sexta-feira, 7 de novembro de 2008

“Somos reféns de um monopólio absurdo e abusivo”

Um comentário do leitor Paulo Torres, residente na Cidade Nova VI, expõe nua e cruamente as desventuras dos usuários dos ônibus da empresa Forte. “Somos reféns de um monopólio absurdo e abusivo, pois a Forte é a única empresa de ônibus que liga a Cidade Nova aos bairros centrais de Belém”, diz ele.
Leia a reclamação aí embaixo:

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Cidade Nova exige fim de monopólio

Escrevo para registrar o meu protesto contra o péssimo serviço oferecido pela empresa de transportes coletivos Forte aos moradores dos conjuntos Cidade Nova, em Ananindeua. Ônibus com lotação acima do tolerável, espera absurda nas paradas, sujeira, direção perigosa e linhas mal distribuídas são apenas alguns dos problemas enfrentados pela população.
Somos reféns de um monopólio absurdo e abusivo, pois a Forte é a única empresa de ônibus que liga a Cidade Nova aos bairros centrais de Belém. Apenas para exemplificar: a linha Cidade Nova 5/Ver-o-Peso (901) possui vários carros, que circulam praticamente vazios em muitos momentos. Já a linha Cidade Nova 6/Presidente Vargas (902) está sempre com os coletivos superlotados, pois atende também ao PAAR. Isso ilustra a péssima distribuição da frota nas diferentes linhas.
Outro problema: segundo os próprios rodoviários, a direção da empresa determinou que os carros cheguem ao final da linha e fiquem parados por uma hora ali, independentemente de ter ou não passageiros à espera. Uma total falta de compromisso com os moradores, que pagam pelo serviço e exigem um tratamento digno. Em qualquer lugar do mundo, o único caminho para melhorar serviços é através da concorrência. Por isso, o monopólio da Forte na Cidade Nova precisa ser quebrado. E já!

Um comentário:

Anônimo disse...

Não há ônibus para atender a Cidade Nova

O LIBERAL, edição de 06/05/2008.

SUFOCO
A frota de 260 carros não é suficiente para os 28 itinerários

Moradores da Cidade Nova 8 reclamam do número de ônibus que fazem linha até a Presidente Vargas, no centro de Belém. Eles dizem que entre 6 e 8 da manhã, todos os ônibus que fazem o trajeto trafegam lotados e, quem não tem outra opção, se arrisca pendurado na porta dos coletivos. Impulsionado por essa carência, o número de perueiros e vans irregulares e serviços de mototaxi cresce em ritmo acelerado. A situação não é diferente do resto da Cidade Nova. As paradas de ônibus lotadas denunciam o número insuficiente de coletivos, em uma situação que só tende a piorar. De acordo com o Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Belém (Setransbel), 260 veículos fazem linha para a Cidade Nova, divididos em 28 itinerários. Nos sábados, apenas 60% da frota está nas ruas, e no domingo, apenas metade. Ainda segundo a Setransbel, não há previsão para o aumento da frota até o final de 2008.

'Não dá pra ficar dependendo de ônibus pra chegar na hora no trabalho', reclama a balconista Adriana Sena, moradora da Cidade Nova VI, na parada de ônibus na Arterial 18 há mais de 20 minutos. 'Cada ano só piora. Os ônibus ficam mais lotados, e sucateados. A gente tem que se aventurar nas vans, que muitas vezes, são a única opção'. Ela diz que o atraso no trabalho é, dos males, o menor. 'É um sufoco todo dia. Os motoristas não querem nem saber quantas pessoas estão dentro do ônibus, e vão entupindo o carro de gente. Quem não quer ir em pé, no sufoco do ônibus lotado, tem que acordar mais cedo e ir andando pro final da linha, pra tentar conseguir sentar no ônibus, e até isso é difícil' reclama a balconista.

O cobrador da empresa Viação Forte, Carlos Costa da Silva, conta que a situação dos ônibus lotados se repete todos os dias. 'Nos horários entre 6 e 8 da manhã e entre 6 e 7 da noite, quase todos os coletivos que fazem linha para a Cidade Nova ficam assim, lotados. Nessas horas, as vans quebram um galho, mas não são uma solução. Falta é mais investimento, mais ônibus pra resolver esse aperto' diz.

A aposentada Maria de Lurdes Sozinho, 70 anos, moradora do bairro do 40 horas, reclama do número de ônibus e do aperto que é obrigada a passar todos os dias para se deslocar na Cidade Nova. 'Pior de tudo é que as pessoas não têm respeito. No meio do aperto, só falta a gente ser pisado dentro do ônibus'.