sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Thiago começa a bater - duro - em Priante e Helder, que acusam os golpes. E agora, quais serão os próximos rounds?

Na campanha do MDB, Priante é Helder, Helder é Priante. Priante-Helder, Helder-Priante
são um só (imagem extraída de um das inserções do programa de Priante no horário gratuito).

Antes mesmo de 16 de setembro, prazo fatal para os partidos definirem seus candidatos, estrategistas políticos (alguns ainda na arena política, outros observando-a atentamente do lado de fora) ouvidos pelo Espaço Aberto eram unânimes - repetindo-se, unânimes - num ponto: se indicasse o deputado emedebista José Priante como candidato a prefeito de Belém, o governador Helder Barbalho (MDB) ficaria à margem da campanha, para não expor sua imagem e a de seu governo a ataques de adversários no horário da propaganda eleitoral gratuita.

Àquela altura, já tínhamos a Operação Para Bellum, deflagrada em 10 junho, por determinação do STJ, para apurar supostas irregularidades na compra de respiradores pelo governo do estado, e a Operação Solércia, no dia 18 do mesmo mês, para investigar fraudes em contratos celebrados pela Seduc.

Nota indica que Helder acusa o golpe dos ataques
do Cidadania. Vai ficar por isso mesmo?
Duas semanas após a convenção do MDB aprovar Priante como candidato do partido a prefeito de Belém, o mesmo STJ autorizou a Operação SOS, realizada no dia 29 de setembro, para apurar um suposto esquema criminoso na construção de hospitais de campanha.

Iniciada a propaganda no rádio e na TV, comprovou-se que todos os estrategistas - todos, sem exceção - estavam equivocados em suas projeções.

Desde o primeiro dia de campanha até agora, Priante é Helder, Helder é Priante. Priante-Helder, Helder-Priante são um só.

O governador é o garoto-propaganda da campanha de Priante.

Não há uma inserção sequer, em suas peças, que a campanha de Priante não se vincule direta, explícita e enfaticamente a Helder - seja mostrando imagens do governador, seja mencionando ações do estado no combate à pandemia, seja ressaltando que, em todas as áreas, o candidato emedebista, se eleito, vai governar Belém de braços dados com Helder. Se quiserem conferir, clique aqui.

Os efeitos da estratégia do governador, de expor-se de alma e corpo inteiros na campanha de Priante, não se fizeram esperar.

Arsenal desovado - Há dois ou três dias, a campanha de Thiago começa a desovar, digamos assim, seu arsenal e apontá-lo em direção a Priante.

O arsenal, como era previsível, exibe reportagens sobre fatos descobertos pelas operações da Polícia Federal e volta a colocar em evidência contra Priante, relacionadas a supostas fraudes relacionadas ao DNPM.

Para veicular sua artilharia na TV, com ataques mais pesados a Priante-Helder, a campanha de Thiago limita-se a obedecer estritamente ao que determina a legislação: veicula as peças com letras em caixa alta que aparecem verticalmente, no lado esquerdo da telinha, informando que a propaganda é de responsabilidade da Coligação Renova Belém, que apoia o candidato do Cidadania.

Com esse recurso, telespectadores menos atentos - que são a maioria, para não dizer a esmagadora maioria - chegam a imaginar, em certos momentos, que as matérias (pinçadas de telejornais) não fazem parte da propaganda de um candidato. Mas fazem, é claro.

Helder-Priante já acusaram o golpe.

Nesta sexta-feira (30), nota publicada no Repórter Diário, a coluna mais importante do jornal da família do governador, considera que os ataques de Thiago Araújo estariam "quebrando o clima de cordialidade e respeito entre os candidatos".

Priante-Helder ou Helder-Priante vão reagir?

Os próximos dias, ou melhor, os próximos rounds dirão.

quinta-feira, 29 de outubro de 2020

MPF cobra medidas para contenção de nova onda da pandemia no Pará

O Ministério Público Federal (MPF) requisitou nesta quinta-feira (29) ao governador do Pará e ao prefeito de Belém informações sobre quais providências estão sendo tomadas para conter novo aumento no número de casos de covid-19 no Estado e na capital. Para ler a íntegra do despacho, clique aqui.

O MPF quer saber quando será reanalisado o bandeiramento de risco dos municípios e quando será implantada a fiscalização efetiva das regras sanitárias e do distanciamento social.

Também foi questionado se os estabelecimentos de saúde estão sendo fiscalizados para cumprirem as regras que obrigam a correta notificação dos casos suspeitos e confirmados da doença.

Ao Estado e ao Município foram requisitadas, ainda, respostas sobre se serão reabertas unidades de saúde específicas para pacientes suspeitos de contaminação pelo novo coronavírus.

O Município também foi questionado sobre se há previsão de suspensão das aulas na rede municipal, tendo em vista que as escolas podem ser focos de contágio.

Além disso, o MPF cobrou informações sobre quais providências foram tomadas para buscar a punição do proprietário da rede de lojas Havan. A aglomeração na inauguração de loja em Belém, no último dia 10, foi apontada pelo MPF como cena de barbárie.

Tendo em vista o que o MPF considera ser uma aparente inércia da fiscalização, também foram requisitadas informações sobre como as polícias e os agentes de fiscalização têm atuado para coibir grandes aglomerações e para que seja respeitado o uso de máscaras e demais regras sanitárias.

Casos suspeitos mais que dobraram – Nos ofícios o MPF registra notícias de que unidades de saúde da capital paraense tiveram este mês um aumento de 110% no número de casos suspeitos da doença, e que o aumento também foi constatado por hospitais particulares e foi citado pelo prefeito.

O MPF destaca que em hospitais particulares foram reabertas alas exclusivas para tratamento de pacientes com covid-19, e que mesmo com esses e vários outros indicativos de uma segunda onda da pandemia o descumprimento das regras sanitárias virou rotina.

Além da inauguração da loja da Havan na capital, outro exemplo de aglomeração em massa citado pelo MPF foi o de show patrocinado pela prefeitura de Tailândia (PA) no último dia 17.

Rede hospitalar particular – Também nesta quinta-feira (29) o MPF enviou ofícios a empresas responsáveis por hospitais particulares de Belém. Foram requisitadas informações sobre a situação de casos de covid-19 e sobre quais providências vêm sendo tomadas para garantir atendimento a novos pacientes.

O MPF busca saber se houve aumento da demanda e, caso esse aumento tenha ocorrido, em que data começou e em que percentual. Também foram solicitadas informações sobre a taxa de ocupação de UTIs, uso de respiradores, e se já houve a necessidade de ampliação de leitos de UTI ou de Unidade Semi-intensiva com respiradores, e de leitos clínicos.

Também foram solicitados dados sobre a demanda reprimida, ou seja, a quantidade de pessoas diagnosticadas com covid-19 ou suspeitas de terem sido contaminadas que aguardam fila para transferência para leitos de UTI ou Semi-intensivos com respiradores, e a quantidade de pessoas que morreram durante essa espera.

