quarta-feira, 20 de maio de 2009

Ana Júlia vive dilema para fazer mexida na Secom

Deem-me um nome e eu vos brindarei com uma troca.
Ofereçam-me uma alternativa e eu o substituirei.
É isso, mais ou menos, que a governadora Ana Júlia tem dito aos que lhe são mais próximos, desde que passou a ouvir, cada vez com maior insistência, que é preciso, urgentemente, fazer uma mexida na Secretaria de Comunicação (Secom) do governo do Estado, atualmente ocupada pelo professor Fábio Castro.
Desde a semana passada, com a mexida das pedras no tabuleiro das secretarias - do que resultou na ida de Edilson Rodrigues de Sousa para a Secretaria de Governo e da economiária Noêmia Jacob para a presidência do Banpará, crescem as especulações indicando que as próximas substituições vêm a galope.
E não demorarão muito a se concretizar.
Mais precisamente, as mexidas que vierem a ser feitas deverão ser operadas até o final deste mês.

Mudanças na Secom são inadiáveis
Após a passagem por Belém, na semana passada, de Paulo Haineck, que foi o marqueteiro da governadora Ana Júlia Carepa na campanha de 2006, o núcleo do núcleo do núcleo – não importa se duro, mole ou mais ou menos – do governo já está convencido de que uma das alterações que mias se evidenciam inadiáveis é na Secretaria de Comunicação.
E o diagnóstico apresentado por Haineck, ao que parece acolhido pelos condestáveis da Democracia Socialista – a tendência minoritária no PT do Pará, mas que dá as cartas na administração de Sua Excelência-, é o de que o perfil ideal do substituto de Fábio Castro, para contemplar as aspirações de um governo que não apenas precisa se comunicar melhor, mas também precisa vender uma imagem melhor, não é nem o de um jornalista, mas de um publicitário.
A presença de um profissional da área de publicidade e marketing também se mostraria mais adequada e oportuna porque o próximo ano será de eleição. E em ano de eleição, vocês sabem, aí mesmo é que a propaganda é a alma do negócio.

Quem?
A questão é: quem colocar no lugar de Fábio?
E mais: de que forma substituir o doutor Fábio sem relegá-lo ao limbo, ao esquecimento, mas mantê-lo no governo, numa outra função, como prêmio por sua discrição e pelo empenho de fazer o melhor, ainda que o melhor não venha sendo feito?
Quem?
Esse é um o principal dilema da governadora Ana Júlia.
Por enquanto, não se cogitam nomes.
Mas se cogita até mesmo a possibilidade de trazer alguém de fora do Pará para enfrentar o desafio de assumir a Comunicação Social do governo do Estado.
Essas importações, todavia, são sempre problemáticas.
Corre-se o risco de trazer alguém que levará algum tempo para aprender que a avenida Presidente Vargas não cruza com a Doutor Feitas e que Alter-do-Chão, a praia mais bonita do Brasil, fica em Santarém, e não na Ilha do Marajó.

A candidatura Puty, um complicador
E se não bastasse a dificuldade em encontrar um nome para substituir Fábio Castro, há pretensões e intenções adicionais que podem trazer ao governo Ana Júlia gravames, constrangimentos e turbulências políticas ainda mais sérios do que aqueles que já enfrenta, como se verifica com a aberta insatisfação de PMDB & Cia. ilimitada.
É o caso, apenas para citar um exemplo, da candidatura do atual chefe da Casa Civil do governo do Estado, Cláudio Puty, a deputado federal.
No governo e no PT, todos sabem que Puty, mesmo na condição de chefe da Casa Civil, entrou no ritmo de campanha.
Puty já começou até a comparecer a despedidas de mocinhas – ou moçoilas, como queiram - que vão participar de encontro de estudantes em outro Estado.
Não demora muito, Sua Excelência aparecerá carregando criancinha no colo ou, quem sabe, aparecerá até aqui pela redação, para uma festinha de aniversário da Pucca, a pet linda, educada e discreta que ainda está à procura, vejam só, de um príncipe encantado.
Todos sabem, portanto, que Puty é candidato.
Até Puty sabe disso! Até Puty!
Puty tem o direito de ser candidato ao mandato que quiser. E Sua Excelência a governadora tem o direito de apoiar candidaturas de personagens de sua tendência e que a ajudam no governo.
O problema é que Puty candidato fora do governo é uma coisa, e dentro do governo é outra coisa.
O fato de Puty aspirar a um mandato na Câmara dos Deputados e continuar como chefe da Casa Civil, o segundo cargo mais importante e de maior visibilidade no governo, é que tem incomodado e causado ciumeiras em vários segmentos do PT.
Inclusive e sobretudo, vale dizer, na Assembleia Legislativa.
Até agora, no entanto, Puty está fora da lista dos substituíveis.
Mas, dependendo do curso dos acontecimentos, até ele pode entrar na lista.
Até ele.

9 comentários:

Anônimo disse...

Paulo, isso se for verdade é Peculato e Assédio Moral, sim pois esta se aproveitando do cargo para se beneficiar , tirar proveio para si aindo de maneira "altruista para consigo mesmo" .

Bruno_Philósopho disse...

