segunda-feira, 25 de maio de 2009

Magistrados fazem campanha pelo fim do trabalho escravo

No AMAZÔNIA:

A Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 8ª Região (Amatra) promoveu durante a manhã de ontem, na praça da República, campanha pela erradicação do trabalho escravo e pela aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 438, que trata sobre a expropriação de terras em que forem encontradas situações análogas à de escravo.
De acordo com o presidente da Amatra, Gabriel Velloso, o combate ao trabalho escravo e a denúncia deste tipo de crime é uma das principais ferramentas para que a ação seja erradicada no Pará, uma vez que o Estado ainda lidera o ranking de denúncias e casos sobre este tipo de trabalho. 'Muitos ainda desconhecem o trabalho escravo e não sabem como identificar. Nosso objetivo é fazer com que a sociedade tenha consciência de que é preciso combater esse trabalho. Se estivermos unidos e mobilizados, poderemos mudar esta realidade', acredita Velloso.
Gabriel explica ainda que outra forma de combate seria a mobilização da sociedade para pressionar a aprovação da PEC 438. Ele afirma que, com a medida, a luta contra a prática do trabalho escravo estaria mais reforçada. O senador José Nery, também envolvido com a causa, acredita que a PEC seja aprovada ainda este ano. 'Se nos mobilizarmos e fizermos pressão, acredito que a medida poderá ser aprovada o mais rápido possível. É uma causa social e urgente, que não podemos deixar para depois', diz.
Mesmo lutando a favor da medida, Nery afirma que apenas a aprovação da Pec não resolveria o problema. 'Serão necessárias políticas públicas de qualidade, que combatam a raiz deste tipo de ação e, principalmente, que condenem os responsáveis que oferecem condições precárias para os trabalhadores', completa o senador, que ressalta que iniciativas como a reforma agrária para trabalhadores rurais evitariam que estes se submetessem ao trabalho escravo. A previsão da organização do evento é conseguir cerca de 100 mil assinaturas para a aprovação da PEC.
A mobilização, que reuniu centenas de pessoas próximas ao palco montado para a campanha, contou com as parcerias do Ministério Público do Trabalho, Secretaria de Justiça dos Direitos Humanos, Comissão Pastoral da Terra, Associação dos Auditores Fiscais do Trabalho do Pará (Assinatra-PA), Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Pará (OAB-PA), entre outras instituições. Durante toda a manhã, esclarecimentos acerca do assunto estavam sendo feitos pela coordenação da campanha, por meio de folhetos e pronunciamentos no palco. O evento contou ainda com a apresentação dos grupos regionais Iaçá e Arraial do Pavulagem.

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