Outras informações requisitadas pelo MPF aos hospitais foram sobre se há previsão de suspensão de cirurgias e procedimentos eletivos não urgentes, qual a capacidade diária dos hospitais para realização de testes para a doença, quantos testes já foram feitos, e se há pretensão de ampliação da oferta.

Por fim, o MPF questiona os hospitais da rede particular se estão realizando a correta notificação de casos ao Estado e ao Município, e se houve aumento de óbitos de pacientes suspeitos para covid-19 neste segundo semestre e, caso tenha ocorrido o aumento, qual o percentual e em que período ocorreu.

O prazo para respostas concedido pelo MPF ao governador, ao prefeito e aos hospitais é de cinco dias.

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

"A segunda onda pode ser maior que a primeira"

Olhem aí.

A matéria está em destaque, neste momento, no site do Le Monde.

Quem tiver interesse, leia a íntegra aqui.

A tradução da manchete é a seguinte: "Covid-19: 'A segunda onda pode ser maior que a primeira', segundo Jérôme Salomon".

Salomon é diretor-geral da Saúde da França e uma das autoridades do alto escalão que cuidam da pandemia.

Um trecho da matéria do Le Monde: "A brutal ascensão da segunda onda da Covid-19 na França levará o executivo a anunciar, quarta-feira, 28 de outubro, um endurecimento das medidas de saúde no país, onde dois terços dos habitantes já estão sujeitos ao toque de recolher noturno."

Não se descarta que daqui a pouco, em pronunciamento à Nação, o presidente Emmanuel Macron anuncie um lockdown nacional.

Já por aqui, o pior presidente da República que o Brasil já teve despreza a vacina e, a esta hora, deve estar encatarrando as mãos para cumprimentar seguidores, todos plenos do sentimento negacionista que os impede de reconhecer, sequer, a existência do coronavírus Covid-19.

Vivemos uma segunda onda da pandemia no Pará? Fatos indicam que sim, mas autoridades, com vergonha, não querem admitir isso.

As imagens desse vídeo são de maio, quando estivemos no pico da pandemia.

Em maio, perdi um cunhado para a Covid. No mês seguinte, eu perderia outro.

O que falta para que autoridades - sanitárias, inclusive - do Pará se dignem vir a público para dizer, sem meias palavras, que o estado, neste momento, final de outubro (cinco meses depois daquele período tenebroso), encontra-se no limiar de uma segunda onda da pandemia?

Será necessário que percam a vergonha e assumam deveres fundamentais que devem prevalecer no Serviço Público - entre eles o de manter intacta a transparência - para que, sem falácias e sem imprecisões no linguajar, admitam e reconheçam o que está à vista de todos - escancarado, flagrante e preocupante: no Pará, e sobretudo aqui em Belém, já se vislumbra visivelmente uma segunda onda da pandemia.

Faltam dados objetivos para chegar-se a essa conclusão?

Não faltam.

Muito pelo contrário, sobram dados objetivos.

Há cerca de duas semanas, o Hospital Barros Barros Barreto, a Fiocruz e hospitais relataram o aumento de casos no Pará. A Sespa os desmentiu.

Há duas semanas, imagens que emissoras de TV vêm mostrando indicam o aumento assustador de atendimento em unidades de saúde na Região Metropolitana de Belém. Mas a Sespa diz que está tudo normal. Aliás, diz que os números - de casos e mortes - vêm caindo sempre.

Sindicato dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado do Pará, que representa não um, nem dois, nem três, mas 17 associados, confirma que o número de casos confirmados de Covid-19, em Belém, aumentou substancialmente neste mês de outubro.

Nesta terça-feira (27), o prefeito Zenaldo Coutinho anunciou a redução no horário de funcionamento de bares, restaurantes e casas de shows.

No mesmo dia, o governador Helder Barbalho anunciou o ano letivo deste ano já era. Acabou. Não tem mais. Agora, só em 2021. Por quê? "Não devemos esquecer que o vírus continua", disse o governador. Pois é. E como continua!

No Twitter, respondendo a um questionamento, Helder disse que "o estado não hesitará, caso necessário, em retornar com medidas mais restritivas". Mas ainda não é necessário?

Pergunta não respondida - Ontem, o Espaço Aberto mandou para a Sespa a seguinte e objetiva indagação: "Tecnicamente, que parâmetros o governo do estado teria para declarar que o estado vive uma segunda onda da pandemia?"

A Sespa respondeu o seguinte: "A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) informa que nesta segunda-feira (26), o levantamento epidemiológico registrou uma redução de 58% da média móvel quando comparada com 14 dias atrás, ou seja, a média de pessoas contaminadas no dia 12/10 eram 260,5 novos casos por dia, enquanto que no dia 26/10 a média móvel foi de 109,3 novos casos por dia. Quanto aos óbitos, apresenta queda de 47% da média móvel de óbitos por Covid-19 quando comparado com 14 dias atrás, ou seja, no dia 12/10 eram 5,5 óbitos por dia, enquanto que no dia 26/10 foram computados 2,9 óbitos por dia.

Entenderam?

Eu não.

Não tendo o que responder, os setores técnicos da Sespa sabiamente não responderam.

É como se eu tivesse perguntado à Sespa: "Qual é a capital do Pará?" - e a secretaria me respondesse discorrendo, por exemplo, sobre o terraplanismo.

Nada a ver, absolutamente nada, a pergunta com a resposta. E vice-versa.

Enfim, está claro que estamos no limiar de uma segunda onda da pandemia.

Mas todos se iludem de que não, inclusive autoridades - sanitárias e não sanitárias.

Se perderem a vergonha e fizerem, digamos assim, uma outra leitura dos números de que dispõem, haverão de aproximar-se da realidade e admitir que, sim, estamos perto da segunda onda.

Se é que já não entramos nela.

terça-feira, 27 de outubro de 2020

Advogado ganha apoios para integrar o TRF1 na vaga do quinto. Atualmente, Tribunal não tem nenhum paraense.

André Malcher Meira: na disputa para ocupar vaga do quinto no TRF da 1ª Região

O nome do advogado André Malcher Meira está sendo lançado, por um grupo de advogados e entidades ligadas à advocacia e às letras jurídicas do Pará, como candidato à vaga do quinto constitucional no Tribunal Regional Federal da 1ª Região, aberta com a recente nomeação do desembargador federal Kassio Marques ao STF.

O TRF1, com sede em Brasília, é a instância recursal da Justiça Federal no Pará e mais 12 estados, além do Distrito Federal. Territorialmente, a jurisdição do Tribunal é a maior do País.

Atualmente, não há nenhum paraense entre os 27 desembargadores que integram o Tribunal. O único com fortes ligações com o Pará é o desembargador federal Daniel Paes Ribeiro, que é natural do Piauí, mas começou sua carreira na magistratura na Justiça Federal no ano de 1987, em Belém, onde permaneceu até 2001, quando ascendeu ao TRF1. Ainda hoje, Daniel, que já foi vice-presidente do Tribunal, mantém domicílio tanto em Brasília como em Belém.

