sábado, 29 de fevereiro de 2020

Barco da linha Macapá-Santarém naufraga no canal do Jari


O barco Ana Karolline III, que faz a linha Macapá-Santarém, naufragou neste sábado (29) próximo à ilha dos Aruãs, no Amapá, quando atravessava o canal do Jari durante um temporal. A Capitania dos Portos em Santana (AP) ainda apura as circunstâncias do acidente.
O Corpo de Bombeiros do Amapá confirmou que, até o momento, foram confirmadas as mortes de duas mulheres, mas pelo menos 20 pessoas estariam desaparecidas, entre tripulantes e passageiros. A embarcação, que saiu por volta das 18h de sexta-feira (28) de um porto em Santana, a 17 quilômetros de Macapá, estaria conduzindo cerca de 60 pessoas.
A Marinha ficou de expedir uma nota oficial na manhã deste sábado, com mais informações.

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Bolsonaro é mestre em fake news. Mas às vezes se atrapalha quando conta uma mentira.



Quando está calmo, Bolsonaro exibe um golden shower ou compartilha vídeos pra meter corda na tropa que pretende detonar o Congresso e o Supremo.
Quando está calmíssimo, Bolsonaro (esse patriota, justo e incorruptível) conta uma fake news. Só para divertir a gente. Ou então só para criar mais uma crise.
Olhem o vídeo acima.
É o vídeo que ele compartilhou no WhatsApp.
Na tentativa de desmentir que esteja estimulando sua tropa a detonar o Congresso e o Supremo, Bolsonaro diz numa live (patética, como sempre) que o vídeo é de 2015.
Hehe.
Mentira dele.
Mentira completa.
Porque o vídeo de 2015, menciona a facada que ele, Bolsonaro, levou em 2018.
Vejam vocês mesmos.
Bolsonaro, convenhamos, é um mestre em fake news.
Mas às vezes se atrapalha um pouco quando vai contar uma mentira.

Helder vai ao STF contra adicional de interiorização para militares estaduais


O governador Helder Barbalho ingressou no Supremo Tribunal Federal (STF) com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 6321), questionando a constitucionalidade de normas locais que criaram o adicional de interiorização para os servidores militares do Estado.
O governador pede a concessão da medida cautelar para suspender a eficácia do artigo 48, inciso IV, da Constituição do Estado do Pará e os artigos 1º, 2º, 3º, 4º e 5º da Lei Estadual 5.652/1991, sob a alegação de que o estado está arcando com ônus financeiro ao Executivo e impactos em seus orçamentos. A relatoria está com a ministra Cármen Lúcia.
Na ação, Helder alega que as disposições previstas na Constituição do Estado e na Lei Estadual 5.652/1991, violam o princípio da separação dos Poderes e a competência privativa do chefe do Poder Executivo para a iniciativa de propor lei sobre matéria remuneratória de servidor público, uma vez que as normas locais tiveram iniciativa parlamentar.
O Poder Legislativo, sustenta a ação do estado do Pará, não pode interferir em atividades previstas na Constituição Federal para serem exercidas pelo Poder Executivo, como é o caso de leis referentes à remuneração de servidores públicos, incluídos os agentes militares, conforme jurisprudência pacífica do Supremo.
Com informações do STF

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Carluxo tem razão: a democracia corre perigo


A nova “indecência” de Bolsonaro. O que ele estará preparando para o próximo Carnaval?


No Carnaval do ano passado, Bolsonaro assustou o Brasil – e além de suas fronteiras – ao divulgar no Twitter as imagens de um golden shower.
Neste Carnaval, protagonizou uma outra, como se diz, indecência: compartilhou no WhatsApp um vídeo que convoca a tropa dele, Bolsonaro, para um protesto contra o Congresso e o Supremo.
Não. O vídeo, como vocês podem ver acima, não fala em AI5, não fala em golpe, nada disso. Nem menciona, é bem verdade, o Congresso ou o Supremo.
Mas está claro, tão claro como o Terra é plana (conforme a tese revolucionária do físico-astrônomo-filósofo Olavo de Carvalho), que a tropa pretende ir às ruas bradando vários refrões, entre eles o de que o Congresso é uma amontoado de chantagistas, conforme já pregou o general Augusto Heleno.
E agora?
Bolsonaro, diante da repercussão aterradora desse compartilhamento, está dizendo que as mensagens eram de “cunho pessoal” e também pediu aos seus ministros que não falem mais sobre o tema. O primeiro escalão do governo não deve comparecer aos atos.
Quer dizer, pelo que eu entendo, nós temos sempre dois Bolsonaros.
Um deles está livre para emitir opiniões de “cunho pessoal”. O outro só emite opiniões de cunho institucional, ou seja, na condição de presidente da República.
Mas quem é um e quem é outro?
Quando Bolsonaro diz barbaridades no cercadinho à entrada do Alvorada, ele está emitindo opiniões de cunho pessoal ou institucional?
Quando dá uma banana para jornalistas, essa é uma conduta de cunho pessoal ou institucional?
Quando faz piadinha de cunho sexista – horrenda, infame e nojenta – contra jornalista, essa piadinha é de cunho pessoal ou institucional?
Parem com isso.
Bolsonaro é um só.
Ele é o presidente da República – ainda que esteja todo dia, o dia todo, desprezando, esmagando e esmigalhando o decoro que o cargo merece.
Assim, ele que trate de parar com essa patranha de que, como presidente, não apoia esse ato que sua tropa convocou.
Ah, e outra coisa: o que Bolsonaro fará no próximo Carnaval, hein, gente?
Qual a maluquice que ele está aprontando desde agora?

