No AMAZÔNIA:
Já na UFPA, instituição paraense que centraliza os debates sobre o novo Enem, a questão tem rendido muita polêmica. Em reunião no último dia 16, o Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe/UFPA) decidiu não aplicar o modelo até 2010, já que o Processo Seletivo Seriado (PSS) já está em curso para milhares de alunos de Ensino Médio. As mudanças no PSS, no entanto, já estariam em pauta de discussão mesmo antes de o MEC anunciar sua proposta, segundo a assessoria da instituição.
Duas soluções foram elencadas ao final da reunião e permanecem em aberto: ou a UFPA não adere ao novo Enem, ou faz dele uma das etapas de avaliação do vestibular da instituição - mesmo assim, somente a partir de 2011. A decisão final da UFPA só será divulgada no segundo semestre, mas alguns conselheiros já têm opiniões bem formadas - é o caso da Coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisas Sobre Educação Superior (GEPS) da universidade, a socióloga e mestre em Educação e Políticas Públicas Vera Jacob.
Dotada de um olhar bastante crítico em relação ao exame, Vera afirma que as falhas do antigo Enem se repetirão no novo método, só que em maior intensidade. 'Alguns dados do Enem mostram que o problema está na formação do aluno. Das maiores notas da prova, só 8% foram tiradas por alunos de escolas públicas', avalia. 'Ao invés de gastar rios de dinheiro com novos exames e ideias mirabolantes, o governo devia mesmo investir nesse aluno, dando a ele isenção de taxas e subsídios mínimos para que ele concorra de forma justa com um aluno da rede privada', completa a socióloga.
Segundo ela, é impossível fomentar a ideia de concorrência nacional enquanto o Pará mantiver sua posição nos relatórios do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica do Brasil (IDEB), o indicador mais confiável da qualidade de ensino do Brasil. Nele, o Estado aparece com a segunda pior média do país, precedido apenas por Pernambuco.
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