sábado, 31 de outubro de 2009

Primeira etapa do trabalho aconteceu em fevereiro de 2008

No AMAZÔNIA:

Em entrevista coletiva à manhã de ontem, o delegado da PF Lucimar Sobral Neto explicou que a ação do grupo resultou de mais de um ano de investigações. O esforço conjunto da polícia com órgãos como o Ministério da Previdência, o Ministério Público e a Receita Federal resulta de indícios coletados em várias esferas que apontavam uma grande rede de irregularidades no sistema previdenciário paraense. Início - A primeira etapa da Operação Flagelo foi executada em fevereiro do ano passado e resultou em 37 mandados de busca e apreensão e 31 mandados de prisão cumpridos pela PF. Àquela ocasião, havia envolvimento de servidores do INSS, médicos particulares, falsos médicos e servidores públicos - todos realizavam operações parecidas, obtendo benefícios do INSS mediante fraude de documentos e propinas pagas a funcionários da previdência.
Desde então, a Força-Tarefa Previdenciária do Pará manteve o ritmo de investigações e descobriu um braço do esquema criminoso que tem bases junto a funcionários dos Correios lotados em Benevides, que estariam realizando emissão de CPFs com vários indícios de fraudes. Vários dos documentos falsos descobertos na segunda etapa da Flagelo trazem informações erradas sobre endereço e tempo de contribuição das pessoas físicas.
'Percebemos que a emissão de CPFs fraudados estava repleta de irregularidades. Os próprios carteiros denunciaram à Receita que comumente faziam entregas de documentos em endereços iguais', diz a delegada da Receita Federal Maria Helena Coutinho Ponte. Segundo a delegada, medidas já estão sendo tomadas para evitar novas ações criminosas. 'Vamos implementar um sistema de travas na emissão de CPFs, cruzando dados para reduzir as possibilidades de fraude', apontou.
O superintendente regional Norte/Centro-Oeste do INSS, André Paulo Félix Fidelis, também esteve na sede da PF em Belém para prestar esclarecimentos sobre a ação. Segundo ele, o prejuízo milionário não é culpa exclusiva do órgão previdenciário. 'Não podemos dizer que é uma falha da Previdência, até porque temos mecanismos de controle à hora da concessão de benefícios. Fraudes como essa dependem, também, do próprio caráter do servidor, portanto, podem acontecer em qualquer órgão', diz o superintendente, frisando que o prejuízo será recuperado e que os funcionários envolvidos serão submetidos a processo administrativo dentro do próprio INSS. 'Todos os benefícios que já foram comprovados como fraudulentos serão suspensos. O valor será recuperado', disse.

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