terça-feira, 23 de julho de 2024

Lula sobre a COP30 em Belém: "A gente pode ter problemas"

Lula, entre o governador Helder Barbalho e o chanceler Mauro Vieira, ao anunciar,
em maio do ano passado, Belém como a sede da COP 30 (Foto: Ricardo Stuckert)

Se só tem tu, vai com tu mesmo.

Pela primeira vez, desde que chancelou publicamente, entre pompas e alguma circunstância, a realização da 30ª Conferência das Nações Unidas (ONU) sobre Clima, a COP 30, em Belém, o presidente Lula admitiu, também publicamente, mas desta vez sem pompas, que não será fácil dotar a cidade da infraestrutura ideal para sediar o evento, programado para novembro de 2025.

"[...] Nós convocamos a COP na cidade de Belém, que é um lugar muito especial na Amazônia. É um lugar em que a gente pode ter problemas, porque não tem toda a estrutura que tem em uma cidade grande como Paris, como São Paulo, como Londres, como Madrid, como Nova York, não. Mas a gente vai fazer lá mesmo, que é para as pessoas sentirem como é que vivem as pessoas que moram na Amazônia", afirmou o presidente.

As declarações foram dadas em uma entrevista fechada a jornalistas de agências internacionais no Palácio da Alvorada, na segunda-feira (22). A transcrição da entrevista, no entanto, foi divulgada pelo governo federal apenas nesta terça (23).

terça-feira, 16 de julho de 2024

"Lixão a céu aberto" no Atalaia integra apuração do MPF, que pode, entre outras alternativas, ajuizar ação para reprimir uso irregular da praia

A Praia do Atalaia, como ficou no último final de semana, após evento realizado
durante a madrugada. Até agora, ninguém foi responsabilizado por esse crime ambiental.
Muito menos o organizador do evento, que até agora ninguém sabe quem é.
(Foto: redes sociais)

O Ministério Público Federal informou na tarde desta terça-feira (16), ao Espaço Aberto, ter tomado conhecimento, pela Imprensa e pelas redes sociais,  do lixão a céu aberto (expressão do blog, diga-se logo, e não do MPF) em que se transformou a Praia do Atalaia, em Salinópolis, no último final de semana, e que já está em andamento no órgão o Procedimento Preparatório (PP) 1.23.000.000137/2024-90.

Instaurado em janeiro deste ano, o PP, segundo o MPF, apura a utilização irregular das praias de Salinópolis, "em especial, a permissão para que veículos automotivos entrem na faixa de areia." Desde então, houve coleta de informações e reuniões com órgãos públicos, como a Prefeitura de Salinópolis e as secretarias municipais de Meio Ambiente e de Turismo de Salinópolis.

"As praias são bens públicos de uso comum do povo. Desse modo, o MPF requer das autoridades públicas o estabelecimento de regras que assegurem a todas e todos o livre e franco acesso a elas e ao mar, bem como o cumprimento da legislação ambiental", acrescenta a nota do MPF encaminhada ao Espaço Aberto.

O procedimento preparatório, conforme definição do próprio MPF, é instaurado para apurar notícias de irregularidades quando os fatos ou a autoria não estão claros ou quando não é evidente que a atribuição de investigação é do Ministério Público Federal.

"Depois de reunidas mais informações, o procedimento preparatório pode se transformar em inquérito civil, ou mesmo redundar diretamente na propositura de uma ação, caso os fatos e autores fiquem bem definidos durante seu trâmite", explica o órgão.

Isso significa que, encerrado o PP, uma das possibilidades é o ajuizamento de ação que, entre outras medidas, pode pedir até a vedação do tráfego de veículos na Praia do Atalaia, providência cobrada há 500 anos e nunca, até agora, satisfeita.

domingo, 14 de julho de 2024

No Atalaia, em Salinas, a noite é uma criança. E a noite também é para os criminosos.


Em Salinas, na Praia do Atalaia, esse recanto único do desassossego (perdoem-nos os portadores de JBLs) que emoldura a orla Atlântica do Pará, a noite é uma criança. Como também é um refúgio para o crime ambiental perpetrado por criminosos.
Esse vídeo que vocês veem acima foi mandado há pouco para o Espaço Aberto e está viralizando em vários perfis nas redes sociais.
As imagens, como também o desabafo dos trabalhadores, mostram a sujeira, a imundície, a nojeira perpetrada pelos que se concentram durante a noite, no Atalaia.
Eles, os criminosos das noites, têm passe livre para transformar a praia no depósito de lixo de suas saudáveis diversões, inundando-as de garrafas de bebidas, entre outros rejeitos.
Mas os pobres barraqueiros, trabalhadores que ganham a vida honesta e duramente, não podem, em sua jornada de tabalho durante o dia, comercializar produtos em garrafas. Se fizerem isso, expõem-se a sofrer multas pesadíssimas. E todo esse rigor é, dizem, para proteger a natureza, o meio ambiente, a vida saudável (hehe).
Mas, à noite, está tudo liberado.
Com a palavra, as múltiplas - e esforçadíssimas - esferas encarregadas de fiscalizar essas tenebrosas transgressões.
Transgressões que ocorrem durante a noite, sem bem dito.

quinta-feira, 11 de julho de 2024

Justiça Federal condena Hydro Alunorte a pagar R$ 100 milhões por desastre ambiental em Barcarena

Instalações da Hydro Alunorte no município de Barcarena (Foto: Paulo Santos/Reuters)

Do portal da Justiça Federal/Seção Judiciária do Pará

O juiz federal titular da 9ª Vara, José Airton de Aguiar Portela, condenou a Hydro Alunorte à pena de prestação de serviços à comunidade, por ter contaminado e poluído uma área no município de Barcarena, em 2009, após o transbordamento de rejeitos sólidos de suas instalações. A mineradora será obrigada a pagar R$ 100 milhões, a título de contribuição a entidades ambientais ou culturais públicas.

Na sentença de 92 páginas, assinada nesta quarta-feira (10), a 9ª Vara aplicou pena restritiva de direitos da pessoa jurídica, proibindo a refinadora de alumina (a maior do mundo, fora da China) de contratar com  o Poder Público, bem como dele obter subsídios, subvenções ou doações por dez anos, assim alcançando todos os órgãos da Administração direta e indireta, de todas as esferas federativas.

O magistrado determina que os R$ 100 milhões sejam recolhidos à conta do Juízo, “para posterior destinação a instituição pública ou privada sem fins lucrativos, desde que fiscalizada por órgãos de conta e/ou Ministério Público, preferencialmente, de caráter socioambiental, podendo também tal valor ser destinado à recuperação ou instalação de parques ambientais, praças ou espaços verdes de lazer no nas áreas urbanas do Estado do Pará, assim contribuindo-se para a melhoria da qualidade de vida da população, principalmente nas zonas periféricas das cidades.”

O processo começou na Comarca de Barcarena, em 2012. Sete anos depois, ficou decidido que a Justiça Federal é que tinha competência para julgar o caso, tendo sido o processo distribuído para a 9ª Vara, competente para apreciar ações de natureza ambiental.

A primeira denúncia, apresentada em dezembro de 2012 pelo Ministério Público do Pará (MPPA) e posteriormente ratificada pelo Ministério Público Federal (MPF), narra que, em razão do transbordamento da bacia de depósito de rejeitos sólidos (DRS), ocorrido em 27 de abril de 2009, no interior das dependências da Alunorte, houve contaminação do meio ambiente e a poluição do Rio Murucupi.

Provas - Com base em fotografias, autos de infração, laudos periciais, relatórios de fiscalização do Ibama e estudos do Instituto de Ciências Exatas e Naturais da Faculdade de Química da Universidade Federal do Pará (UFPA), além do que ouviu de vários moradores de Barcarena na condição de testemunhas, o magistrado concluiu que, “em razão de vantagens econômicas decorrentes do processamento da bauxita, em detrimento do interesse da coletividade a um meio ambiente sadio e equilibrado, a Alunorte Alumina do Norte do Brasil S/A se omitiu ao dever de evitar um dano previsível ao subdimensionar os extravasores e a borda livre das paredes norte e oeste do depósito de rejeitos sólidos, assumindo o risco pelo transbordamento do material cáustico decorrente do aumento da pluviosidade local no dia 27/04/2009.”

