terça-feira, 30 de setembro de 2008

Transplante: família reclama do valor de tratamento

No AMAZÔNIA:

A família de paciente com leucemia reclama de valor destinado ao tratametno de saúde fora do Pará. O motorista Libório Assunção é casado e tem dois filhos. Um deles, Raimundo Teilo, de 16 anos, tem leucemia e faz tratamento há dois anos. Ele está internado no Hospital Ofir Loyola há quarenta dias.
Segundo os pais do adolescente, a médica já recomendou o transplante de medula e, até o final do mês, deverá marcar a cirurgia. O doador será o irmão mais novo, de 8 anos, o que diminui a preocupação familiar já que encontrar doadores compatíveis é um dos maiores problemas em situações como essa.
Atualmente, o que atormenta a família é a indisponibilidade de alguns serviços hospitalares na rede pública local, como a cirurgia de transplante de medula. A solução será transferir Raimundo para hospital de Pernambuco ou São Paulo e incluir o paciente no programa Tratamento Fora do Domicílio (TFD).
O programa prevê ajuda de custo para que o paciente e, caso seja necessário, o acompanhante se mantenham fora da cidade onde moram. Cada um pode receber R$ 24,75 de diária, valor que pode ser menor, dependendo do município ou Estado responsável pela administração da Saúde.
A ajuda de custo deve pagar despesas com transporte urbano, hospedagem e alimentação. Caso o local do tratamento disponha de casa de apoio mantida por ONG parceira do hospital, o acompanhante não precisará se preocupar com a dormida e as refeições.
Em Pernambuco, uma das opções do adolescente paraense, existe casa de apoio, mas isso não conforta Libório. Ele já pesquisou o preço de aluguel no Estado nordestino e encontrou uma média de R$ 500,00 a R$ 700,00.
O motorista teme ter que pedir demissão do emprego porque acredita que os quatro meses de serviço tornam difícil a dispensa para acompanhar os filhos. Ele afirma que precisa ir junto porque precisará tomar conta do filho mais novo enquanto a esposa fica no hospital com o mais velho.
Para Libório, o preço a ser pago por quem é pobre é alto porque a cirurgia do filho longe da cidade onde mora pode desestruturar a família financeiramente. Por isso, chegou a reivindicar a vinda da equipe médica especializada para Belém ao invés do adolescente ser transferido para fora do Pará.
'Queria que fizessem o transplante em Belém porque a gente não tem condições de pagar as despesas. Já tive conversando com outras pessoas e não dá', lamenta.
A Defensoria Pública do Pará analisará o caso da família, mas o TFD é colocado como a alternativa possível. Em alguns casos, pessoas com extrema dificuldade financeira ainda conseguem benefício social junto à Previdência.
No Ofir Loyola, a informação da assessoria é que o hospital não trabalha com o deslocamento de equipes médicas, mas somente com o encaminhamento do paciente para outro Estado como é o caso de adolescente com leucemia.

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