Justiça Federal, em Belém e no interior do Pará, vai funcionar em novos horários a partir de março

O horário de funcionamento na Justiça Federal em todo o Pará vai ser alterado a partir do dia 1º de março. Tanto na sede, em Belém, como nas Subseções de Santarém, Marabá, Altamira, Castanhal, Redenção, Paragominas, Tucuruí e Itaituba, o funcionamento, de segunda a sexta-feira, continuará ininterrupto, da 8h às 18h, mas nesse período vários setores, inclusive os que atendem diretamente o público externo (como nas varas, por exemplo), vão observar horários distintos.
Portaria Diref nº 9758492, da Diretoria do Foro, estabelece que, tanto em Belém como interior, as secretarias de varas, gabinetes de magistrados, Núcleo de Conciliação, Núcleo de Apoio à Coordenação do Juizado Especial Federal (JEF) e as unidades administrativas (área meio) funcionarão no horário de 8h às 16h, em expediente interno, e das 9h às 16h, em expediente externo. Os serviços de Protocolo e Distribuição funcionarão das 8h às 18h, para atendimento interno e externo.
A mesma portaria determina que caberá às secretarias de varas, à Secretaria Administrativa, ao Núcleo Judiciário e às diretorias das Subseções Judiciárias adotarem as medidas necessárias para que os serviços de Protocolo e aqueles considerados urgentes e inadiáveis funcionem ininterruptamente até as 18h.
Redução de gastos - Assinada no dia 20 de fevereiro pela diretora do Foro, juíza federal Carina Senna, a Portaria nº 9758492 justifica que a implantação dos novos horários decorre da “necessidade de adoção de novas medidas de racionalização de gastos para diminuir o impacto da política de contenção de despesas em face da Emenda Constitucional n 95/2016, considerando que outras medidas tomadas pela Administração foram insuficientes diante dos sucessivos cortes de recursos”.
A Diretoria do Foro ressalta ainda que das 18 às 21h30 ocorre o maior pico de consumo de energia elétrica na maior parte do território brasileiro, elevando a tarifa de energia, no caso do estado do Pará, em cerca de oito vezes. Além disso, estatisticamente, 90% dos jurisdicionados procuram os serviços da Justiça Federal, tanto em Belém como no interior, no período das 8h às 14h, daí porque o novo horário das 9h às 16h, a ser observado em quase todos os setores judiciais e administrativo, deverá contemplar a quase totalidade do público externo.
As medidas de redução de gastos determinadas na portaria preveem ainda que luminárias e lâmpadas de corredores e áreas de livre circulação somente serão ligadas na ausência de luz natural. Luminárias dos ambientes internos serão acionadas a partir das 07h45 e desligadas às 16h, exceto as da recepção, protocolo, áreas de manutenção, segurança e informática, a vara plantonista, se estiver em atendimento à demanda do plantão, salas de audiências e perícias, quando houver necessidade de extensão do horário.
A Diretoria do Foro também recomendou às varas desta Seccional e das Subseções Judiciárias de Altamira, Castanhal, Itaituba, Marabá, Paragominas, Santarém, Redenção e Tucuruí que designem as datas e horários de audiências, perícias e/ou outros atos de instrução processual no período compreendido entre 8h e 16h.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

É um deboche o Remo contratar Mazola Jr. para ser seu treinador

Ivan Duarte/O Liberal

Sério.
Quero acreditar.
Faço força para acreditar.
Empenho-me, sinceramente, para acreditar.
Mas não consigo - e acho que continuarei não conseguindo - acreditar que o Remo tenha contratado Mazola Júnior (acima, na foto de Ivan Duarte/O LIBERAL) para ser seu treinador.
Como remista, não apenas me recuso a acreditar como, muito mais, recuso-se a aceitar isso.
O Remo, com Mazola Jr. no comando, pode ser até pentacampeão do mundo.
Mas não aceito, como remista, essa contratação.
Você aí, remista, não se lembra dele?
Foi Mazola Jr. que, à época em que treinava o Paysandu, debochou do Remo.
Em 2015, quando ele foi cogitado para treinar o Remo, escrevi aqui no Espaço Aberto o seguinte, na postagem intitulada Mazola Jr. no Remo? Isso seria a extrema nojeira:

Esse cidadão, que já treinou o time adversário, classifica de “nojeira” a especulação de que estaria sendo cogitado para substituir o técnico remista Zé Teodoro, sobretudo depois do novo vexame de ontem à noite, em que o Leão perdeu a partida consecutiva no Parazão, desta vez para o Independente, em Tucuruí, por 1 a 0.
Alega o cidadão que as circunstâncias, inclusive a relação de respeito profissional, não permitiriam que ele travasse negociações com o Remo sem que isso configurasse falta de escrúpulos e falta de caráter.
Muito bem.
Palminhas – plec, plec, plec – para os princípios éticos que o treinador cultiva.
Mas diga-se: a torcida do Remo deveria pedir licença do clube caso essa diretoria sequer cogita em contratar esse cidadão.
Por quê?
Porque seria uma nojeira contratá-lo.
Porque seria um deboche trazê-lo para dirigir o Remo.

