No AMAZÔNIA:
Policiais federais e membros da Força Nacional devem chegar na manhã de hoje em Paragominas para dar início às investigações sobre os atos de vandalismo praticados na noite de domingo, 23, na garagem e no escritório do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), no bairro Promissão I.
Por volta de 19h30 cerca de 600 pessoas invadiram a garagem do Ibama, localizado em frente ao prédio do Parque Ambiental da cidade e promoveram um quebra-quebra, ateando fogo em cinco viaturas e espalhando pânico na área. Na hora do ocorrido, pessoas que passavam pelo local passaram a participar do episódio, ajudando a queimar e virar as viaturas do Ibama.
Depois de incendiar os carros, as pessoas se dirigiram para o Parque Ambiental, onde funciona o escritório regional do Ibama. Logo que chegaram, os líderes da confusão passaram a depredar e destruir a sala, quebrando móveis e ateando fogo em documentos. Durante a sessão de vandalismo, 14 caminhões apreendidos, carregados de toras de madeira, foram roubados da garagem do órgão. A confusão só teve fim depois que equipes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros chegaram ao local.
Apesar de todo o prejuízo causado, até o final da tarde de ontem os líderes da invasão não tinham sido identificados e ninguém foi preso. Em conversa com a reportagem, o diretor da Seccional de Paragominas, delegado Vicente Gomes, disse que a Polícia Federal e a Força Nacional conduzirão as investigações sobre o caso. 'Estamos acompanhando tudo e vamos ajudar no que for preciso' Ressaltou.
Na manhã de ontem, o dono de um dos caminhões que estava retido na garagem do Ibama e que foi levado na hora da invasão compareceu à delegacia para declarar que ele mesmo retirou o caminhão do local temendo que o mesmo viesse a ser incendiado.
Ameaças - A polícia de Paragominas ainda não definiu um rumo para as investigações sobre a depredação. Os comentários que circulam na cidade é que a ação partiu de índios e de carvoeiros insatisfeitos com as operações realizadas em Paragominas por agentes do Ibama. Na semana passada, vários fornos foram destruídos e grande quantidade de madeira foi apreendida, juntamente com veículos e motosserras. Há cerca de dois meses o gerente regional do Ibama teve que deixar a cidade porque recebeu ameaças de morte, por telefone.
Repúdio - Em nota distribuída à imprensa na manhã de ontem, o prefeito de Paragominas, Adnam Demacki, lamentou o episódio. 'Os autores devem ser identificados e punidos', afirma.
Na nota, assinada também pelo presidente da Câmara de Vereadores e por várias lideranças do setor madeireiro, os signatários ressaltam que 'desde a operação Arco de Fogo a sociedade civil vem buscando alternativas para minimizar os impactos causados na região'. 'As atividades, mesmo quando ilegais ou informais, representam o meio de vida de muitas famílias', alertam.
No final do documento, as lideranças afirmam ser fundamental 'que as autoridades, principalmente os policiais, saibam reagir de forma equilibrada e responsável, evitando aumentar o clima de tensão que se abateu sobre a região', encerra a nota.
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