sexta-feira, 8 de maio de 2009

Sem acordo, greve continua

No AMAZÔNIA:

A greve dos rodoviários de Belém e de Marituba entra hoje em seu segundo dia, mas com a determinação do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região (TRT 8ª) de que 40% da frota de ônibus urbanos têm de circular hoje, para atendimento aos usuários, sob pena de, em descumprimento pelas partes, caber multa de R$ 50 mil por dia. Após quatro horas de negociação entre o Sindicatos dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Pará e o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Belém (Setrans-Bel) em audiência de conciliação coordenada pela presidente do Tribunal Regional do Trabalho, desembargadora Francisca Formigosa, no prédio-sede do TRT 8ª, não houve acordo entre as partes. Uma nova audiência de conciliação entre empregados e empregadores foi marcada para as 9 horas no tribunal. Caso, não cheguem a um acordo, os dois lados terão de encarar um dissídio coletivo.
Por ter o Ministério Público do Trabalho, por meio do procurador Roberto Rutowitcz, ajuizado ontem ação cautelar com pedido de liminar para garantir a circulação de 40% da frota de ônibus urbanos de Belém e Marituba, a juíza relatora Rosita Nassar determinou o cumprimento desse percentual de veículos, podendo as empresas contratar pessoal para completar o quantitativo necessário para o atendimento aos usuários. Os dirigentes do Setrans-Bel e dos rodoviários foram notificados da decisão ainda na rodada de negociações no TRT 8ª, ontem à noite.
O presidente do Sindicato dos Rodoviários, Altair Brandão, afirmou após assembleia da categoria na praça Brasil que a entidade vai cumprir a decisão judicial. Na ação cautelar e na liminar concedida é também notificado o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Ananindeua e Marituba - ainda ontem, dirigentes dessa entidade informaram que os rodoviários de Marituba não haviam deliberado sobre a greve, provocando uma dissidência.
No TRT 8ª reuniram-se, pelo sindicato dos rodoviários, Altair Brandão, o advogado Jorge Santos e o supervisor do Dieese-PA, Roberto Sena; pelo Setrans-Bel, o presidente Mário Martins e o advogado Mário Tostes. Na mesa de negociações foi discutida, basicamente, a proposta da Superintendência Regional do Trabalho (SRT) de pagamento do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e 1% de ganho real, 10% (R$ 9 mil) de aumento no valor do auxílio-clínica (subindo de R$ 90 mil mensais para R$ 99 mil) e 7,8% (R$ 18,00) do tíquete-alimentação (passando de R$ 242,00 para R$ 262,00). Na reunião de ontem, os empresários se dispuseram a pagar o INPC do período e reajuste de 5% para tíquete-alimentação e auxílio-clínica. Os rodoviários não concordaram, e prometem uma nova proposta para a audiência de conciliação de hoje.

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