O Grupo Pão de Açúcar, maior companhia do varejo brasileiro, informou ao Ministério Público Federal (MPF) que suspendeu a aquisição de produtos e subprodutos de origem bovina de frigoríficos apontados pelo MPF como corresponsáveis pelo desmatamento da Amazônia. A empresa também declarou que solicitou aos frigoríficos a apresentação ao MPF de um plano de auditoria socioambiental que comprove a origem do gado a ser comercializado.
As informações foram dadas em resposta a notificação encaminhada pelo MPF ao Grupo Pão de Açúcar e a outras 68 grandes empresas revendedoras de derivados do boi e a fabricantes que utilizam essa matéria-prima, alertando-as a evitarem comercializar produtos cuja origem é a criação ilegal de gado em áreas desmatadas.
As notificações às revendedoras fazem parte de uma ação do MPF para desmanchar a cadeia produtiva que lucra com a devastação ambiental. No início de junho, juntamente com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o MPF entrou na Justiça contra quem cria gado em áreas de desmatamento e quem compra diretamente produtos desses criadores. A atividade dos fazendeiros ilegais ficou conhecida como “a farra do boi na Amazônia”.
Foram propostas 21 ações pedindo o pagamento de R$ 2,1 bilhões em indenizações pelos danos ambientais à sociedade brasileira. A área total desmatada corresponde à área do município de São Paulo. Entre os frigoríficos processados está um dos maiores do Brasil, a Bertin S.A, que comprou gado de fazendas multadas pelo Ibama e de uma que fica dentro de uma reserva indígena. Entre as fazendas irregulares, nove pertencem à agropecuária Santa Bárbara (abaixo, relação de pessoas físicas e jurídicas processadas).
Clique aqui para ver a relação das empresas que o Ministério Pública Federal acusa de praticar infrações ambientais
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