No AMAZÔNIA:
No começo da noite de ontem, os rodoviários de Belém e de Marituba, que somam oito mil trabalhadores, reuniram-se em assembléia geral no espaço de shows Carrossel, e, em seguida, saíram em passeata pela avenida Almirante Barroso até a praça do Operário, em São Brás, onde armaram barracas e anunciaram para motoristas, cobradores e passageiros dos ônibus urbanos o começo da greve da categoria à zero hora de hoje. O movimento grevista deverá ser marcado, pelo menos hoje, pela mobilização constante dos funcionários das 17 empresas rodoviárias de Belém e três de Marituba, inclusive, com a intenção de convencer os rodoviários de Ananindeua a não circularem com os ônibus pela capital paraense. A deflagração da greve foi motivada pela falta de acordo entre rodoviários e os dirigentes das empresas na segunda audiência de conciliação na Superintendência Regional do Trabalho, pela manhã. A greve, além do transtorno para cerca de 450 mil usuários de ônibus nos dois municípios, mexe com o movimento de compras para o Dia das Mães, segunda maior data de vendas no setor comercial.
Há um mês e meio, como informou o supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócioeconômicos (Dieese-PA), Roberto Sena, os rodoviários urbanos de Belém e Marituba propuseram ao Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Belém (Setrans-Bel) 12% de reajuste salarial (o mesmo índice do salário mínimo) e mais elevação do valor do tíquete-alimentação de R$ 242,00 para R$ 320,00 e do valor do auxílio-clínica dos atuais R$ 90 mil mensais para R$ 200 mil por mês, como principais tópicos de uma pauta com 32 reivindicações sindicais, sociais e econômicas.
Ao longo do mês de abril, as negociações dos rodoviários com o Setrans-Bel não avançaram, e no final deste período, na última rodada de negociações entre as partes, os empregadores ofereceram 4% de reajuste salarial. A previsão de cálculo do Dieese-PA para a inflação dos últimos 12 meses é de 5,65%.
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