Apoios - A candidatura de Meira já tem o apoio pessoal do ex-presidente da OAB Nacional e da OAB-Pará, Ophir Cavalcante Junior; do Presidente do Instituto dos Advogados do Pará (IAP), Clóvis da Gama Malcher Filho; do presidente da Academia Paraense de Letras Jurídicas (APLJ), Antonio José de Mattos Neto, do Presidente do Instituto Jurídico Coelho de Souza (IJCS), Bruno Coelho de Souza e do Presidente do Instituto Paraense de Direito Comercial (IPDCOM), Renan Malcher. Também declararam apoio os ex-presidentes da OAB/PA Ângela Salles, Avelina Hesketh, Sérgio Couto e Milton Nobre, atual desembargador (decano) do Tribunal de Justiça do Estado do Pará e ex-conselheiro do CNJ.

Advogado militante, André Malcher Meira é professor adjunto da Universidade da Amazônia (Unama), mestre e doutorando em direito pela Universidade de Lisboa, presidente do ISM – Instituto Silvio Meira, membro titular da ABD – Academia Brasileira de Direito (cadeira 02), da APLJ – Academia Paraense de Letras Juridicas (cadeira 27), Orador Oficial do IAP – Instituto dos Advogados do Pará, Representante Titular do IAB Nacional no Pará e membro efetivo do IAMG – Instituto dos Advogados de Minas Gerais.

Também é membro honorário da Academia de Letras Jurídicas do Amazonas (Casa de Bernardo Cabral), bem como sócio correspondente da ACED – Academia Cearense de Direito e da APLJ – Academia Paraibana de Letras Juridicas. Conferencista, é autor de vários livros e artigos científicos, bem como presidente de inúmeros congressos nacionais e internacionais (Portugal, Espanha, Roma e Vaticano) promovidos pelo ISM – Instituto Sílvio Meira.

Apenas dois, entre 1.066 candidatos a vereador em Belém, declaram patrimônio acima dos R$ 3 milhões

Débora Crespo e Sebastião Farconara, em fotos extraídas do sistema de
divulgação de candidaturas da Justiça Eleitoral

Apenas dois candidatos, uma médica e um advogado, superam a barreira dos R$ 3 milhões em patrimônio declarado, entre os 1.066 que concorrem a uma vaga na Câmara Municipal de Belém, nas eleições de novembro. O levantamento é do Espaço Aberto.

A médica Débora Crespo (MDB) registrou perante a Justiça Eleitoral o maior patrimônio, no valor de R$ 3.888.782, formado sobretudo por oito imóveis. Em seguida, aparece o advogado Sebastião Farconara (PL), com R$ 3.559.900,00. Os bens que ele relaciona são um apartamento e quotas de uma empresa. Ambos os candidatos concorrem a um cargo eletivo pela primeira vez.

O terceiro maior patrimônio é do professor Iran Moraes, que disputa eleições desde 2004 e foi eleito vereador de Belém apenas uma vez, em 2008. Filiado ao Cidadania, ele declarou imóveis e aplicações financeiras, num total de $ 2.831.910,00.

Veja abaixo, os demais candidatos que superaram a barreira dos R$ 2 milhões em patrimônio:

Dr. Rufino (Pode), médico - R$ 2.584.054,00

Niza Cameli (PP), empresária - R$ 2.581.025,00

Pig Leitão (PSL), empresário - R$ 2.520.000,00

João Coelho (PTB), estudante - R$ 2.480.345,00

Wandick Lima (PP), ex-jogador R$ 2.456.608,00

John Wayne (MDB), vereador - R$ 2.439.858,00

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Operação conjunta apreende 146 mil toneladas de minério de manganês em Barcarena


Em conjunto com Marinha do Brasil, Ibama, Agência Nacional de Mineração e Receita Federal, a Polícia Federal deflagrou a Operação Ágata, que teve por objetivo intensificar a fiscalização em rios e áreas portuárias (portos de Barcarena e  Santarém), além de combater crimes ambientais, tráfico de drogas, contrabando e descaminho. A operação transcorreu durante os dias 22, 23, 24 e 25 de outubro. 

No dia 23 de outubro, segundo a PF, duas pessoas foram presas em flagrante, em empresas localizadas na retroárea do Porto de Vila do Conde, Barcarena/PA, por não possuírem documentação legal da origem lícita de minério manganês.

No dia 24, mais de 146 mil toneladas de minério de manganês foram apreendidos no porto de exportações em Vila do Conde, em Barcarena, no Pará. Foi a maior apreensão no Estado. 

Os 186 contêineres com manganês seriam destinados a China. Todo o minério apreendido era de origem ilegal, extraídos no Pará e vendidos com notas fiscais "esquentadas" por empresas que possuem títulos autorizativos de lavra. Além do minério, houve apreensão de maquinários. 

O minério de manganês é considerado material essencial na fabricação de ligas metálicas, combinado especialmente com o ferro na produção de aço.

Em continuidade às ações, na data de hoje (25/10/2020), após levantamentos precisos de inteligência, houve a localização de dois plantios de maconha em área ribeirinha da zona rural do município de Ipixuna do Pará.

Com informações e fotos da Polícia Federal

Livro de magistrado aborda a Previdência e a dignidade humana


Tem livro novo na praça.

O juiz do Trabalho Océlio de Morais acaba de lançar pela LTr Editora a obra Previdência e dignidade humana -  A caminho do Estado mínimo?, que mergulha no passado para demonstrar as sucessivas transformações constitucionais no objeto da proteção social previdenciária no Brasil, além de apresentar as perspectivas ou futuro da proteção social brasileira.

O livro investiga, no conjunto de todas as reformas previdenciárias, as diretas e indiretas afetações ao princípio da dignidade humana, configurando-se assim como obra com denso viés humanista.

Idealizador/fundador da Academia Brasileira de Direito da Seguridade Social (ABDSS) e seu primeiro e atual presidente, o santareno Océlio chega, com esse trabalho, a seu seu 11º livro individual.

sábado, 24 de outubro de 2020

Priante e Thiago Araújo são os que mais sobem em pesquisa do Ibope e estão empatados tecnicamente. Edmilson cai um ponto.

José Priante e Thiago Araújo: os dois candidatos que mais subiram entre
os dias 3 e 21 de outubro, de acordo com pesquisa do Ibope divulgada neste sábado

O deputado federal José Priante (MDB) e o deputado estadual Thiago Araújo (Cidadania), que concorrem a prefeito de Belém nas eleições marcadas para 15 de novembro, foram os que mais subiram na preferência do eleitorado, de acordo com a mais recente pesquisa do Ibope, encomendada pela TV Liberal e divulgada neste sábado (24).

De acordo com o levantamento - realizado entre 21 e 23 de outubro, com 602 pessoas, e registrado sob o número PA 04432/2020 -, Priante aparece com 15% das intenções de voto, logo atrás de Edmilson Rodrigues (PSOL), o primeiro, com 38%. Thiago é o terceiro, com 8%. Como a margem de erro da aferição é de quatro pontos percentuais, para mais ou para menos, registra-se um empate técnico entre os candidatos do MDB (que pode ter de 11% a 19% das preferências) e do Cidadania (que pode ter de 4% a 12%).