A sentença acrescenta ainda que “a poluição resultou no lançamento de resíduos sólidos altamente cáusticos e contendo metais pesados, como alumínio, ferro, sódio e titânio, sem o tratamento adequado em área de preservação formada por vegetação e nascentes d’água do Rio Murucupi, modificando drasticamente as características físico-químicas e microbiológicas ao longo de 9 quilômetros do rio, e na extensão da poluição ao Rio Barcarena, ao Rio Pará, Dendê e Arienga, na alteração da estrutura das comunidades bióticas locais, na mortandade de peixes, répteis e animais terrestres, na contaminação dos poços artesianos e na exposição dos ribeirinhos à intoxicação por metais pesados e queimaduras na pele.”

Lama tóxica - Portela avaliou que a Hydro Alunorte não tomou medidas imediatas para socorrer os ribeirinhos e compensar a ausência de água potável e minimizar os danos causados, além de ter sido a responsável pelo transbordamento de uma quantidade enorme de lama tóxica suficiente para contaminar a nascente de rios.

De acordo com a sentença, a Alunorte impediu a entrada dos fiscais do Ibama em sua sede, no dia do evento, e negou a ocorrência do dano aos fiscais, embora já tivesse ciência do transbordamento e estivesse executando medidas para esconder o vazamento com sacos de areia e valas cavadas com retroescavadeiras.

“A empresa não comunicou imediatamente o dano aos órgãos ambientais e negou a ocorrência da poluição aos fiscais do Ibama. A Alunorte passou a colaborar com a fiscalização do Ibama somente após as autuações fiscais. A empresa ré tinha ciência de que devia fazer o alteamento da bacia de depósito de rejeitos sólidos desde dezembro de 2008 e não fez, assumindo o risco para o dano de poluição causado em abril de 2009”, reforça a decisão.

Processo nº 0015239-52.2019.4.01.3900 (consulte aqui).

Hydro nega ocorrência de crimes

Em nota distribuída na manhã desta quinta (11), a Hydro Alunorte manifestou sobre a sentença da Justiça Federal. A seguir, a íntegra da nota:

"A Alunorte nega veementemente a ocorrência de crime de poluição do Rio Pará como consequência do evento de 2009 e irá recorrer da decisão desfavorável logo que for intimada pelo Tribunal.

Durante o processo, as partes forneceram provas técnicas ao Tribunal, demonstrando que não houve danos causados ao Rio Pará.

As operações da refinaria empregam as melhores práticas de gestão, atendendo aos rígidos controles ambientais e à legislação vigente e aplicável. A companhia reafirma seu compromisso em ser uma boa vizinha, colocando as pessoas, o meio ambiente e a segurança em primeiro lugar."

quarta-feira, 10 de julho de 2024

O tudo ou nada contra Daniel. E se ele ganhar de lavada?


A política tem dessas coisas, você sabe.
O santo - puro e imaculado - de hoje será o patife de amanhã. E vice-versa. Tudo vai depender das cirscunstâncias ditadas pelas disputas e paixões políticas.
É o que ocorre com Daniel Santos (PSB), o Doutor Daniel, prefeito de Ananindeua e pré-candidato a se reeleger com uma margem avassaladora de votos, segundo as pesquisas - tanto as críveis como as nem tanto (e muito pelo contrário).
Daniel rompeu com Helder Barbalho (MDB) e passou a ser a Geni da vez.
Os dois jornais de Belém exibiram nos últimos dias (um no domingo, outro nesta quarta), com destaque, matérias sobre o patrimônio amealhado por Daniel nos últimos anos.
As matérias dão continuidade a tantas outras. As acusações menos graves - as menos graves, repita-se - apontam o prefeito como caloteiro que teria inviabilizado, por falta de pagamento, o funcionamento de um pronto-socorro na cidade.
É um tudo ou nada contra Daniel, como se vê.
Consulto três ou quatro pessoas que residem na área de Ananindeua. As quatro responderam que têm conhecimento das denúncias envolvendo o gestor. Mas, de propósito, não quis perguntar-lhes se acreditam ou não nas acusações feitas a ele.
Já que fazem pesquisas pra tudo, essa questão - sobre os efeitos das denúncias contra Daniel na preferência do eleitorado - poderia ser levantada com maior profundidade pelos interessados em buscar projeções em relação ao pleito de outubro.
Mas uma coisa é certa: se Daniel, apesar da avalanche de denúncias contra ele, for reeleito com a margem enorme de votos que se prevê neste momento, seu cacife político tende a aumentar ainda mais. E aí, 2026 é logo ali.
Todavia, aguardemos!
Em política, esperar é, muitas vezes, a conduta mais prudente.

terça-feira, 9 de julho de 2024

Nosso ladrão presuntivo perde até o roubo, mas não perde a piada


Para Jair Bolsonaro, nosso estimado ladrão presuntivo, nem todo ladrão é ladrão.
Ou por outra: ele, parece, elegeu como critério pessoal fazer uma distinção entre ladrões.
Bolsonaro acha que um ladrão de R$ 6,8 milhões é um ladrão bem mais, digamos assim, puro do que um ladrão de R$ 25 milhões.
É que a Polícia Federal divulgou erroneamente o valor das joias apropriadas (todas essas aí que vocês veem no infográfico, pinçado da edição desta terça de O Globo) pelo nosso ladrão presuntivo. Após o ministro do STF Alexandre de Moraes derrubar o sigilo do inquérito, a PF disse que R$ 25 milhões haviam sido desviados por Bolsonaro. Depois, a corporação corrigiu a cifra para R$ 6,8 milhões.
"Aguardemos muitas outras correções", disse o ladrão presuntivo, ao que tudo indica bastante satisfeito de não ser um ladrão presuntivo de R$ 25 milhões, mas de R$ 6,8 milhões.
Isso é uma piada!
Mas nosso ladrão presuntivo é capaz até de perder o roubo, mas não perde a piada.
E os bolsonaristas, sempre com amor no coração e esbanjando bom humor, morrem de rir.

sexta-feira, 5 de julho de 2024

Bolsonaro, o nosso estimado ladrão presuntivo

Jair Bolsonaro e Mauro Cid: comparsas indiciados. Mas ambos, é claro, puros d'alma

Nem o Código Penal, nem as leis esparsas da esfera criminal mencionam o termo ladrão.

Pois é.

Mas ladrão é o que furta, o que rouba, desvia, apropria-se do patrimônio alheio. Inclusive, o que é muitíssimo frequente, o patrimônio público.

Então, em obediência à máxima do Cônego Batista Campos (Na minha de constante lei / o patife é patife / o boi é boi), definamos com todas as letras as coisas como as coisas são: Bolsonaro é ladrão, não é?

Não sei se todos os bolsonaristas, inclusive os ilustrados, serão capazes de entender isto: que Bolsonaro é ladrão.

No mínimo, é o nosso ladrão presuntivo (aos bolsonaristas, listem-se os sinônimos de presuntivo: Que apresenta probabilidades de ser; provável; que demonstra indícios de ser; que pode ser).

Quem o diz que Bolsonaro é o nosso ladrão presuntivo?

A Polícia Federal, que o indiciou por peculato (ou seja, apropriação de bens públicos, conduta que só os ladrões adotam), associação criminosa e lavagem de dinheiro, no inquérito que apurou se ele e ex-assessores se apropriaram indevidamente de joias milionárias dadas de presente quando era desgovernou o Brasil.

Com Bolsonaro, mais 11 foram indiciados, entre eles Mauro Cesar Barbosa Cid, tenente-coronel do Exército e ex-ajudante de ordens da Presidência da República.

Já acabou?

Ainda não acabou.

Ainda temos os inquéritos da fraudes nos cartões de vacina e dos atos golpistas de 8 de janeiro (claramente comandados por Bolsonaro).

