terça-feira, 25 de novembro de 2008

Cidade vira barril de pólvora

No AMAZÔNIA:

Milhares de pessoas desempregadas devido ao fechamento de serrarias, carvoarias e olarias. Funcionários públicos sem receber o salário ao mesmo tempo em que surgem na cidade denúncias de desvio de recursos públicos na prefeitura. Uma cidade sem juiz, nem promotor e com poucos policiais sem muita estrutura. Estes são os ingredientes que transformam a cidade de Novo Progresso, na BR-163, em um barril de pólvora pronto a explodir a qualquer momento com desfecho trágico.
Ontem, um grupo de madeireiros que se sente prejudicado com as ações de fiscalização do Ibama promoveu um protesto tenso na cidade. Eles reclamam que o setor florestal está 100% parado, que o governo fechou as empresas e não ofereceu nenhuma alternativa de geração de emprego e renda. O resultado é desemprego, aumento da violência e aumento do clima de tensão na cidade.
Como se não bastasse, as disputas políticas acabam prejudicando a população. O juiz e o promotor tiveram que sair da cidade por medida de segurança depois que o prefeito Tony Fábio (PT) perdeu a eleição, em outubro. Os funcionários reclamam que não recebem o salário em dia e acusam o prefeito de desviar mais de R$ 500 mil dos recursos do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). Ontem de manhã, centenas de professores fizeram um protesto em frente ao fórum da cidade, reivindicado uma ação da Justiça.
Como a prefeitura se tornou a principal empregadora da cidade, o não pagamento dos salários aumenta a crise econômica. O presidente da Associação Comercial e Industrial de Novo Progresso (Acinp), Antonio Cardoso, diz que uma situação de caos e calamidade está se formando e culpa o poder público. 'O desemprego é de quase 100%, as serrarias estão fechadas, as famílias dos trabalhadores já estão passando necessidade', diz, reclamando que o governo impede as atividades econômicas e não oferece alternativas.
Cardoso diz que a sociedade civil organizada não consegue nem mesmo se reunir com as autoridades. 'Prefeito não se encontra na prefeitura, a cidade não tem juiz e promotor', denuncia, informando que o Ibama nem sequer responde aos pedidos de reunião feitos pela Associação Comercial. 'Todos os segmentos que procuram formas de funcionar de forma correta não conseguem nem sequer informações', dispara.
O empresário alerta que a situação está chegando a um nível crítico. 'Eu acredito que o povo de Novo Progresso está no limite da aceitação. Será que estão querendo criar uma situação de descontrole, de desordem pública, para taxar o povo dessa cidade de desordeiro como sempre esses órgãos governamentais fazem', desabafa o empresário, pedindo às autoridades que tomem providências urgentes.

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