Greve fecha portas do PSM da 14

No AMAZÔNIA:

Servidores em greve fizeram piquete, ontem de manhã, em frente ao Pronto Socorro Municipal da 14 de Março, no Umarizal, e impediam a entrada de pacientes no hospital. Uma senhora de 73 anos, que ficou mais de uma hora à espera de atendimento do lado de fora do hospital, acabou morrendo. Teresa de Jesus Moraes, que sofria de diabetes e teve um AVC, precisava de uma máscara de oxigênio, pois estava sentindo falta de ar. A diretora geral da Sesma, Kendra Botelho, informou que a paciente entrou no hospital por volta de 8h30, após enfrentar dificuldade de acesso por conta de piquete dos servidores em greve no HPSM da 14 de Março. 'A paciente entrou e foi para o oxigênio e para sala de choque. Ela estava com um AVC em estado gravíssimo e acabou morrendo às 11h30', destacou.
Edmilson Moraes, filho de Teresa, disse que se sentia indignado com a situação da saúde no município. Para piorar, ele informou ainda que achava absurda a gritaria dos servidores em frente ao hospital. 'Além de todos os problemas no hospital, o barulho deixa os pacientes nervosos', disse.
A manifestação aconteceu por causa da greve dos servidores de saúde do PSM do Guamá, que já dura mais de cinco dias. Sem adesão dos funcionários da 14 de Março, eles decidiram pressioná-los para que a paralisação ganhe mais força. Além dos dois prontos-socorros, foi informado por representantes do Sindisaúde que o servidores dos hospitais do Tapanã, Icoaraci, Mosqueiro e Sacramenta também aderiram à greve. Segundo os manifestantes, eles estão sem receber salário, adicional de férias e o aumento prometido durante a última campanha para a eleição do prefeito Duciomar Costa. Amanhã, os protestos serão feitos no PSM do Guamá.
Enilda dos Santos saiu de Marituba para que seu pai fosse atendido. Ele teve um acidente vascular cerebral (AVC), mas também não foi atendido no PSM da 14 de Março. A filha saiu do hospital aos prantos.
Horas de protesto e mais confusão durante a manhã. A Delegacia de Meio Ambiente (Dema) foi acionada, por conta do barulho dos grevistas, que estaria incomodando os pacientes.
Revoltados, servidores acabaram interditando a travessa 14 de Março, bloqueando a passagem dos carros em frente ao PSM, mas um taxista furou o bloqueio e atropelou uma das servidoras, a integrante do Sindsaúde, Fátima Luz, de 60 anos. O taxista tentou fugir após bater a mulher, mas foi encontrado e levado, juntamente com a vítima, para a Seccional da Pedreira, para prestar declarações.
De acordo com a coordenadora do sindisaúde, Fátima Luz, a falta de médicos no hospital é a prova do descaso no setor. Ela ressaltou que a greve continua. 'A gente sabe que a saúde é um serviço essencial e estamos fazendo o possível para que a sociedade consiga perceber que o problema não está em nós, servidores de saúde, mas na gestão municipal'.