Além de estar condenado por inelegibildade e já ter sido condenado em outras ações por crimes contra a honra, os novos indiciamentos vão mostrando, com clareza, o verdadeiro perfil e o verdadeiro caráter desse elemento que estufa o peito todo dia, o dia todo, proclamando-se o exemplar da pureza, mas que representa, em verdade, a escória do mundo político.

quarta-feira, 3 de julho de 2024

Dos 10 piores municípios para se viver no Brasil, 7 são paraenses. E o Pará é o pior Estado.


A Região Amazônica, especialmente o Estado do Pará, ostentam níveis deploráveis de progresso social e suas cidades, inclusive Belém, aparecem entre as piores para se viver em todo o Brasil. É o que aponta o Índice de Progresso Social (IPS), que usou uma metodologia internacional e cobriu os 5,7 mil municípios brasileiros. Os dados foram apresentados na edição do Globo desta quarta (3).
Observem o infográfico acima, pinçado da matéria que o jornal publicou. Dos 10 piores municípios para se viver no Brasil, nada menos do que sete (do 3º ao 9º) estão em território paraense: Trairão, Bannach, Jacareacanga, Cumaru do Norte, Pacajá, Uruará e Portel. O 11º é Anapu, onde a missionária Doroty Stang foi assassinada, em 2005.
Vejam também o ranking da piores capitais para se viver. Consideradas 26 cidades, já que o Distrito Federal não é incluído nessa parte do levantamento, Belém aparece na 24ª posição, à frente apenas de Maceió, Macapá e da pior de todas, Porto Velho, capital de Rondônia.
E o Estado do Pará? Literalmente é o último, com um IPS de 53,20. Entre os 10 melhores Estados, nenhum está situado na Região Norte.
O levantamento IPS Brasil empregou 52 indicadores para medir o atendimento a necessidades humanas básicas, fundamentos para o bem-estar e as oportunidades dadas aos moradores. O coordenador do IPS Brasil, Beto Veríssimo, disse ao Globo que a intenção do trabalho não é ranquear os mais PIBs municipais, e sim "saber se no fim do dia as pessoas estão vivendo melhor".

segunda-feira, 1 de julho de 2024

Bolsonaristas x bolsonaristas: PL barra deputado do PL de almoçar com Bolsonaro


Muito - mais muito mesmo - instrutivo e educativo assistirmos à conduta patritótica de bolsonaristas em eventos povoados de... bolsonaristas.
Neste vídeo aí, que circula à farta nas redes sociais, vemos o deputado estadual Coronel Neil (PL) sendo literalmente escorraçado, juntamente com sua mulher, após ser impedido de entrar no resgtaurante Tetto, em Icoaraci, onde Bolsonaro almoçou após ter participado de motociata que flopou (ou lotou?) na Doca, neste domingo (30).
Ao ser barrado na entrada do restaurante, Neil e sua mulher, Isa Arrais, pré-candidata a vereadora de Belém pelo PL e amiga da ex-primeira-dama, Michele Bolsonaro (também presente no almoço), por muito pouco não se envolveram em desforço físico com bolsonaristas que se antepuseram ao casal, para impedi-los de entrar.
Ao que consta, a ordem para barrar o deputado Coronel Neil foi do deputado federal Éder Mauro, também do PL e pré-candidato a prefeito de Belém. Os dois se odeiam desde as eleições de 2022, quando divergiram sobre estratégias políticas e alianças locais.
Mas esqueçam essas tretas.
Elas apenas refletem o excesso de patriotismo dessa gente cheia de amor e de excelsas intenções, que só querem o seu bem, o de Belém, o do Pará e o do Brasil.
Viva pra eles!

Bolsonaro na "Avenida Doca": afinal, lotou ou flopou?


Bolsonaro - o fascista inelegível, investigado por atos de corrupção (falsificação de cartões de vacina e joias desviadas para seu próprio patrimônio) e por participação nos atos golpistas de 8 de janeiro - esteve em Belém, neste domingo (30).
Veio para o lançamento da pré-candidatura de Éder Mauro a prefeito de Belém.
Participou, junto com a mulher, de uma motociata, nos mesmos moldes das que fazia em plena pandemia, incentivando a contaminação de todo mundo e, nas horas vagas (que sempre foram muitas em seu desgoverno), debochando de doentes agonizantes.
A motociata juntou no seu pico, se muito, de 300 a 400 pessoas.
Mas bolsonaristas estão inundando as redes sociais com imagens que, para eles, é como se a Doca - ou Avenida Doca de Souza Franco, como a apelidam alguns coleguinhas jornalistas) estivesse lotada de ponta a ponta, inclusive com patriotas patinando dentro do esgoto a céu aberto que são os canais da via.
Mas não. A avenida não lotou, não.
Se quiserem usar um termo da moda, em verdade flopou.
O ato bolsonarista flopou.
Tudo é uma questão de ângulo.
Comparando os ângulos, você percebe as reais dimensões da manifestação.
Vejam nos vídeos acima, pinçados das redes sociais.
Num deles, parece que uma multidão se estende pela Doca, a perder de vista.
No vídeo seguinte, com imagens feitas do alto, surge a realidade: pouquíssima gente foi recepcionar o investigado por atos de corrupção.
Flopando ou não flopando, bonito mesmo foi ver os tios fascistas concentrados na Doca, desde cedo, à espera do golpista.
Todos devidamente fardados com camisas da seleção brasileira e ensaiando o hino nacional.
Verdadeiros patriotas.
Fascistas, mas patriotas, ora bolas!

sábado, 29 de junho de 2024

Enfim, a Praça Batista Campos revitalizada. Agora, doutor Edmilson só tem 1.499 demandas para atender.


Enfim (muitos enfins), temos a Praça Batista Campos revitalizada.

Está sendo reentregue na noite deste sábado (29).

Então, das 1.500 demandas e cobranças que têm sido feitas à sua administração todo dia, o dia todo, doutor Edmilson agora tem apenas 1.499 para atender. Já é um avanço! E que avanço!

A praça ficou, realmente, bonitinha.

A própria Associação dos Amigos da Praça Batista Campos, pelas vozes de alguns de seus integrantes com os quais o blog conversou, avalia que as obras de revitalização contemplaram os inúmeros apelos feitos nos últimos anos, não apenas à atual gestão, mas a gestões anteriores, para que restaurassem o logradouro, sem dúvida um dos mais aprazíveis de Belém.

Depois da reforma, observa-se apenas um senão: ainda há poucas lixeiras na praça. Foram instaladas 36, mas a Associação garante que eram 110.

Uma das explicações é que a empresa responsável pelas obras, ao fazer um levantamento do que havia na praça antes de iniciar os trabalhos, teria contado 36 lixeiras existentes e danificadas. Portanto, repôs, novinhas, as 36. Nada impede, porém, que mais lixeiras sejam instaladas, é claro.

E a Guarda Municipal, que a prefeitura retirou de lá no início deste ano?

Parece que vai voltar.

Parece, repita-se.

E tanto é assim que o espaço destinado aos guardas municipais está, ele também, restaurado. Com ar-condicionado e tudo mais, agora dentro também do exigido pelo Ministério Público do Trabalho.

Viva!

As imagens da postagem são do Espaço Aberto.











sexta-feira, 28 de junho de 2024

Procuram-se os "cojones" de Ricardo Salles. Quem os encontrar, favor entregá-los a Bolsonaro.

Zúñiga, o general boliviano gopista. No Brasil, quem o apoiou foi, entre tantos outros, o
deputado federal e ex-ministro bolsonarista Ricardo Salles, o sem "cojones"

O PSOL do Rio ingressou com representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o deputado federal e ex-ministro bolsonarista Ricardo Salles por causa do comentário que o parlamentar do PL-SP fez no X (antigo Twitter), após o golpe frutado na Bolívia.

"En Bolivia, las melancias tienen cojones", escreveu Salles, embora tenha apagado depois.

Por que apagou?

Porque Salles não "tiene cojones" para assumir a sua índole golpista, antidemocrata, fascista e bolsonarista.

Como ele, milhares de outros bolsonaristas que, escondidos sob o anonimato, também apoiaram a tentativa de golpe na Bolívia.