Em relação à pesquisa anterior, de 3 de outubro, Priante subiu cinco pontos (de 10% para 15%) e Thiago Araújo subiu quatro (de 4% para 8%). Já Edmilson caiu um ponto (de 39% para 38%).

Os dois outros candidatos que subiram foram Delegado Federal Eguchi (de 5% para 7%) e Vavá Martins (de 4% para 7%). Cássio Andrade permanece com 4% e Guilherme Lessa continua com 1%.

Caíram na pesquisa do Ibope Gustavo Sefer (de 5% para 3%), Mário Couto (de 4% para 1%), Dr. Jerônimo (de 2% para 0%), Cleber Rabelo (de 1% para 0%)  e Jair Lopes (de 1% para 0%).

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Vocês conhecem Pelé? Eu conheço. Tirei até uma foto com ele.

Manaus, Vivaldão, abril de 1970: Pelé e Ércio Bemerguy, o primeiro radialista
santareno (terá sido o único?) a entrevistar não um rei quaquer, mas o Rei.

Pelé, 80 anos!

O que dizer ainda de Pelé?

Nada.

Sinceramente, nada!

Dizer que ele é o Rei (assim mesmo, com o artigo definido, masculino, singular, para indicar que é único) ainda é muito pouco.

Dizer que é gênio? É pouco.

Que é iluminado? É pouco.

Que é um artista? É pouco.

Que é único? É pouco.

Que parou guerras com sua arte incomparável? É pouco.

Que majestades se curvaram ante ele? É pouco.

Que poderosos de todas as raças, de todos os credos e todas as ideologias se rendiam à realeza de Pelé para mendigar-lhe um autógrafo ou um rapidíssimo cumprimento? É pouco.

Que foi o único a ultrapassar (comprovadamente e oficialmente) a barreira dos 1 mil gols? É pouco.

Pelé - com sua genialidade - deu margem a que fizéssemos dele e sua arte inigualável inspirações para poetizarmos nossos textos, nossas exaltações, nossas babações explícitas, inchadas, fartas, prenhes e plenas de orgulho por tê-lo como nosso patrício.

Mas criar novos adjetivos sobre Pelé? Não tem mais como.

Não há dicionário que ainda contenha novos adjetivos para expressar a genialidade dele.

Porque tudo já se disse sobre Pelé.

O Rei é íntimo nosso. Pelo menos, é íntimo meu.

Quem, como os da minha geração, nasceram e cresceram vendo Pelé jogar ou meramente imaginando sua arte, quando ouvíamos os jogos do Santos pelo rádio - como foi o meu caso, na Santarém sem TV dos anos 1970 -, travaram com ele uma intimidade das mais próximas.

E os íntimos sempre têm histórias e histórias uns dos outros.

Íntimo de Pelé, tenho uma - especial, inesquecível.

Em 1970, como apenas dez anos, eu já era apaixonado por futebol.

Não pensava em outra coisa, a não ser em futebol. Todo dia, o dia todo.

Vivia a expectativa de acompanhar a Copa do México, em junho.

Em março daquele ano, o estádio Vivaldo Lima, o Vivaldão, hoje Arena da Amazônia, era inaugurado em Manaus.

No dia 5 de abril, exatamente essa data, a Seleção Brasileira, então em fase preparatória para a Copa, fez um amistoso no Vivadão contra a seleção amazonense. Ganhou de 4 a 1.

Pelé jogou essa partida.

Ele estava lá.

Meu tio também.

Ércio Bemerguy - hoje aposentado e blogueiro - viajou a Manaus especialmente para cobrir a partida para a então Rádio Educadora, hoje Rádio Rural de Santarém.

Foi o primeiro radialista santareno a entrevistar o Rei.

Foi a Manaus, viu Pelé, entrevistou-o e trouxe a foto para comprovar.

Não acreditei - às vezes, continuo quase não acreditando - quando vi a foto de meu tio entrevistando Pelé.

Contava isso pra todo mundo.

Mas não podia mostrar a foto, porque ela virou um tesouro bem guardado até hoje.

Agora, posso mostrá-la.

Vendo-a repetidas vezes na casa de minha avó Didó, onde meu tio ainda morava, eu me sentia, naquela foto, junto a Pelé.

Sentia-me - e às vezes me sinto até hoje - como se eu mesmo tivesse sido fotografado ao lado de Pelé.

E me sentia cada vez mais orgulhoso de um tio meu, ora bolas, ter entrevistado não um reizinho qualquer, mas o Rei, o único.

Hoje, acompanhando os programas de esporte, como acompanho compulsivamente, vejo homenagens em que vários narradores, muitos deles ainda nem nascidos quando Pelé jogava, mostram-se diante da TV narrando antigos e célebres gols de Pelé como uma forma de homenageá-lo neste 23 de outubro, data de seu aniversário.

E sentem orgulho dessa experiência, mesmo que não tenham, presencialmente, narrado os gols do Pelé no momento em que efetivamente aconteceram.

Na semana passada, Marcelo Barreto, apresentador do programa Redação SporTV, contou que uma vez entrevistou Pelé. E disse que ficou atordoado quando, em meio à conversa, Pelé citou naturalmente o nome dele, Marcelo Barreto.

"Eu pensei: nossa, mas o Pelé citando meu nome!" - contou Barreto.

Esse Pelé, essa lenda viva do esporte (essa qualificação também é nova, viu, gente?) viveu 80 anos até agora.

Mas parece que ele é imemorial.

Parece que sempre viveu.

Parece que desconhece os tempos.

Vivendo imemorialmente, tempos a forte senação de que sempre foi íntimo nosso.

E nos faz orgulhosos, até quando um tio nosso aparece na foto com ele.

Viva, Pelé!

E viva sempre.

Imemorialmente.

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Temos governo? Se temos, encontre-o.


Bolsonaro, habitando um mundo que não está ao alcance de ninguém, a não ser dele mesmo, anuncia que vai
 convidar diplomatas de outros países para uma “curta viagem” à Amazônia.

Segundo ele, a intenção é mostrar a representantes de outras nações que não há “nada queimando ou sequer 1 hectare de terra desmatado” na região.

Sem informar a data,  antecipou que a viagem deve durar uma hora e meia, no trajeto entre Manaus (AM) e Boa Vista (RR).

Uma viagem dos sonhos teria, de fato, um outro roteiro.

Com Bolsonaro solto em alguma dependência do Planalto, um jogo eletrizante seria entupir o palácio de diplomatas, desafiando-os a encontrar ali algum vestígio, por mínimo que seja, de que o Brasil tem um presidente de carne e osso.

Porque, sinceramente, assistindo às alucinações a que temos assistido, a forte impressão - que já se aproxima da convicção - é de que este país não tem governo.

Com todo o respeito.

