De um lado, Jarbas Malvadeza.
De outro, Sérgio Ternura. Ou Sérgio Paz e Amor – como quiserem.
Por fora, e mais na condição, digamos, de um espectador privilegiado com direito a intervenções fortuitas, Mailton Terceira Via.
É assim, mais ou menos assim, que se pode resumir o debate da noite desta quinta-feira (29), na TV RBA, entre os advogados Jarbas Vasconcelos (Juntos Pra Avançar), Sérgio Couto (OAB Independente) e Mailton Ferreira (Nova Ordem), os três candidatos que concorrem à presidência da Secional da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Pará, na eleição marcada para 16 de novembro próximo.
No debate, mediado por Mauro Bonna, Jarbas surprendeu.
Começou a atacar desde a sua primeira intervenção, quando se referiu a Couto como a personalização de um “passado anacrônico” à frente da OAB.
Sérgio Couto igualmente surpreendeu.
Desde sua primeira intervenção – quando, ironicamente, insinuou que Jarbas estava nervoso e lhe recomendou “tranquilidade” -, procurou adotar uma postura de serenidade, de lhaneza, de cordialidade em relação aos adversários, sobretudo em relação a Jarbas.
Mas a postura foi meio arriscada.
Primeiro, porque não combina bem com a personalidade de Sérgio Couto, que se reconhece, ele mesmo, como de “pavio curto”, como já admitiu publiamente.
Segundo, porque pareceu que Sérgio, com o estilo Ternura-Paz e Amor, passou o tempo todo na defensiva, apenas procurando se esquivar dos golpes recebidos de Jarbas.
Mais ou menos como na fotomontagem acima.
Mais ou menos.
Enquanto os dois se digladiavam, Mailton ficou naquele discurso do Pai dos Pobres, ou melhor, do Pai dos Advogados Pobres, daqueles advogados “que não têm carro” e que não seriam distinguidos com o reconhecimento de verdadeiros militantes da advocacia.
E para marcar posição, Sérgio Ternura – mais do que Jarbas Malvadeza – tentou tratar Mailton com toda a distinção possível, possivelmente de olho em conquistar a simpatia do segmento do eleitorado do Terceira Via.
Sobraram acusações
Jarbas Malvadeza acusou Sérgio Ternura de ter defendido, inclusive publicamente, a sua candidatura (de Jarbas), para depois recuar e classificar de “espúrio” o acordo entre situação e oposição. “Jamais eu apoiaria uma acordo com V. Exa. encabeçando a chapa”, negou Sérgio Couto.
Paz e Amor acusou o grupo atual de dirigentes da Ordem, que apóia Jarbas Malvadeza, de não zelar pela defesa das prerrogativas dos advogados. E disse que ele, Paz e Amor, na época em que era o Sérgio Malvadeza Couto, chegou a enfrentar o juiz “Amílcar Guimarães”, classificado pelo próprio Ternura como um “debochado”.
Malvadeza, que todos pensávamos fosse para o debate cumprir o papel de Ternura, golpeou Paz e Amor dizendo que na sua (do Paz e Amor) administração, a OAB do Pará cobrou um valor absurdo de anuidade. “Você se notabilizou pelo preço abusivo da anuidade”, disse Jarbas Malvadeza Vasconcelos. Sérgio Paz e Amor Couto negou.
“V. Exa. está sendo agressivo. Não se aborreça. Fique tranqüilo”, retrucou Ternura, esbanjando toda a ternura possível. Mas o paz e amor, em alguns momentos, chegou a ficar para trás. Lá pelas tantas, Sérgio Ternura quase virou Sérgio Couto quando se virou para Malvadeza, o encarou e disse: “V. Exa. está mentindo. Infelizmente, é a única palavra que posso usar”.
Sonegação fiscal
Os golpes mais certeiros ficaram para o final.
Um final que já mostrava Ternura muito próximo de virar Sérgio Couto.
Malvadeza bateu antes.
Disse que a gestão de Sérgio Paz e Amor foi “rica em bravata e pobre em realizações”. Acusou o oponente de ser um “devedor contumaz”, eis que “responde a processos por sonegação fiscal e só paga condomínio e IPTU quando executado”.
Sérgio Ternura virou Sérgio Couto e devolveu.
