quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Hospital lança monitoramento de contaminação biológica

No AMAZÔNIA:

O Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB), lançou ontem a Rede Paraense de Monitoramento de Acidentes com Material Biológico (Repamb). A rede será a primeira no Brasil a realizar pesquisas, orientação, notificação e monitoramento dos acidentes e dos profissionais com o risco de contrair infecções causadas pelo contado previsível ou não com vírus da imunodeficiência humana (HIV) e hepatite C. O projeto foi aprovado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
O médico responsável da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital João de Barros Barreto, o infectologista Lourival Marsola, disse que objetivo do projeto é orientar os profissionais da área quanto aos possíveis acidentes. 'Com a rede, todos vão ter acesso a informações que ajudam na prevenção contra acidentes, pois existem muitos profissionais que não sabem o que fazer no momento de contaminação, quando o tratamento deve ser imediato, como em casos da aids, em que o infectado tem no máximo duas horas para realizar todos os procedimentos necessários para não adquirir o vírus. Já em um acidente por contato com a hepatite B, o infectado tem um tempo um pouco maior para a procurar tratamento. Ele tem até 72 horas', afirmou.
O infectologista disse ainda que a rede vai alcançar todos os municípios de Belém, com o intuito de ajudar o profissional que teve contato com esses vírus em um acidente no menor tempo possível. 'Já que temos um tempo pequeno para o atendimento nesse tipo de caso, a rede vem para ajudar principalmente nos interiores do Estado, que levariam um tempo longo para chegar em Belém e ter um atendimento', explicou Lourival.
No Brasil não existe nenhum projeto ou serviço que faça a notificação de acidentes. Já em países como Estados Unidos, a notificação existe e já registrou, em média, 133 casos comprovados de infecção por acidente, principalmente o conhecido como perfurocorte, que é uma perfuração ocasionada por uma agulha. Este é um acidente previsível, que pode ser evitado, mas é causador de 70% dos acidentes com infecções.
Todos os dados e informações relativas a casos de pessoas infectadas por acidentes e até mesmo as medidas de profilaxia serão encaminhados ao HUJBB, que vai fazer a divulgação. Os hospitais que confirmaram a participação na rede foram o próprio HUJBB, o gerenciador do projeto, Hospital Porto Dias, Hospital Amazônia, Hospital das Clínicas e o Hospital Municipal de Tucuruí.

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