MP propõe ação de improbidade contra ex-secretários de Saúde por supostas irregularidades que teriam causado prejuízos de R$ 14,5 milhões

A deputada estadual Heloísa Guimarães (DEM) e o médico Vitor Mateus, ambos ex-secretários de Saúde do governo Simão Jatene no período de 2011 a 2018, além de outras nove pessoas estão sendo acusados pelo Ministério Público do Pará de participação em supostas irregularidades em contratos para a administração do Hospital Galileu, em Belém, que que teriam causado prejuízos de R$ 14,5 milhões aos cofres públicos.

Na semana passada, o Ministério Público, através da promotora de justiça Helena Maria Muniz Gomes, protocolou a ação de improbidade administrativa nº 0857493-07.2020.8.14.0301, distribuída no dia 16 de outubro para a 4ª Vara da Fazenda de Belém.  

A investigação teve início no final do ano passado a partir de procedimentos administrativos instaurados dois anos antes para analisar a contabilidade da Pró-Saúde – organização social contratada pelo governo do Pará para gerenciar o hospital e também incluída na ação.

No curso do inquérito, o Ministério Público afirma ter encontrado irregularidades que, segundo a Promotoria, envolvem aditivos em valores ‘elevados’ para inclusão de serviços já previstos no contrato inicial de gestão. Esses aditivos teriam sido assinados pelos ex-secretários de Saúde.
O Ministério Público também coloca sob suspeita empréstimos de R$ 11 milhões a custo zero e sem prazo de pagamento em favor das outras unidades da Pró-Saúde, localizadas inclusive fora do Estado. “Empréstimos estes que não retornaram para o Hospital Galileu em forma de ações e serviços para a população paraense”, diz um trecho da ação.


A ação também questiona contratos para prestação de serviços, que somam mais de R$ 600 mil, firmados pela Pró-Saúde com empresas controladas pelo então Diretor Técnico do Hospital Galileu, Lucas da Silva Geraldo, e pelo então Diretor Clínico da unidade, Michel Nunes Zigmantas que também são réus na ação. A suspeita é que as contratações tenham sido direcionadas em favor das empresas.

Na ação, o Ministério Público do Pará pede que o grupo seja condenado e ressarcir os cofres públicos, perda de bens acrescidos ao patrimônio de forma ilícita, perda de função pública, suspensão dos direitos políticos por até oito anos e a proibição de realizar contratos com o Poder Público, ou dele receber quaisquer benefícios ou incentivos ficais, por até cinco anos.


Com informações de "O Estado de S.Paulo"

terça-feira, 20 de outubro de 2020

Jorra dinheiro - e muito dinheiro - na conta de campanha de Priante


Pingou, ou melhor, jorrou dinheiro - e muito dinheiro, consideradas as circunstâncias vasqueiras das contribuições para candidatos que disputam estas eleições - na conta de campanha do deputado federal José Priante, que concorre à Prefeitura de Belém pelo MDB.

O candidato já dispõe de R$ 1,5 milhão, valor que corresponde a 42,8% do total de contribuições financeiras (cerca de R$ 3,5 milhões) destinadas a nove dos 12 candidatos (só ainda não receberam nada, até agora, Mário Couto, Dr. Jerônimo e Jair Lopes).

Priante, o primeiro a superar a marca do milhão de reais, foi destinatário de transferência integralmente feita, através do fundo eleitoral, pelo Diretório Nacional de seu partido.

A segunda maior receita, até agora, é de Edmilson Rodrigues (PSOL): R$ 632.131,70.

segunda-feira, 19 de outubro de 2020

Show com verba pública reúne milhares de pessoas em município do Pará. O Covid-19 agradece.

Tailândia, município a 160 quilômetros de Belém, está com tudo.

Como se diz por aí, Tailância tá podendo.

Em termos de irresponsabilidade - criminosa, vale dizer - na prevenção à Covid-19, a Prefeitura de Tailândia demonstra deter expertise total.

Viraliza aí nas redes sociais um vídeo, divulgado origianalmente pelo site Metrópoles, mostrando milhares de pessoas num show da cantora Mariana Fagundes, a principal atração num evento ocorrido no último sábado (17), em Tailândia.

Quem pagou o show?

A Prefeitura do município, ora bolas.

Se foi foi a prefeitura, temos dinheiro público envolvido.

Dinheiro público usado em absoluta, completa e afrontosa contrariedade a normas sanitárias que desaconselham ajuntamentos como o que se vê no vídeo.

Ah, sim.

Nesse caso, justificativa a apuração - imediata e rápida - do Ministério Púbico.

ATUALIZAÇÃO - 20.10, às 10H40:

A Prefeitura de Tailândia explicou, em nota, que não bancou o show, mas o apoiou, através da Secretaria de Cultura, acrescentando que adotou todas as medidas recomendadas para prevenção do Covid-19.

O show, segundo a prefeitura, foi promovido pelo Sindicato Rural de Tailândia como parte da programação de uma feira agropecuária.

1º Workshop Eleitoral do Pará reúne publicitários, marketeiros, jornalistas e pesquisadores

Alguns dos maiores profissionais e pesquisadores do Pará em áreas estratégicas de campanhas eleitorais - comunicação e marketing, legislação, pesquisas e planejamento/contabilidade - participam nesta terça e quarta-feira, 20 e 21 de outubro, do I Workshop Eleitoral do Pará 2020.

O evento, que ocorrerá no Hotel Sagres, no bairro de São Brás, pretende contribuir para uma sociedade democrática com formação profissional com preceito nas leis vigentes e a potencialização de boas campanhas eleitorais no estado.

Além disso, busca estimular o debate crítico sobre a nova conjuntura política, criando um ecossistema ético e legal na concorrência pelas cadeiras no executivo e legislativo municipal.

Os aprofundamentos sobre o uso de novas ferramentas tecnológicas, mídias digitais e suas contribuições para o processo eleitoral e como combater a disseminação da desinformação serão um dos destaques do evento. 

As inscrições poderão ser feitas no site https://eleicoespa2020.com.br/. Será emitido certificado de participação.

Para mais detalhes sobre o workshop, clique aqui.

Com informações da organização do evento

Para time que contrata um criminoso condenado, um "piriri" generalizado é episódio menor

Mulheres protestam em Bragança, na porta do hotel em que se hospeda o Rio Branco,
time da Série D que acolheu de braços abertos o goleiro Bruno, facínora condenado

O Rio Branco, time do Acre que disputa a Série D, foi à puliça e registrou ocorrência porque vários de seus jogadores tiveram um sério piriri, depois que comeram num restaurante de Bragança, onde o time se encontra para enfrentar o Bragantino.

No Bom Dia Pará desta seguda-feira (19), na TV Liberal, o dono do restaurante, lágrimas nos olhos, apareceu relatando de viva voz ameaças de morte que tem recebido depois do episódio.

O Rio Branco exerceu seu incontestável direito de pedir apuração sobre ocorrência que prejudicou seus jogadores.