Disse que, em verdade, apenas discute em juízo cotas do Imposto de Renda e de IPTU que julga indevidas. E afirmou que, em campanhas passadas, Malvadeza já acusou seu (de Malvadeza) então adversário, Ophir Cavalcante Jr., de “estelionato e peculato”, enquanto Ophir acusava Jarbas, agora Malvadeza, de falsidade ideológica e outros crimes. “Afinal de contas, quem tinha razão [nessas acusações)? Ou todos tinham razão?”, questionou Sérgio Ternura Couto.
No final, até onde se sabe, salvaram-se todos.
Com algumas lesões – na alma e na honra, principalmente.
Mas nada que, passada a campanha, não se supere.
Ainda bem.
Mas que sobraram golpes, sem dúvida que sobraram.
9 comentários:
Realmente o advogado Jarbas Vasconcelos surpreendeu, principalmente pra quem conhece o dr. Sérgio Couto como eu conheço.Até então só o dr. Sérgio atacava, acusava pelos artigos no jornal O Liberal e nas entrevistas. Lembro do episódio da ausência do dr. Jarbas no debate na rádio Tabajara, quando o dr. Sérgio avacalhou, chamou ele até frouxo, que não tinha coragem de debater. Taí o resultado, bem feito, quem mandou ser arrogante e prepotente. A classe está de queixo caído, ninguém esperava tanto, e o dr. Sérgio de queixo inchado pelo golpe certeiro.
Se tivesse que atribuir uma nota de 1 a 10 para os candidatos concorrentes à presidência da OAB-PA, nesse debate na RBA, daria as seguintes notas:
Jarbas:9,9
Mailton:0,5
Sérgio:0,1
Sr. Blog,
Lamentável perceber que dois candidatos, para dizer que compartilhavam idéias, usaram o termo de encontro quando deveriam ter empregado vem ao encontro.
Sem alarido da descoberta da pólvora, já que qualquer neófito da gramática sabe que essas expressões parecidas têm sentidos completamente antagônicos, de encontro significa (segundo o Dicionário Houaiss) no sentido oposto a, prestes a chocar-se com.
Ora, se a intenção deles era dizer que concordavam com idéias iguais, o esperado de quem se candidata a cargo dessa natureza e importância seria usar a expressão vem ao encontro, cujo significado é atender.
Não vou considerar que a expressão ao encontro de, sem os verbos ir ou vir, significa em procura de, no esforço por, porque seria cobrar demais desse pessoal...
Será que fizeram o exame nacional da OAB?
Poster, faltou você mencionar o que mais impressionou os advogados, pelo menos a mim, nesse debate: o pedido de desculpa do dr. Sérgio Couto aos juízes trabalhistas da AMATRA,quando presidente da OAB, se retratando de um desagravo público que a OAB havia publicado defendendo as prerrogativas de advogados ofendidos no exercício da profissão. Essa eu não esperava, sinceramente... Nunca eu podia imaginar que um presidente da OAB fosse capaz de tamanha baixeza. Quero ver esse documento! Acho que todos temos direito de conhecer esse documento de negação da nossa mais cara garantia, de subserviência de um presidente. Como diria Boris Casoy: Isso é uma vergonha!
Meus caros:
Essa turma de advogados parece a que mais representa o conservadorismo: 1) todos empacotados, num clima que merece uma camiseta; 2) falam errados, imgaginem escrevendo; 2) todos nervosos, imagigem numa defesa; 4) égua da classe!!
Observem a defesa oral e as peças produzidas que logo se perceberá que as faculdades são, de regra, uma porcaria.
esse caboclão Mailton é realmente uma boa nova O cara traz para o debate uma realidade pouco conhecida, os advogados lisos, que andam breados e são humilhador por ai
Achei uma vergonha dois candidatos trocando ofensas e falcatruas feitas quando estavam no poder e apenas um advogado reconheceu a classe do advogado que anda de onibus esse sim se preocupa com a classe..parabens pelas palavra Mailton
E se eu tivesse que dar uma nota daria o sequinte:
Mailton: 9.0 - sem acusacoes de imposto ou ma administracao e sim defendendo nos advogados.
Sergio couto: 5.0 todo enrolado na carreira cheio de confusoes
Jarbas:4.0 Um sujo falando do mal lavado..troca de acusacoes
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