No AMAZÔNIA:
Moradores do conjunto Cidade Nova, em Ananindeua, participaram ontem de manhã da Caminhada da Paz, pelas ruas desse perímetro urbano, para pedir providências às autoridades públicas e conscientizar a população em geral sobre a necessidade de prevenir e combater a violência na Região Metropolitana de Belém.
Na defesa da tese de que a problemática da violência urbana está em franca ascendência, os participantes da Caminhada da Paz expuseram casos que marcaram a história da comunidade do conjunto Cidade Nova e adjacências. A caminhada fez parte da Festividade do Divino Espírito Santo, organizada pela paróquia homônima, e reuniu cerca de 200 pessoas. Os familiares e amigos do cabo da Rotam (PM) Wagner Santana, assassinado no dia 12 de março deste ano, organizaram uma marcha que seguiu a caminhada, alertando para as causas e efeitos da violência.
A mulher e a irmã do cabo Wagner, Suely e Patrícia Santana, respectivamente, informaram que Wagner Santana sofreu uma tentativa de assalto em frente a um carrinho de lanches no conjunto Paar, e acabou sendo morto. Ele deixou a mulher, duas filhas e saudade na família e amigos. Com um cartaz em que estavam escritos os dizeres 'Chega de violência! Queremos providência!', a Caminhada da Paz saiu da área frontal da igreja da paróquia Divino Espírito Santo, na avenida Dom Vicente Zico (Arterial 18), seguindo pelas ruas da Cidade Nova, para fazer um retorno próximo à rodovia do Coqueiro, antes do retorno até a Arterial 18.
Um dos participantes da Caminhada da Paz, ao lado de jovens, senhoras e senhores, com roupas brancas, cartazes e lenços brancos erguidos, foi Luizilleno Miranda Alves. O filho dele, Lúcio Heleno Guedes Alves, tinha 27 anos quando foi assassinado por volta das 17h30 no bairro da Cremação.
'O Lúcio era tenente do Corpo de Bombeiros, e tinha ido na casa da noiva dele, mas foi abordado por três homens em um assalto quando desceu do carro na travessa Quintino Bocaiúva', relembrou Luizilleno, informando que o filho morava no conjunto Stélio Maroja, perto da Cidade Nova. Os assaltantes ainda levaram pertences da vítima, como o notebook do oficial bombeiro.
'Não existe uma política voltada para combater a violência na Região Metropolitana de Belém', exclamou Luizilleno Alves. Para ele, a maioridade penal, hoje em 18 anos de idade, deveria ser reduzida, porque em muitos casos de violência nas ruas de Belém e Ananindeua, por exemplo, estão envolvidas pessoas com idade inferior a 18 anos. 'Falta escola profissionalizante para os jovens, porque escolas públicas desse tipo na Grande Belém são apenas duas', comentou Luizilleno.
'Essa programação foi motivada pelos assaltos e até mesmo assassinatos de moradores da Cidade Nova. É uma maneira de se pedir providências ao Poder Público e, também, conscientizar a população quanto à necessidade de uma cultura da paz como prevenção à violência', afirmou o padre Adailson Oliveira, pároco da paróquia Divino Espírito Santo. A festividade prosseguirá até o dia 31.
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