domingo, 24 de maio de 2009

Laura Rossetti deixa a Sespa

No AMAZÔNIA:

A nova secretária de Estado de Saúde Pública é a médica Danielle Cavalcante. Ela assumiu interinamente a Sespa desde anteontem, depois de audiência entre a ex-secretária Laura Rossetti e a governadora Ana Júlia Carepa, que aceitou o cargo colocado à disposição. A saída de Laura Rossetti representa o mais alto grau de crise entre PT e PMDB. Aliás, a cúpula peemedebista deve se reunir neste final de semana para avaliar a participação no governo petista e tomar um direcionamento já pré-eleitoral. Sespa, Hospital Ofir Loyola, Santa Casa de Misericórdia e Departamento Estadual de Trânsito (Detran) já não representam a galinha dos ovos de ouro para o PMDB. O partido está de saída do governo.
A ex-secretária Laura Rossetti, em entrevista à Imprensa, disse que a decisão foi 'muito pessoal' e não detalhou nada sobre a audiência com a governadora. O que se especula, na verdade, é que a saída foi rigorosamente programada para acontecer no final de semana, a fim de evitar maiores ecos. Laura teria tido a semana inteira para fazer relatórios e apresentá-los à Ana Júlia. O fez durante a audiência de sexta, apenas para que a governadora tomasse pé de como estão as coisas na secretaria comandada por três anos pelo PMDB.
Laura Rossetti reitera que sua demissão não tem nada a ver com a briga política por cargos. Sua principal afirmação foi: 'Eu sou uma técnica. Tenho perfil técnico. Nunca me envolvi com política. Deixo isso para os políticos'.
Na verdade, a queda de Rossetti era esperada após o colapso do Hospital Ofir Loyola. Com a divulgação do caos vivido pelo hospital, todos os diretores entregaram os cargos, em bloco, sobretudo depois da divulgação de uma auditoria realizada pela Auditoria Geral do Estado, atribuindo a crise à má gestão dos peemedebistas.
O saldo de Rossetti e do PMDB para a Sespa e ao Estado foi mais que desastroso. A Fundação Santa Casa de Misericórdia, antes referência nacional em partos de alto risco, ganhou o estigma de maternidade das mortes em série de recém-nascidos - mais de 300. Além das condições subumanas de atendimento.
No Hospital Ofir Loyola a situação também é grave. Equipamentos quebrados, como o da radioterapia, contribuíram para a morte ou agravamento do estado de saúde de portadores de câncer. O único hospital público do Pará que trata a doença não tem remédios e atende também em precárias condições. O Hospital de Clínicas Gaspar Vianna, assim como os hospitais regionais, não estão funcionando plenamente para atender toda a demanda. E pacientes do interior acabam superlotando os Pronto-Socorros da capital.
Sombra - Por outro lado, Danielle Cavalcante, sombra de Laura Rossetti, parece não ser a solução. Mesmo em curto prazo. Da base petista, sob ela pesam acusações de nepotismo na própria Sespa.
Ela carrega na bagagem o trabalho realizado na Secretaria Municipal de Saúde de Belém, durante a gestão do ex-prefeito Edmilson Rodrigues. Ela foi braço direito de Pedro Ribeiro Anaice, o ex-secretário, que está à frente de Organização Social (OS) que administra o hospital regional de Redenção. Mas Anaice seria apenas preposto do ex-deputado sem partido Luiz Afonso Sefer, à frente do negócio.

Um comentário:

Poster disse...

Grato pelos comentários, Filipe.
E pelas informações (rsss).
Abs.