Sim.
Mantém-se o que foi dito: é um deboche o Remo ter contratado Mazola Jr., depois dos deboches que ele fez contra o Leão.
Agora, para se fazer de bonzinho, Mazola Jr. diz o seguinte: "Tudo o que aconteceu foi contra pessoas, não contra a instituição. Em nenhum momento eu ofendi a instituição. Eu peço um voto de credibilidade para a torcida do Remo".
Não.
Eu, como torcedor do Remo, não dou voto de credibilidade a Mazola Jr.
Não mesmo.
Simples assim.

sábado, 22 de fevereiro de 2020

Inocentes de Belford Roxo já é a campeã da Série A no Rio. Por antecipação.


Quem é a campeã do Carnaval carioca da Série A?
A Inocentes de Belford Roxo.
O desfile será na noite deste sábado (22), mas, sem dúvida, a Inocentes já é a campeã.
Homenagear Marta, seis vezes a melhor jogadora de futebol do mundo, cidadã exemplar, com uma história de vida comovente, porque maravilha, ou maravilhosa, porque comovente, não deixa dúvida, pelo menos para o Júri aqui do blog (hehe) que a Inocentes de Belford Roxo merece, por isso, o título de campeã.
Mesmo que não venha a ser campeã.
Mesmo que fique no último lugar.
Não importa: já é a campeã.
"Marta do Brasil - Chorar no começo para sorrir no fim" será o tema da escola, que tem Jorge Caribé como carnavalesco.
Em um dos carros alegóricos, serão colocadas oito mil bolas a serem distribuídas. Na bateria, todos virão vestidos de Marta. No último carro, estará a rainha ao lado de amigos, familiares e colegas.
A técnica da seleção brasileira, Pia Sundhage também terá lugar cativo na alegoria, que contará com uma bola de ouro, que subirá a 10 metros.
No mais, confira aí o samba da Inocentes.
A letra, linda, está aí embaixo.

Rainha sim
No talento, na luta e na vocação
Há tantas mulheres por aí assim
Crias da favela, filhas do sertão
E lá vem a menina
Driblando a seca, em meio a poeira
Ganhando o mundo
Vencendo a sina
Lembrando de tudo para ser verdadeira

Em dois riachos ficou a saudade
À beira do rio se aventurou
Fintou a tristeza com habilidade
Com ar de nobre de cara pro gol

Da neve o lume da estrela
À dignidade de uma heroína
O maior exemplo de dona Teresa
Traduz sentimento em cada retina
Empoderamento, coisa de alma feminina

Eu sei que o preconceito vem de todo lado
Aquelas que usam batom no gramado
Carregam a pátria além da chuteira
Também sei
Que a sua luta é a nossa bandeira
Em cada segundo mostrando pro mundo
A força que tem a mulher brasileira

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

MPF pede que fazenda em Marabá seja bloqueada por ocupar terras da União


Depois de quatro meses de investigação, o Ministério Público Federal (MPF) ajuizou nesta quinta-feira (20), na Justiça Federal em Marabá (PA), ação civil pública para anular o título de propriedade da fazenda Rio Vermelho, dos fazendeiros Rafael Bemerguy Sefer e Elia Henry Tasca, que invadiram cerca de 5,2 mil quilômetros quadrados de terras da União às margens do rio Tocantins. A ação pede a declaração de nulidade do título irregular, o cancelamento da matrícula do imóvel, a proibição de novos registros e a retirada dos grileiros da área.

O ajuizamento dessa ação ocorre em seguida à uma decisão da Justiça Federal sobre outra fazenda também instalada parcialmente em terras da União em Marabá e Itupiranga (PA). No último dia 14, a Justiça acatou pedido do MPF e determinou o bloqueio das matrículas do imóvel denominado fazenda Beira-Rio, cuja área, em sua maior parte, é área de várzea, considerada como extensão do rio Tocantins.

As investigações do caso da fazenda Rio Vermelho começaram no final de setembro do ano passado, após ribeirinhos moradores tradicionais das margens do Tocantins irem até o MPF denunciar ameaças, invasões e violências promovidas pelos grileiros na tentativa de expulsá-los da fazenda. Os fazendeiros já respondem a processo por formação de milícia rural, ao lado dos proprietários da fazenda Beira-Rio.

Um dos detentores de título de propriedade da fazenda Rio Vermelho, Elia Henry Tasca, é paraguaio e tem residência no Rio de Janeiro (RJ).

SPU confirma ilegalidade - A Secretaria de Patrimônio da União (SPU), que concedeu autorizações de uso das terras para os ribeirinhos, confirmou ao MPF que a maior parte da fazenda Rio Vermelho está em terras de várzea que pertencem à União e não podem ser alienadas nem exploradas economicamente, por se tratar de área de preservação permanente (confira mapa acima). Apenas ribeirinhos podem ocupar esse tipo de área. “É imprescindível”, diz o MPF, “o cancelamento definitivo da matrícula e do registro imobiliário, proibindo novo registro na área indicada como pertencente ao patrimônio da União”.

