PMDB, pode ser um encontro de Itararé, ou melhor, um encontro igual à Batalha de Itararé, aquela que não houve.
Com isso, é bem provável que a conversa entre Ana Júlia e Jader, prevista para este domingo, não ocorra.
Por quê?
Por absoluta desnecessidade.
Por ser infrutífera.
Por não acrescentar nem excluir um tempero a mais no clima de ruptura – visível, notória, evidente - entre PMDB e governo.
Não é que o desembarque peemedebista do governo ainda vá ocorrer. Em verdade, já está ocorrendo, é irreversível, não tem retorno, garantiu ontem à noite ao poster uma fonte com cargo no Diretório do PMDB.
“Não é preciso mais essa conversa [entre Jader e Ana Júlia], porque a aliança já acabou. Nos próximos dias, vamos entregar a Seop (Secretaria de Obras). Por isso, não será preciso um anúncio de que houve a ruptura. Mais do que isso, todos perceberão a ruptura por gestos”, disse o peemedebista.
Gestos comprovam a ruptura
É isto: gestos.
Nos últimos dias, abundam gestos de que a aliança já acabou. Transformou-se, no máximo, numa ilusão de ótica com tendência a esfumaçar-se e virar lembrança.
Não mais do que lembrança.
Outra fonte do PMDB, que não ocupa cargo de direção no partido, mas tem acesso fácil aos caciques peemedebistas, garantiu ao repórter que Jader e Ana Júlia já se falaram por telefone na última quarta-feira, um dia antes do pronunciamento, na Assembleia Legislativa, do deputado Parsifal Pontes, que proclamou a decisão do partido de entregar todos os cargos na área de Saúde, inclusive as Regionais da Sespa, uma secretaria que, segundo o parlamentar, não passava de uma “prelazia do governo”.
E a conversa entre a governadora e o presidente do PMDB foi dura, duríssima, segundo o relato de fontes insuspeitas. O tom da conversa, o discurso incendiário tanto de peemedebistas – que mencionaram fofocas e fuxicos – como dos petistas, que passaram a proclamar publicamente a decisão de não passar recibo das críticas, tudo isso, enfim, contaminou de tal forma o ambiente que tornou desnecessária a conversa prevista para hoje, entre Jader e a governadora.
Revertério? Só se o Íbis vencer o Inter.
Mesmo assim, se realmente houver o encontro, a possibilidade de um revertério total, que reintegre o PMDB na aliança governista, é algo tão improvável quanto o Íbis, o pior time do mundo, bater o Internacional, até agora o único com 100% de aproveitamento na Série A do Campeonato Brasileiro.
Ou seja, assim como há uma possibilidade em 1 bilhão do Íbis vencer o Inter, há uma possibilidade em 1 trilhão do PMDB ficar neste governo.
A conversa entre Ana Júlia e Jader, se houver, terá de um lado a governadora apresentando um ultimato – ou o PMDB se comporta direitinho, como aliado, ou então que pule fora do governo – e de outro o presidente do PMDB, respondendo que nem precisa de ultimato, porque o PMDB já pulou mesmo fora do governo.
Ana Júlia e Jader, escolados que são em política, sabem que, também em política, melhor do que dar murro em ponta de faca é cada um cuidar da sua horta.
Assim, Ana Júlia, seu governo e o PT cuidam da sua.
Jader e seu PMDB cuidam da sua.
E ponto final.
Ponto final na aliança.
Que já acabou.
Ponto.
Um comentário:
Quero ver agora este Governo do Fuxico governar o Estado. Se já estava dificil, agora muito mais. Mesmo o PMDB estando com a maioria das Secretarias ou Autarquias que mexem com o dinheiro não foi isto a causa do fracasso deste Governo. A principal causa no meu entendimento foi a competencia deste pessoal do mensalão. Fazer politica não é somente enganar o povo!
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