sexta-feira, 15 de maio de 2009

Divisão mina a greve

No AMAZÔNIA:

A greve do setor da educação no Estado ainda está mais confusa do que nunca, pelo menos em Belém. O que se encontra em algumas das escolas estaduais na cidade são diretores com informações desencontradas, estudantes sendo submetidos a rodízios para ter aulas e professores que não anunciaram greve, mas que não vão para a sala. Tem até aluno taxando o movimento de 'palhaçada'.
Na escola Cordeiro de Farias não há greve, mas sim aulas parciais. De acordo com a diretora Silvia Almeida, os professores não quiseram aderir à greve por causa de uma reforma que faz com que apenas um dos quatro blocos do colégio esteja ativado. O professor de geografia, Osvaldo Costa, explicou que a paralisação tem o apoio dos professores do Cordeiro, mas que aderir a ela seria atrasar muito o conteúdo dos alunos.
Na mesma instituição, os alunos reclamam que, por causa da reforma, o conteúdo está muito atrasado. 'Eles fizeram um esquema de rodízio em que temos aulas só duas vezes por semana, e muito mal ministradas. Todas as outras escolas estão com o conteúdo adiantado e a gente ainda nem fez a primeira avaliação. Talvez porque não tenhamos aprendido o suficiente para nos avaliarem. Desse jeito, a gente perde o ritmo e fica desestimulado', diz Brian Lima, que cursa a 8ª série na escola. Ele também disse que a greve 'não pegou' e que alguns professores aproveitam a paralisação para não vir trabalhar.
No colégio Jarbas Passarinho, a diretora disse só não tem aula porque não tem alunos. Ela também culpou a mídia pela ausência dos estudantes. 'Os nossos professores estão por aqui logo de manhã cedo e só saem quando têm de comparecer a alguma assembléia. Sobre a ausência dos alunos, eu acredito que a abordagem dos jornais locais desestimule os alunos a sair de casa', comentou.
A escola Amílcar Tupiassú estava deserta na manhã de ontem, apesar de o digitador Edmar Conceição afirmar que a greve não atingiu a instituição. 'Os professores ainda não se reuniram para definir se estão em greve ou não, mas a maioria diz que a greve não vai dar em nada e que nem vale a pena se juntar', contradizendo a falta de aulas. Ele ainda comentou que o único que tem comparecido à instituição é um professor de matemática que se recusa a parar de trabalhar.
Na Norma Morhy, tanto alunos quanto educadores estão em atividade normal, alheios à greve. 'Muitos dos professores deste Estado estão em período probatório ou são temporários, o que faz com que eles tenham receio em aderir à greve.

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