quinta-feira, 31 de março de 2022

A terceira via está se esfarelando. Por enquanto, ainda sobram, de fato, apenas Lula e Bolsonaro.

Lula e Bolsonaro: o cenário conflui para que eles travem o único embate eleitoral em outubro

A quinta-feira começa com indícios de fortes e significativas mudanças no cenário pré-eleitoral.

A primeira: aguarda-se para hoje o anúncio de que Sergio Moro vai se filiar ao União Brasil e desistir da pré-candidatura ao Planalto.

A segunda - e mais surpreendente ainda: João Doria, governador de São Paulo, também deve desistir da pré-candidatura à Presidência e seguirá no cargo.

Com isso, temos o esfarelamento da chamada terceira via, essa entidade abstrata, mágica e fantasmagórica, que muitos ainda acreditam seja a alternativa para quebrar a polarização Lula x Bolsonaro.

O que tínhamos de nomes apontados como terceiro-viáveis?

Tínhamos Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, que já fugiu da raia há poucos dias.

Tínhamos Sergio Moro e Doria, que estão debandando agora.

Temos Simone Tebet, apenas um traço nas pesquisas e integrante de um partido, o MDB, que não passa de um saco de gatos que abriga, ao mesmo tempo, um Fernando Bezerra, que até dezembro do ano passado foi líder do governo Bolsonaro no Senado, e um Renan Calheiros, alvo da artilharia, do ódio e da repugância do bolsonarismo.

Temos ainda Eduardo Leite, o governador tucano do Rio Grande do Sul, que perdeu as prévias para Doria e ainda não descartou concorrer à presidência. Mas este é apenas um projeto pouco viável.

Esses aí são - ou eram - os terceiro-viáveis.

E o que sobra?

Sobra Ciro Gomes, que dificilmente agregará apoios da, digamos assim, direita mais moderada, que se amolda mais a um perfil como o de Moro e Doria.

E sobram Lula e Bolsonaro, este sim, firmes na decisão de disputar a Presidência. Pelo menos até agora.

Segue o jogo, portanto.

E vamos acompanhando.

quarta-feira, 30 de março de 2022

Acaba a lua de mel entre a administração de Daniel Santos, em Ananindeua, e o governo Helder Barbalho


Parece que acabou mesmo, sem choro nem velas, a lua de mel entre a administração do prefeito Dr. Daniel (MDB), de Ananindeua, o segundo maior município do estado, e o governo Helder Barbalho.
Nesta quarta (30), o Diário do Pará traz reportagem de quase uma página - antecedida por chamada na capa - sentando a pua na administração de Daniel Santos.
As reportagens dão seguimento a outras publicadas no último domingo, na edição do jornal.
A versão mais corrente, para explicar esse rompimento, segundo o Espaço Aberto apurou, é a pré-candidatura de Alessandra Haber, mulher do prefeito de Ananindeua, a deputada federal pelo MDB.
Caso ela venha mesmo a ser candidata, isso terá impacto negativo direto para os projetos eleitorais de Elcione Barbalho (MDB), mãe de Helder, que é deputada federal há vários mandatos e, claro, vai disputar mais uma reeleição neste ano.
Enquanto a corda vai esticando entre a administração de seu marido e o governo Helder Barbalho, Alessandra está ativíssima nas suas redes sociais, com postagens bem frequentes direcionadas para temas que revelam, digamos assim, vieses sociais.
É o caso dessa postagem abaixo, em que a pré-candidata informa sobre uma reunião na Alameda Esmeralda, no bairro do Coqueiro, para discutir as "necessidades dos moradores" e buscar soluções para a pavimentação da via.
Segue o jogo.
E vamos acompanhando.



terça-feira, 29 de março de 2022

Sigo de máscara. E nem sei até quando!


Viva, Belém!
O Jornal Hoje acaba de divulgar um levantamento que confere a Belém um animador e revigorante galardão: o de estar entre as três capitais do país que mantêm obrigatório o uso de máscaras em ambientes externos e internos.
A Prefeitura de Belém andou bem, muitíssimo bem, ao adotar a obrigatoriedade de máscara, mesmo que um ato do governo do estado, anunciado nesta segunda-feira (28), libere o uso do acessório, deixando a cargo dos municípios, é claro, a faculdade de disciplinar os limites em que a população deve acautelar-se contra o vírus.
"O atual cenário de evidentes melhoras não exclui a possibilidade de uma nova onda de infecções, como aliás tem ocorrido na China e em vários países europeus. Portanto, por uma questão de cautela, a manutenção do uso de máscaras neste momento se constitui na última barreira à disseminação da covid-19 na nossa sociedade. Mais que recomendável, é necessária", justifica a Prefeitura de Belém em suas redes sociais.
Pois é.
Não está excluída, totalmente, a possibilidade de uma nova onda de infecções. Daí não custar nada continuar prevenindo a doença - mesmo com um alto índice de imunização -, em vez de tentar remediá-la.
Eu, de meu lado, não estou, sinceramente, nem aí com decretos municipais, estaduais, nacionais ou internacionais sobre uso de máscara. Porque continuarei usando-a, dentro e fora, fora e dentro, onde eu estiver, aonde quer que eu for.
Até quando continuarei usando a máscara?
Sei lá.
Até ela me incomodar e eu perder o medo.
Incomodar, nunca me incomodou. E quanto ao medo, ainda não o perdi totalmente.
Portanto, sigo com máscara.
Com um riso enorme na cara.
E mesmo que, por causa da máscara, ninguém possa perceber o riso (o que não será prejuízo para ninguém).

segunda-feira, 28 de março de 2022

O MEC vira um sorvedouro de ministros. Para dar jeito, só mesmo o Professor Bolsonaro.

O Incorruptível: só ele para salvar o MEC, que virou praticamente o hospício do bolsonarismo

Então, é assim: caiu o ministro da Educação, Milton Ribeiro.

O Incorruptível não resistiu às pressões e, envergonhado de admitir que ele próprio é o principal mentor e personagem de mais uma história escabrosa de corrupção, acabou afastando o subalterno.

E assim, o MEC vai fazendo história como a casa de loucos do Bolsonarismo.

Ou como um sorvedouro de ministros.

Primeiro, foi Ricardo Vélez Rodríguez, o desparafusado.

Depois, veio Abraham Weintraub, que em verdade fugiu não do MEC, mas do Brasil.

Em seguida, veio Carlos Alberto Decotelli da Silva, o breve, que renunciou cinco dias após assumir o ministério, quando descobriram que suas titulações acadêmicas não eram autênticas.

Aí, foi a vez de escalarem esse Milton Ribeiro, o amigo de pastores que intermediaram verbas a peso de 1 quilo de ouro.

Que venha o próximo.

Se não tiver mais ninguém disponível, o Professor Bolsonaro, ele mesmo, poderá assumir a pasta, já que sabedoria, inteligência e alma pura, vocês sabem, não lhe faltam.

Bolsonaro tenta enganar todo mundo. Ele até engana, mas não todo mundo ao mesmo tempo.

Bolsonaro e Milton Ribeiro: o peixe grande e bagrinho em mais um escândalo de corrupção

Bolsonaro, vamos e convenhamos, é uma nulidade em tudo, absolutamente tudo.

Inclusive, é claro, em política.

