No AMAZÔNIA:
As enchentes ocasionadas pelas fortes chuvas que atingem o Pará desde o início de abril já deixaram mais de 32 mil famílias - cerca de 128 mil pessoas - desalojadas ou desabrigadas em todo o Estado. A informação foi divulgada ontem de manhã pelo major Marcus Norat, coordenador adjunto da Defesa Civil do Estado, em entrevista coletiva na sede do órgão. Até o momento, 24 municípios já decretaram situação de emergência e quatro estão em alerta. Todos eles banhados pelos rios Tapajós, Amazonas e Tocantins, no oeste e sul do Pará.
A previsão é que as chuvas continuem até o final desta semana, o que pode fazer com que o nível dos rios do Estado aumente ainda mais. A partir de segunda-feira (11), é provável que a situação comece a voltar ao normal. No entanto, essa instabilidade pode perdurar até o final do mês. 'A cada seis dias, os órgãos de meteorologia fazem uma avaliação do Estado e nos passam os dados. A expectativa é que a partir da semana que vem o nível dos rios comece a voltar ao que era antes', informou o major.
Cerca de 250 técnicos - entre eles bombeiros e agentes da Defesa Civil - estão atuando no Estado para monitorar as áreas que representam maiores riscos à população. A Operação Enchente, que começou há pouco mais de um mês, já contabilizou mais de 800 famílias desalojadas - que estão em casa de parentes ou amigos - e 346 desabrigadas somente em Marabá, onde o nível da confluência dos rios Araguaia-Tocantins já chegou a 12 metros acima do normal.
Por causa disso, a Defesa Civil está levando os moradores do municípios para as áreas mais altas da cidade, evitando que maiores estragos aconteçam no local. Ontem de manhã, dez mil cestas básicas foram enviadas para Marabá, além de colchões e medicamentos. Três técnicos da Defesa Civil Nacional fiscalizaram a saída da carga pelos portos de Belém. É possível que Marabá também decrete situação de emergência. Com isso, ao todo, serão 29 municípios do Pará nesse estado.
Já na região do Tapajós, onde o nível do rio atingiu 8,12 metros acima do normal, três mil famílias foram atendidas com cestas básicas, colchões, kits de limpeza, medicamentos, entre outros materiais. De acordo com o major Marcus Norat, apesar do número de pessoas atingidas pelas cheias, somente 550 famílias estão em abrigos da Defesa Civil. O município de Santarém é, por enquanto, o que registra a situação mais precária da região. 'Isso acontece porque cidade possui um terreno de várzea. No entanto, não se pode confirmar ainda que essa foi a maior cheia do rio Tapajós de todos os tempos, porque a área ainda está sendo monitorada', informou.
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