quinta-feira, 21 de maio de 2009

Ato mostra a revolta

No AMAZÔNIA:

Os professores e alunos da Escola Estadual Pedro Amazonas Pedroso se juntaram ao rol dos insatisfeitos com a situação da educação no Estado. Durante a manhã de ontem, mais de 200 pessoas fizeram um protesto pacífico em frente ao colégio. Ao som de sopros constantes de apito e palavras de ordem gritadas em um carro-som, uma fila de estudantes exibia uma carta de mais de 200 metros de comprimento com dizeres que mostravam a indignação dos manifestantes, enquanto outros empunhavam cartazes questionando a administração estadual. Eles reclamaram da falta de condições de trabalho e da situação do prédio da instituição.
Edney Paiva, que é professor de português da instituição, explicou os motivos do protesto. 'Aqui não tem carteira suficiente para todos os alunos e nem climatização adequada, além das péssimas instalações elétricas - o que afeta muito o aprendizado no turno da noite. A Secretaria de Estado de Educação (Seduc) prometeu para gente uma reforma que começaria no final de 2008, mas, até agora, nada. Se tu fores perguntar alguma coisa pros funcionários da secretaria, eles vão dizer que a reforma vai começar na próxima semana, mas a gente sabe que não é bem assim. O objetivo dessa manifestação é denunciar o estado de abandono da nossa escola e da educação no Estado inteiro', disse.
O ato também marcou a adesão à paralisação do setor da educação. Segundo outro professor, a greve no Pedroso será diferente das demais. 'Estamos promovendo uma greve de ocupação. Ao invés de simplesmente cruzar os braços e deixar de vir para a escola por uns dias, vamos fazer uma programação que envolverá palestras, oficinas, atividades esportivas e culturais para os alunos. Assim, estaremos plantando a cidadania nos estudantes mesmo sem trabalhar', explicou José Miguel, que também leciona na escola.
A carta exibida para quem transitava pela Almirante Barroso durante a manifestação foi confeccionada para a ocasião pelos próprios alunos, que engrossaram o coro dos educadores e funcionários do colégio. Ela foi feita com várias folhas de papel A4 grudadas com fita durex e é guardada em formato de rolo. O conteúdo é formado por uma lista de frases que expressam indignações, reinvidicações e questionamentos dos estudantes, como 'Queremos aulas decentes!', 'Alô Ana Júlia: Sem educação, não há Terra de Direitos!' e 'Será que é essa a educação de qualidade do Pará?'.
A aluna Rafaela Dias, que cursa o 3º ano na instituição, diz que a iniciativa é boa. 'Os professores e os alunos estão se juntando para lutar pela educação, que precisa de melhoras urgentemente'.
Em resposta à manifestação, a assessoria de comunicação da Seduc informa em nota que a deficiência de iluminação da escola foi provocada por problemas no gerador da instituição, problema que já foi resolvido pela Rede Celpa. Sobre a reforma, a assessoria diz que a revitalização do prédio já começou há 20 dias e inclui pintura, parte hidráulica, drenagem e início dos reparos do telhado. Quanto à climatização do laboratório de informática, a Secretaria informa que esta será a última etapa da reforma.

Um comentário:

Anônimo disse...

O próximo passo será interditar a rua, quer apostar?