Na pele de Mito, aquele que seria o suprassumo da inteligência e da incorruptibilidade (só que não), o cidadão tem como princípio básico o de blindar auxiliares seus que patinam nos mais fortes indícios de corrupção e viram alvo de cobranças para que sejam demitidos.

Nessas situações, Bolsonaro prefere assumir o ônus político, mas não demite os suspeitos. E não os demite apenas para firmar uma autoridade que já perdeu há muito tempo, tantas são as atrocidades que tem cometido desde que assumiu o cargo.

Assim tem sido diante dessas denúncias repelentes, repulsivas, de que o ministro da Educação, Milton Ribeiro, deixou-se orientar por dois pastores que viraram intermediadores da liberação de verbas no ministério, com a chancela do prório Bolsonaro.

Até a bancada evangélica quer a cabeça do ministro. Mas Bolsonaro, o sábio, diz que não o afastará.

E todo mundo acredita que ele é sábio. Mas enganam-se todos os que pensam assim.

O sábio está apenas com medo.

Bolsonaro, desta vez, tenta blindar-se a si mesmo. Tenta passar a impressão de que seu nome, como sempre se diz nessas ocasiões, foi citado indevidamente em conversas escabrosas que vazaram em áudios. Tenta enganar todo mundo de que não tem nada a ver com o peixe.

Mas tem.

Bolsonaro é o personagem central de mais esse escândalo de corrupção em seu governo.

É esse cidadão que precisa ser investigado.

Milton Ribeiro, nessa história toda, é o subalterno, é o peixe pequeno, é o bagrinho que seguiu a orientação do chefe, dando poderes a pastores para atuarem como lobistas, sendo que um deles, como já amplamente demonstrado, aceitava como agrado nem que fosse, ora vejam só, um quilo de ouro.

Esse é o governo Bolsonaro, o incorruptível.

quinta-feira, 24 de março de 2022

Estudantes levam na cara spray de pimenta da Guarda Municipal: é o troco que recebem pelo serviço de ônibus caro e péssimo



O Conselho Municipal de Transporte, reunido na manhã desta quinta-feira (24), acatou a proposta da Superintendência de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) e aprovou o aumento da tarifa de ônibus para R$ 5,01. O reajuste segue para homologação do Prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues (PSOL), que poderá acatar ou não o valor. Não há prazo para homologação do aumento.
Na entrada da Semob, no bairro da Sacramenta, houve confusão.
Confusão e repressão.
Repressão, reparem só nas imagens acima, com gosto de spray de pimenta espirrado por homens da Guarda Municipal no rosto de manifestantes, a maioria estudantes e de entidades como a União Jovem Socialista (UJS).
Tarifa cara, péssimo serviço - O que revolta, e não apenas estudantes, mas a população em geral que tem no ônibus a única - e cara, diga-se - alternativa de transporte em Belém e Região Metropolitana, é o descompasso brutal, inaceitável e intolerável entre o que o usuário paga e, em troca, o que ele recebe em termos de qualidade dos serviços prestados.
E os serviços prestados, sabe-se, são péssimos, com ônibus caindo aos pedaços e linhas sobrepostas, entre outros problemas que são tão velhos quanto Belém, mas perduram entra governo, sai governo.
E por falar em governo, o prefeito Edmilson Rodrigues, que tem nas mãos a batata quente de apreciar o aumento aprovado pelo Conselho Municipal de Transporte, manifestou-se há pouco no Twitter.
"Amanhã me manifestarei sobre a questão das tarifas de ônibus. E vou levar em consideração para minha decisão os elementos técnicos apresentados pelo Conselho, mas, acima de tudo, as condições sócio-econômicas (sic) da população usuária do transporte coletivo. E para a correta informação à população, é importante dizer que ainda não recebi formalmente a posição do Conselho Municipal de Transporte, o que deve ocorrer até hoje o final do dia. E isso é necessário para que eu possa me manifestar", afirmou Edmilson.
Pelo visto, o aumento será homologado, mas em valor abaixo daquele que o Conselho aprovou.
A ver!

Procurador de Justiça do MPPA é o único paraense incluído em estudo que relaciona 94 discursos racistas


O procurador de Justiça do Ministério Público do Estado do Pará Ricardo Albuquerque passa a ostentar um triste galardão: ele é o único paraense incluído como autor de uma fala de viés racista incluído numa funesta lista que integra estudo da organização Terra de Direitos e da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq).
No estudo, intitulado “Quilombola contra racistas”, as duas entidades identificaram nada menos de 94 discursos considerados racistas, feitos por autoridades públicas federais, estaduais e municipais desde o começo de 2019, quando Jair Bolsonaro assumiu a presidência da República e começou a destruir o Brasil.
Com essa distinção, Albuquerque vê-se na mesma vala-comum juntamente com mais de 20 outros personagens, entre eles o puro, imaculado e incorruptível Jair Bolsonaro, além de alguns integrantes da escória do bolsonarismo, como o deputado federal Daniel Silveira, o ex-ministro Abraham Weintraub e o presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo.
O estudo “Quilombola contra racistas” considera como discurso racista “qualquer manifestação que promova, incite ou induza à discriminação racial”. O tipo de discurso mais proferido foi o de “reforço de estereótipos racistas”, com 39 ocorrências nos últimos três anos. Em seguida, aparecem a “negação da existência do racismo” (24 ocorrências) e a “incitação à restrição de direitos” (18 registros).

Relembre o caso 
Em novembro de 2019, durante palestra a estudantes do curso de Direito, Albuquerque, que naquela ocasião, vejam só, ocupava a função de ouvidor geral do MPPA, soltou a seguinte pérola, que vazou num áudio: “Esse problema da escravidão aqui no Brasil foi porque o índio não gosta de trabalhar, até hoje. O índio preferia morrer do que cavar mina, do que plantar para os portugueses. O índio preferia morrer. Foi por causa disso que eles foram buscar pessoas nas tribos na África, para vir substituir a mão de obra do índio. Isso tem que ficar claro, ora!”.
Logo depois do vazamento do aúdio, ainda em novembro de 2019, Albuquerque pediu afastamento do cargo de ouvidor geral e teve o pedido homologado pelo Colégio de Procuradores do MPPA. Em fevereiro de 2020, no entanto, reassumiu a função, mas na mesma ocasião o Ministério Público instaurou um procedimento para investigar a conduta do procurador.
Em outubro de 2020, o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) decidiu, por 7 votos a 2, arquivar o pedido de abertura de Processo Administrativo Disciplinar (PAD) pelo crime de racismo cometido por Ricardo Albuquerque. No entendimento de sete conselheiros, as declarações do procurador se justificam pela “liberdade de cátedra” e por terem sido proferidas em um ambiente com poucas pessoas não se enquadram no crime de racismo.
Posteriormente, em março do ano passado, a Procuradoria-Geral de Justiça do MPPA também arquivou o processo de investigação criminal contra o procurador, por entender que não foi encontrado qualquer ilícito funcional na conduta dele.

quarta-feira, 23 de março de 2022

Exoneração de seu irmão pelo governo Bolsonaro não abala ardor bolsonarista de Éder Mauro

Éder Mauro com a ministra Damares Alves, que nesta quarta (23) visita o Pará

A exoneração de Amaurivaldo Barra, irmão de Éder Mauro, publicada na segunda-feira (21)

O ardor e as convicções bolsonaristas do deputado federal Éder Mauro (PL-PA) não foram, ao que parece, nem um pouco abalados após a exoneração de seu irmão Amaurivaldo Cardoso Barra do comando da Divisão de Desenvolvimento, Registro e Monitoramento da Aquicultura e Pesca, que integra a estrutura da Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento no Pará.