De acordo com as investigações, a origem da grilagem das terras está em um título de desaforamento concedido pelo estado do Pará em 1956. Naquela época, já era proibida a venda de terras de várzea, consideradas como patrimônio da União desde a Constituição de 1934. As várzeas, explica o MPF na ação judicial, constituem terras que fazem parte do leito dos rios, secas em parte do ano e inundadas na outra parte, de acordo com o regime de águas.

“Percebe-se, assim, que a área de várzea faz parte do próprio conceito de rio, ou seja, a várzea nada mais é do que rio em seu período mais cheio, em outras palavras, é mera extensão do leito do rio, logo, para determinação de sua dominialidade devem repercutir as regras aplicáveis à dominialidade das águas”, diz o texto da ação civil pública, assinada pelo procurador da República Alexandre Aparizi. Ele sustenta que o título da Lago Vermelho é fruto de uma transferência irregular pelo estado do Pará, que não tinha dominialidade sobre as terras, pertencentes à União.

“Vale ressaltar que não cabe nem mesmo autorização de uso para os réus sobre essa área de várzea, primeiro em razão da impossibilidade de autorização para atividades extensivas de agricultura, pecuária ou outras formas de exploração ou ocupação indireta de áreas de várzea da União, que é o propósito dos réus, segundo porque a SPU já concedeu diversos Termos de Autorização de Uso Sustentável (TAUS) para os grupos tradicionais existentes no local e que estão sendo molestados pelos fazendeiros locais”, prossegue a ação civil pública, pedindo a retirada dos réus da área.

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Processo nº 1000825-92.2020.4.01.3901 - 1ª Vara da Justiça Federal em Marabá (PA)

Íntegra da ação

Consulta processual

Quando a insanidade reage contra outra insanidade, o resultado é a tragédia. Ou quase.


Quando se reage com uma insanidade contra uma outra insanidade, o resultado é um só: a tragédia; ou uma quase-tragédia.
Foi o que aconteceu em Sobral (CE), nesta quarta-feira (19).
É uma insanidade, convenhamos, a greve dos policiais militares cearenses.
A greve é tão insana que, em verdade, já virou um motim.
Instalações militares estão ocupadas por grevistas.
Centenas de viaturas, com os pneus furados pelos próprios policiais (agentes da lei, ressalte-se), estão bloqueando ruas.
PMs grevistas, mascarados, excedem-se em condutas afrontosas às leis e aos códigos militares.
Tudo isso é uma insanidade, repita-se.
Aí, vem o senador licenciado Cid Gomes - que sempre foi um fio desencapado prestes a desencadear uma explosão - e faz o quê?
Protagoniza um show - de insensatez, de irresponsabilidade, de insanidade.
Ao volante de uma retroescavadeira, dirige-a para cima de PMs amotinados.
Na confusão, levou dois tiros e escapou da morte (veja a sequência nas imagens extraídas da capa da "Folha de S.Paulo" desta quinta-feira, 20).
Contra uma insanidade, o amotinamento de PMs, reagiu-se com outra insanidade, a ação do senador.
Quase tivemos um grande tragédia.
Quase.

Você quer ter um grande amigo? Ligue para Wilson Witzel.


Olhem só.
Se você quer ter um bom amigo, faça amizade com Wilson Witzel, esse primor de senso de humanidade, racionalidade, temperança e moderação.
Witzel, quando está calmo, vibra (como se fosse num gol do Brasil, em final de Copa do Mundo) quando um atirador de elite abate um cidadão no curso de um sequestro.
Quando está mais calmo ainda, Witzel exibe-se como uma conciliador, um homem de paz, de coração aberto, sempre fértil aos gestos de fraternidade e solidariedade.
O governador do Rio está convidando Bolsonaro (outro primor de senso de humanidade, racionalidade, temperança e moderação) a participar do Carnaval no Rio. E desde já lhe oferece um camarote.
No Carnaval de 2018, se vocês se lembram, ressoou pelo país inteiro aquele corinho: Ei, Bolsonaro, vai tomar no c....
Furioso, o Capitão vingou-se postando aquelas imagens do golden shower que ganharam o país e o mundo. Lembram-se?
Pois agora, na tentativa de reconciliar-se com Bolsonaro, Witzel o convida para um Carnaval... Em plena Sapucaí.
Hehehe.
Se você quer ter um bom amigo, faça amizade com Wilson Witzel.
Ah, e outra coisa: aceite, presidente. Aceite o convite de Witzel.
A gente dá a maior força.
#tmj

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Não. Trocar sexo por informação não é jornalismo. Mas a quem Joaquim Campos se refere?


