No AMAZÔNIA:
Uma equipe de pesquisadores do Instituto Evandro Chagas (IEC) coletou ontem mais amostras de água e de solo nas cabeceiras do rio Murucupi e na região atingida pelos rejeitos de bauxita da Alunorte (Alumina Norte do Brasil S. A). O pesquisador Marcelo Lima, coordenador do Programa de Monitoramento e Controle em Saúde e Meio Ambiente dos Municípios de Abaetetuba e Barcarena, adiantou aoAmazônia que já está comprovada a alteração do ph da água de 5 para 9. Isso siginifica que a água saiu da condição natural de ph levemente ácido para alcalino. 'Essa característica siginifica que tem um compromotimento da vida do rio e da quantidade de oxigênio na água, estivemos lá na véspera do vazamento e temos todos os índices do dia anterior', ressaltou o pesquisador do IEC, contrariando a afirmação do laudo publicado pela Alunorte.
Os fiscais do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), que vistoriaram ontem a bacia de rejeitos de bauxita da fábrica da Alunorte de onde houve vazamento que contaminou a nascente do rio Murucupi e outros afluentes, além do solo da floresta na região do município de Barcarena e poços de várias comunidades, disseram que a empresa tomou apenas medidas paliativas, mas conseguiu conter, por hora, o problema. A parte superior da bacia principal de rejeitos da Alunorte foi reforçada com mais sacos de argila, como já havia sido tentado na segunda-feira passada (27) quando houve o vazamento, e coberta com manta impermeável para conter estragos da chuva, que diminuiu bastante na região. Mas os técnicos do Ibama ressaltaram que o 'arranjo' não é a solução definitiva.
Na segunda-feira, 4, engenheiros e técnicos da Alunorte irão se reunir com o superintendente do Ibama no Pará, Aníbal Picanço, e a equipe de engenharia e fiscalização do instituto, que vai apresentar um relatório sobre os impactos do vazamento de rejeitos e os problemas encontrados. A extensão da parede por onde houve vazamento está sendo calculada pelos técnicos do instituto através de imagens de satélite.
O Ibama informou que a Alunorte terá que pagar as multas de R$ 5 milhões por causa do crime ambiental e a de R$ 100 mil por ter dificultado a entrada dos fiscais do instituto para vistoriar as bacias no dia do vazamento e retardar a entrada também no dia seguinte. A única multa que poderá ser revista é a de R$ 50 mil por dia, aplicada caso a empresa não conseguisse conter o vazamento de rejeitos, que contêm soda cáustica e arsênio, e que além de contaminar o meio ambiente está impedindo o uso e consumo pelos moradores da região.
O Ibama aguarda os laudos do Centro de Perícia Científica Renato Chaves (CPCRC) e do Instituto Evandro Chagas (IEC) para avaliar a totalidade dos danos ambientais, principalmente no rio Murucupi, o mais atingido pelos rejeitos de lama vermelha da bauxita.
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