A portaria de exoneração (vejam acima), assinada pela secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Marcos Montes, foi publicada no Diário Oficial da União da última segunda-feira (21), quatro dias dias após a Operação Tarrafa.

Deflagrada pela Polícia Federal na quinta-feira, 17 de março, em vários municípios do País, inclusive o Pará, a operação teve o objetivo, segundo a PF, de "desarticular organização criminosa que perpetrava fraudes milionárias no Seguro Desemprego do Pescador Artesanal - SDPA (também conhecido como Seguro Defeso).

Foram expedidos pela Justiça Federal 180 mandados de busca e apreensão e 35 mandados de prisão preventiva. Mais de 600 policiais federais participaram das diligências em 12 unidades da federação: Pará, Maranhão, São Paulo, Ceará, Bahia, Pernambuco, Minas Gerais, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás, Tocantins e Piauí. 

Também foram deferidas medidas de busca e apreensão em face de 36 servidores do INSS. Outros seis servidores da Secretaria de Aquicultura e Pesca, lotados no Pará, foram afastados por decisão judicial.

Esquema denunciado - Em suas redes sociais, Éder Mauro não se referiu especificamente ao suposto envolvimento de seu irmão no esquema descoberto pela PF, mas informou que ele mesmo, no ano passado, fez uma denúncia à Polícia Federal "propondo a instalação de um inquérito para investigar as falcatruas no seguro-defeso, que se arrastaram por diversas gestões da Secretaria de Aquicultura e Pesca do Pará."

Lembrou ainda que, em 2020, foi criado um grupo de trabalho com vários ministérios, com objetivo de investigar e combater quadrilhas especializadas nessas fraudes. "Avante PF!", comemorou o deputado.

Ainda há pouco, o parlamentar fez várias postagens em que saúda a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, e o ministro das Comunicações, Fábio Faria, que chegaram ao Pará com o objetivo de entregar computadores para as escolas públicas dos 17 municípios do Marajó e assinar maisde 2 mil contratos de concessão de uso para agricultores de Curralinho e Bagre.

Bolsonaro está com pés e mãos atolados na caca. Mas ele não é corrupto, não. Corruptos são os outros.


Para bolsonaristas fanáticos, Bolsonaro é aquele cara que, se pisar numa caca exposta na calçada, a culpa não será dele, mas de quem deixou a caca por lá.
Bolsonaro, confirma-se mais uma vez agora, está de pés e mãos atolados na caca. A culpa é dele. Mas bolsonaristas - os fanáticos, sobretudo - acham que não; a culpa é de quem expeliu a caca.
Falem sério!
Aqui já escrevi várias vezes, uma delas em outubro do ano passado, logo após a CPI da Pandemia: Bolsonaro é a prevaricação. É o charlatanismo. É a falsificação, a epidemia mortal e a corrupção. Bolsonaro é o crime.
A corrupção em que o governo Bolsonaro se vê atolado está sendo exposta agora, sem retoques, sem refinamentos, sem meias-palavras e com ares de um escândalo dos mais escandalosos, diante da revelação de que o ministro da Educação, Milton Ribeiro, conforme áudios revelados pela Folha (ouçam acima), afirma que sua prioridade no MEC para a liberação de verbas são as prefeituras que mais precisam e, em seguida, "todos que são amigos do pastor Gilmar".
Esse Gilmar, no caso, é Gilmar Santos, que fazia a intermedição de verbas para prefeitos juntamente com outro pastor, Arilton Moura. De acordo com os áudios, o ministro explica aos prefeitos e religiosos que participaram da conversa que a prioridade foi estabelecida por uma solicitação direta do puro, do imaculado, do incorruptível, do mito Jair Bolsonaro.
Isso não é corrupção?
Não é tráfico de influência?
Não é um escândalo?
Não é um descalabro?
Não é uma demonstração incontestável de que só mesmo fanáticos poderão rejeitar a tese de que temos aí indícios robustos, verazes, estarrecedores de corrupção que precisam ser devidamento investigados?
Denúncia por improbidade - Ao mesmo tempo em que estamos diante dessa ignomínia (um prefeito já chegou a dizer que Arilton Moura pediu-lhe 1 quilo de ouro para atuar como lobista na liberação de verbas do MEC), o Ministério Público Federal informa que ofereceu denúncia contra o Bolsonaro e a ex-secretária parlamentar da Câmara dos Deputados Walderice Santos da Conceição, conhecida como “Wal do Açaí”, por improbidade administrativa.
Investigação da Folha mostrou, em 2018, que Walderice teria sido funcionária fantasma do então deputado federal Jair Bolsonaro. Ela estava lotada desde 2003 no gabinete do atual presidente, e recebia salário bruto de R$ 1.351,46. Ao mesmo tempo, tinha como principal atividade um comércio em Angra dos Reis (RJ), chamado “Wal Açaí”, além de prestar serviços particulares na casa de Bolsonaro.
A ação do MPF pede que os dois, o incorruptível Bolsonaro e Wal do Açaí, sejam condenados por improbidade administrativa, e efetuem o ressarcimento dos recursos públicos indevidamente desviados.
Isso também não é corrupção?
Repito o título daquela postagem de outubro de 2021: Bolsonaro é a prevaricação. É o charlatanismo. É a falsificação, a epidemia mortal e a corrupção. Bolsonaro é o crime.
Ou não?

terça-feira, 22 de março de 2022

Até assessores de Helder ficaram com "vergonha alheia" do servilismo da prefeita de Marituba, "serva fiel e obediente"

Continua viralizando - e como - nas redes sociais um vídeo que tem tudo para ser a proclamação mais comovente e enternecedora, como também mais imorredoura, da fidelidade de um polítco àqueles que julga serem as lideranças que merecem toda a reverência possível.

O vídeo, esse aí que você pode conferir acima, tem como protagonista a prefeita de Marituba, Patrícia Mendes, que no último sábado (19) comoveu e enterneceu a plateia que compareceu ao ato de entrega da Usina da Paz, no bairro de Nova União, no município que a gestora governa.

Estavam lá, além do governador Helder Barbalho, sua mulher, Daniela, a deputada federal Elcione Barbalho e o deputado Chicão, presidente da Assembleia Legislativa, além de apoiadores da prefeita.

Comovida e enternecida, Patrícia Mendes derreteu-se em agradecimentos, ou melhor, em declarações explícitas e literais de servilismo político.

Foram declarações tão explícitas, tão literais, comoventes, enternecedoras e servis que, conforme conta ao Espaço Aberto um emedebista sem mandato, até mesmo alguns assessores de Helder ficaram de certa forma constrangidos (ou com vergonha alheia, conforme dizemos) diante do pronunciamento tão servil da prefeita.

"Quero finalizar minha fala, governador, reafirmando o meu compromisso com o senhor, dizendo que o senhor, deputado Chicão, senador Jáder Barbalho, deputada Elcione, primeira-dama do estado, Daniela Barbalho: contem com essa serva - leal, fiel e principalmente obediente. Eu jamais, jamais vou reivindicar uma decisão sua (sic), jamais vou desobeder uma decisão sua", disse a prefeita, arrancando gritinhos da plateia.

