quarta-feira, 31 de agosto de 2022

Lobistas, madeireiros, grileiros e garimpeiros com algum problema? Chamem o Zequinha, ora bolas.

Senador e atual candidato apoiado por Jair Bolsonaro a governador do Pará pelo PL, Zequinha Marinho é o personagem principal de reportagem que a Agência Pública pôs no ar nesta quarta-feira (30).

Intitulada 'Chama o Zequinha': como uma senador abriu as portas do governo a grileiros da Amazônia, a matéria assinada pela jornalista Amanda Audi reuniu reuniu relatos e documentos comprobatórios de que o parlamentar é um dos responsáveis por abrir as portas do governo federal para lobistas, madeireiros, grileiros e garimpeiros que atuam na região. E a frase - “Chama o Zequinha” - virou uma espécie de senha para todos aqueles que buscam ajuda do candidato bolsonarista que mais defende atividades ilegais e predatórias.

A reportagem informa que Ituna Itatá, a terra indígena mais desmatada em 2020, é o principal alvo das ações de Marinho. E não por acaso: é que terrenos nessa área custam “milhões e milhões de reais”, como chegou a dizer em sua última entrevista o indigenista Bruno Pereira, assassinado barbaramente em junho junto deste ano com o jornalista britânico Dom Phillips.

"Os passos que Zequinha deu para remover a restrição de uso da terra são evidenciados em ofícios que seu gabinete enviou para órgãos públicos responsáveis pela fiscalização e em reuniões que obteve para defender a causa (por vezes ao lado de pessoas investigadas por enriquecer destruindo a floresta)", diz a matéria.

Vale a pena conferir!

E outra coisa: avante, Pátria amada!

terça-feira, 30 de agosto de 2022

O que Lula, que busca a pacificação, teria a dizer de seu "general" tresloucado que arregimenta a tropa e revela suas estratégias publicamente?

Ricardo Salles, um fanático devastador bolsonarista, e André Janones, um neopetista
tresloucado e inconsequente, em momento de edificante e civilizado contraditório.

Estou à procura, ansiosamente, de alguém escolado em campanhas eleitorais que possa me explicar, de forma convincente, como é que alguém pode escolher um tresloucado e inconsequente para funcionar como influenciador digital.

Também gostaria muitíssimo de saber quem foi o iluminado ou quem foram os iluminados da campanha de Lula que alçaram, à condição de expoente máximo das redes digitais, um tresloucado e inconsequente.

No caso, o tresloucado e inconsequente é André Janones, deputado federal do Avante, que desistiu de ser candidato a presidente e ingressou de cabeça, tronco e membros na campanha de Lula.

Foi recebido por companheiros e companheiras como um popstar do mundo digital, área em que os petistas, de fato, mostram-se carentes de bons quadros para confrontar a artilharia digital dos minions.

Janones, realmente, tem um bom número de seguidores. Só no Instragram são 2,1 milhões, além de quase 300 mil no Twitter.

O problema está no próprio.

Janones posa como uma espécie de general comandando uma tropa digital com armas na mão, no caso, computadores e celulares.

Mas ele é o único general da face da Terra, ou melhor, é o único general da história da humanidade que revela publicamente, portanto para os adversários e inimigos, quais são as suas estratégias.

Janones diz mais ou menos assim: Olha, galera, eu vou dizer agora que o Bolsonaro é um vagabundo. Então, eles (no caso os bolsonaristas) vão me atacar. Enquanto isso, vão se esquecer de Lulinha, que seguirá tranquilamente fazendo sua campanha.

É mais ou menos como se um general com sua tropa fosse invadir Belém e desse a ordem pelo Twitter: Soldados, agora eu vou dizer pra todo mundo que nós vamos invadir de barco, pelo Guamá. Então, quando todos os inimigos estiverem vigiando os portos, a gente entra pela BR. Preparem-se!

Entenderam?

Janones é a vergonha alheia.

É ridículo.

Mais ridículo ainda é vê-lo difundindo um de seus principais basilares como autoproclamado influenciado digital: contra o inimigo, você joga com as mesmíssas armas que ele joga contra você.

Sendo assim, Janones responde ao ódio com ódio, às fake news com fake news, a um palavrão com outro palavrão, a uma ameaça com outra ameça e a um processo com outro processo.

Sua última performance foi no debate de domingo passado, quando enfrentou e quase foi aos tapas com três ou quatro bolsonaristas, entre eles o ex-ministro Ricardo Passar a Boiada Salles.

Sabem o que acontece? Muita gente está passando a identificar Janones como alguém chancelado pelo núcleo de campanha próximo a Lula, num estágio em que o candidato do PT procura mostrar-se como moderado, sóbrio, sereno, conciliador e agregador.