Quanto aos atos golpistas de 8 de janeiro, no Brasil, os mesmos bolsonaristas posam de democratas e amantes da liberdade de expressão, avaliando que tudo não passou de uma manifestação democrática protagonizada por uma cambada de malucos e malucas.

Felizmente, lá, como cá, os fascistas são imbecis. E, para variar, mentirosos.

Juan José Zúñiga, o general golpista, disse que se encontrou no último domingo e ouviu do presidente Luis Arce uma sugestão para preparar algo que aumentasse a popularidade dele, presidente. Aí, convocou uma tropinha e, na quarta-feira, tentou tomar pela via das armas.

Mas essa história não se sustenta em pé.

Porque, ainda na terça-feira, Zúñiga foi demitido por Arce, após dar declarações públicas, de cunho político, que o presidente considerou inanopriadas e afrontosas.

Como, então, mesmo destituído, o general tentou sublevar os quartéis?

Conta outra.

Parece que ser imbecil é o primeiro requisito de todo golpista.

Parece!

E Ricardo Salles?

Quem encontrar seus "cojones", favor entegá-los àquele conhecido covarde, que todos sabemos quem é.

Trump, 34 vezes criminoso, derrota Biden de lavada. Isso, num debate. E nas eleições?


Tenho duas sobrinhas, uma de 7 anos, outra de 9.
Elas argumentam e contra-argumentam com agilidade e lógica impressionantes.
Ambas, num debate com Bolsonaro, um fascita imbecil, ou com Trump, outro fascista idiota, ganhariam de lavada.
Mas eis que Trump e Joe Biden, o presidente democrata dos EUA, debateram nesta quinta (27) à noite, em programa promovido pela CNN.
O que se viu foi absolutamente estarrecedor para o democrata.
Trump, um mentiroso 34 vezes condenado, um corrupto de carteirinha e processado por incentivar publicamente a invasão do Capitólio, em janeiro de 2021, deu uma surra em Biden. Uma surra impiedosa, acrescente-se.
Trump, durante todo o debate, mentiu, trapaceou, fugiu de perguntas e distorceu questões que lhe foram propostas. Mas ganhou.
Por que ganhou?
Porque Biden teve uma performance catastrófica.
Tão catastrófica que até democratas, assim que o debate terminou, passaram a especular sobre a necessidade de o partido recrutar, urgentemente, outro candidato para disputar as eleições com Trump.
Pois é isso mesmo.
Ou o Partido Democrata troca Biden ou Biden será trocado da presidência dos EUA.
Simples assim.

segunda-feira, 17 de junho de 2024

Nunca provei Cremogema. Sempre adorei Cremogema. A publicidade brasileira perdeu seu encanto?


Neste domingo (16), sabe-se lá por quê, acordei com uma música na cabeça.
Nem a 9ª Sinfonia.
Nem o Hino Nacional Brasileiro (sou patriota, claro, e sempre me lembro dele).
Nem uma sertaneja (tenho que incluí-a, porque procuro ser politicamente correto, é óbvio).
A música que me veio à cabeça, tão logo saltei da cama, por volta das 8 da manhã, era aquela musiquinha (um jingle, é assim o termo técnico?) da Cremogema.
Era aquele jingle que dizia assim:

Crem, Cremo, Cremo, Cremogema
É a coisa mais gostosa desse mundo
Eu esqueço a boneca
Eu esqueço a minha bola
Quando tomo, tomo, tomo, tomo, tomo, tomo, tomo
Crem, Cremo, Cremo, Cremogema

A versão integral está no vídeo aí de cima, incorporado à postagem.
Em 720 anos de vida, nunca, nem uma vez sequer, eu cheguei a provar Cremogema.
Mas não esqueço do jingle da peça publicitária, que eu adorava e jamais esqueci.

Agências assépticas

Eis que, nesta segunda (17), abro O Globo (sou jornalista que lê jornal, acreditem), vou à página 3 e leio a coluna de Washington Olivetto, que assina sua coluna duas vezes por mês, sempre às segundas.
Seus artigos são magistrais. Não perco um.
No de hoje, Olivetto aborda o panorama atual da publicidade brasileira.
Um panorama marcado, segundo seu juízo, pela falta de ânimo, de criatividade, de inspiração, com a preocupação mais de conquistar prêmios, e não conquistar o consumidor.
O ambiente das agências, emenda Olivetto, é tão asséptico como um consultório odontológico.
"Não há layouts em cima da mesa, jingles tocando alto nos corredores, nem provas de anúncios penduradas nas paredes. E não há novas conquistas comemoradas com champanhe e fogos, até porque a maioria delas não tem novas conquistas para comemorar", reforça Olivetto.
A parte final do artigo é antológica. E está na imagem acima.
Impossível não se concluir que Olivetto tem razão.
Eu, consumidor, sou a prova de que ele tem razão.
Mesmo sem nunca ter sequer provado a Cremogema, tenho a forte impressão de que adoro Cremogema.
Porque adorava o jingle da Cremogema. E tanto é assim que jamais esqueci dele.
Eis aí o encanto da publicidade.
Eis aí o desencanto de Olivetto, um dos grandes responsáveis pela encantamento que a publicidade brasileira já despertou no mundo inteiro.
Se puderem, leiam o artigo.
Mesmo os que não são publicitários, mas são consumidores.
Mesmo os que, como eu, nunca comeram Cremogema.

domingo, 16 de junho de 2024

Números de pesquisa mostram a missão (quase) impossível de Edmilson para chegar a um 2º turno. Mas tudo é possível, claro!

Levantamento divulgado pelo Paraná Pesquisas neste sábado (15), sob encomenda do jornal Diário do Pará, mostra os mais recentes cenários pré-eleitorais entre os aspirantes a se candidatar ao cargo de prefeito de Belém. A pesquisa, que ouviu 800 eleitores entre 9 e 14 de junho, foi registrada no TSE sob o número PA-04749/2024.

Os números revelados pela aferição - resumidos nos infográficos acima, pinçados da edição do Diário deste sábado/domingo - pouco mudam em relação aos divulgados no levantamento anterior, realizado em março, sob encomenda da Rede TV! Belém, mas reforçam que o bolsonarista Éder Mauro (PL), com 30% das intenções de votos na pesquisa estimulada, mantém-se à frente, com boa margem, sobre os candidatos do MDB, Igor Normando (18,45%), apoiado pelo governador Helder Barbalho, e do prefeito Edmilson Rodrigues (13,4%), do PSOL, com apoio do PT.

Deve-se ponderar, no entanto, que tanto a pesquisa de março como a de agora consideraram cenários diferentes, em que nomes que estavam no primeiro levantamento, como os de Cássio Andrade (PSB) e Zeca Pirão (MDB), não constam da consulta feita de 9 a 14 deste mês.

O desafio de Edmilson

Por isso mesmo, um sinal vermelho - vermelho vivo, sem sobre tons - mantém-se aceso em relação à pré-candidatura de Edmilson Rodrigues, quando sua administração é avaliada. Nada menos de 75,5% a desaprovam, segundo os números do Paraná Pesquisas. O grave é que essa avaliação não é relativizada, ou seja, independe de quais nomes de pré-candidatos tenham sido apresentados aos eleitores consultados.

Quando se soma a ampla, a enorme reprovação popular ao governo Edmilson com sua rejeição eleitoral de 59,4% (em março, era de 55,3%), então constata-se facilmente que o prefeito, dentre todos os seus futuros adversários, terá em si mesmo o maior deles, uma vez que precisará reduzir de forma substancial números estratosfericamente negativos em apenas quatro meses, de agora até 6 de outubro, data do primeiro turno.

Se não conseguir, pelo menos, reduzir a dimensão desses números altamente negativos até o início da campanha, em agosto, e de acordo com a evolução dos outros candidatos, dificilmente Edmilson terá fôlego sequer para chegar a um eventual segundo turno.

