No AMAZÔNIA:
Mais uma tentativa de negociação entre servidores grevistas da rede estadual de ensino e o governo do Estado resultou em tumulto, bate-boca e trânsito lento em várias ruas e avenidas do centro de Belém, à manhã de ontem. Conforme programado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Pará (Sintepp), articulador da greve, uma manifestação com a presença de professores e técnicos de todo o Estado partiu da Praça Santuário, antigo Centro Arquitetônico de Nazaré (CAN), em frente à Basílica, rumo à sede da Secretaria de Estado de Planejamento, Orçamento e Finanças (Sepof), para se reunir com representantes de governo e discutir as demandas da classe. Novamente, não houve acordo e as aulas continuam suspensas.
Por volta das 9h de ontem, a presença de manifestantes na Praça Santuário ainda era tímida. Mas, menos de uma hora depois, uma multidão de servidores já havia se concentrado no local com cartazes, faixas e panfletos de denúncia em mãos, convocando quem passava pelo local a seguir até a Sepof. Além do Sintepp, participaram do protesto representantes de associações escolares e centrais sindicais, membros da Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas) e alguns alunos de escolas estaduais como a Visconde de Souza Franco, do bairro do Marco.
A caminhada até a secretaria foi pacífica, sob o monitoramento de agentes da Companhia de Transportes do Município de Belém (Ctbel) e da Polícia Militar. O tráfego foi interrompido por alguns minutos nas avenidas Nazaré, Governador José Malcher e em parte da travessa 14 de Março, o que fez com que o trânsito ficasse lento em várias ruas da região central.
Durante o percurso, a manifestação engrossou a ponto de reunir quase mil pessoas. Os representantes do Sintepp aproveitaram para explicar ao público as reivindicações da classe - que, além do reajuste salarial de 30% para todos os níveis (operacional, médio e superior) e o auxílio-alimentação de R$ 300 a todos os servidores, exige do governo do Estado a reforma imediata de cerca de 300 escolas paraenses, a aprovação de um plano de cargos e carreiras e a retratação de todas as demissões de temporários feitas às pressas na semana retrasada.
'Desde que entramos em greve, o governo não ligou uma única vez para o sindicato. Eles não mudam a proposta de igualar nosso piso ao salário mínimo. Isso é uma vergonha, um absurdo, até na rede municipal isso foi feito de forma automática logo no começo do ano', disse a coordenadora do Sintepp Conceição Holanda. 'Antes, professor do Estado ganhava o equivalente a dez salários mínimos, hoje a base é R$ 430 para cada cem horas de trabalho árduo. São perdas históricas que precisam ser reparadas com urgência', completou.
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