No AMAZÔNIA:
No início da tarde quatro policiais presos foram transportados, no avião da PF, para Belém: o delegado Luiz Roberto Nicácio da Silva e os investigadores Arlen Marcelo Maciel dos Santos, José Maria Miranda dos Santos e Nerivaldo Pereira do Vale. Eles desembarcaram na capital por volta das 13h30 e encaminhados ao prédio da Superintendência da PF, na avenida Almirante Barroso. No início da noite, chegaram a Belém mais dois investigadores - Marcelo Fernandes Vasconcelos Cunha e Antônio Carlos Pires Fernando (que seria o chefe de operações da Delegacia de Altamira), além de Agilson Lima de Oliveira, o 'Gordo', apontado pela PF como traficante. Um investigador permaneceu em Altamira.
Eles viajaram sob a escolta de agentes federais e policiais civis da Corregedoria da Polícia Civil. Por volta das 17h20, concluídos os depoimentos do delegado e do três investigadores que chegaram primeiro a Belém, começaram os preparativos para que eles deixassem o prédio da PF. Trajando paletó e gravata, e sem esconder o rosto, como fizeram os três investigadores, o delegado Nicácio aparentemente demonstrava estar calmo. Assim como os demais, ele não deu declarações à imprensa.
Na hora de sair do prédio, o delegado se equivocou, dirigindo-se à entrada principal da PF, quando, na verdade, deveria sair pela área que dá acesso ao estacionamento da instituição. Pouco antes das 19 horas eles foram entregues à Polícia Civil. Primeiro foram levados para o Instituto Médico Legal, para fazer exames de corpo de delito - um procedimento de praxe após prisões, necessário para provar que não houve ofensa à integridade dos acusados. Em seguida, todos seriam encaminhados à casa penal Anastácio das Neves, localizada no Complexo de Americano, no município de Santa Isabel, e destinada a servidores públicos acusados da prática de crimes diversos.
Familiares de alguns dos acusados foram à sede da PF, assim como o investigador Raimundo Rivas, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos da Polícia Civil do Estado do Pará (Sindpol). Acompanhado de dois advogados da entidade, Rivas foi obter informações sobre as circunstâncias das prisões do delegado e dos investigadores. O delegado Domingos Sávio, da Delegacia de Crimes Funcionais (Decrif), da Corregedoria Geral da Polícia Civil, também compareceu à PF e acompanhou os procedimentos feitos contra os policiais civis. Ele, no entanto, não deu declarações à imprensa.
O mandado de prisão contra o delegado Nicácio, de 46 anos, que foi nomeado para o cargo em fevereiro de 2005, foi expedido pela juíza Carolina Cerqueira de Miranda, no exercício da 3ª Vara da Comarca de Altamira. Ao mandar prendê-lo, a magistrada informou que o delegado é acusado de praticar os crimes tipificados nos seguintes artigos do Código Penal Brasileiro: 288 (formação de quadrilha), 317 (corrupção passiva), 312 (peculato) e 319 (prevaricação). Todos os acusados continuarão presos, à disposição da Justiça.
Nenhum comentário:
Postar um comentário