Ao contrário de Janones, que começa o dia convidando a tropa para quebrar o pau e termina o dia dizendo assim: grande dia!

Ontem, a jornalista Mônica Bergamo, da Folha, publicou matéria informando que "Janones nega afastamento, ciúme ou racha com PT depois de confusão no debate e diz que é preciso usar 'os mesmos métodos que eles', os bolsonaristas".

Escreve a jornalista: "Janones, que apoia a candidatura do ex-presidente Lula (PT), não acredita que o embate [com bolsonaristas] vá prejudicar a imagem da campanha. E desmentiu que o partido queira afastá-lo. 'Nunca houve afastamento ou qualquer tipo de ciúme ou de racha interno.'"

Então, pronto!

Aos petistas, bom proveito com Janones.

Mas, depois, não se arrependam das loucuras que ele está cometendo em nome de vocês.

segunda-feira, 29 de agosto de 2022

Debate consagra mulheres e exibe Bolsonaro descontrolado, Lula esquivo e Ciro, apenas previsível


Simone Tebet contundente.
Soraya Thronicke surpreendente.
Bolsonaro descontrolado.
Lula hesitante e esquivo.
Ciro Gomes previsível.
Luiz Felipe d'Avila coadjuvante.
Em linguagem telegráfica (para os que conheceram a era do telegrama, é claro), assim poderia ser resumido o debate dos presidenciáveis na Band.
Simone Tebet, a candidata do MDB, fez o que muitos esperavam que Lula viesse a fazer: bateu em Bolsonaro com mais contundência, sobretudo quando se referiu à trágica gestão do candidato do PL durante a pandemia. E tanto é assim que tirou o Capitão do sério.
Soraya Thronicke, a juízo do Espaço Aberto, foi a grande surpresa da noite. É que a senadora elegeu-se na onda bolsonarista. E integrou a bancada de apoio a Bolsonaro até participar da CPI da Covid, quando começou a dissentir um pouco dos fanáticos bolsonaristas. Mas ontem, ela bateu firme em Bolsonaro - quase na mesma intensidade que Simone - e chegou, vejam só, até mesmo a mencionar o termo tchutchuca, empregado recentemente por um youtuber que chamou o presidente de Tchutchuca do Centrão.
A partir daí, Bolsonaro descontrolou-se. Até porque esse momento coincidiu com a pergunta em que a jornalista Vera Magalhães - odiada pelo presidente e seus fanáticos seguidores -, mesmo sem mencionar Bolsonaro, forçou-o a vestir a carapuça e exasperar-se, a tal ponto de ofender, de uma só vez, tanto a senadora emedebista quanto a jornalista.
Inocência e absolvição - Lula, que vinha de uma boa performance no JN, pareceu meio que nas cordas diante da conduta agressiva de Bolsonaro no quesito corrupção. Chegou a ser chamado de ex-presidiário e, em dado momento, disse que foi "absolvido" das acusações de corrupção pelo Supremo.
Conviria que os juristas do PT sentem com Lula e o orientem para evitar a dizer isso. Porque dizê-lo custa ao petista muito desgaste, como se viu ontem. É que Lula, inequivocamente, indesmentivelmente e inapelavelmente, é inocente, ou melhor, continua inocente de todas as acusações que lhe fazem sobre a roubalheira na Petrobras. Mas as decisões do Supremo não o absolveram. O STF anulou os processos em que Lula tinha sido condenado. Mas essa anulação não significa que o petista tenha sido absolvido. Neste contexto, inocência e absolvição são coisas diferentes. Por um motivo simples, que qualquer leigo poderá entender: se os processos foram anulados, é como se ele nem tivesse sido julgado. Se não foi julgado, como poderá te sido absolvido?
No mais, Lula teve todas as chances do mundo para reagir com mais contundência e tirar Bolsonaro ainda mais do sério, desmascarando sua aura de incorruptível. Bastaria lembrar os escândalos de corrupção na compra da vacina, no MEC e na prática de rachadinha, em que uma das ex-mulheres do presidente já comandou o esquema.
Ciro Gomes, o pedetista, fez o que todos sabíamos que iria fazer: tentou manter-se como o homem da conciliação entre os dois extremos - Lula e Bolsonaro. E ainda acabou levando um invertida quando, ao criticar o presidente pelo tratamento misógino que reserva às mulheres, ouviu de volta que ele próprio, Ciro, também já fez referência machista à sua ex-mulher Patrícia Pillar. Há 20 anos, Ciro disse que o “papel principal” da atriz era “dormir com ele”.
Por fim, Luiz Felipe d'Avila foi o coadjuvante de luxo, digamos, da noite do debate. Fez boas asssitências a Ciro, para que o pedetista criticasse Lula e Bolsonaro, e entreteve-se fazendo a apologia ao liberalismo sem fronteiras.
Quem ganhou o debate?
As mulheres, sobretudo Tebet.
Que mais perdeu?
Bolsonaro. Lula, se quiserem, também perdeu, mas não tanto como Bolsonaro, que se desgatou exponencialmente, e ainda mais, perante o eleitorado feminino.
E como tudo isso pode traduzir-se em votos?
Sabe-se lá.
Sigamos acompanhando.

sábado, 27 de agosto de 2022

Paz e amor no primeiro dia de campanha na TV. Mas, em dois ou três dias, o pau vai quebrar.