Mas em política, vocês sabem, tudo é possível. Até o impossível.

sexta-feira, 14 de junho de 2024

Direção nacional do PSB garante que Doutor Daniel continua pré-candidato e será candidato à Prefeitura de Ananindeua


O prefeito de Ananindeua, Daniel Santos, o Doutor Daniel, como é mais conhecido nos meios políticos, postou há pouco mais de 1 hora, em seu perfil no Instagram, um vídeo que, pelo menos enquanto - porque em política, você sabem, as coisas mudam de lugar como as nuvens que passeiam pelos céus -, contraria frontalmente especulações de que sua candidatura à reeleição estaria inviabilizada, antes mesmo de ser formalizada.
No vídeo, ninguém menos que Carlos Siqueira, presidente nacional do PSB - partido que acolheu Daniel após ele sair do MDB rompido com o governador Helder Barbalho - garante que o prefeito de Ananindeua continua pré-candidato e será o candidato da legenda à reeleição.
Com isso, Siqueira desmente especulações que passaram a ser veiculadas com insistência nas últimas 48 horas, sobretudo nas redes sociais, indicando que a candidatura de Daniel teria sido inviabilizada pela prória direção estadual do PSB, cujo presidente é o ex-deputado federal Cássio Andrade, aliado de Helder.
Enquanto o grupo do prefeito se mobiliza para desmentir o que alguns de seus assessores consideram fake news, muita gente, inclusive advogados da área eleitoral consultados pelo Espaço Aberto, continuam sem entender que instrumentos a direção estadual do PSB teria, neste momento, para, como se tem dito, inviabilizar, barrar ou bloquear a candidatura de Doutor Daniel.
Nas especulações que grassam nas redes sociais, não se explica de que artifícios - legais, presume-se - a filiação de Daniel ao PSB teria sido barrada, tornando-o, portanto, inelegível para mais um mandato.


Barrou? Mas barrou como?

A direção do PSDB invocou algum dispositivo estatutário para rifar o prefeito? Se invocou, como se deu a deliberação por meio de sua Executiva? Mas, se foi assim, onde está e por que ainda não foi divulgada a ata ou outro instrumento hábil que registra a deliberação? Ou será que a direção do PSB do Pará ingressou com um procedimento judicial para barrar a filiação e, em consequência, a candidatura? Ninguém explica a forma, o procedimento adotado para tirar o prefeito de Ananindeua do jogo eleitoral.
O que pode ser absolutamente normal é alguém, dentro do PSB e, portanto, aliado do grupo barbalhista que lá se encastela, decida bater chapa com Daniel na convenção municipal que vai formalizar definitivamente a candidatura. Aí sim, faz parte do jogo e das regras eleitorais. Fora isso, ficam nebulosas, incompreensíveis e implausíveis quaisquer informações em contrário.
Daí a intervenção direta da direção nacional do PSB de se apressar em garantir que tudo continua como dantes nos quartéis d'Abrantes. Ou seja, Daniel continua no páreo: "Ele é pré-candidato. Ele será candidato à Prefeitura de Ananindeua", como afirmou Siqueira.

sexta-feira, 31 de maio de 2024

Justiça holandesa acata ação contra empresas da Hydro que atuam no Pará

Instalações da Hydro, em Barcarena (foto Paulo Santos/Interfoto)

A justiça holandesa resolveu, nesta quarta-feira (19), seguir com um processo relacionado a acusações contra as empresas Alunorte e Albras, do grupo Norsk Hydro, que atua no nordeste do Pará. Em nota, o grupo disse que apresentará defesa seguindo trâmites legais na Justiça da Holanda. As informações são do G1.

A multinacional norueguesa Norsk Hydro é citada em ação coletiva por representantes de cerca de 40 mil brasileiros afetados pela produção de alumínio em Barcarena e Abaetetuba, no Pará. As comunidades afetadas incluem populações tradicionais, como ribeirinhos, indígenas e quilombolas.

A ação busca compensações às 11 mil famílias atingidas pelos dois empreendimentos, pelo que a ação chama de "disposição incorreta de rejeitos tóxicos no rio Murucupi, bem como outros efeitos da presença das instalações da Norsk Hydro na região".

Sobre a decisão da justiça holandesa, a empresa disse que "o caso está relacionado a questões locais no Brasil", mas que o "tribunal (holandês) decidiu que o caso seguirá para uma decisão de mérito na Corte de Roterdã".

"A Hydro nega veementemente as alegações apresentadas pelos autores da ação. A empresa está comprometida em ser um bom vizinho, agindo com responsabilidade e colocando saúde, meio ambiente e segurança em primeiro lugar onde quer que opere", afirma a empresa em nota.

O grupo empresarial norueguês também afirma que "as atividades da Alunorte e da Albras na região são devidamente licenciadas e as operações nas plantas são monitoradas e auditadas pelas autoridades competentes" e alega que "após as fortes chuvas de fevereiro de 2018, mais de 90 inspeções foram realizadas por órgãos públicos; todas confirmaram que não houve transbordamento das bacias ou depósitos de resíduos de sólidos da Alunorte".

Um dos autores da ação, o advogado Ismael Moraes, que representa da Associação dos Caboclos, Indígenas e Quilombolas da Amazônia (Cainquiama), afirma que a "decisão da corte holandesa em aceitar um processo movido pela Cainquiama traz esperança de que haja uma decisão isenta, justa, sem interferência do Estado brasileiro, e que traga uma reparação digna para essas comunidades".

Para mais informações, clique aqui.

Criminoso, pilantra, culpado e condenado: 34 vezes!


Guilty

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Guilty

Guilty

Guilty

Guilty

34 vezes guilty.

34 vezes culpado.

34 vezes condenado.

34 vezes criminoso.

34 vezes pilantra.

34 vezes corrupto.

34 vezes delinquente.

34 vezes fascista.

E, por último mas não menos importante, 34 vezes idiota. Tão idiota que se dá o desplante de acusar um juiz de corrupto, quando a condenação, por 34 crimes, foi imposta por um colegiado de 12 jurados.

Esse é Donald Trump.

34 vezes condenado.

E por falar em criminoso, corrupto e fascista, lembre-mo-nos: e Jair Bolsonaro, quando é mesmo que ele será condenado e preso? Ou preso e depois condenado?

domingo, 26 de maio de 2024

Sabino na real sobre a COP 30: Belém não é Nova York, mano


Com todo o respeito às vozes em contrário, mas o ministro paraense do Turismo, Celso Sabino, já pode ostentar, olímpica e altaneiramente, o status de o maior sincerão sobre o quesito COP30 em Belém.
Na Folha deste domingo (26), a coluna Painel publica a nota acima.
Confiram-na, com toda a atenção.
Para os que já perderam o hábito de ler jornal - inclusive, por mais incrível que pareça, jornalistas -, reserve apenas dez segundos do seu tempo para ler.
A nota traduz um sincericídio de almanaque.
Lendo-a, concluo convicto que Sabino jamais quis dizer que devemos nos conformar com as limitações insuperáveis de Belém para acolher um evento do tamanho da COP30.
Ele apenas alertou que a Belém da floresta não é, evidentemente, nem um pouco parecida com Nova York.
Como também estou convicto de que o ministro jamais pretendeu sequer insinuar que, por estar Belém situada na floresta amazônica, não seria nada atípico termos visitantes abrigados em cabanas nas florestas nos arredores da cidade. Florestas que, é claro, nem se comparam em exuberância e exotismo às plantadas nos arredores de Nova York.
Nada disso.
Sabino, compreendam, só quis, como se diz, dar uma real.
E avisou: Belém não é Nova York, mano!
Entenderam?
Bem-vinda, então, COP30!

terça-feira, 14 de maio de 2024

Wladimir Costa entrega-se à PF e vai voltar para o Presídio de Americano



O ex-deputado federal Wladimir Costa está de novo na cadeia.
Há cerca de 1 hora, entregou-se à Polícia Federal e, neste momento, está na carceiragem. Mas, a qualquer momento, deverá ser transferido para o Presídio de Americano, de onde saiu no dia 25 de abril passado, amparado em habeas corpus concedido de forma monocrátida (individual) pelo desembargador do TRE José Maria Teixeira do Rosário.
Mas, como informou há pouco o Portal Ver-o-Fato, nesta terça-feira (14) o TRE derrubou o habeas-corpus por maioria de votos, acolhendo o argumento de que não caberia ao Tribunal julgar o HC sem que antes a juíza eleitoral, que mandou prender Wlad, tivesse analisado o mérito da prisão preventiva.
Wladimir foi preso pela PF na manhã do dia 18 de abril, por ordem da Justiça Eleitoral, sob acusação da prática de crimes eleitorais que tiveram como vítima a deputada Renilce Nicodemos (MDB-PA).
O enquadramento do ex-parlamentar se deu pelos três crimes abaixo:

O primeiro: Lei 4.737 (Código Eleitoral), artigo 326-B, que diz o seguinte:
Art. 326-B. Assediar, constranger, humilhar, perseguir ou ameaçar, por qualquer meio, candidata a cargo eletivo ou detentora de mandato eletivo, utilizando-se de menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou à sua cor, raça ou etnia, com a finalidade de impedir ou de dificultar a sua campanha eleitoral ou o desempenho de seu mandato eletivo.

