O senador José Nery (PSOL-PA) - na foto - pediu que o Senado encaminhe uma representação ao Ministério Público Federal para que este empreenda "uma rigorosa investigação" dos fatos denunciados pela imprensa. O ex-diretor de Recursos Humanos da Casa, João Carlos Zoghbi - acusado de utilizar uma ex-babá para abrir uma empresa que recebeu R$ 2,3 milhões de um banco que empresta para funcionários da Casa, conforme denúncia publicada pela revista Época -, acusou o ex-diretor-geral, Agaciel da Silva Maia, de fazer licitações fraudulentas para desviar recursos. Em entrevista, Zoghbi também insinuou a participação de senadores no esquema.
Em pronunciamento nesta terça-feira (5), José Nery afirmou que as medidas já tomadas "são importantes, mas são absolutamente insuficientes para por fim à sangria, à situação ingovernável em que se encontra o Senado Federal". Na presidência da sessão, o 3º secretário do Senado, senador Mão Santa (PMDB-PI), leu as providências já tomadas, como a abertura sindicância administrativa, de inquérito policial pela Polícia Legislativa e de sindicância na Corregedoria do Senado e a suspensão de operações de crédito em consignação com o Banco Cruzeiro do Sul.
Além de envio de representação ao Ministério Público Federal, José Nery sugeriu a criação de uma CPI para investigar desvios e favorecimentos nos contratos de terceirizados no Congresso; o afastamento preventivo de todos os servidores citados; e a apuração rigorosa pelo Conselho de Ética - presidido pelo senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO) - sobre o envolvimento de senadores. Mão Santa afirmou que encaminhará ele próprio as reivindicações de Nery à reunião da Mesa, na quinta-feira (7).
- Duvido que alguém possa me dizer quantos são os contratos terceirizados e quantas são as empresas contratadas - afirmou, sugerindo que sejam de 200 a 300 contratos.
José Nery lembrou que encaminhou dois ofícios ao então presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), em julho e agosto do ano passado - após diligências na Casa feitas pela Polícia Federal na chamada Operação Mão-de-Obra - solicitando "em caráter de urgência" o fornecimento de um quadro detalhado de todos os contratos de terceirização, contendo o número de funcionários, com respectivas funções e salários; os setores beneficiados; os valores dos contratos; e o peso relativo de terceirizados em comparação com servidores efetivos. Tal quadro, no entanto, nunca lhe foi fornecido.
Fonte: Agência Senado
Um comentário:
Vi ontem o Sarney mandar apurar estas barbalhidades pela policia do senado, não querendo que a Policia Federal entre nesta apuração. Este Senador não quer que apure nada é como mandar a raposa tomar conta do galhinheiro!
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