Mas registre-se que o Rio Branco acolhe um facínora condenado por envolvimento no sequestro e assassinato de Eliza Samudio. Trata-se do goleiro Bruno, ele próprio atingido pelo pirrique.

Bruno, aliás, foi alvo de justos e compreensíveis protestos quando o ônibus do Bragantino chegou a Bragança.

Por esse precedente, o ter contratado um criminoso, é justo que o Rio Branco também seja investigado neste caso.

Conviria que o empresário, dono do restaurante, fosse à polícia para investigar de onde partiram as ameaças contra ele.

Não se sabe se o fez.

Se não, deveria tê-lo feito.

sábado, 17 de outubro de 2020

Bons e inocentes tempos aqueles, em que cuecas serviam apenas de cuecas

Barreto Pinto: mostrar-se apenas de ceroulas custou-lhe o mandato em 1949.
Hoje, nem dinheiro guardado entre as nádegas pode ser motivo de cassação.

Mas que coisa, hein, gente?

Depois, quando a gente diz aquela conhecida máxima - nós éramos felizes e não sabíamos -, para expressar a desilusão com estes tempos mudernos em que vivemos, logo dizem que somos saudosistas.

Pois é.

Em 1949, a Câmara cassou o mandato do deputado Barreto Pinto, depois que a revista O Cruzeiro o exibiu de ceroulas.

Ele foi o primeiro deputado a perder o mandato por quebra de decoro.

Mas observem: as ceroulas usadas naquela época iam quase até os joelhos. E outra função não tinham senão a original (e exclusiva): a de peça íntima para cobrir as partes íntimas dos que a usavam.

Hoje, ceroulas são cuecas.

E cuecas não servem mais apenas para cobrir as partes íntimas dos que a usam.

Podem ter uma segunda serventia: a de esconder dinheiro públicos criminosamente desviados, como os R$ 15 mil encontrado com o senador Chico Bolsonarista Rodrigues (DEM-RR).

E o pior: a cueca usada por Sua Excelência era apenas um disfarce, porque o dinheiro mesmo estava entalado entre suas nádegas, segundo consta de relatório da Polícia Federal.

O Senado está indignado com a ordem de afastamento provisório de Rodrigues do mandato, por determinação do ministro Luís Roberto Barroso.

Irá cassá-lo por quebra de decoro? Sabe-se lá.

Mas cassaram Barreto Pinto, porque aparecera só com esse cuecão aí, sem dinheiro algum - nem atracado ao cuecão e nem enfiado entre as nádegas.

Bons tempos aqueles, em que cuecas serviam apenas de cuecas.

Com o perdão do saudosimo.

Jair Lopes, o candidato do PCO, existe mesmo? Parece que sim. Mas ele não passa de uma miragem política.

Jair Lopes (na imagem ao lado) existe?

Existe.

Quem consulta o sistema de divulgação de candidaturas da Justiça Eleitoral vai ver seu nome completo, sua ocupação, data de nascimento, além de certidões emitidas pela Justiça Federal e pela Justiça Estadual atestando que nada consta contra ele.

Como cidadão, portanto, o candidato do Partido da Causa Operária (PCO) a prefeito de Belém existe.

Como candidato, não.

Como candidato, ele não passa de uma miragem política.

Fiquei curioso para acompanhar a entrevista que Lopes daria na última quinta-feira (15), na série em que o Grupo Liberal está ouvindo todos os 12 candidatos a prefeito de Belém.

Ele não foi. Alegou imprevistos na agenda.

Quem acompanha o dia a dia da campanha dos candidatos, que a TV Liberal exibe em seus telejornais, ouvirá que "Jair Lopes não informou seus compromissos de campanha". Invariavelmente, tem sido assim.

O candidato do PCO fez-se ausente da entrevista não porque teve "imprevistos de agenda". Essa justificativa, com todo o respeito, é mentirosa.

Muito embora tenha mentido, ele honestamente deve ter preferido não ir porque não teria mesmo nada, absolutamente nada o que dizer.

Jair Lopes, como candidato a prefeito, não tem uma proposta - literalmente nem uma sequer - para Belém.

Seu programa de governo, disponível no sistema da Justiça Eleitoral, é um deserto de propostas.

Diante da miragem política que é o candidato do PCO, fui ler o que ele chama de programa de governo.

Li todo o "programa".

Talvez nem Jair Lopes tenha lido.

Mas eu li.

Aquilo ali, a rigor, é uma carta de princípios. De delirantes princípios.

"Nesse sentido, a eleição atual não é um processo como de costume, mas uma fraude e uma manipulação em meio a um golpe de Estado, tal como eram as eleições durante o regime militar. Não há nenhuma saída pela via eleitoral e a insistência da esquerda pequeno-burguesa nessa perspectiva é uma verdadeira armadilha para os trabalhadores", diz um dos trechos da carta delirante do PCO.

Mas se a eleição é uma fraude, por que o PCO participa dela, tendo registrado Jair Lopes como seu candidato?

"Agora, a esquerda se prepara para adaptar-se ainda mais ao golpe e aos golpistas, ou seja, ao imperialismo, lançando-se na farsa eleitoral na disputa de cargos e de projeção individual, apresentando-se como administradora do Estado capitalista completamente falido". Eis outro delírio inscrito na "programa de governo" de Lopes.

Se a esquerda lançou-se numa farsa eleitoral, o PCO, que participa dessa mesma farsa, agasa-lhe em que espectro ideológico?

Espiem só mais este trecho: "Neste sentido, é de fundamental importância impulsionar a luta pela dissolução da Polícia militar e de todo o aparato repressivo. Defender a organização imediata dos comitês de autodefesa para reagir à ofensiva do estado capitalista e da extrema-direita contra os negros".

Como seria a estruturação desses comitês de autodefesa? Quais seriam as armas que utilizariam? Seriam porretes, galhos de mangueiras podadas? Ou seriam as armas convencionais utilizadas pela PM que seria dissolvida?

Eu queria muito saber como seriam essas coisas.

Mas, afinal de contas, qual seria o objetivo central da campanha do PCO?

O objetivo central é singelo: "Cumprir a meta mínima de aumento de 100% na venda e alcançar a meta geral de venda de 10 mil exemplares" do jornal do partido.

Consta do programa: "O trabalho com o jornal deve ocupar lugar central na atividade de campanha em todo o País. O jornal é nosso principal instrumento de campanha. A ilusão de que a campanha possa ser feita pela imprensa capitalista é uma completa adaptação à burguesia."

Está aí uma das razões pelas quais Jair Lopes não tem contato com a Imprensa. É que ela é capitalista, e uma campanha feita por intermédio da Imprensa capitalista não apenas é uma iusão como uma "completa adaptação à burguesia". Pronto. Tudo explicado.

Por que a miragem política em que se transformou Jair Lopes deveria ser objeto de um debate desapaixonado?

Porque a presença dele num pleito eleitoral democrático, sob as regras democráticas, revela a bagunça, a mixórdia e a disfunção dos partidos políticos no Brasil.

Isso é fato.