Afastado de suas funções na TV RBA, após ofensas de cunho sexista à jornalista da Folha Patrícia Campo Mello na manhã desta quarta-feira (19), no plenário da Câmara de Belém, o vereador Joaquim Campos, do Podemos, manifestou-se em sua conta no Twitter.
Veja acima.
Campos tem razão.
Mas, afinal de contas, o que ele esclarece?
Nada.
Nada esclarece.
Se está tão consciente de que, senhor único das opiniões que externa, está livre para dizer o que quiser, independentemente de concordarem ou não com ele, Campos deveria esmerar-se ir além, nessa tentativa de mostrar uma edificante transparência.
Esmerando-se mais, poderia deixar claro, claríssimo, a quem se refere quando diz não concordar que "trocar informações por sexo seja jornalismo".
Sim. Não é mesmo.
Trocar informações por sexo não é jornalismo.
Mas a quem o vereador se refere?
A quem ele se referiu quando interveio verbalmente em debate na Câmara?
Se é tão assertivo, se é tão independente, se está consciente de que seus posicionamentos são cristalinos, por que o vereador não dá nome a profissionais que, trocando sexo por jornalismo, não fazem jornalismo?
Afastado de seu programa policial na TV RBA, Campos perdeu o seu grande palco, o seu grande palanque, a sua grande tribuna, o seu grande pedestal.
Foi aí que ele se projetou na política.
Foi essa exposição que o alçou à condição de homem público.
Foi metendo bronca na violência que ele assumiu ares de paladino da paz e do sossego públicos.
A partir de agora, Joaquim Campos, o independente, o assertivo e intimorato parlamentar que não tem medo e nem maiores pudores de externar opiniões - mesmo as mais despudoradas -, estará sendo desafiado a usar outros palcos, outros palanques, outras tribunas, outros pedestais para manter-se, digamos assim, vivo perante os segmentos sociais que concordam com seu discurso e com sua conduta.
Resta saber como é que o vereador vai encarar esse desafio.

Grupo RBA afasta das funções de jornalista vereador que agrediu repórter da “Folha” em comentários na Câmara de Belém

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O Grupo RBA, que congrega os veículos de comunicação da família Barbalho, anunciou nesta quarta-feira (19) que afastou seus quadros o vereador do Podemos e também jornalista Joaquim Campos, que apresentava na emissora, há dez anos, o programa policial Metendo Bronca.
O afastamento é a primeira consequência concreta de declarações feitas pelo vereador, que durante a sessão da Câmara Municipal de Belém, na manhã de hoje, usou termos chulos ao se referir à jornalista Patrícia Campos Mello, do jornal Folha de S. Paulo, que vem sendo alvo de agressões verbais do presidente Jair Bolsonaro e muitos de seus simpatizantes.
Campos agrediu a jornalista durante pronunciamento do vereador Toré Lima (PRB), que criticava Bolsonaro por ofensas de cunho sexista à profissional de Imprensa. O parlamentar do Podemos foi contestado pelos vereadores Nazaré Lima e Fernando Carneiro, do PSOL, mas recebeu apoio de outros parlamentares.
Em nota, o Grupo RBA informou que decidiu afastar o vereador de suas funções porque “repudia atitudes e manifestações ofensivas, preconceituosas e de misoginia, que venham a ferir a dignidade humana e a honra das pessoas”.
O Sindicato dos Jornalistas do Pará (Sinjor/PA), também em nota, externou repulsa aos comentários de Campos e o Podemos, partido a que o parlamentar é filiado, informou que vai abrir um processo no conselho de ética com vistas a expulsá-lo da legenda.

Nota do Grupo RBA

Em relação aos comentários do vereador Joaquim Campos (Podemos), no plenário da Câmara Municipal de Belém, na manhã desta quarta-feira (19/02), a Rede Brasil Amazônia de Comunicação tem a registrar o seguinte:
1. O vereador também é apresentador de programas de televisão da emissora há mais de 10 anos. As palavras do parlamentar não representam, em momento algum, a linha editorial adotada pela RBATV;
2. A RBA de Comunicacão repudia atitudes e manifestações ofensivas, preconceituosas e de misoginia, que venham a ferir a dignidade humana e a honra das pessoas e tomou a decisão de afastar o apresentador de suas funções na emissora;
3. A RBA tem se pautado por um jornalismo sério, pelo pluralismo de idéias, pensamentos e o respeito às posições políticas e ideológicas de todos os segmentos sociais;
4. A RBA reafirma a sua política editoral de valorização e respeito à pessoa humana, como tem feito nos últimos 30 anos.

Nota do Podemos

Esclarecemos em caráter irrevogável que o Podemos não tolera qualquer tipo de preconceito, agressão e violência contra as mulheres. 
Desta forma:
1- Prestamos total solidariedade a jornalista da Folha de São Paulo Patrícia Campos Mello, além da Vereadora de Belém Nazaré Lima, ambas atacadas covardemente pelo Vereador Joaquim Campos durante a sessão no Plenário da Câmara Municipal de Belém nesta quarta-feira. 
2- Diante do fato ocorrido, tomando conhecimento de que o mesmo ainda está filiado ao Partido, e, não existindo condições da permanência do filiado nos quadros do Podemos, a Direção Estadual, por unanimidade, encaminhou pelo acionamento do referido vereador no conselho de ética, iniciando assim, o processo de expulsão.
3- Nascemos como partido sustentado por ideais democráticos. Atitudes como essa não serão toleradas, o Podemos é defensor intransigente do respeito e dos direitos.