O segundo: Lei 4.737 (Código Eleitoral), artigo 327-V, que diz o seguinte:
Art. 327. As penas cominadas nos arts. 324, 325 e 326 aumentam-se de 1/3 (um terço) até metade, se qualquer dos crimes é cometido:
(...)
V - por meio da internet ou de rede social ou com transmissão em tempo real.

O terceiro: Lei 4.737 (Código Penal), artigo 327-V, que diz o seguinte:
Art. 359-P. Restringir, impedir ou dificultar, com emprego de violência física, sexual ou psicológica, o exercício de direitos políticos a qualquer pessoa em razão de seu sexo, raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.

quinta-feira, 2 de maio de 2024

Assembeia Paraense anuncia o cancelamento da locação de seu espaço a Bolsonaro. E apresenta uma justificativa que nem bolsonarista acredita.



Confirmando o que antecipou o Espaço Aberto com exclusividade, em matéria divulgada no final da manhã desta quarta-feira (01), a Assembleia Paraense anunciou há pouco o cancelamento da locação de seus espaços para um evento que reuniria na terça-feira da próxima semana, 7 de maio, o ex-presidente Jair Bolsonaro, sua mulher e aliados bolsonaristas.

Em nota (veja acima), a diretoria do clube afirma que, muito embora a locação do espaço para os bolsonaristas tenha sido formalizada de acordo com dispositivos estatutários, o cancelamento decorreu de "fato superveniente", ou seja, de fato ocorrido depois da assinatura do contrato.

O "fato superveniente" a que se refere a nota é que a esperada presença de uma grande quantidade de pessoas ao evento foi "muito maior do que a estimada nas tratativas para a assinatura do contrato, o que poderia colocar em risco a segurança dos nossos associados e do nosso patrimônio".

Não acreditem nisso.

A justificativa apresentada pela AP para cancelar o contrato não é crível nem pelo, digamos assim, menos esclarecido bolsonarista - se é que temos bolsonaristas esclarecidos, por óbvio.

A grande realidade dos fatos, como diria o filósofo da desistências, José Luís Datena, é que, conforme abordado na postagem aqui intitulada Assembleia Paraense recebe Bolsonaro e fascistas. Viu, MST? Habilite-se também a fazer manifetação nos salões da AP., faltou bom senso à diretoria do Assembleia Paraense para recusar, de plano, a proposta que recebeu para locar seus espaços para um evento escancaradamente de natureza político-partidária. E somente agora, após a enorme repercussão negativa, para não dizer o grande clamor de revolta que a cessão do espaço deflagrou entre boa parte do corpo associativo, é que o bom senso, enfim, deu o ar de sua graça.

Abstraindo-se toda a subjetividade abrigada no artigo 123 do Estatuto Social, segundo o qual “os órgãos dirigentes não adotarão qualquer atitude de proselitismo político-partidário ou religioso, reprimindo qualquer iniciativa neste sentido”, a diretoria da AP deveria, desde o primeiro momento, ter-se orientado pelo bom senso para negar seus espaços, partindo do princípio de que cedê-lo para os bolsonaristas estaria abrindo um precedente perigoso para cedê-lo a lulistas, nazistas e outros tantos istas que se apresentem por aí.

Foi apenas isso.

O resto, como dito, é conversa para boi dormir.

Ou, se quiserem, para bolsonarista dormir.

Simples assim.

quarta-feira, 1 de maio de 2024

Assembeia Paraense volta atrás e decide cancelar cessão de seus espaços para ato bolsonarista

A Assembleia Paraense deve divulgar, nas próximas horas, uma nota informando que decidiu cancelar a locação de seus espaços para um evento que reuniria na terça-feira da próxima semana, 7 de maio, o ex-presidente Jair Bolsonaro, sua mulher e aliados bolsonaristas.

A informação, transmitida há pouco para o Espaço Aberto, com exclusividade, dá conta de que a decisão de cancelar a cessão dos salões do clube para o ato bolsonarista foi tomada numa reunião da diretoria na noite desta segunda-feira (30/04), após a grande e negativa repercussão do tema, sobretudo nas redes sociais e grupos de WhatsApp.

Para mais informações, leia a postagem do blog intitulada Assembleia Paraense recebe Bolsonaro e fascistas. Viu, MST? Habilite-se também a fazer manifetação nos salões da AP.

Assembleia Paraense recebe Bolsonaro e fascistas. Viu, MST? Habilite-se também a fazer manifetação nos salões da AP.

Convite para o evento de bolsonaristas fascistas na aristocrática AP. E o MST, gente,
quando terá espaço para bradar contra a concentração do latifúndio? Hein?

Se você aí sempre teve um sonho de ser sócio da Assembleia Paraense, fique ligado numa promoção que se aproxima.
Ao que se diz, muitos sócios do dito mais aristocrático clube de Belém estão dispostos a passar em frente seus títulos de sócio-proprietário.
Eu, por aqui, estou me habilitando a adquirir um. Aceito por qualquer 2 mil contos. Pagarei em dez vezes, sem juros. Os interessados em se desfazer desse notável patrimônio podem me procurar, que a gente negocia.
A esperada promoção de venda de títulos da Assembleia Paraense é decorrente da indignação que está tomando conta de boa parte dos assembleianos - é assim que a chama a comunidade da AP? - diante da cessão, pelo clube, de seu salão para uma tertúlia, digamos assim, de Bolsonaro, sua mulher e aliados bolsonaristas - fascistas e golpistas. A manifestação está marcada para o dia 7 de maio.
A indignação entre muitos sócios é tão grande, segundo informa o portal Uruá-Tapera, da jornalista Franssinete Florenzano, que muitos já estão falando em vender seus títulos e boicotar até os shows musicais que ocorrem por lá.

Uma afronta afrontosa

Em que se ampara a indignação? Na afronta afrontosa a dispositivo do Estatuto Social do clube (veja aqui a íntegra).
O artigo 123, que integra as disposições do Título VI, é de uma clareza solar. Tão claro que até bolsonarista fascista é capaz de entender.
Diz o artigo: “Os órgãos dirigentes não adotarão qualquer atitude de proselitismo político-partidário ou religioso, reprimindo qualquer iniciativa neste sentido.”
Diante dessa afronta afrontosa ao regramento estatutário, o que fazem alguns diretores da Assembleia Paraense?
Dizem que o clube é democrático e, além disso, tem como prática antiga ceder seus espaços para eventos de natureza política, empresarial, casamentos, festas de 15 anos e outros regabofes. Mas, no caso da tertúlia fascista dos bolsonaristas, esses mesmo diretores reconhecem, humildemente compungidos: há quem goste e há quem não goste. Isso faz parte do jogo.

Tem espaço para o MST?