Insosso, para dizer o mínimo, o primeiro dia da propaganda eleitoral dos candidatos a presidente no rádio e na TV.

Mas já era esperado.

Lula focou na economia, prometendo dias melhores - ou menos piores - do que estes da era Bolsonaro, sobretudo para os mais pobres. E cedeu espaço para a aparição de Geraldo Alckmin - o único candidato a vice que apareceu neste primeiro dia.

Bolsonaro atribuiu todos os males de seu desgoverno, o mais devastador da história do País, à pandemia (a da gripezinha, que já matou quase 700 mil brasileiros), à seca no Nordeste e à guerra entre Rússia e Ucrânia.

Ciro destacou as desigualdades e se exibiu na janela de uma palhoça.

Simone Tebet fez como que uma apresentação aos eleitores, mostrando aspectos marcantes de sua trajetória política em Mato Grosso do Sul, seu estado, e no Congresso Nacional.

Isso está sendo hoje.

Em dois ou três dias, vocês vão ver, o pau começa a quebrar.

Por que não convocar os que passam fome para pedir pão a Bolsonaro na porta do Alvorada?

O Espaço Aberto já disse várias vezes, mas sempre vale repetir: quando se pensa que esse homem atingiu o cúmulo, os píncaros, a estratosfera da idiotice, da falta de empatia e da crueldade, eis que ele, esse mesmo homem, vem logo a seguir e nos diz tipo assim: "Vocês é que são uns idiotas. Porque eu sou muito mais idiota, muito mais sem empatia e muito mais cruel do que vocês imaginam".

Ele tem razão.

O País inteiro está assustado com a declaração do elemento, que ganhou as manchetes, como a de O Globo deste sábado (27).

O que fazer diante de uma declaração absurda e inacreditável como essa?

Devemos acreditar que o ignorante é, na acepção do termo, um ignorante.

Devemos acreditar que ele, ingenuamente, ignora que existem mais de 33 milhões pessoas com fome no Brasil.

Então, acreditando nisso, conviria alguém convocar pequena parcela dos que passam fome em Brasília e convidá-los para irem, numa manhã qualquer, pedir pão a Bolsonaro no cercadinho do Alvorada.

Os influencers digitais poderiam fazer essa mobilização facilmente.

Talvez, se visse todos os que passam fome no Distrito Federal pedindo pão às suas portas, Bolsonaro se convencesse de que, sim, mais de 33 milhões de brasileiros passam forme pra valer.

Na comédia de horrores da Jovem Pan, Bolsonaro vira estadista


Durante vários anos, quando me dirigia ao trabalho, naquele horário de trânsito horroroso de início de tarde, divertia-me ouvindo o programa Pânico durante os 15 ou 20 minutos de deslocamento até o meu destino.
Pois é.
O Pânico era imperdível.
Em 20 minutos, você dava gargalhadas que ajudavam a enfrentar o restante do dia.
Vieram os anos Bolsonaro.
Vieram os anos do obscurantismo, da devastação e da degradação do Brasil.
E assistir ao programa Pânico - ou ouvi-lo pelo rádio - virou um exercício de resistência.
Porque o programa virou um horror.
Virou, em verdade, a comédia de horrores, igualzinho à Jovem Pan, o trombone do jornalismo de direita. O Pânico, tal e qual a emissora que o abriga, virou um covil de fanáticos, de bolsonaristas e negacionistas de todos os quilates.
Eis que Bolsonaro foi ao Pânico desta sexta-feira (26).
Foi divertido assisti-lo. Na Jovem Pan, ele sempre posa de estadista, de moderado, de um observador tenaz de todas as boas etiquetas.
Lá pelas tantas, entra em pauta o tema André Janones, esse deputado maluco que, agora travestido de militante petista, tem feito uma série de loucuras aí nas redes sociais.
Pois observem, no vídeo acima, o que diz Bolsonaro quando confrontado com o teor dos tuítes de Janones.
O candidato do PL deplora o nível das postagens e diz que o deputado nunca teve relacionamento com ninguém no parlamento.
E Bolsonaro, teve relacionamento com quem?
Quando fez sequer um discurso da tribuna?
Que comissões integrou?
Com quem negociou?
Com quem articulou legítima e politicamente?
Ao que se saiba, com ninguém.
Bolsonaro sempre foi ele e ele - ele e suas manias persecutórias, ele e seu fascismo, ele e seu negacionismo, ele e sua homofobia, ele e sua misoginia.
Sempre foi enclausurado em si mesmo. Sempre foi uma ilha.
Bolsonaro reclamando do baixo nível das postagens de Janones é o roto falando do esfarrapado.
É assim mesmo.
Sem tirar nem pôr.

