quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Criança morre sob as rodas de caminhão

No AMAZÔNIA:

Acidente ocorreu quando criança brincava embaixo de veículo, enquanto motorista conversava com avó
Emyle Vitória da Silva Amorim, de 4 anos de idade, morreu atropelada, no final da manhã de ontem, por um caminhão pertencente a uma construtora e que transportava um gerador na carroceria. O acidente chocou moradores de Águas Lindas e deixou a família da vítima desolada.
O atropelamento ocorreu por volta das 11h30, na rua Jardim Previdência, quando a avó da menina estava conversando com o motorista da empresa Beton Concreto Ltda., Raimundo Nonato Barradas Gonçalves, de 32 anos. Segundo testemunhas e o próprio motorista, ele parou o caminhão, de placas JTE-0757, para conversar com a mulher. Minutos depois, quando deu partida para sair com o veículo não viu que a menina estava brincando embaixo do carro pesado e a atropelou.
O motorista contou à polícia que não percebeu que havia atropelado a criança e continuou dirigindo. 'Quando me distanciei de lá, um homem me avisou que eu tinha atropelado uma menina. Aí eu retornei ao local e a vi estirada no chão, morta', disse, chocado, Raimundo Nonato, que estava sem acreditar direito que o acidente havia ocorrido daquela forma.
Com medo de ser linchado pelos familiares da menina e moradores da área, o motorista se retirou do local. Policiais da Delegacia do Júlia Seffer o conduziram até a unidade policial para a lavrar o flagrante.
Na Delegacia do Júlia Seffer, o delegado Gilberto Costa lavrou um flagrante de homicídio culposo (crime afiançável) contra o motorista. O policial, entretanto, acredita que a morte da menina foi uma fatalidade, já que o condutor não estava trafegando em alta velocidade e nem havia ingerido bebida alcóolica. 'Ele estava com o veículo parado. Ligou o carro e saiu, sem ver que a criança estava lá. Estamos fazendo o procedimento policial e a Justiça é quem vai decidir a culpabilidade do condutor', disse o delegado.
Segundo o delegado, a avó da menina - cuja identidade não foi revelada - estava pedindo a Raimundo Nonato que ele levasse o almoço do marido dela, conhecido como 'Baiano', que também trabalha como motorista na empresa Beton Concreto Ltda. O condutor parou o veículo e conversou com a mulher, de dentro do veículo. Depois, ligou o carro e saiu, passando com uma das rodas traseiras do veículo em cima da cabeça da vítima.
A equipe policial da Delegacia do Júlia Seffer solicitou levantamento pericial e remoção do corpo, o que só foi concluído por volta das 14 horas.
Na casa da família da menina, que fica na passagem São Jorge, o clima era de desolação e desespero. Nenhum familiar quis falar com a reportagem. Uma amiga da família - que não quis se identificar - disse que o pai havia sido até amarrado porque estava extremamente descontrolado e ameaçava quebrar o que via pela frente, de tanto desespero.

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