sexta-feira, 8 de maio de 2009

Greves esvaziam salas

No AMAZÔNIA:

Escolas vazias e opiniões divididas marcaram o primeiro dia de greve dos funcionários da rede estadual de ensino na Região Metropolitana de Belém. Iniciada oficialmente à tarde de ontem, segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Pará (Sintepp), a paralisação já resultou em várias unidades sem aula - principalmente por conta da greve dos rodoviários de Belém e Marituba, que impediu a chegada de estudantes desavisados. No interior do Estado, servidores de pelo menos seis municípios já confirmaram adesão: Salinópolis, Marapanim, São Miguel do Guamá, Paragominas, São Geraldo do Araguaia e Tailândia. A expectativa do Sintepp é que, até a tarde desta sexta-feira, 50% dos 143 municípios paraenses já tenham confirmado a paralisação.
Deflagrada após manifestação diante da Secretaria de Estado de Planejamento, Orçamento e Finanças (Sepof), à manhã de ontem, a greve na rede estadual de ensino é a primeira do ano e dá sequência à mobilização para pressionar o Governo do Estado a aceitar as reivindicações da classe. As principais são o reajuste de 30% sobre o piso salarial da categoria, que atualmente está fixado em um mínimo de R$ 430, e a extensão do auxílio alimentação a todos os funcionários, com valor de pelo menos R$ 300. Ambas as propostas foram recusadas pelo governo, que sustenta o argumento de que não há verbas para atendê-las.
À manhã de ontem, a reportagem esteve em algumas escolas estaduais de Belém e constatou que o movimento foi quase nulo. Além da falta dos professores que já estão em greve, outra paralisação, a dos rodoviários, fez com que mesmo os alunos mais desavisados deixassem de comparecer ao dia letivo. À porta das escolas, faixas e cartazem continham pedidos como 'mais segurança', 'mais condições de trabalho' e 'aumento salarial já'. Mas nem todas aderiram - pelo menos oficialmente - à medida do Sintepp.
Situadas no bairro de São Brás, as escolas de ensino fundamental e médio Vilhena Alves e Augusto Meira ostentavam o mesmo cenário: salas vazias, funcionários desocupados e silêncio total. Na primeira escola, o Amazônia foi impedido de entrar, mas a diretora, identificada como Luiza Melo, afirmou por intermédio da vigia de plantão que, ali, ninguém havia aderido à greve. Os professores, segundo a diretoria, teriam comparecido, mas os alunos foram liberados por conta da falta de ônibus.

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