Deputado Estadual Igor Normando - Presidente do Podemos - Pará

Nota do Sindicato dos Jornalistas do Pará (Sinjor)

O Sindicato dos Jornalistas do Pará (Sinjor/PA) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj/PA) repudiam a falta de decoro do vereador Joaquim Campos (MDB), durante a sessão ordinária realizada na manhã desta quarta-feira, 19 de fevereiro, na Câmara Municipal de Belém. Campos chamou de vagabunda a jornalista da Folha de São Paulo, Patrícia Campos Mello, interrompendo grosseiramente o pronunciamento do vereador Toré Lima (PRB). Da tribuna da CMB, Toré Lima criticava o presidente da República Jair Bolsonaro pelas ofensas à jornalista, que tentou desqualificá-la com expressões de cunho sexual.
Sem nenhum respeito ao trabalho dos jornalistas, apesar de atuar como comunicador, Joaquim Campos discutiu com quem o criticou, proferindo expressões de misoginia, machismo e total falta de decoro no plenário do Parlamento Municipal.
Ele foi confrontado também pelos vereadores Nazaré Lima (Psol) e Fernando Carneiro (Psol). Apesar da postura arrogante, mal educada e desrespeitosa, recebeu apoio da vereadora Simone Kawage (PRB), 2ª vice presidente da CMB, que presidia a sessão e também do vereador Sargento Silvano (PSD).
Exigimos que o presidente da Câmara Municipal de Belém, vereador Mauro Freitas (PSDC), a presidência do MDB em Belém e no Pará tome providências quanto ao comportamento do vereador. Também iremos estudar quais medidas jurídicas podem ser tomadas em relação ao fato.
Além do Sinjor e da Fenaj, o governador do estado, Helder Barbalho (MDB), também se manifestou contra a fala do vereador. Helder usou sua conta no Twitter para criticar o apresentador que, por muitos anos, trabalho na emissora de TV da família do governador e, atualmente, integra um partido da base aliada do governo.

Wladimir Costa pode ser condenado mais uma vez, agora pelo Supremo


Está no gancho para ser concluído o julgamento da queixa-crime que as atrizes Glória Pires, Letícia Sabatella e Sônia Braga, o ator Wagner Moura e o cantor Orlando Morais ajuizaram no Supremo Tribunal Federal, em 2017, depois que foram alvos de ofensas proferidas pelo então deputado federal Wladimir Costa (SD-PA), o Wlad. Sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, o julgamento (acompanhem aqui o andamento do processo) deve ser concluído próxima semana.
Os artistas acusam Wlad de crimes contra a honra. Num discurso proferido no dia 11 de julho de 2017, ele chamou os cinco artistas de “vagabundos” quando os criticava de participar da Plataforma 342, movimento que buscava convencer parlamentares a votar pela continuidade das investigações contra o então presidente Michel Temer.
Em novembro do ano passado, Wladimir Costa e o irmão dele, Mário Sérgio da Silva Costa, foram condenados pela Justiça Federal em Santarém por crimes de improbidade administrativa. Ambos os réus tiveram os direitos políticos suspensos por quatro anos e terão de pagar multa civil no valor de R$ 30 mil cada um em favor do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
Na sentença (veja a íntegra neste link), a Justiça Federal determinou que os dois réus, pelo prazo de três anos, estarão proibidos de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

Por que jornalistas insistem em dar palco às escatalogias de Bolsonaro?


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Bolsonaro, mais uma vez, excedeu-se em suas escatologias.
Na manhã desta terça-feira (19), fez declarações sórdidas, imundas, sexistas, nojentas, repulsivas sobre uma repórter da Folha de S. Paulo.
O presidente assim o fez porque sabe que tem plateia.
Aplaude-o a claque reunida no cercadinho do Palácio da Alvorada.
Aplaudem-no os milicianos virtuais.
Aplaudem-no, in pectore, aqueles que, não tendo coragem de externar seus recalques, adoram quando aparece alguém como Bolsonaro, que exibem a "coragem de dizer" o que tantos gostariam de dizê-lo, mas não têm coragem.
Como já se indagou aqui, em postagem recente, por que jornalistas ainda insistem em dar palco a essas escatalogias, às imundícies e infâmias expelidas por Bolsonaro?
Por que se submetem, no exercício de sua profissão, a palhaçadas e humilhações preparadas, planejadas, arquitetadas justamente para humilhar jornalistas e fazê-los de palhaços?
Isso tudo, diriam jornalistas, deve ser suportado porque, em meio a essas sessões nauseantes de lixos verbais vomitados por Bolsonaro, aqui e ali o presidente acaba falando alguma coisa que vira uma notícia, digamos assim, não-escatológica.
Será mesmo?
Será que o jornalismo ainda não se convenceu de que espetáculos com cheiro, forma e conteúdo de lixo de esgoto, como os que Bolsonaro protagoniza, servem apenas para divertir o próprio Bolsonaro e seus seguidores?
Com todo o respeito, profissionais de Imprensa têm mil e uma fontes e mil e uma maneiras de caçar notícias, deixando Bolsonaro falar sozinho.
Ele não tem o Twitter?
Não tem Facebook?
Não tem seus milicianos virtuais que difundem seus deboches e suas escatologias?
Em vez de submeterem-se pessoalmente a humilhações diárias, porque a Imprensa não se limita a pescar essas infâmias nas próprias redes sociais onde Bolsonaro as propaga?
Vale a pena dar palco a Bolsonaro, gente?

