No AMAZÔNIA:
O ministro Carlos Minc, do Meio Ambiente, lacrou o acesso de duas madeirieiras em Paragominas durante sua visita na cidade ontem. Ainda no local, o ministro exigiu a cassação de licenças ambientais das madeireiras acusadas de envolvimento no transporte ilegal de madeira na região. O ministro desembarcou em Paragominas por volta das 10h de ontem. E da aeronave da Força Aérea Brasileira, passou para o helicóptero do Ibama e rumou para madeireira Andiroba, que fica próximo à reserva dos índios Tembé. No local, o ministro lacrou a entrada da empresa, onde os fiscais do Ibama encontraram mais de seis mil metros cúbicos de madeira de lei que, segundo Minc, teria sido retirada da reserva indígena pelos 12 caminhões apreendidos pela operação Rastro Negro. A operação teria sido o estopim para que pelo menos 500 pessoas depredassem o escritório do Ibama, além de destruir três carros de fiscalização do órgão. Segundo um policial civil que trabalha em Paragominas, quem comandou o ataque foram os donos dos caminhões apreendidos pela operação do Ibama.
Mais tarde, depois de cumprir uma apressada agenda que incluiu plantar uma muda de Ipê no parque ambiental do município, visitar o escritório destruído e se reunir com empresários do setor florestal, onde assinou uma carta de compromisso no combate ao desmatamento no município, foi a vez do ministro, sempre acompanhado de forte aparato policial, se dirigir à madeireira Negreiros e também lacrar sua entrada. As duas empresas pertencem aos empresários Norberto Abner e Malcon Abner, respectivamente pai e filho. O último foi identificado pelas imagens das câmeras instaladas pela prefeitura de Paragominas na ruas da cidade, como um dos homens que incentivaram a destruição do patrimônio do Ibama.
O prefeito de Paragominas, Adnan Demachki, assinou, atendendo pedido direto do ministro, a cassação dos alvarás de licença de funcionamento das duas madeireiras. 'Não vamos compactuar com a violência. Aqui não é um faroeste. Os madeireiros ilegais, que se aproveitaram da ingenuidade dos índios, vão ter que pagar pelo crime. E vamos fazer tudo o que for necessário para colocá-los na prisão. A impunidade não vai prosperar, essas pessoas vão pagar sua penas plantando tudo de novo o que retiraram da floresta, vão perder seus bens, que irão à leilão junto com a madeira', afirmou Carlos Minc, que ontem completou seis meses à frente do MMA, e fez sua 12ª viagem ao Pará na condição de ministro.
Em relação ao leilão da madeira, ele disse que, no total, foram apreendidas cerca de 9.600 metros cúbicos, boa parte maçaranduba, e que todo o produto florestal está avaliado em R$ 9 milhões. 'O dinheiro do leilão será, primeiro, utilizado para reconstruir o prédio do Ibama em Paragominas, e o restante rateado entre as Polícia Federal e Militar do Pará, 'nossos parceiros', a Secretaria Estadual e Meio Ambiente (Sema) e a Prefeitura de Paragominas. A idéia é utilizar o recurso para feitura do cadastramento das propriedades rurais, trabalho que faz parte do zoneamento ecológico econômico que o município desenvolve. Tudo dentro do projeto Paragominas Verde, da prefeitura, que em nove meses reduziu o desmatamento e aumento o reflorestamento no município.
Nenhum comentário:
Postar um comentário