Patrícia Mendes é, de fato, a serva fiel que não perde a oportunidade de comover meio-mundo com explícitas demonstrações de servilismo. Mas, quando contrariada, é capaz até de ir pessoalmente a emissoras de rádio para travar um, digamos assim, embate direto, frente a frente, cara a cara com seus críticos, que ela trata como detratores.

Foi assim em outubro do ano passado, quando Sua Excelência foi até a Rádio Umarí FM acompanhada de sua equipe de trabalho e entrou filmando o radialista Jorge Paulino, que apresentava o programa “Falando A Verdade”. Patrícia o acusou de tê-la desrespeitado e disse que ele era pago para falar mal dela e de sua família.

É assim.

Agora, é só esperar que o servilismo se transforme em apoio do estado para mais obras em Marituba.

Não é comovente fazer política assim?

sexta-feira, 18 de março de 2022

Ex-deputado Wladimir Costa é condenado por injúria e difamação contra jornalista

Wlad: agressões a jornalista foram disseminadas em redes sociais por ele e seus apoiadores

O ex-deputado Wladimir Costa foi condenado pela 2ª Vara Criminal de Brasília a 1 ano, 6 meses e 20 dias de reclusão pelos crimes de injúria e difamação contra a jornalista Basília Rodrigues, da CNN Brasil. A ação contra o ex-deputado foi impetrada pela assessoria jurídica do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do DF (SJPDF), à época dos fatos, o escritório Antonio Rodrigo Advocacia Associada. Basília também teve o apoio do Coletivo de Mulheres Jornalistas do DF e da Comissão de Jornalistas Pela Igualdade Racial (Cojira-DF), ambos ligados ao sindicato.

“Consideramos a decisão judicial uma importante vitória em favor da nossa categoria e, especialmente, do livre exercício profissional das mulheres negras jornalistas, frequentemente agredidas por autoridades e redes disseminadoras de discurso de ódio, machismo e racismo”, destaca a jornalista Juliana Cézar Nunes, da coordenação-geral do SJPDF.

A diretoria do sindicato presta total e irrestrita solidariedade à Basília e às demais colegas que passam por situações de violência semelhantes, dentro e fora dos seus locais de trabalho. O silêncio diante dessas agressões só contribui para a impunidade e para alimentar mais violações de direito. O SJPDF segue à disposição das jornalistas para assessoria jurídica e demais providências.

Entenda o caso

Em 2017, durante uma entrevista coletiva, Basília Rodrigues pediu que o deputado Wladimir Costa mostrasse uma tatuagem que teria feito no braço em homenagem ao ex-presidente Michel Temer. Diante da solicitação, ele respondeu: “Para você, só se for de corpo inteiro”. As agressões continuaram nas redes sociais por parte do parlamentar e seus apoiadores.

Na sentença, o juiz André Ferreira de Brito considerou que a jornalista foi submetida a constrangimento e injúria. Ele também destacou o tom de sexualização e menosprezo nas declarações de Costa. Além da pena de reclusão, que pode ser substituída por multa e prestação de serviços comunitários, o deputado deverá pagar uma indenização de R$ 10 mil à Basília Rodrigues. Ainda cabe recurso.

Fonte: Estadão Conteúdo/via Sindicato dos Jornalistas do DF

quinta-feira, 17 de março de 2022

MP apura viagem de prefeito cassado de Parauapebas aos Emirados Árabes


O Ministério Público abriu um procedimento para apurar, em detalhes, uma viagem do prefeito de Parauapebas, Darci Lermen, e de mais três servidores municipais a Dubai, nos Emirados Árabes, para participarem da Expo 2020 Dubai UAE.

Tido como um dos mais importantes eventos mundiais, a Exposição é uma feira internacional que reúne diversos setores, como empresas privadas, ONGs e instituições governamentais, todas destinadas a discutir temas como negócios, tecnologia, urbanismo, sustentabilidade, ciências, cultura, gastronomia e economia.

Com base em notícia de fato que chegou ao conhecimento do MP, a promotora Crystina Michiko Taketa Morikawa encaminhou a Lermen, no dia 10 de março passado, um ofício em que solicita ao prefeito qure preste várias informações acerca da viagem.

Entre outros pontos, Lermen terá que dizer qual o procedimento administrativo que embasa o empenho e pagamento de valores para a participação dele no evento, como também dos servidores Cleverland Carvalho de Araújo, Keniston de Jesus Rego Braga e Rodrigo de Souza Mota.

O prefeito também terá de informar sobre o objeto da exposição, bem como projetos, atividades ou programas em execução que guardem relação com a feira. Além disso, deverá apresentar relatórios, planejamento, estudos e materiais produzidos pela comitiva viajante antes da participação na “Expo 2020 Dubai UAE”.

A promotoria pede ainda relatórios, planejamento, estudos e materiais produzidos pela comitiva durante e após a participação na feira, além do nome dos participantes que sejam proficientes em língua árabe ou inglesa, idiomas mais falados nos Emirados Árabes Unidos.

No ofício, a promotora deixa explícita uma advertência: "Em tempo, esclareço a Vossa Senhoria que eventual omissão dolosa à solicitação pode dar azo à instauração, a partir da Notícia de Fato em epígrafe, de Procedimento Preparatório, Inquérito Civil ou Procedimento Administrativo, após os quais serão dirigidas a Vossa Senhoria requisições ministeriais (e não mais solicitações), cujo descumprimento injustificado dará ensejo à persecução criminal, cível e administrativa do omitente.

Mandatos cassados - No dia 9 deste mês, Darci Lermen e o vice-prefeito de Paraupebas, João do Verdurão, tiveram os mandatos cassados por captação ilícita de recursos para fins eleitorais e estão inelegíveis por oito anos, conforme sentença assinada pelo juiz eleitoral Celso Quim Filho. Ambos os condenados poderão permanecer nos cargos enquanto apelarem ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

Lermen e o ex-prefeito foram acusados de captação excessiva de recursos após as eleições de 2020, somando a quantia de R$ 1.634.716,33. Além disso, teriam concentrado a arrecadação dos recursos da campanha em apenas quatro doadores, correspondendo a 72,93% das doações de recursos financeiros. Marcelo Nascimento Beliche foi responsável, sozinho, por cerca de 28,46% das doações.

Perante o Juízo, Nascimento confessou ter recebido em espécie o valor de R$ 554.779,00 que ele mesmo afirma ter depositado em sua conta pessoal e depois transferido a quantia de R$ 500.000,00 para a conta de campanha dos representados.

"Para deixar ainda mais evidente o ilícito eleitoral, também consta dos autos um ajuste na Declaração de Imposto de Renda do informante Marcelo Nascimento Beliche em data próxima à das doações, com o fim de incluir como seu rendimento valores coincidentemente semelhantes aos que autorizariam a doação efetuada e provenientes da venda de gado do qual a própria testemunha afirma, em audiência de instrução, nunca ter sido dono", afirma a sentença.

quarta-feira, 16 de março de 2022

Pré-candidata tucana começa a abraçar criancinha e comer pão "dormido", mas não esquece da Louis Vuitton: "Agora é Lena!"

Tem chamado atenção de meio-mundo - e quem sabe também do Ministério Público Eleitoral, né? - a desenvoltura quase frenética com que uma pré-candidata a deputada federal pelo PSDB vem se portando em suas redes sociais, nas quais conta com o amoroso apoio do marido tucano, que neste ano deve encerrar sua trajetória parlamentar na Câmara dos Deputados.