Então, tá!
Proponham-se duas questões singelas, singelíssimas, para os diretores bolsonaristas da AP que estão se escorando nessas justificativas:
Primeira questão: em que situação se aplicaria, concretamente, o artigo 123 para vedar a cessão do espaço a uma manifestação política nos recintos do clube? Outra coisa: se o ato bolsonarista não é proselitismo político-partidário, então em que situação concreta teríamos configurado o proselitismo político-partidário em dose suficiente para justificar a aplicação do dispositivo estatuário citado?
Segunda questão: considerando-se a prática tradicional de a Assembleia Paraense ceder seus espaços para eventos de várias naturezas - inclusive manifestações políticas -, o aguerrido Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) também pode se habilitar para fazer, na aristocrática e democrática Assembleia Paraense, uma ordeira e pacífica manifestação de protesto contra os latifundários paraenses?

Cinismo fascista

A justificativa de diretores da AP para a cessão do espaço a bolsonaristas fascistas, com base nas práticas comerciais antigas do clube, é de um cinismo atroz. Aliás, um cinismo típico de bolsonarista fascista, quando se orienta dentro de sua realidades paralelas.
E por que é uma justificativa carregada de cinismos bolsonarista?
Porque, independentemente de aplicar-se ou não o dispositivo estatuário, qualquer cessão do espaço está subrodinado, queremos crer, à adoção de critérios - inclusive, admita-se, os critérios subjetivos, que também comportam predisposições ideológicas.
Assim, se um grupo nazista, notoriamente nazista, tentasse alugar os espaços da AP para uma manifestação nazista, a Assembleia não cederia seus espaços. Cederia?
Sabe-se lá se não cederia mesmo.
Depois de escancarar suas portas ao bolsonarismo fascista, a Assembleia abre um precedente que poderá levá-la a escancarar-se com deleite para quem pagar.
De qualquer forma, aguardemos o resultado de uma reunião que está marcada para hoje à noite, convocada extraordinariamente para discutir-se a questão.
Caso a cessão do salão da AP seja mantida e os sócios irresignados resolvam leiloar seus títulos, a proposta feita inicialmente continua de pé: compro qualquer título de assembleiano por até 2 mil contos, dividido em dez parcelas.
Procurem-me!
Não se esqueçam de mim!

segunda-feira, 29 de abril de 2024

Lula sobre Alter do Chão: "Não tem lugar do mundo mais bonito do que aquilo"


Na última sexta-feira (26), o presidente Lula foi até São José dos Campos (SP) para participar de uma cerimônia de entrega de aeronaves comerciais fabricadas pela Embraer para a companhia Azul Linhas Aéreas.
No discurso, falou pelos cotovelos, como é de seu estilo. E reclamou, inclusive, da frota de aviões do próprio governo.
Mas um trecho do discurso passou meio que despercebido.
O trecho é curtíssimo, mas suficiente para causar regozijo entre todos os paraenses, sobretudo e principalmente os santarenos e tapajônicos.
Lula rendeu-se em elogios a Alter do Chão, onde ele esteve, em agosto de 2023, acompanhado de Janja.
Pena, como observa enfaticamente o presidente, que a Amazônia ainda seja uma grande desconhecida dos brasileiros.
E, dizemos nós, é tenebroso que a Amazônia ainda esteja associada por uma legião de imbecis a uma região onde só tem mato e jacaré no meio das ruas.
Tomara que falas como essa de Lula ajudem, ainda que minimamente, a desfazer esses estigmas odiosos.

Wlad prometia "contar tudo" hoje. Mas ficou em silêncio. Por enquanto, está quieto.


Libertado na última quinta-feira, 25 de abril, por determinação do desembargador José Maria Teixeira do Rosário, que lhe concedeu liminarmente um habeas corpus, o ex-deputado Wladimir Costa, que já se disse orgulhoso de estar usando tornozeleira eletrônica, prometeu que daria uma entrevista nesta segunda (29), às 12h, em sua Rádio Metropolitana.
A promessa foi amplamente difundida pelas redes sociais - inclusive no Instagram do ex-parlamentar, que foi reativado - durante o final de semana.
Wlad prometia, como se diz, contar tudo e mais um pouco sobre os bastidores de sua prisão, ocorrida no dia 18 de abril, e do contexto político que a envolveu.
Há pouco, 12h em ponto, eu estava ligado na Rádio Metropolitana.
Mas nada de entrevista.
Neca, neca, como diria o saudoso narrador Jayme Bastos.
O locutor do horário explicou, altissonante, que "a entrevista do ex-deputado vai acontecer, mas não hoje".
Também não disse quando. Não fez qualquer previsão.
Talvez uma voz sensata, para não dizer sensatíssima, tenha apitado nos ouvidos de Wald algo do tipo: Olha, acho que melhor tu ficares quieto. Pelo menos por enquanto.
E ele se mantém quieto.
Pelo menos por enquanto.

sexta-feira, 26 de abril de 2024

O Pará bem e mal na foto. Em "Veja".


Na nova edição de Veja - disponível para assinantes on-line desde o início da manhã desta sexta-feira (26) -, que aborda o tema segurança pública em sua reportagem de capa, o Pará aparece bem e mal na foto.

Aparece bem por ser um dos seis estados pinçados como bons exemplos na adoção de medidas que a administração estadual adotou e que resultaram na queda substancial dos crimes de homicídio, latrocínio e roubo e furto de veículos.

Além do Pará, os outros Estados destacados com bons exemplos são Goiás, Distrito Federal, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Espírito Santo.

No Pará, conforme aponta o infográfico que pode ser visto no alto da postagem, houve a redução de 38% no índice de homicídios, de 72% no de latrocínios e de 70% no ilícito de roubo e furto de veículos.

Os dados referem-se ao período de 2017 a 2023 e, segundo a revista, foram disponibilizados pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública e pelos próprios governos estaduais.

Portanto, dos seis anos abrangidos pelo levantamento, dois devem ser postos na conta do governo tucano de Simão Jatene e os quatro seguintes, na conta do atual governo Helder Barbalho.

Onde o Pará está mal na foto?

Está mal num outro infográfico exibido pela reportagem de Veja e que você pode ver acima.

No ano passado - os dados, portanto, são bem recentes -, e considerada a taxa de mortes por 100 mil habitantes, apenas oito estados ostentam índices abaixo da média nacional, de 18,53: São Paulo, Santa Catarina, Distrito Federal, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Paraná.

Em relação às demais unidades da Federação, o Pará o sétimo com maior índice: nada menos do que 30,11 mortes por 100 mil habitantes.

Questões como as abordadas na reportagem de Veja são das mais relevantes. Até porque, certamente, devem ser predominantes no debate eleitoral deste ano, principalmente onde tivermos bolsonaristas disputando prefeituras, como é o caso de Belém.

Muito embora saibamos que a segurança pública está afeta às esferas federal e estaduais, a gestão municipal pode contribuir sobremaneira com ações simples, que, como já provado, refletem positivamente na redução da criminalidade. Como, por exemplo, a iluminação de vias públicas, principalmente nos bairros que exibem níveis mais altos de criminalidade.

Espera-se que os aspirantes às prefeituras estejam conscientes desses temas. E que os discutam sem palanquices e sem vieses ideológicos.

quinta-feira, 18 de abril de 2024

Você aí passa o pano para Wladimir Costa? Cuidado! Você pode ser a próxima vítima.

Wladimir esbraveja da tribuna, quando ainda era deputado. Ele não é mais réu primário.

A Polícia  Federal prendeu na manhã desta quinta-feira (18), por ordem da Justiça Eleitoral, o ex-deputado Wladimir Costa. Ele foi preso no aeroporto de Belém, ao desembarcar de um voo. A acusação que pesa contra o ex-parlamentar é da prática de crimes eleitorais que tiveram como vítima a deputada Renilce Nicodemos (MDB-PA).
Em resumo resumidíssimo, esses são os fatos.
Mas a questão que permeia esses fatos é a seguinte: ao mesmo tempo em que estão inundadas com a notícia da prisão de Wlad, as redes sociais dão vazão a um tsunami de comentários comoventes de um exército de democratas comovidos.
Democratas que se dizem comovidos são aqueles que consideram a ordem de prisão "exagerada", "autoritária", "antidemocrática" ou uma espécie de "vingança" - sabe-se por que motivo.
Dizem mais, os democratas comovidos: que Wlad está sendo preso por mera expressão do direito de expressar opiniões, ainda que, reconheçam eles, as opiniões emitidas sejam, como diríamos, "polêmicas" ou até mesmo "criminosas".
Democratas comovidos têm todo o direito de se comover, mas estão enganados em relação aos fatos.
Redonda e quadradamente enganados.
Wladmir não foi preso por emitir meras "opiniões" (por injuriosas, difamatórias e caluniosas que sejam") contra uma deputada.
Ele foi preso pela prática de outros crimes, veiculados, é verdade, pela internet e pelas redes sociais. Mas não "meros crimes de opinião", ressalte-se.
Pelo que vejo, o enquadramento do ex-parlamentar dá-se por três crimes.

