No AMAZÔNIA:
Até o início da noite de ontem, as equipes da Força Nacional ainda não tinham chegado a Paragominas para dar reforço às investigações sobre o quebra-quebra ocorrido na noite de domingo, 23, na garagem e no escritório regional do Ibama, quando cinco carros foram incendiados e a sala da direção do órgão foi totalmente depredada por manifestantes insatisfeitos com as sucessivas operações do Ibama e da Polícia Federal na região. Durante a invasão, 14 caminhões carregados de madeira e que foram apreendidos em operações recentes, foram levados da garagem do órgão.
Na manhã de ontem, chegaram à cidade cinco agentes da Polícia Federal para instaurar o inquérito para apurar o caso e responsabilizar os envolvidos. O delegado superintendente da zona guajarina , Silvio Maués, cedeu um sala da delegacia seccional de polícia civil para que os agentes federais possam dar início aos trabalhos. Na chegada os homens da PF não falaram com a imprensa.
Depois do episódio, o clima na cidade é de aparente tranqüilidade. Na manhã de ontem, também desembarcaram em Paragominas um efetivo de homens da Polícia Militar para dar reforço na segurança da cidade e também para resguardar a segurança dos agentes do Ibama, que permanecem no município.
Na manhã de ontem, um dos proprietários dos caminhões que foram levados da garagem do Ibama, se apresentou espontaneamente na Depol de Paragominas . Ele disse a autoridade policial que só levou o caminhão do local porque foi avisado que se não retirasse o veículo, o mesmo seria queimado pelos manifestantes.
Um madeireiro que não quis se identificar, também compareceu à delegacia para informar que uma grande parte da madeira que estava apreendida na garagem do Ibama foi abandonada dentro de uma serraria desativada, de sua propriedade . A polícia civil ouviu os dois em depoimento e deverá repassar as informações para a Polícia Federal, que está à frente das investigações.
A partir de agora, a PF vai investigar se a invasão ao Ibama teve participação de índios, carvoeiros e madeireiros que comercializam madeira na área indígena do alto rio Guamá, na fronteira com o Maranhão. Os policiais também investigam uma possível ligação entre o episódio e as ameaças de morte sofridas por um diretor do Ibama, que teve que deixar Paragominas as pressas.
Ontem, houve repúdio contra os atos violentos de domingo. Em Dom Eliseu e Ulianópolis, municípios vizinhos de Paragominas, o comércio local praticamente parou com medo da violência.
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