No AMAZÔNIA:
Numa final de 180 minutos, em que nenhum dos dois times tinha vantagem da soma de dois resultados iguais, o Paysandu precisou apenas da metade desse tempo para sagrar-se campeão paraense. No entanto, não falta um jogo? De fato, sim.
Restam 90 minutos, mas ao golear o São Raimundo por 6 a 1 ontem à tarde, no Mangueirão - a maior goleada do Parazão -, o Papão ficou numa condição de favorito absoluto para conquistar seu 43º título estadual.
Os próprios alvinegros, após a partida, deixaram claro que um placar elástico no próximo sábado só não é impossível porque dizem que isso não existe, mas é pra lá de improvável. Os bicolores, de forma diplomática, afirmam que nada está decidido. Porém, a torcida deixou o estádio estadual com a certeza que só falta cumprir a tabela para dar a volta olímpica.
O meia Zeziel, duas vezes, o centroavante Reinaldo, os laterais Allax e Aldivan e o volante Paulo de Tárcio marcaram ontem. O volante Marabá descontou para os santarenos.
Dentre os que se destacaram pelo Papão, mesmo não havendo peça destoante, estão Zeziel, com dois golaços em chutes de fora da área, a dupla de volantes formada por Dadá e Mael, o atacante Balão, o ala Allax e o meia Tetê - os dois últimos vindos do banco de reservas.
Em nenhum momento, o Paysandu deu chances ao adversário e, tivesse apertado mais um pouco, teria feito até mais gols. Curiosamente, não foi o jogo ofensivo que sempre caracterizou o time da Curuzu que fez a diferença. Sem os meias Vélber e Rossini, o Papão usou da forte marcação para não dar espaços à Pantera.
Mesmo quando o placar já era exagerado, o Paysandu não deixou de ser melhor. A impressão era que, do lado bicolor, havia mais de onze jogadores, tamanha era a eficácia da marcação. O São Raimundo teve, provavelmente, sua atuação mais apática em toda a competição, mas isso se deve muito mais à uma aplicação fortíssima dos alviazuis.
Ponto para um elenco que soube aproveitar 21 dias de intervalo entre um jogo e outro e entrou em campo com espírito de vencedor.
'Não lamento quem sai. Tenho que dar valor ao elenco e a quem vai entrar', comentou o técnico Édson Gaúcho no final. De fato, o espírito de união parece permear cada um que veste azul e branco.
Antes, durante e depois do jogo, atletas e membros da comissão técnica apresentaram um comportamento que dá a impressão que estão todos muito focados em um objetivo comum. Com o apito final, todos foram saudar os torcedores. Aí, mais um adendo favorável ao Papão. Antes do começo do jogo, a maioria dos atletas foi se solidarizar com o alvinegro Michell, que perdeu a mãe há três dias.
'Quando o Paysandu deixa jogar, vira um time comum. Quando marca pesado, fica muito mais forte. Não somos campeões. Comemoramos a vitória, mas não o título. Amanhã (hoje) voltamos a treinar mais forte ainda. Deixamos a festa com a torcida', observou o treinador bicolor.
O que deixou a atuação melhor foi que, mesmo tendo a pegada forte como principal característica, a marcação foi voltada ontem para a recuperação da bola e a saída rápida do ataque. Uma 'marcação do bem', diferente dos times que optam por esse expediente como uma forma de retranca. O Papão foi marcador e ofensivo.
Já o São Raimundo entrou apático em campo. O primeiro tempo foi uma sucessão de erros, mesmo os que não eram forçados pelos adversários. Os passes não saíam com precisão, a bola queimava nos pés dos jogadores.
Atletas que primam pela regularidade como o goleiro Labilá e o lateral-esquerdo João Pedro, de quem sempre se espera um algo a mais, estavam perdidos. O centroavante Hélcio, mesmo depois de uma lesão no ombro direito, foi um dos poucos a mostrar serviço.
As duas equipes voltam a se enfrentar no próximo sábado, no Mangueirão. Para reverter a situação, o São Raimundo precisa vencer por mais de cinco gols. Se repetir a mesma diferença de ontem leva a decisão para as penalidades. 'Golear numa final e ainda por cima um time como Paysandu não é impossível, mas é improvável. Vamos trabalhar para fazermos o nosso melhor', resignou-se o técnico Válter Lima.
A torcida bicolor amanhece hoje entoando o coro de 'É campeão!'.
2 comentários:
Como estão agora os falsos comentaristas das nossas rádios que malham o Sr Edson Gaucho.
Agora ficou claro que não é "o", mas "A" pantera.
Dócil e tímida.
Explica essa, Waltinho...
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