Trata-se de Lena Ribeiro Pinto, que se identifica como pedagoga e funcionária pública concursada. Sem nunca ter exercido um mandato parlamentar, ela ancora-se num legado - senao régio, mas quase isso: o marido, deputado federal, anunciou ainda no ano passado que a mulher é sua natural, digamos assim, sucessora para ocupar-lhe a cadeira na Câmara.

"Agora é Lena", postou Nilson Pinto em seu perfil no Instagram, exibindo-se ao lado da consorte (vejam acima). Pois é: "Agora é Lena". Dá-lhe, Lena!

Beijinhos e criancinhas - E a pedagoga tem trabalhado com afinco. Já começou a percorrer, como diríamos, o Pará profundo, aquele dos rincões mais esquecidos, excluídos e desprezados. Nesse tour pré-eleitoral, Lena já demonstra que está seguindo, caprichosa e empenhadamente, as etiquetas das melhores cartilhas eleitorais: distribui abraços e beijinhos e não se furta, muito pelo contrário, a afagar crianças, como se vê em uma das postagens feitas em seu Instagram (olhem as fotos), quando recentemente fez uma viagem ao município do Acará.

O que meio-mundo - e quem sabe também o Ministério Público Eleitoral, né? - está observando com atenção é como avançará essa transição acelarada da Sra. Ribeiro Pinto do mundo de requintes e refinamentos (em que ela desponta com performance impressionante) para esse mundo pés no chão da política, que a forçará, inevitavelmente, a comer um pão dormido que lhe for oferecido como café da manhã nas vielas das periferias ou arrotar (eructar, diria dona Lena) os azedumes da coxinha de galinha requentada com que vier a ser brindada em suas andanças na caça aos votos.

Essa transição acelerada passaria despercebida, não fosse a Sra. Ribeiro Pinto quem ela é: uma das mais habituais, notáveis e notórias frequentadoras de colunas sociais e do high society de Belém, ambiente no qual ombreia-se com as damas de nossa melhor sociedade (hehehe), como diriam os coleguinhas colunistas de antigamente - mas nem tão antigamente assim.

De braços com Louis Vuitton - Em mais um indício de que está se revelando uma caprichosa iniciante na observância das etiquetas eleitorais, a aplicada pedagoga Lena Ribeiro Pinto tem demonstrado que, sim, pré-campanha é uma coisa, vida social é outra. Na pré-campanha, é tempo de engolir, a seco ou com guaraná, a coxinha de galinha azeda; fora da pré-campanha, eu quero mais é a minha Louis Vuitton.

Pois foi assim, ostentando uma vistosa bolsa Louis Vuitton, uma das marca mais caras do mundo fashion, que Lena foi vista dia desses num dos corredores da nossa augusta Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), órgão para o qual está cedida pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc).

O Espaço Aberto foi dar uma espiada no portal da transparência da Alepa e constatou: Lena Conceição Ribeiro Ferreira (o Pinto entrou depois, ou melhor, foi incorporado posteriormente, quando a pedagoga casou com o deputado) aparece como tendo recebido, no último mês de fevereiro, um salário de exatos R$ 5.664,61 (vejam na imagem acima).

Mas um salário como esse compra uma Louis Vuitton? Não. Não compra. Nem uma das alças. Mas fatos pregressos indicam, sobejamente, que a pré-candidata tucana Lena Ribeiro Pinto não está nem aí quando adota posturas que possam, por mais remotamente possível, levar um cidadão do rés-do-chão a fazer-se aquela pergunta - Mas como ela pode...? - quando depara-se com alguma ostentação que encandece nossos olhos, mas deixa nossos corações e mentes plenos e prenhes de dúvidas e confusões.

Casamento suntuoso - Ver Lena Ribeiro Pinto portando uma legítima Louis Vuitton, como viram servidores e demais circunstantes que estavam na Alepa quando ela também esteve lá, é uma ostentação menor, bem menor do que a ocorrida em 14 de novembro de 2013, data do casamento de Sammya Lourenço, filha da pedagoga, com Max Guilherme Nascimento Jr.

Naquela ocasião, o jornal Diário do Pará publicou uma extensa reportagem sobre essa casamento. A matéria (veja o título na imagem ao lado), que você conferir na íntegra neste link, começava assim:

Lotar uma recepção de casamento em véspera de feriado prolongado é para poucos. Agora oficialmente casados, os jovens Sammya Lourenço e Max Guilherme Nascimento Jr. conseguiram essa façanha na noite da última quinta-feira, 14, em badaladíssimo regabofe para 800 pessoas, realizado em um dos amplos galpões que compõem a Estação das Docas. É preciso dizer, no entanto, que os noivos - isto é, os pais da noiva, que é filha da funcionária pública Lena Ribeiro, casada com o ex-secretário de Educação e de Promoção Social do governo Jatene e deputado federal tucano, Nilson Pinto - se esforçaram bastante para isso e transformaram seu enlace em megafesta que pode ter custado cerca de R$ 600 mil (segundo cálculos de quem entende do ramo), com direito, inclusive, a área VIP para familiares e “mais chegados”.

Viram aí? A megafesta, pelas estimativas "de quem entende do ramo", segundo o jornal, pode ter custado R$ 600 mil àquela época, novembro de 2013. Considerem inflação e correção monetária no período e vejam quanto custaria hoje.

Diz outro trecho da reportagem:

Mais do que fazer os noivos felizes, o casal Lena-Nilson conseguiu a proeza de embasbacar até os mais céticos ao emplacar o segundo maior casamento da década, apenas dois anos depois de ele próprio protagonizar o primeiro, até hoje cantado em prosa e verso por socialites e penetras.

Viram aí? "O segundo maior casamento da década", conforme o Diário do Pará.

Isso era ostentação, para o Diário, para a família Barbalho, para socialites invejosas e penetras despeitados? Podia até ser.

Mas aqueles tempos - novembro de 2013 - eram tempos em que a família Barbalho opunha-se, de unhas e dentes, aos tucanos; e vice-versa.

E hoje?

Hoje, ora bolas, os tempos são outros.

Nestes tempos de hoje, Nilson Pinto é o presidente estadual do PSDB, partido do qual debandaram Jatene e todos os históricos.

Neste tempos de hoje, Nilson Pinto segue para onde levá-lo a coleira puxada pelo governador Helder Barbalho, com quem aparece em fotos no Instagram (vejam ao lado).

Nestes tempos atuais, o PSDB, de oposição empedernida ao barbalhismo, deixou inundar-se pela paz e pelo amor pelo ex-adversário. E mandou até oferecer um bolo para homenagear o governador em seu aniversário, no ano de 2019, primeiro ano do mandato de Helder. Comovente!

Nestes tempos atuais, transitar da Louis Vuitton para a coxinha de galinha azeda, transitar da ostentação para o ré-do-chão é algo tão natural quanto um tucano virar um barbalhista (mas aqui não tem vice-versa, diga-se a bem da justiça).

Neste tempos, enfim, "Agora é Lena!"

Só é!

Oficiais que atuaram em gestões passadas avaliam que estão sendo alvo de perseguições políticas na corporação

Oficiais que trabalharam em gestões passadas da Polícia Militar do Estado acham que, por meras, bizarras e injustificáveis simpatias ou antipatias políticas, estão pagando o pato e sofrendo prejuízos em sua carreira na corporação.

