sábado, 15 de novembro de 2008

A luta de Fábio

Na VEJA:

Talento, beleza e seriedade profissional foram os ingredientes que ajudaram Fábio Assunção, de 37 anos, a erigir uma das mais bem-sucedidas trajetórias na televisão brasileira. Em dezoito anos de profissão, consagrou-se como ator do primeiro time da Rede Globo. Na semana passada, a emissora decidiu afastá-lo do elenco de Negócio da China, a novela das 6 que estreou em outubro e da qual era o protagonista. O afastamento deve-se à dependência de cocaína, e foi decidido porque sua permanência se tornara impossível. Fábio estava irreconhecível. Não conseguia mais decorar os textos. Começou a dormir pelos cantos do estúdio – sonolência decorrente do uso de calmantes que tomava para conseguir descansar um pouco à noite – e deixou de ensaiar com os colegas, uma praxe antes das gravações. Fumava sem parar e o trabalho da equipe de maquiadores aumentou bastante, porque era preciso disfarçar os reflexos das noites em claro – o que nem sempre funcionava. Para o espectador, a imagem era a de um galã abatido e sem expressão. No fim de outubro, Fábio desmaiou durante uma gravação. Finalmente, na quinta-feira passada, o ator se reuniu com a direção da Rede Globo para sacramentar seu afastamento. À nota oficial da emissora, ele acrescentou um texto escrito de próprio punho, informando que, "por motivo de saúde", deixava o folhetim por tempo indeterminado: "Que Deus ilumine meus passos na minha recuperação e com a confiança de que o mais breve possível estarei de volta para esse público que tanto amor me dá", diz um trecho da nota. O ator gravou as cenas que dão sentido ao seu desaparecimento de Negócio da China e depois se retirou do Projac, fazendo silêncio sobre como e onde vai enfrentar sua doença.
Convocar Fábio para a novela das 6 foi um risco calculado pela Rede Globo. Sua escalação foi motivo de reuniões e houve, na direção da emissora, quem fosse contra. Temia-se que sua inconstância prejudicasse o cronograma e o orçamento de Negócio da China – o que de fato ocorreu. A produção de um capítulo custa, em média, 270 000 reais. Deixar técnicos, cenários e equipamentos à espera de um ator não está no roteiro. Em 2007, durante as gravações de Paraíso Tropical, os atrasos freqüentes de Fábio já sinalizavam que o problema com a cocaína começava a influir na profissão. Ele emagreceu a olhos vistos e chegou a ficar cinco dias afastado das gravações. A situação, porém, ainda não havia fugido de controle. A imagem do ator ficou arranhada mesmo aos olhos do público quando, em janeiro deste ano, ele foi flagrado pela Polícia Federal no momento em que receberia uma encomenda de cocaína. O traficante, identificado como Orlando Dias, levava consigo 30 gramas do pó, quantidade que supera em muito o que uma pessoa é capaz de consumir em um dia. Fábio foi ouvido como testemunha e declarou ser usuário de cocaína. "A testemunha Fábio Assunção Pinto afirmou ter telefonado para o réu, com quem marcou encontro em sua residência a fim de comprar cocaína do mesmo, o qual era seu fornecedor habitual", afirmou a juíza Cristina Fabri, da 17ª Vara Criminal de São Paulo, em sua sentença.

Mais aqui.

2 comentários:

J.BOSCO disse...

Casagrande nele!!!!
abs

Poster disse...

Pois é, Boscão.
O Casagrande é um grande exemplo.
Abs.