Justiça Federal ouve 29 pessoas em dois processos relacionados ao assassinato de índio Munduruku

A Justiça Federal em Itaituba, na região oeste do Pará, ouviu em quatro dias um réu e 28 testemunhas relacionadas em dois processos referentes à morte do indígena Adenilson Kirixi Munduruku, ocorrida em novembro de 2012 durante a Operação Eldorado, deflagrada pela Polícia Federal nas terras indígenas Munduruku e Kaiaby, na região do Alto Tapajós.
As audiências, presididas pela juíza federal Sandra Maria Correia da Silva, da Subseção Judiciária de Itaituba, foram realizadas de 11 a 14 de fevereiro. Através de videoconferência, o policial federal, denunciado pelo Ministério Pública Federal como autor da morte do índio, foi ouvido por videoconferência a partir da Seção Judiciária do Distrito Federal. Da mesma forma foram ouvidas testemunhas que residem em Belém, Luziânia (GO), Belo Horizonte (MG), Macapá (AP), Brasília (DF), Vitória (ES), Maceió (AL), Aracaju (SE). Algumas das testemunhas indígenas foram acompanhadas por tradutor da língua Munduruku.
Na ação penal 1608-90.2014.4.01.3908, em que foram ouvidas cinco testemunhas arroladas pelo MPF e 11 pela Defesa, o Ministério Público Federal sustenta que Moriel cometeu crime hediondo e pede que ele seja levado a julgamento pelo Tribunal do Júri. A morte da vítima ocorreu durante operação em que a Polícia Federal dava cumprimento a uma ordem da 5ª Vara da Justiça Federal de Mato Grosso, determinando a destruição de balsas extrativas de minério no Rio Teles Pires. O Povo Munduruku requereu o ingresso na ação penal, na qualidade de assistente de acusação. O pleito foi deferido pelo Juízo com fundamento na Convenção 169 da OIT (Organização Internacional do Trabalho).
Na ação civil pública 2089-36.2016.4.01.3908, em que foram ouvidas 12 testemunhas (seis do MPF e seis da União), o Ministério Público Federal requer a condenação da União ao pagamento de indenização por danos materiais e morais no total de R$ 10 milhões, para serem aplicados na execução de políticas públicas educacionais e de saúde em benefício dos Mundurukus.
Transmissão simultânea - O diretor da Secretaria da Vara Federal de Itaituba, Everton Gomes Teixeira, informou que a preparação das audiências começou em dezembro do ano passado, com a instalação de uma sala para acomodação das testemunhas nas próprias dependências da Justiça Federal. No salão de recepções cedido pelo Rotary Club, foi instalado um serviço de link dedicado entre a Justiça Federal e o próprio Rotary, permitindo que os indígenas acompanhassem todas as audiências por meio de transmissão simultânea. Os equipamentos de áudio e vídeo foram cedidos pelo município de Itaituba.
Além de servidores da segurança institucional do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília, agentes da Polícia Federal, Polícia Militar e Bombeiros do Estado do Pará e Coordenadoria Municipal de Trânsito de Itaituba integraram o esquema montado para garantir a integridade de autoridades, servidores e jurisdicionados, assim como das instalações da Justiça Federal em Itaituba.

Que os extremistas reflitam sobre esse ato de extremismo



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Esse é Edward Luz, que se diz antropólogo, mas foi expulso da Associação Brasileira de Antropólogos (ABA) em 2013, porque a entidade não concordava com afirmações “equivocadas e reducionistas" do dito cidadão, inteiramente desprovidas de rigor e embasamento científico”. Ele foi preso por agentes do Ibama neste domingo (16), por invadir a terra indígena Ituna-Itatá, no Pará. No vídeo, o elemento cita indevidamente o ministro do Meio Ambiente, que já o desmentiu publicamente e disse que os agentes do Ibama agiram estritamente dentro da lei e do que foi planejado. A postura – arrogante, audaciosa, ousada e acintosa – desse homem, conhecido como o “antropólogo dos ruralistas”, é emblemática da necessidade de reforçar a fiscalização ambiental, flagrantemente relaxada durante o governo Bolsonaro. Tomara que a detenção desse extremista seja o início de que o relaxamento na área da fiscalização ambiental será, pelo menos, reduzido. Não creio nisso. Mas tomara que seja. #meioambiente #natureza #terraindigena #indios #indigenas ##brasil #brazil #amazon #paraense #belemcity #norte #mangueirosa #cidademorena #grandebelem #belém #belem #belemeuamoeucuido #belemdopará #belemdopara
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Espiem aí.
Como se diz na postagem, esperemos que esse caso escandaloso, em que um extremista usa o nome de um ministro para contar uma mentira, tentando impedir a fiscalização do Ibama, faça os extremistas desse governo extremista convencerem-se de que, descontadas as preferências ideológicas, o estado precisa cumprir seu papel de preservar a Amazônia, incluindo as áreas indígenas.
E felizmente que a ação dos agentes do Ibama - legal, dura, enérgica - foi chancelada pelo Ministério do Meio Ambiente do extremista Ricardo Salles.
Porque, se não o fosse, aí mesmo é que estaríamos definitivamente perdidos.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Odiemos as ditaduras. As de esquerda e as de direita.




