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Pode conferir.
Nas duas postagens, o blog revelava sua estranheza - porque realmente é muito estranho – quanto ao fato de não se descobrirem os mandantes de vários crimes ocorridos no Pará, à exceção dos crimes de morte ou outros que atentam contra a vida.
Isso é claro como a luz do sol.
Se mataram, queremos saber logo quem mandou matar.
Se tentam matar, queremos logo saber quem mandou.
E não deixa de ser mais do que lógica a necessidade de saber-se quem financiou, quem planejou, quem ordenou um crime de morte, por exemplo.
Mas por que só nos crimes de morte?
Nos municípios do Pará, ultimamente, o que mais se tem visto são as tais “manifestações espontâneas” que resultam em destruição de fóruns, delegacias, na intimidação de agentes públicos – inclusive juízes – e tudo o mais.
E aí?
E aí que não tem aí.
Normalmente, tudo fica por isso mesmo.
Em depredações “espontâneas”, por exemplo, prendem-se algumas pessoas - que negam tudo -, instaura-se um inquérito e não se sabe de mais nada. Não se sabe nem mesmo se o inquérito é relatado, se é concluído e remetido à Justiça.
Não se sabe, por exemplo, quem é que paga a conta dessas selvagerias. Não se sabe quem é punido com a obrigação de ressarcir os cofres públicos dos danos causados ao patrimônio público.
Agora, parece que isso começa a mudar.
Parece, repita-se.
Ontem, tiveram a prisão preventiva decretada dois madeireiros do município de Paragominas, no nordeste do Pará, apontados pela polícia civil como principais suspeitos de terem planejado a manifestação de domingo passado que resultou no incêndio de veículos, documentos e na depredação do escritório regional do Ibama estão com prisão preventiva decretada pela Justiça.
Os mandados de prisão foram expedidos pelo juiz da comarca, José Jonas Lacerda de Sousa.
A assessoria do Ibama no Pará informou, inclusive, que os empresários também teriam praticado diversos crimes ambientais, como desmatamento sem licença e comércio de madeira ilegal.
Por que os atos de banditismo?
Em represália às apreensões realizadas pela Operação Rastro Negro, deflagrada pelo Ibama para combater a produção, o transporte e o comércio ilegal de carvão vegetal no Pará.
Tomara que continue assim.
Se madeireiras ou quem quer que seja acharem que seus direitos foram violados, que acione a União na Justiça.
Você pode dizer:
- Justiça? Mas que Justiça? A Justiça passa anos e anos para julgar causas simples.
É mesmo.
Passa anos e anos.
Mas só conhecemos, até agora, essa forma civilizada de resolver litígios.
Se alguém tiver alguma outra por aí, pode revelar qual é.
Ou será que a alternativa viável é incentivar depredações, é mandar matar pessoas, é intimidar, é ameaçar, é responder a uma suposta violação de um direito com um ato de banditismo na mesma medida?
O Ibama é um órgão ineficiente – inclusive por falta de estrutura adequada.
Mas desta vez, sem dúvida, está certo em empenhar-se para descobrir os mandantes dessa farra de violência.
Isso não elimina excessos eventualmente cometidos em operações do Ibama.
Mas é como já se disse: se há excessos, não poderão jamais, em tempo algum, ser coibidos no tapa, na marra, na pedrada, no tiro e na facão.
Quem achar que pode, estará pregando a lei da selva.
E na selva os animais é que mandam, vocês sabem.
Aliás, na selva há animais mais mansos, cordatos e sensíveis que homens.
É incrível, mas há.
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