Mano,

Tem um erro no primeiro parágrafo. Não é idade e sim ida de (leia Desde a semana passada, com a mexida das pedras no tabuleiro das secretarias - do que resultou na idade de Edilson Rodrigues de Sousa para a Secretaria de Governo e da economiária Noêmia Jacob para a presidência do Banpará, crescem as especulações indicando que as próximas substituições vêm a galope.)

Poster disse...

Bruno, o grande observdor...
Está corrigido, amigo.
Obrigadísimo.
Abs.

Anônimo disse...

A comunicação do governo tucano era amparada em obras, é verdade. Mas o fato de ser conduzida por um profissional com a experiência em marketing político era um vetor desse sucesso. O que não entendo é porque a governadora não chama o marketeiro Chico Cavalcante, que hoje trabalha até para o PT nacional, para assumir de uma vez a comunicação de seu governo. Se hoje Edmilson e sua administração ainda tem um recall positivo em Belém - contra a imprensa e contra o PSDB que então dominavam tudo - foi graças a uma comunicação acertada e agressiva tendo Cavalcante no comando. Está na hora de esquecer as soluções importadas e colocar um paraense no comando da comunicação desse governo.

Anônimo disse...

Você escreveu: "se cogita até mesmo a possibilidade de trazer alguém de fora do Pará para enfrentar o desafio de assumir a Comunicação Social do governo do Estado". Se Ana Júlia fizer essa PALHAÇADA vai levar na cara! Ela já tentou. Durante a licitação de publicidade do governo apareceram por aqui duas agências de fora do Estado que foram ENXOTADAS rapidinho. Já basta fazer um governo sofrível. Não precisa insistir em que os paraenses não prestam para nada. Na área de comunicação, o Pará dá um banho em estados como o Rio Grande do Sul, por exemplo. Só quem não vê isso é a governadora. Já basta esse consultor que ela trouxe do Rio Grande do Sul e que nunca ganhou nenhuma eleição na vida (a não ser a dela, que foi PERDIDA pelo PSDB e não GANHA pelo PT) e que vem aqui tratar os paraenses como se fossem imbecis.

Anônimo disse...

Taí, boa idéia: por que a Ana Júlia não chama o Orly Bezerra para assumir a comunicação de seu governo? Afinal, ele agora estará com a conta da PMB e isso não aconteceria sem a aprovação do núcleo mezzo duro mezzo mole de Duciomar, do qual faz parte Raul Meireles, amigo de infância da governadora. Esse tal Chiquinho Cavalcante ela não vai chamar nunca. Ele é da cota do PSOL. É amigo do Edmilson, arquiinimigo da governadora e mesmo que esteja de braços dados com Lula não será perdoado nunca. Bem, ainda restariam aqui, melhores que o tal Heineck, os seguintes nomes: Glauco Lima, Anselmo Gama, Vadinho, Juvêncio Arruda, Rodolfo Grandi, etc. Isso se falarmos de marketeiros. Se falarmos de jornalistas o leque se amplia. Um dos nomes está ali mesmo, ao lado da governadora: Paulo Roberto Ferreira. Viu? Se ela souber procurar, vai achar alternativas sem precisar importar gente do outro lado do país.

CHICO CAVALCANTE disse...

Pelo amor de Deus, me incluam fora dessa discussão.

Anônimo disse...

O Hainecker jamais aprovaria o Chiquinho Cavalcante.

Anônimo disse...

O milagre que a governadora está esperando não vai acontecer.
A comunicação de um governo depende, antes de tudo, de dois fatores: primeira, as realizações objetivas desse governo; segundo, a quantidade de recursos disponíveis para executar as ações de comunicação, especialmente na mídia de massas - tv, rádio, jornal. O governo não fez nada. Ou melhor, fez uma boa quantidade de bobagens. Mas não tem obras. Nada que tenha sido tirado do chão pela governadora. Nada que seja digno de nota. É uma nulidade. Segundo, embora o ORÇAMENTO de publicidade nesse governo pareça grande, o FINANCEIRO é pequeno. Ou seja, ele não consegue manter regularidade porque deve aos grandes veículos cerca alguns milhões de reais; deve as agências, deve as produtoras, deve a profissionais. Então, mudar o motorista desse carro desgovernado não vai dar em nada. O governo Lula faz pouca propaganda. Basta ligar a tv para perceber que o governo federal não é mais o principal anunciante do país - posto que manteve por três décadas. Mas o presidente, atacado pela imprensa todo dia, continua batendo recordes de aprovação e de preferência popular. O que explica isso não é "a comunicação" do governo, mas O PRÓPRIO GOVERNO. Se o governo é incompetente, indolente, constrói alianças em base a promessas que não cumpre, deve a Deus e todo mundo, pode vir quem vier. Vai ser a mesma craca. Acho que as pessoas esquecem, mas o doutor Fábio veio para substituir Fátima Gonçalves. Chegou como anjo vingador, demitiu duas dezenas de jornalistas e remontou a máquina da Secom, que deixou de ser Coordenadoria e passou a ser Secretaria. Mas não funcionou. E não funcionou não porque o Fábio não quis ou porque ele seja "incompetente", mas por uma razão mais simples: saco vazio não se põe em pé.