“Está na hora de uma revolução por amor a Belém”

O vereador Carlos Augusto Barbosa (DEM) abriu o bocão no augusto plenário da Câmara Municipal.
Externou toda a sua revolta contra o descaso do Duciomar Costa pela cidade que ele, o prefeito, desgoverna.
É do vereador um projeto que virou lei.
A lei manda que em todo primeiro domingo de outubro seja realizado o Festival do Açaí.
E aí?
Nem açaí, nem festival, nem nada.
Nada aconteceu no ultimo domingo.
E além disso, haja descaso de Duciomar com a saúde, transporte, trânsito, iluminação pública e outras mais.
Veja abaixo o discurso, em tom de desabafo, de Carlos Augusto:

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Semana importante para nós paraenses. É a semana da grande festa dos católicos dessa terra: o Círio de Nazaré.
É uma semana que nos deixa sempre mais sensíveis diante de tanta fé e devoção. A mesma sensibilidade expressada pela religiosidade paraense é a mesma para manifestar a minha indignação diante da inoperância e do total descaso da Prefeitura Municipal de Belém para com a cidade.
Vamos juntar as perdas da saúde, do trânsito de nossa cidade ao esquecimento de um projeto aprovado. E aprovado, inclusive, pelo próprio prefeito Duciomar Costa: o Festival do Açaí de Belém. Não temos por que justificar tanto a importância do evento. Basta dizer o sucesso dos festivais do interior. Certeza de negócios, movimento de pessoas, visibilidade institucional para o município.
Mas apesar dos benefícios do Festival, ele estava marcado pra ontem [domingo], e não vimos nada a respeito da programação. Perdeu-se oportunidade de negócios para muitas famílias, de se firmar um importante acontecimento cultural e numa época de tradição, quando a cidade recebe um número considerável de turistas.
Belém só perde, e perdeu nos últimos quatro anos e pelo visto vai perder ainda mais. O retrato da perda está nas edições dos jornais e na imprensa de um modo geral. Como água, a todo dia brotam denúncias contra a gestão de Duciomar Costa. Ontem [domingo], o jornal Diário do Pará noticiou que o Tribunal de Contas da União comprovou superfaturamento na construção das casas na Vila da Barca, um projeto orçado em R$ 80 milhões e superfaturado em mais de R$ 7 milhões.
Só Vila da Barca? Negativo. Somando novo fato. No dia 1º deste mês, pedi que o Tribunal de Contas dos Municípios para que apurasse a denúncia da não aplicação dos R$ 3 milhões do convênio 2.536/2003, firmado entre a Prefeitura Municipal de Belém e do Ministério da Saúde. Por ele, seria executado a reestruturação das unidades de saúde, sugerindo ainda a implantação de Pólos Distritais. O pedido é de tomada de contas, e dentro da coerência, uma auditoria estaria em curso e submetendo a administração municipal.
Os produtores de açaí perderam, a saúde está perdida e o bolso do belenense também. Vejamos outra denúncia. Num trânsito que atropela bastante (manchete de O Liberal de ontem), a prefeitura recebe, mas não executa obras. Duas licitações para construção de ciclovias nos bairros do Guamá e Icoaraci, com recursos já alocados de valores superior a R$ 1,2 milhão. Cadê o dinheiro, prefeito? E nessa obra está de novo a Belém Ambiental.
Faço a minha parte como vereador, mas está na hora de se pensar numa grande revolução pelo amor à nossa cidade. Belém é cidade histórica, mas largada com seus déficits sociais e atrasada mais ainda pelos desvios de conduta da administração que aí está. É momento das comunidades, dos cidadãos de bem e das lideranças conscientes, que apostaram seu voto numa cidade mais digna e decente, mostrarem sua indignação e cobrar a vergonha na cara do executivo e pedir pelo restabelecimento da moral do belenense.
Renovo minhas palavras, meu empenho em favor dos menos favorecidos, assim como a fé do paraense, que ressurge cada vez mais forte com a Festa do Círio de Nazaré. Abençoado Círio 2009.