segunda-feira, 11 de maio de 2009

De olho na base

No AMAZÔNIA:

Os últimos anos mostraram que o Clube do Remo, por não adotar um estilo de gestão profissional, depende de um punhado de abnegados incansáveis para manter suas divisões de base funcionando. Essas pessoas, trabalhando como formiguinhas, estão construindo um clube determinado a se transformar em um celeiro de craques. Para isso, não basta apenas abnegação e esforço. É preciso ter também ousadia. E foi pensando grande e no futuro que Haroldo Picanço, um dos colaboradores das categorias de base azulinas pretende apresentar ao presidente Amaro Klautau a proposta de criação do Fundo de Investimento nas Categorias de Base do Remo.
Fundo de investimento? Pode parecer loucura, mas o passo pioneiro que o idealizador do projeto quer dar poderá significar, em um futuro próximo, a independência financeira de todas as divisões de base remistas.
Trocando em miúdos, o Fundo seria uma espécie de bolsa de valores dos jogadores das categorias de base azulinas. A ideia é transformar os atletas em formação em um possível e rentável negócio. Assim, o investidor estaria ajudando o clube a manter as categorias amadoras do futebol e ainda ganharia um bom dinheiro caso o jogador se torne uma realidade. 'Assim nós iríamos acabar, aos poucos, com as famosas 'vaquinhas’ de ajuda às divisões de base', comentou Haroldo Picanço. 'Viver de doações não garante nenhuma estabilidade a essa parte vital da estrutura de um clube profissional', ressaltou.
Mas como funcionaria o Fundo? Bom, a ideia inicial é de que uma determinada porcentagem do valor do direito federativo do atleta (o antigo passe) seria colocado no marcado por um conselho gestor formado por membros da diretoria executiva e do conselho deliberativo do clube. Qualquer torcedor - mesmo não sendo remista - poderia comprar cotas relacionadas a um determinado jogador, por exemplo, o atacante Alessandro, do sub-20.
O valor das cotas iriam flutuar de acordo com a valorização ou não do atleta. A medida que Alessandro, por exemplo, fosse valorizado, aumentaria também a cotação. O Remo tem vários bons exemplos além de Alessando. O zagueiro Bruno Oliveira, o lateral Edinaldo e o meia Jhonattan. Todos boas promessas de investimento.
'Um dos primeiros parceiros nesta empreitada pode vir a ser o Jairzinho (o Furacão da Copa de 1970), que veio a Belém recentemente e demonstrou interesse em participar de um projeto como esse', lembrou Picanço, mostrando o bom investimento.
O problema é que Jairzinho, que trabalharia como uma espécie de olheiro no eixo Rio-São Paulo, pediu um adiantamento de R$ 30 mil para começar a trabalhar na caça de jovens talentos para o Remo.
Atualmente, o Remo tem quase 100 garotos em suas divisões de base. O clube investe menos de R$ 15 mil no trabalho com a garotada e a maior parte deste valor chega através de doações.

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