Mais de 15 oficiais ouvidos pelo Espaço Aberto, garantem que a perseguição fica explícita e configurada, por exemplo, no sistema de promoções, que são definidas pela Comissão de Promoção de Oficiais (CPO).

Os oficiais insatisfeitos informam que as notas da CPO são alteradas e, a cada promoção, vários militares ficam mais distantes de uma promoção, muito embora atendam a incontestáveis requisitos objetivos que lhes permitiriam ascender na carreira.

"Acaba que oficiais sem cursos, e muitas vezes respondendo a processos que desabonam a promoção, são promovidos, em detrimento dos que, além de somarem mais pontos, têm a ficha funcional irrepreensível. Tudo porque a CPO deveria se orientar por critérios claros e tangíveis, mas na prática o único critério é o apadrinhamento, salvo exceções. Assim, a carga de subjetivismo é muito forte, e terminam passando por cima de princípios administrativos como o da legalidade, promovendo oficiais quando deveriam primeiro aguardar o julgamento de seus processos, ou justificar a promoção, obedecendo também ao princípio da moralidade, o que não ocorre na prática. Em verdade, alguns oficiais são perseguidos e punidos com a não promoção e outros, sem os mesmos méritos, são promovidos sem dificuldades", explicou ao blog um militar da PM.

Outro PM reforça que que vários oficiais com prisoes na folha disciplinar ficaram na frente de outros que nunca tiveram uma sequer falha administrativa. "E, além disso, tem gente que numa promoção fica la atrás, mas depois procura um padrinho e já na outra sai promovido e que nao tem fica marcando passo", acrescenta o militar.

quinta-feira, 10 de março de 2022

Ex-prefeito de Salinas chama atual gestor de "bandido" e diz por que deu soco no presidente da Câmara


O mês de julho, pico do verão em Salinópólis, ainda está longe. Mas a temperatura política no município já está bem quente. E crescendo.
Os tumultos na Câmara Municipal de Salinas, que resultaram no soco desferido pelo ex-prefeito Paulo Henrique Gomes no presidente do Legislativo, Eron Carvalho, já teve boletim de ocorrência registrado na polícia e continua com desdobramentos que agora têm as redes sociais como a tribuna preferida dos envolvidos.
Num vídeo (veja acima) que disponibilizou em seu perfil no Facebook, nesta quarta-feira (9), Paulo Henrique diz que o vereador Eron Carvalho levou o murro porque, naquele momento, estava agredindo o ex-prefeito Di Gomes, pai dele, Paulo Henrique. Também abre o verbo contra seu ex-aliado, o atual prefeito Kaká Sena, a quem chama de "bandido, mentiroso e ingrato", e nega as acusações de que teria desviado recursos do Fundeb, tema da audiência pública que resvalou para a confusão na Câmara de Salinas.
Paulo Henrique diz no vídeo que não foi convidado para a audiência, garante que foi à Câmara espontaneamente, para se defender das acusações, e conta que todas as janelas do prédio estavam fechadas no momento da reunião, como também havia, na entrada do prédio, um segurança controlando quem podia ou não podia entrar.
Mostrando vários documentos, emitidos inclusive pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), o ex-prefeito negou que tenha aplicados irregularmente cerca de R$ 28 milhões repassados pela União relativos ao Fundeb. "Será que se um cidadão que tivesse sumido com todo esse montante de dinheiro que vocês estão dizendo, eu estaria fazendo questão de me explicar? Eu ia para a Câmara? Eu ia fazer live?", indaga Paulo Henrique.
"Mentiroso e ingrato" - O ex-prefeito faz críticas contra Kaká Sena, diz-se arrependido de tê-lo apoiado em 2020 e confessa que, diante do que considera atos de traição do atual gestor, preferiria que o vencedor no pleito fosse Max São Geraldo, que disputou a Prefeitura de Salinas por uma coligação que tinha como integrantes PSD/PROS/MDB/PTB/PODE/ PT/Cidadania/PV/Solidariedade.
"Vocês dizem que eu tenho ganância pelo poder. Não tenho ganância pelo poder. Agora, eu sou sincero em dizer: eu preferia hoje que o Max tivesse ganhado a eleição, porque a gente pelo menos não estaria sofrendo a dor da traição, a dor da ingratidão."
E acrescentou, dirigindo a Kaká Sena: "Essa dor não passa. Essa dor, ela só vai passar daqui a dois anos, quando a gente for para o embate político. Se o povo te quiser de volta e votar em ti te conhecendo, aí a gente lava as mãos. Mas votar em ti te conhecendo. Porque não votaram em ti, votaram no candidato do Paulo Henrique".
Continua o ex-prefeito: "Era melhor ter perdido pro Max, porque a gente conhecia ele, ia deixar ele (sic) governar e ia ficar na nossa. A gente perdeu para um bandido, mentiroso e ingrato."

quarta-feira, 9 de março de 2022

Justiça Eleitoral cassa os mandatos do prefeito e vice de Parauapebas por captação ilícita de recursos


O prefeito de Parauapebas, Darci Lermen, e o vice-prefeito do município, João do Verdurão, tiveram os mandatos cassados por captação ilícita de recursos para fins eleitorais e ficarão inelegíveis por oito anos, conforme sentença assinada no final da tarde desta quarta-feira (9) pelo juiz eleitoral Celso Quim Filho. Ambos os condenados poderão permanecer nos cargos enquanto apelarem ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
Lermen e o ex-prefeito foram acusados de captação excessiva de recursos após as eleições de 2020, somando a quantia de R$ 1.634.716,33. Além disso, teriam concentrado a arrecadação dos recursos da campanha em apenas quatro doadores, correspondendo a 72,93% das doações de recursos financeiros. Marcelo Nascimento Beliche foi responsável, sozinho, por cerca de 28,46% das doações.
Perante o Juízo, Nascimento confessou ter recebido em espécie o valor de R$ 554.779,00 que ele mesmo afirma ter depositado em sua conta pessoal e depois transferido a quantia de R$ 500.000,00 para a conta de campanha dos representados.
"Para deixar ainda mais evidente o ilícito eleitoral, também consta dos autos um ajuste na Declaração de Imposto de Renda do informante Marcelo Nascimento Beliche em data próxima à das doações, com o fim de incluir como seu rendimento valores coincidentemente semelhantes aos que autorizariam a doação efetuada e provenientes da venda de gado do qual a própria testemunha afirma, em audiência de instrução, nunca ter sido dono", afirma a sentença.
O magistrado reforça que, "tendo em vista as provas robustas dos autos, não há dúvidas de que os bens jurídicos “lisura da campanha” e “igualdade na disputa eleitoral”, protegidos pelo art. 30-A da Lei 9.504/97, foram gravemente violados, pois a quantia irregularmente arrecada gerou uma vantagem desproporcional aos representados em detrimento dos demais participantes do pleito de 2020."
Do mesmo modo, continua a sentença, "no sentido principiológico da Constituição da República do Brasil, o ilícito eleitoral em questão feriu o princípio democrático e a própria razão de serd das Eleições, que é fazer prevalecer a vontade do povo na escolha dos seus representantes políticos. Não é legítima a Eleição em que os candidatos desrespeitam as regras da disputa ao pleito, bem como esta reflete a vontade daqueles para quem se governa."