O primeiro: Lei 4.737 (Código Eleitoral), artigo 326-B, que diz o seguinte:

Art. 326-B. Assediar, constranger, humilhar, perseguir ou ameaçar, por qualquer meio, candidata a cargo eletivo ou detentora de mandato eletivo, utilizando-se de menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou à sua cor, raça ou etnia, com a finalidade de impedir ou de dificultar a sua campanha eleitoral ou o desempenho de seu mandato eletivo.

O segundo: Lei 4.737 (Código Eleitoral), artigo 327-V, que diz o seguinte:

Art. 327. As penas cominadas nos arts. 324, 325 e 326 aumentam-se de 1/3 (um terço) até metade, se qualquer dos crimes é cometido:
(...)
V - por meio da internet ou de rede social ou com transmissão em tempo real.

O terceiro: Lei 4.737 (Código Penal), artigo 327-V, que diz o seguinte:

Art. 359-P. Restringir, impedir ou dificultar, com emprego de violência física, sexual ou psicológica, o exercício de direitos políticos a qualquer pessoa em razão de seu sexo, raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional:

Vocês estão entendendo, democratas comovidos?
Estão aí, ipsis literis, os artigos que fundamentaram a prisão do ex-parlamentar.
A internet e as redes sociais dele, que estão bloqueadas, foram apenas os meios utilizados para o cometimento dos crimes.
Wladimir, portanto, não foi preso porque meramente "emitiu opinião" ou exerceu seu direito à "liberdade de expressão", como choramingam os democratas comovidos. Mas porque infringiu outros regramentos previstos expressamente no Código Eleitoral e, por tabela, no Código Penal Brasileiro.

Outras condenações

E tem mais: não esqueçam os democratas comovidos que Wladimir não é mais réu primário.
Se bem se lembarem, em dezembro de 2017, ele foi condenado por unanimidade pelo TRE do Pará por abuso de poder econômico e gastos ilícitos na campanha eleitoral de 2014. A decisão determinou a cassação do mandato de Wladimir, além de torná-lo inelegível por oito anos. Mesmo assim, o TSE permitiu que ele disputasse as eleições do ano seguinte.
Em 2021, Wladimir também foi condenado por danos morais por assédio contra a jornalista Basília Rodrigues. Na época, a profissional atuava na rádio CBN. Conforme sentença, Basília estava trabalhando e perguntou ao então deputado se ele poderia mostrar a tatuagem feita por ele com o nome “Temer”, momento em que ele olhou diretamente a jornalista de cima abaixo sorrindo e disse: "para você, só se for de corpo inteiro".
Em 2023, Wlad foi condenado pelo Tribuna de Justiça do Distrito Federal por ofensas contra os artistas Wagner Moura, Letícia Sabatella, Sônia Braga, Glóra Pires e o marido dela, Orlando de Morais.
Então, vocês aí, democratas comovidos, que estão passando o pano para Wladimir Costa, tenham cuidado. Muito cuidado!
Porque vocês poderão ser a próxima vítima. De Wladmir Costa.

segunda-feira, 8 de abril de 2024

Elon Musk, o covarde e chantagista. Com aplausos do bolsonarismo!


Vão vendo - sobretudo os que estão excitadíssimos, fazendo uma força danada para alçar o bilionário direitista Elon Musk ao panteão dos defensores da liberdade de informação.
Vejam essa notícia acima.
Foi publicada, há cerca de três meses, pelo The Guardian, um dos jornais mais influentes do mundo. Para ler a íntegra, em inglês, clique neste link.
A investigação foi instaurada pela União Europeia, que abriga algumas das mais sólidas democracias do planeta - Grã-Bretanha, França e Alemanha entre elas.
E agora?
O que disse Musk, depois disso, do Alexandre de Moraes da Grã-Bretanha?
Que ofensas expeliu contra o Alexandre de Moraes da França?
Que ameaças proferiu contra o Alexandre de Moraes da Alemanha?
Quando já se ouviu a voz desse elemento pernóstico contra a Suprema Corte desses países?
Pois é.
Mas, quando é aqui, vemos bolsonaristas fascistas excitarem-se barulhentamente, ao ponto de quase começarem a erigir uma estátua para celebrar Elon Musk, o libertário, o democrata, o mito da liberdade de informação.
Tá bom.
Pois eu vou erigir a minha estátua de Elon Musk.
Para celebrá-lo como um fascista, um arrogante e chantagista, que alteia a crista para espinafrar o STF, guardião da Constituição brasileira, e seus ministros, mas não faz o mesmo contras as potências europeias.
É um covarde.
Chantagista e covarde.

quinta-feira, 4 de abril de 2024

De Gilmar Mendes para Sergio Moro, na cara: “Você e Dallagnol roubavam galinha juntos”

Gilmar Mendes e Sergio Moro: senador ouviu uma carraspana em regra

O que o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) foi fazer no gabinete do ministro Gilmar Mendes, do STF?
O que mesmo?
Essa pergunta, quem está se fazendo - mais do que ninguém - deve ser o próprio Moro.
Os primeiros detalhes do encontro foram revelados, nesta quarta-feira (03), pela jornalista Bela Megale, de O Globo.
Moro, que está sendo julgado pelo TRE do Paraná e corre o risco de perder o mandato (ainda que a cassação, a esta altura do julgamento, já se revele pouco provável), teria dito a Mendes que gostaria de manter aberto com ele um "canal de diálogo".
E de tudo o que já foi revelado, é certo, para não dizer certíssimo, que Gilmar Mendes praticamente não deixou Moro falar durante os 90 minutos da audiência.
Este terá sido o início do tal "canal de diálogo"?
Mas eis que, nesta quinta (04), surgem novos detalhes da conversa, em matéria que o repórter Guilherme Amado publicou no portal Metrópoles.
Do que ali se pode ler, se 1 terço, apenas e tão somente 1 terço, dos trechos aspeados for, literalmente, o que Gilmar Mendes disse a Moro, então impõe-se concluirmos que o senador foi humilhado e tratado pelo ministro como se trata um moleque, ou melhor, como se trata um ladrão de galinha.
Quem quiser, pode clicar no link acima e ler a íntegra da matéria de Amado.
Mas aí estão, abaixo, alguns dos trechos, digamos assim, mais picantes do que Gilmar disse a Moro.

* “Você e Dallagnol roubavam galinha juntos. Não diga que não, Sergio”, disse Gilmar, que a todo o tempo foi tratado de “ministro” e “senhor” por Moro, a quem preferia responder simplesmente por “Sergio” e “você”.

* “Tudo o que a Vaza Jato revelou, eu já sabia que você e Dallagnol faziam. Vocês combinavam o que estaria nas peças. Não venha dizer que não.”

* “Certa vez, Sergio, o Paulo Guedes veio aqui ao meu gabinete e disse orgulhoso que havia sido ele quem havia ido a Curitiba convidar você para ser ministro do Bolsonaro. Eu disse a ele que talvez ele não tenha percebido, mas, ao conseguir tirar você de Curitiba, ele deveria colocar isso no currículo. Foi certamente um dos maiores feitos dele no ministério.”

* “Você faltou a muitas aulas, Sergio. Curitiba não te ajudou em nada. Aproveite que está no Senado e estude um pouco. A biblioteca do Senado é ótima, você deveria frequentar.”

Chega!
Depois de tudo isso - e muito mais - que ouviu, Moro deve estar avaliando que seria menos pior ser cassado do que chamado na cara, por Gilmar Mendes, de ladrão de galinha.