quinta-feira, 7 de maio de 2009

Mulheres herdam o tráfico

No AMAZÔNIA:

O número de mulheres envolvidas com o tráfico de drogas aumentou 73,3% no primeiro quadrimestre deste ano, comparando-se ao mesmo período do ano passado. Esse foi um dos vários dados extraídos do relatório sobre tráfico no Estado, divulgado ontem, pela Polícia Civil do Pará. Segundo o delegado geral da Polícia Civil, delegado Raimundo Benassuly, na maioria dos casos, elas assumem a 'gerência' da boca-de-fumo depois que os companheiros são presos ou mortos por rivais, em disputas por territórios. 'Essa ‘herança’ tem sido o caso mais comum de envolvimento delas, embora já tenhamos observado casos em que elas já lideram os esquemas de tráfico, independente de companheiros', disse Benassuly.
Segundo o delegado geral, de janeiro a abril deste ano foram efetuadas 1.115 prisões de pessoas envolvidas com o narcotráfico. Desse total, 622 foram no interior do Estado; 428 foram em seccionais e delegacias da Região Metropolitana de Belém (RMB) e outros 65 foram presos pela equipe da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE). Benassuly destaca que houve um aumento de cerca de 45% no número de prisões desse período comparado ao mesmo do ano passado. 'Essas prisões são resultado de uma nova diretriz da Polícia Civil, que tem no combate ao tráfico uma forma de prevenção de outras modalidades criminosas contra o patrimônio e até mesmo de homicídios', disse.
Benassuly explica que investigações policiais do órgão revelam que houve um aumento na atuação do pequeno tráfico em todo o Estado, sobretudo na RMB. Em função disso, foi analisado que muitos outros crimes, como furto, roubo e até mesmo casos de latrocínio (roubo seguido de morte) estão relacionados com o tráfico. É que, segundo ele, muitos criminosos furtam e roubam para com o dinheiro - ou bens - comprar (trocar) drogas. Além disso, de acordo com a análise da PC, os homicídios com modalidade de 'execução' são em boa parte ocasionados por 'dívida de tráfico' ou mesmo 'disputa por território' entre traficantes. 'O aumento do efetivo da Polícia Militar também contribuiu muito para o aumento do número de prisões', destacou o delegado geral.
Do total de prisões do período, 66% foram efetuadas por policiais militares, durante o trabalho de policiamento ostensivo e 34% foram resultado de investigações feitas por policiais civis. Ao todo foram apreendidos cerca de 300 quilos de maconha e em torno de 180 quilos de cocaína. Além disso, foram apreendidos mais 200 mil pés de maconha. O levantamento apresentado pela PC foi feito pelo Sistema Integrado de Segurança Pública (Sisp).

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