Ex-prefeito de Salinópolis acerta soco no presidente da Câmara durante audiência que terminou em tumultos


Se vocês querem saber como se exerce a democracia na sua mais pura e genuína acepção, tomem o rumo da nossa aprazível Salinópolis.

Salinas é a nossa ágora, como era conhecido, na Grécia Antiga, aquele espaço público onde os gregos expressavam a excelência de sua cultura e de sua vida política.

Pois é.

Em Salinópolis, a ágora é isso aí que vocês podem ver nos vídeos acima, que circulam nas redes sociais desde terça-feira (8/3), após edificantes demonstrações de convivência democrática exibidas nas augustas instalações da Câmara Municipal.

Num dos vídeos, podemos ver o ex-prefeito de Salinópolis Paulo Henrique da Silva Gomes agredindo fisicamente, com um soco, o presidente da Câmara de Vereadores, Eron Carvalho. No outro vídeo, ouvem-se palavrões proclamados sonora e audivelmente, temperando aquele tipo de argumento, digamos assim, irretorquível.

Os tumultos aconteceram durante audiência pública convocada pelo Sindicado de Professores do município, para discutir a destinação de recursos referentes a precatórios do Fundef-Fundeb no ano de 2016, quando Paulo Henrique governava o município.

O ex-prefeito, segundo informações obtidas pelo blog, teria sido acompanhado por apoiadores, que chegaram ao prédio da Câmara em grupos e tentaram impedir a realização da audiência. A confusão generalizada acabou, como não poderia deixar de ser, na puliça, onde foi lavrado um boletim de ocorrência.

Paulo Henrique é integrante de família com forte influência naquela região do Salgado paraense. Seu pai, Raimundo Paulo dos Santos Gomes, o Di Gomes, já foi prefeito de Salinas. Além disso, Paulo Henrique é irmão da deputada estadual Paula Gomes e casado com Kamile Gomes, prefeita de São João de Pirabas, município próximo a Salinópolis.

Num vídeo compartilhado em suas redes sociais (veja abaixo), o prefeito de Salinópolis, Kaká Sena, diz que um circo foi armado para agredir autoridades no local da audiência. Afirma que uma secretária atacada durante a pancadaria. “Chegou em um limite que a gente não queria chegasse. Estou sendo ameaçado de morte constantemente”, afirma. 

Charco não é o gramado do Modelão. Charco é o futebol paraense, minado pela bagunça e pela desorganização.

Isso aí é o gramado do Modelão, como se apresentava no domingo passado. Um charco.
Mas, a rigor mesmo, lamaçal é o próprio Parazão, minado pela bagunça mais deplorável.

No último domingo (6/3), a rodada pelo Parazão foi marcada por dois fatos.
O primeiro: o chocolate que o Paysandu levou do Castanhal por 4 a 0, em partida disputada no Estádio Maximino Porpino, que todos conhecemos, vejam só, por Modelão.
O segundo: o charco, o lamaçal que todos vimos ter sido transformado o gramado. Isso tudo, ressalte-se, num estádio que a comissão técnica da nossa intrépida FPF aprovou, com todas as honras de estilo, para sediar jogos do Parazão.
Acreditem, porém: o aspecto do gramado do Modelão retrata o próprio futebol paraense, que se vê patinando no lamaçal e no charco, perdido na bagunça e na desorganização.
O lamaçal, o charco, a bagunça e a desorganização do Parazão comprovam-se com a decisão da Justiça Desportiva do Pará, que suspendeu o certame atendendo a um pedido (notícia de infração é o termo técnico, ao que parece) do Paragominas.
Suspendeu porque um jogador, chamado Hatos, teria disputado o campeonato irregularmente pelo Bragantino, porque fora punido com suspensão de cinco partidas, quando ainda defendia o Itupiranga, mas só cumpriu uma, passando posteriormente a jogar normalmente pelo time de Bragança.
Isso é um escândalo.
Um atleta é punido pelo TJD com cinco jogos de suspensão.
Independentemente de ter sido ele julgado à revelia, como, segundo se aponta, foi o caso de Hatos, a Procuradoria de Justiça Desportiva participou e tomou conhecimento da decisão.
O atleta punido cumpre apenas um jogo de suspensão.
Ninguém atentou para esse fato?
Nem a FPF?
Nem o Bragantino, clube no qual ele ingressou?
Nem tampouco a Procuradoria de Justiça Desportiva?
E o pior: o Bragantino, ao que se diz, consultou a FPF se todos os seus jogadores, inscritos para disputar o Parazão deste ano, estavam regulares, mas não teria obtido resposta. Como não obteve, viu-se desimpedido para usar todos os jogadores, inclusive Hatos.
Isso tudo não é um escândalo, uma desorganização?
Não é um charco e um lamaçal bem piores do que o gramado do Modelão?
Falem sério!

terça-feira, 8 de março de 2022

No Dia da Mulher, o "cancelamento pedagógico" de um sexista é um presente para as mulheres

Arthur do Val: "Vou ser cassado em três dias". Pois é. Por que não renuncia logo?

Não deixa de ser emblemático - pedagogicamente emblemático - que exatamente neste 8 de março, em que se celebra o Dia Internacional da Mulher, um pernóstico, debochado, sexista, machista, hipócrita e exibicionista (não necessariamente nessa ordem), como o deputado estadual paulista Arthur do Val, tenha anunciado sua desfiliação do Podemos. Justamente por ter agredido mulheres, no caso as ucranianas, que ele avaliou como "fáceis, porque são pobres".

Do Val, vulgo (para recuperar expressão antiga, mas nem tanto, dos nossos redatores de editorias de Polícia) Mamãe Falei, já está sendo cancelado nas redes sociais, que, como vocês sabem, é uma espécie de tribunal do povo - implacável, inflexível e inapelável, como o são os tribunais do povo da mais genuínas ditaduras de esquerda ou de direita, não esqueçam.

Diante da reação inapelável do tribunal do povo, após o vazamento de áudios que o exibiam fazendo comentários escabrosos, de cunho sexista, sobre mulheres expostas de maneira atroz aos horrores da guerra que se trava na Ucrânia, Do Val primeiro renunciou à sua condição de pré-candidato ao governo de São Paulo. Depois, rasgou do MBL (aquele mesmo, o puro, que foi para as ruas defender o impeachment da petista Dilma Rousseff). Agora, saiu do Podemos antes mesmo de ser saído (já que o partido ainda avaliaria sua expulsão). E ainda enfrenta, até o presente momento, 12 representações já protocoladas na Assembleia Legislativa de São Paulo, pedindo a cassação de seu mandato.

Se já renunciou à pré-candidatura, se já deixou o MBL e o Podemos e está sendo sufocado por 12 representações que pedem sua cassação, por que Mamãe Falei não renuncia logo ao mandato de deputado na Assembleia paulista?

Afinal, ele mesmo, em vídeo divulgado em suas redes sociais, confessou acreditar que perderá seu mandato no que considera "tempo recorde". "Vou ser cassado em três dias. Vai ser o recorde de tempo (...) Vou ser cassado em três dias porque meu áudio vazou", afirma.

Pois é.

Se tem certeza disso, por que não sai logo?

Se sair, Mamãe Falei terá mais tempo para ficar fazendo palhaçadas.