Espiem só.
Cliquem aí em cima.
Essa é a história de um herói solitário, que morreu não apenas porque foi infectado pelo coronavírus, mas porque sofreu as consequências - danosas, cruéis, trágicas - da repressão de uma ditadura como a que oprime os chineses.
Lembram-se quando a ditadura inaugurada no Brasil com o golpe de 1964 proibiu a divulgação de números sobre a epidemia de meningite?
Pois é.
A conclusão é uma só: ditaduras são horrorosas, são horríveis, são terríveis.
Odiemos, pois, as ditaduras.
Qualquer uma.
As de direita e as de esquerda.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

Dirigente bicolor só tem uma alternativa: ou come maniçoba ou rasga de Belém


Detalhe é o seguinte.
As hostes bicolores (como diriam nossos coleguinhas do Esporte) estão em polvorosa.
Tudo por causa do áudio acima – vazado, of course – em que o diretor executivo de futebol do Paysandu, Felipe Albuquerque, numa conversa travada no ano passado com interlocutor amigo dele, confessa-se receoso de selar a contratação do jogador argentino Quiroga, porque já imaginava como seria o contexto da chegada do atleta a Belém e sua adaptação ao clube e aos modos e costumes da cidade.
"Wilson, queria te ouvir porque você é um cara que eu gosto, é muito acima da média e às vezes eu estou com a mentalidade muito fechada. Assisti aos vídeos, gostei desse Quiroga, achei um bom jogador, mas eu fico pensando: vou ligar para esse Quiroga, ele está lá em Buenos Aires, 5°C, vai entrar dentro de um avião para chegar em Belém, 35°C. Vou pedir para o meu supervisor, que é uma anta, burro igual uma porta, buscar ele [na chegada a Belém]. Vai lá para a Curuzu, comer tacacá, maniçoba, no outro dia vai para o treino, Hélio [dos Anjos] dando esporro e ele não vai entender nada. Aí vai o Marcelo [Rocha] e o Leandro [Niehues], que não entendem uma palavra de espanhol, tentar explicar para ele, aí que ele não vai entender mais nada, entendeu? Fico pensando, cara, a possibilidade disso dar certo, a adaptação de um cara desse, tende do infinito a zero. Você acha que eu estou enxergando de uma ótica enviesada, estou vendo o copo muito vazio? Queria que você me falasse, porque eu não vejo a possibilidade de um cara desse se adaptar, sabe?”, diz Albuquerque.
Olhem, fora de brincadeira.
Acho que as hostes bicolores não devem muito se preocupar com os gostos particulares de ninguém. Porque gostar ou não gostar – de comida, de gente, de cidade etc. -, isso está no âmbito das preferências e das escolhas pessoais de cada um.
O que o Paysandu precisa mesmo se preocupar é com a motivação de seu diretor executivo para o trabalho que lhe incumbe fazer.
Porque, sinceramente, o que sobressai nos áudios é uma profunda insatisfação, um profundo agastamento de Albuquerque com o trabalho que está fazendo e com o ambiente profissional no qual convive.
O cara não gosta de Belém e de seus costumes, parece não gostar do treinador do Paysandu e claramente rejeita e despreza a capacidade profissional de outros integrantes do clube.
Então, sério mesmo: o que fazer com Albuquerque?
Das duas, uma: ou ele aprende a comer – e mais do que isso, a saborear – maniçoba, tacacá, pato no tucupi, açaí e suco de camapu (tem?) ou então rasga daqui e vai, ora bolas, pra Buenos Aires, comer churrasco em Puerto Madero (que é uma delícia, vale dizer)!

domingo, 2 de fevereiro de 2020

Esse é o resultado da "arminha"


Está aí.
É a manchete de O Globo deste domingo (02).
Esses números representam uma concepção trágica, burra, idiota: a de que, quanto mais nos armarmos, mais estaremos seguros.
Só que não.
Mas há gente que ainda não se deu por convencida de que a arminha, símbolo gestual que virou meme a partir da campanha de Bolsonaro para presidente, não é um simples gesto: é o passaporte para a morte.
Porque a arminha não é e nunca foi solução para preservar a segurança do cidadão.
Quem deve exercer essa incumbência, por dever constitucional, é o estado.
Apenas e tão somente o estado.
Quando o estado transfere esse encargo para o cidadão, é porque já abriu mão dos ônus constitucionais que o afetam de maneira incontornável.

sábado, 1 de fevereiro de 2020

A hora da verdade para o Capitão e Sergio Moro

Manchete em página interna da Folha deste sábado (01): será?

Especulemos à vontade.
Mas logo ficaremos certos, como dois e são cinco (hehe) sobre os projetos supostamente eleitorais do ministro da Justiça, Sergio Moro.
É que, neste sábado (01), jornalista estão dizendo que Bolsonaro está, agora, tendente a indica Moro para a vaga de Celso de Mello, que se aposenta em novembro no Supremo.
Então, é o seguinte.
Se Moro não for indicado, muito, mas muito provavelmente (já que política não é ciência exata) é porque terá dito ao presidente que alimenta, sim, projetos eleitorais.
Se, ao contrário, for mesmo indicado para ocupar a vaga de Mello, é porque, também muito provavelmente, terá decidido não trocar o certo (a aposentadoria na Suprema Corte) pelo duvidoso (uma disputa eleitoral).
Vejamos.
Mas precisamos esperar.
Porque Bolsonaro, sabemos todos, é ciclotímico, mercurial, imprevisível, disparatado.
Quanto pensamos em Bolsonaro, só temos uma certeza: a que a Terra é plana.
Quanto ao mais, nunca se sabe.