No AMAZÔNIA:
Desde 2003, o governo federal deixou de investir um total de R$ 25,7 bilhões em estradas federais, apesar desses recursos estarem disponíveis no orçamento do Ministério dos Transportes. Esse valor representa 80% do total de R$ 32 bilhões que a Confederação Nacional dos Transportes (CNT) estima ser necessários para recuperar a malha rodoviária federal. Os números mostram que a situação ruim da malha rodoviária brasileira - 69% das estradas são consideradas entre regular e péssimo - não pode ser creditada à falta de recursos públicos.
Ao longo dos últimos sete anos (até o dia 30 de setembro) dos R$ 52,8 bilhões destinados a investimentos na pasta, foram efetivamente pagos apenas R$ 27 bilhões, o equivalente a 51,1% do total, de acordo com levantamento da ONG Contas Abertas. Neste mesmo período, o orçamento de investimentos do Ministério dos Transportes triplicou, passando de R$ 3,1 bilhões em 2003 para R$ 11,4 bilhões em 2009. Em proporção ao total da economia brasileira, os investimentos também aumentaram: passaram de 0,18% do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país) em 2003 para 0,38% do PIB em 2008.
'O principal problema da pasta não é a carência de recursos orçamentários, mas sim a não execução dos recursos disponíveis', diz o economista Gil Castelo Branco, coordenador do Contas Abertas.
Pelo levantamento da entidade, o dinheiro efetivamente pago em sete anos passou de R$ 900 milhões em 2003 para R$ 5,1 bilhões em 2009, considerando-se as contas até setembro passado. Esse montante inclui também os chamados restos a pagar, ou seja, recursos empenhados em um ano e liquidados nos anos seguintes.
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