As mesmíssimas palhaçadas que, vejam só, acabaram favorecendo sua eleição com quase 480 mil votos, o segundo deputado mais votado nas eleições de 2018.

Vão vendo como é a trajetória dos hipócritas e debochados.

Vão vendo!

segunda-feira, 7 de março de 2022

Os selvagens do futebol e a complacência criminosa dos clubes

Cena do confronto entre torcedores de Atlético-MG e Cruzeiro, em Belo Horizonte: a selvageria
crescente é resultado da complacência dos próprios clubes, em todos os estados do País

O árbitro Igor Benevenuto acaba de falar, ao vivo, no programa Seleção Sportv.

É de impressionar a situação que ele relatou.

É de impressionar que o futebol esteja, cada vez mais, parecido com um território de selvagens; no caso, de selvagens que se dizem humanos, de selvagens que se dizem torcedores.

O árbito está há cerca de 24 horas sem voltar pra casa.

Está escondido em algum lugar.

Ele e sua família estão sendo alvos de ameaças de morte desde ontem à noite, após a partida em que o Atlético-MG ganhou do Cruzeiro de virada por 2 a 1.

A fúria dos selvagens é porque Benevenuto marcou um pênalti que resultou no gol de empate do Galo.

A selvageria que atinge esse árbitro soma-se a um confronto entre ditos torcedores de Atlético e Cruzeiro, horas antes antes do clássico. A briga resultou na morte de um torcedor da Raposa e no baleamento de outro.

Há cerca de duas semanas, selvagens protagonizaram outra selvageria, desta vez em Salvador (BA), onde um ônibus do Bahia foi atacado com bombas quando chegava à Arena Fonte Nova. O goleiro Danilo Fernandes ficou ferido e precisou ser hospitalizado.

Poucos dias depois, o ônibus que conduzia a delegação do Grêmio foi alvo de pedradas quando chegava ao Beira-Rio.

E no dia em que o Palmeiras perdeu o Mundial de Clubes para o Chelsea, uma pancadaria entre palmeirenses nas imediações do Allianz Parque resultou na morte de uma pessoa.

Vocês precisam de mais fatos para se convencerem de que o futebol está infestado de selvagens?

O mais deprimente, o mais deplorável, o mais assustador de tudo isso é vermos os clubes compactuando com a selvageria, quando apoiam - com ações ou omissões - as ditas torcidas organizadas, que, em verdade, não passam de ajuntamentos de vândalos.

Até quando essa selvageria?

Até quando esse horror?

sábado, 5 de março de 2022

Um sexista e pernóstico levanta os olhos para as "minas" ucranianas em plena ação humanitária: "São fáceis, porque são pobres"

Arhur do Val em momento de relaxamento durante sua "ação humanitária". Enquanto esteve
descansando, traçou uma espécie de roteiro turístico-sexual para aproveitar-se de minas ucranianas

Arthur do Val, deputado estadual paulista filiado ao Podemos, é uma dessas notáveis celebridades brasileiras que entraram para o restrito mundo de celebridades exibindo o pior dos seus piores.

No caso desse cidadão, ele se fez conhecer, primeiramente, sob o codinome de Mamãe Falei. Na pele desse personagem, saiu por aí, provocando todo mundo a sentar-lhe um tapa na cara, para depois divulgar que foi agredido, despertar compaixões em meio-mundo e, em segmentos políticos esclarecidíssimos, fixar a certeza de que, "esse sim, é o cara que precisamos para defender nossas bandeiras, porque fala a verdade a ponto, coitado, de ser agredido".

E assim o Mamãe Falei entrou para o mundo das celebridades celebérrimas, exibindo-se como um pernóstico, um debochado, um provocador, um palhaço na pior acepção do termo (porque os palhaços profissas, esses sim, são fantásticos), um fanático direitista e um moralista repelente.

Mas eis que a roda dos tempos, como às vezes roda muito rapidamente, acabou por revelar Mamãe Falei também como um hipócrita desprezível e um sexista capaz de expelir seus instintos mais animalescos mesmo em situações nas quais, supostamente, estaria empenhado, ora vejam só, em protagonizar ações humanitárias.

Arthur do Val e um outro representante do MBL (aquele mesmo, o intrépido, transparente, patriótico e purísimo movimento em defesa da pureza ética - na política e fora dela), Renan Santos, foram na semana passada para uma região na fronteira da Ucrânia com a Eslováquia em missão humanitária: participar de uma rede de solidaridade aos refugiados ucranianos, que estão fugindo de seu país em meio à tempestade de bombas que a Rússia despeja há cerca de dez dias.

Eis Arthur do Val, o pernóstico, debochado, provocador e imbecil, tentando compartilhar seus mais edificantes sentimentos.

Mas não deu. Infelizmente, não deu.

Mesmo possuído, digamos assim, dos mais nobres e mais elogiáveis sentimentos humanitários, Arthur do Val ainda é capaz de produzir excrescências como as que estão vindo à tona e repercutindo intensamente, sobretudo neste sábado (5/3), após vazarem alguns áudios veiculados num grupo privado.

Nos áudios, ele afirma que as refugiadas ucranianas que encontrou na fronteira entre a Eslovênia e a Ucrânia “são fáceis, porque são pobres”. Diz também que a fila de baladas brasileiras “não chega aos pés da fila de refugiados aqui”.

“Vou te dizer, são fáceis, porque elas são pobres. E aqui minha carta do Instagram, cheia de inscritos, funciona demais. Não peguei ninguém, mas eu colei em duas ‘minas’, em dois grupos de ‘mina’, e é inacreditável a facilidade”, diz o deputado, que é pré-candidato ao governo de São Paulo nas eleições deste ano e conta com apoio do ex-juiz Sergio Moro.

Disse mais: “Só vou falar uma coisa para vocês: acabei de cruzar a fronteira a pé aqui, da Ucrânia com a Eslováquia. Eu juro, nunca na minha vida vi nada parecido em termos de ‘mina’ bonita. A fila das refugiadas… Imagina uma fila sei lá, de 200 metros, só deusa. Sem noção, inacreditável, fora de série. Se pegar a fila da melhor balada do Brasil, na melhor época do ano, não chega aos pés da fila de refugiados aqui”, diz o imbecil em outro áudio.

Aí está revelado o Arthur do Val sexista compulsivo. Tão compulsivo que, mesmo derretendo-se em compaixão por seres humanos diretamente afetados por uma guerra insana, é capaz de eriçar os pelos e mostrar-se interessado em fazer um roteiro sexual pelo Leste europeu, só para aproveitar-se das minas - "lindas e fáceis, porque são pobres".

Vão vendo aí.

Arthur do Val, para celebrizar-se, usou a técnica, como já dito, de cuspir na sua cara para que você, em reação, aplique-lhe um tapa e ele (não você, que foi primeiramente agredido) se faça de vítima.

Agora, Arthur do Val, para celebrizar-se como o último repositório humano dos mais incontrastáveis sentimentos de solidariedade, é capaz de experimentar delírios sexistas em meio a uma guerra.

Arthur do Val, acreditem, não está só nesse terreno em que se movem pernósticos, debochados, hipócritas e sexistas, que se exibem como puros de coração e de caráter.

Como ele, muitos outros estão por aí. Mas tomo Arthur do Val como exemplo porque ele, vocês sabem, é uma celebridade.

Uma celebridade que exibe o pior dos seus piores.