Atualmente, temos 33 partidos políticos legalmente registrados no Brasil. E estão na fila, aguardando criação, mas 77. Isto mesmo: 77.

A impressão é de que, nessa toada, não vai demorar muito o dia em que teremos mais partidos do que eleitores.

Num quadro partidário como esse - disperso, diluído, desprovido de qualquer organicidade que possa identificá-los com os segmentos do corpo social que eles dizem representar -, como esperar que um PCO, por exemplo, apresente à sociedade propostas concretas, viáveis e razoáveis para a superação de distorções sociais clamorosas?

Questões como essa só Jair Lopes poderia explicar.

Mas ele, ainda que exista como cidadão, é uma miragem política.

Por isso, ninguém o vê, ninguém o ouve, ninguém o percebe minimamente, ninguém sabe o que pensa e o que faz durante sua campanha. Nada, enfim!

Pena que Lopes, mesmo sendo uma miragem política, continue participando de uma fraude e de uma farsa eleitorais, como diz sua carta de princípios delirantes.

sexta-feira, 16 de outubro de 2020

A Sespa desmente todo mundo sobre a Covid. Só está faltando agora a Sespa desmentir a própria Sespa.

Funcionários da Sespa em coletiva: mais desmentidos sobre o aumento considerável do
número de caso da Covid-19 em Belém e no Pará (foto Jader Paes/Agência Pará)

Que poder, que instância, que instituição se alevantará (esse mesmo é o verbo, que tem muito mais força do que levantar) neste momento crucial, para espanar dúvidas e revelar a verdade - apenas e tão somente a verdade - sobre os números reais da Covid-19 no Pará?

Nesta quinta (15), o Hospital Universitário Barros Barreto - que, conforme já se destacou aqui, não é uma bodega qualquer de 15ª catiguria, mas um estabelecimento que segue protocolos médicos orientados por dados de aferição objetiva, como os da Sespa - anunciou restrições na visita de pacientes, porque detectou aumento considerável, portanto preocupante, do número de casos confirmados da Covid-19 no Pará.

A Sespa, cujos números serviram para a decisão do "Barros Barreto", desmentiu o hospital.

Agora há pouco, o Jornal Liberal 2ª Edição, da TV Liberal, ouviu um especialista da Fiocruz e o dirigente do Sindicato dos Hospitais de Belém. Ambos confirmaram um aumento do número de casos de Covid.

Ouvida pela emissora, a Sespa igualmente os desmentiu.

A Sespa vai ficando, nesse contexto, igual à história do cara que marchava em descompasso com todo o batalhão, mas sustentava que ele, sozinho, marchava certo.

Só falta agora, portanto, a Sespa desmentir a própria Sespa.

Desde ontem, depois da postagem que abordou a discrepância das informações do "Barros Barreto" e da Sespa, não param de chegar ao Espaço Aberto informações que confirmam, ora bolas, o que detectou o "Barros Barreto" e agora o sindicato dos hospitais de Belém.

"As alas de Covid do Hospital Amazônia, Unimed, Porto Dias estão lotadas. Há aumento de número de casos no Guadalupe e no Barros Barreto. A secretária aqui de casa levou a filha pra se consultar na UPA de Marituba e me disse que está cheio de casos de Covid lá também", relata leitor do blog.

Médico, que por motivos óbvios prefere não se identificar, conta que, dos 122 testes feitos no lugar onde ele atua, 100 foram confirmados. Além disso, garante que o número de casos de Covid nas unidades básicas de saúde explodiu.

Na última segunda-feira, leitora do Espaço Aberto esteve pessoalmente no Hospital Belém e ouviu, da médica que a atendeu, a confirmação do aumento de casos, muito embora não tenha mencionado números.

O G1 Pará informa que, num laboratório particular de Belém, profissionais relatam indícios na manipulação de dados sobre o estágio atual da Covid no Pará.

Não se pretende insinuar aqui, nem de longe, que estaríamos vivendo uma segunda onda ou coisa parecida.

Mas, num outro extremo, a simples negativa de que os números continuam a retroceder, enquanto um batalhão aponta que estão aumentado, nivela a Sespa ao personagem que, sozinho, marcha errado no batalhão, mas imagina que só ele está marchando certinho.

Ou não?

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

A discrepância de informações do "Barros Barreto" e da Sespa sobre o aumento - ou não - da Covid é um escândalo. É um horror!

Hospital Barros Barreto: suas informações, em tese, devem ser dignas de crédito.
As da Sespa também. E quando ambos se contradizem, em quem, afinal de contas, acreditar?

E agora, José?

Os paraenses todos temos carradas de razões para estar perplexos, para não dizer escandalizados.

O Hospital Barros Barreto anunciou nesta quinta (15) a decisão de suspender provisoriamente as visitas a pacientes internados, sob a justificativa de que detectou um "aumento no número de casos confirmados da doença no Pará" e aumento de 280% do número de amostras em análise. A doença, no caso, é a Covid-19. A fonte em que se ampara o hospital é o painel de monitoramento da Covid-19 no Pará, operado pelo governo do estado.

E a Sespa?

A Sespa diz que o "Barros Barreto" está, como diríamos, viajando na maionese. E aponta que, de acordo com o levantamento epidemiológico, houve redução de 88% na média móvel de casos da doença, quando comparada há 14 dias. Ainda segundo a Secretaria, no dia 29 de setembro, a média móvel era de 229 novos casos por dia, enquanto em 13 de outubro foram computados, em média, apenas 27 novos casos por dia.

Diante dessa discrepância enorme, flagrante, escandalosa e espantosa de informações prestadas por duas fontes que, a rigor, devem ser insuspeitas - ambas por deterem conhecimentos técnicos sobre o que dizem e ambas por estarem obrigadas a dizer a verdade, sempre a verdade e nada mais que a verdade -, como ficamos nós?

Eu, por via das dúvidas, não acredito nem no "Barros Barreto", nem na Sespa.

Porque eu sou, como já pontuei aqui, um completo idiota.

Sendo idiota, acredito que continuar enclausurado até onde for possível é o meio menos inseguro de evitar essa doença horrorosa.

O comunismo morreu. Bolsonaldo, que não descarta ser irmão de Bolsonaro, acaba de matá-lo.


Pode isso, Arnaldo?

Esse aí é o Bolsonaldo, candidato a vereador em Marituba.

Admitamos, ele é muito parecido com o pior presidente que o Brasil já pariu (a fórceps, vá lá) em 500 anos de história.

Bolsonaldo tem dito por aí que não descarta a possibilidade de vir a ser irmão de Bolsonaro, o pior presidente do Brasil em 500 anos de história.

Por quê?

Porque, segundo o candidato, ele tem muitos irmãos que ainda não conhece, já que seu pai teve 22 filhos. "Quem sabe ele não é meu irmão?", indaga Bolsonaldo, referindo-se a Bolsonaro.

Mas a questão não é essa.

A questão é que Bolsonaldo é comunista.

Concorre pelo PCdoB.

Nunca disputou uma eleição na vida.

Esta é a primeira.

Bolsonaldo é apelido que apenas tem alguma semelhança com Bolsonaro.

Mas só de pensar que um comunista registrou um apelido que tenha uma pálida, uma distante semelhança com um anticomunista fanático e feroz, que já fez apologia à tortura (que atingiu vários comunistas durante a ditadura), só de pensar nisso nos leva à conclusão de que o comunismo, de fato, morreu.

Acabou de vez.

Bolsonaldo acabou de matá-lo. E sepultá-lo.

Credo!

Cássio Andrade (PSB) é o que mais arrecadou. Thiago Araújo (Cidadania) é o único que está bancando sua campanha apenas com recursos próprios.



O Fundo Especial de Financiamento de Campanha, que todos conhecemos como fundo eleitoral, está financiando 60,4% das campanhas de oito dos 12 candidatos a prefeito de Belém que já registraram na Justiça Eleitoral suas receitas. O levantamento é do Espaço Aberto.

O sistema de divulgação de candidaturas registra que oito candidatos à sucessão de Zenaldo Coutinho já declararam, até este momento, R$ 695.565, dos quais R$ 420.700 são provenientes do financiamento público de campanha. A soma restante provém do fundo partidário e das doações de particulares.

Cássio Andrade (PSB) é o beneficiário da maior receita. Até agora, ele recebeu R$ 300 mil transferidos pela direção estadual de seu próprio partido. A segunda maior receita é de Gustavo Sefer (PSD), que já recebeu R$ 120.030, dos quais R$ 100 mil doados por Rafael Sefer e R$ 10 mil de recursos que o próprio candidato destinou à sua campanha.

A terceira maior receita declarada, de R$ 110 mil, é a de Guilherme Lessa (PTC), valor proveniente inteiramente do fundo eleitoral. O candidato Edmilson Rodrigues (PSOL), quarto em arrecadação para a campanha, com R$ 66.500, é o único que já recebeu até agora a maior parte dos recursos (R$ 50 mil) provenientes não do fundo de financiamento (eleitoral), mas do fundo partidário, que também é formado, entre outras, por doações de pessoas físicas e jurídicas depositadas diretamente na conta indicada pela legenda.

Candidato do Cidadania, o deputado estadual Thiago Araújo aparece como o único, até este momento, que está bancando sua campanha inteiramente com recursos próprios - no valor de R$ 44.900. Delegado Federal Eguchi (Patriota) já recebeu R$ 32.165 (oriundos em sua totalidade de doações de particulares) e Cleber Rabelo (PSTU) arrecadou R$ 10.700 (dos quais R$ 10 mil provenientes do fundo eleitoral). Vavá Martins (Republicanos) vai tocando sua campanha com apenas R$ 1.300.

Ainda não foi declarada qualquer receita para os candidatos José Priante (MDB), Mário Couto (PRTB), Dr. Jerônimo (PMB) e Jair Lopes (PCO).

TJPA elege seus novos dirigentes. "Rito de passagem" foi respeitado. Mas nem tanto.

Regina Célia Pinheiro, entre Ronaldo Valle e Rosileide Cunha: rito de passagem
no Tribunal de Justiça sem surpresas. Mas nem tanto assim (foto de Ricardo Lima/TJPA).

Foi civilizada, como se espera uma deliberação entre civilizados, a sessão do Pleno do Tribunal de Justiça do Pará (TJPA), que nesta quarta-feira (14) renovou seu corpo dirigente. Mas não foi uma sessão que seguiu plenamente, digamos assim, o modelo indicado para tais ocasiões.

O modelo de sucessão observado nos tribunais, sabem todos, segue aquele costume - ou rito, se quiserem - em que se respeita rigorosamente um critério básico: o vice-presidente sucede o vice. E muito raramente há disputa em plenário. Tudo muito simples, linear e previsível.

Foi assim no TJPA.

Mas não foi bem assim.

Foi assim porque a desembargadora Célia Regina Pinheiro, atual vice-presidente, foi eleita para presidir a Corte no biênio 2021/2023, sucedendo o presidente Leonardo Tavares.

Não foi bem assim porque houve a velha batição de chapa, ou seja, apareceu uma candidatura disposta a quebrar essa rotina solene - e mais ou menos silenciosa - a que se entregam os tribunais.

A candidata que ofereceu seu nome como alternativa foi a desembargadora Vânia Bitar, que acabou obtendo nada desprezíveis 11 dos 30 votos de seus pares. Célia Regina foi confirmada presidente com o apoio de 18 colegas. E um voto foi nulo.

Também houve uma disputazinha para a vice. Mairton Carneiro queria ser o vice, mas obteve apenas quatro votos na disputa com Ronaldo Valle. Parece que, nesse caso, prevaleceu um critério muito relevante nas cortes: o da antiguidade. E aí Valle ficou em folgada vantagem, uma vez que integra o desembargo desde 2010, enquanto Carneiro só entrou em 2016.

No mais, a próxima corregedora-geral de Justiça será a desembargadora Rosileide Cunha. As desembargadoras Maria Filomena de Almeida Buarque, Ezilda Pastana Mutran, Rosi Maria Gomes e Eva do Amaral Coelho foram eleitas para compor o Conselho da Magistratura juntamente com os membros natos que são os titulares da presidência, vice-presidência e Corregedoria Geral de Justiça. A posse ocorrerá no primeiro dia útil de fevereiro de 2021.

quarta-feira, 14 de outubro de 2020

A nomeação do novo reitor da UFPA não é um favor de Bolsonaro. É a rendição de um autocrata à democracia.

Como se diz na postagem do blog no Instagram: até que enfim!

Bolsonaro deve estar passando mal, após ter-se rendido, inexorável e inapelavelmente, à legalidade, à legitimidade e aos critérios democráticos que orientaram a eleição para reitor da UFPA.

A comunidade universitária está de parabéns, pela mobilização que empreendeu nas últimas semanas, em defesa do respeito à autonomia universitária, que chancelou a escolha do novo reitor.

Os amplos segmentos da sociedade civil, que resistem em defender de peito aberto o respeito aos mais elementares direitos que a democracia enseja, também estão de parabéns.

Saibam todos - inclusive bolsonaristas fanáticos, que escabujam seus ódios por aí - que Bolsonaro ter nomeado o primeiro nome da lista tríplice não foi um favor, não foi uma concessão, não foi um ato de generosidade extrema. Até porque quem não se comoveu, até hoje, com mais de 151 mortos nesta pandemia horrorosa não se credencia a ser alguém generoso.

Ao contrário, o presidente da República, ao nomear Tourinho, apenas admitiu - muito embora a contragosto, muito embora com sentimentos de repulsa, muito embora com nojinho - a imposição da legitimidade.

Por isso, deve estar passando mal hoje.

Todas as vezes em que autocratas de almanaque se rendem aos princípios democráticos, eles geralmente precisam medicar-se. Do contrário, não suportariam esses momentos em que as regras democráticas, apesar dos pesares, falam mais alto e ostentam sua notória supremacia.