sexta-feira, 26 de agosto de 2022

Dos três "senadores de Helder", somente um deles não cola sua imagem à do governador

Manoel Pioneiro, candidato do que ainda resta do PSDB: por enquanto, sem menção a Helder

Na primeira veiculação da propaganda eleitoral na TV, encerrada há pouco, o candidato ao Senado pelo PSDB, o ex-prefeito de Ananindeua Manoel Pioneiro, não mencionou o governador Helder Barbalho em sua curta propaganda.

Pioneiro é um dos três candidados ao Senado que têm o apoio (declarado ou explícito) de Helder. Os outros dois são o deputado federal petista Beto Faro e o ex-senador tucano Flexa Ribeiro, agora no PP.

Tanto Faro como Flexa, ao contrário de Pioneiro, veicularam imagens em que citam expressamente Helder e veicularam mensagem em que o governador afirma que precisará de um "senador parceiro" em Brasília nos próximos anos, sem citar o nome de ninguém.

Flexa fez mais: também veiculou imagem de um comício em que o senador Jader Barbalho, o cacique-mor do MDB no Pará, menciona o candidato do PP. 

Já Mário Couto, que disputa pelo PL, enfatizou sua condição de "senador do Bolsonaro".

Os demais oito candidatos ao Senado não veicularam peças neste primeiro dia de campanha pela TV.

TRE desmente OAB-PA sobre suposta solicitação de urnas para organizar eleições do quinto

Um ofício do Tribunal Regional Eleitoral, remetido ao advogado Sávio Barreto, desmente afirmação do presidente da OAB-PA, Eduardo Imbiriba, que em entrevista ao portal do jornal O LIBERAL, em junho passado, disse que a instituição ainda aguardava o TRE se manifestar sobre a disponibilidade de urnas eletrônicas para que pudessem ser iniciados os preparativos para a escolha dos advogados que vão compor a lista sêxtupla do quinto constitucional. Da lista, sairá um indicado para ingressar no desembargo, na vaga aberta com a aposentadoria de Milton Nobre, em outubro de 2021.

“Não podemos realizar o processo sem o TRE disponibilizar urnas eletrônicas. E é um período atípico, teremos eleições gerais no país e estamos aguardando o TRE se manifestar sobre a disponibilidade das urnas. Afinal, sem elas não temos como realizar a consulta pública, caso seja necessário. Tem que ter cuidado para organizar e precisamos dessa informação antes do processo começar”, disse Imbiriba em entrevista publicada no dia de 7 de junho (veja imagem ao lado).

As declarações do presidente da Ordem levaram Barreto, que disputou com ele as últimas eleições em 18 de novembro do ano passado, a fazer uma consulta formal ao TRE. No dia 7 de julho, a presidente da Corte, desembargadora Luzia Nadja Guimarães Nascimento, assinou ofício no qual anexou uma informação da área técnica do Tribunal.

"Informamos, que a última solicitação de cessão de urnas eletrônicas realizada pela OAB ao TRE/PA, endereçada ao âmbito da SVE, ocorreu através do Ofício 1298575 datado de 18/05/2021. Conforme tratado no Processo SEI 0004896-17.2021.6.14.8000, a Eleição foi para os cargos de 1º Presidente e 2º Presidente da Subseção, e ocorreu com sucesso em 18/11/2021", informa à presidente do Tribunal o chefe de Seção, Dave Pinheiro da Silva.

A manifestação do TRE é mais um fato demonstrando que a OAB-PA mantém-se omissa em relação ao processo da escolha de advogados para o quinto. Em junho passado, Sávio Barreto e a advogada Brenda Araújo, sua companheira de chapa na eleição do ano passado, protocolaram em Brasília um representação junto ao Conselho Federal da OAB, pedindo providências contra o atraso na publicação, pela Ordem, do edital necessário para deflagrar o processo de escolha da lista sêxtupla de pretendentes ao quinto constitucional do TJPA, na vaga aberta com a aposentadoria, em outubro do ano passado, do desembargador Milton Nobre. Até agora, a representação não teve seguimento no Conselho Federal.

Logo depois disso, também em junho, o advogado protocolou, na Justiça Federal, a ação 1021438-68.2022.4.01.3900, pedindo a anulação das eleições realizadas em novembro do ano passado, que apontaram a chapa situacionista OAB Sempre à Frente como vencedora para dirigir a Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Pará de 2022 a 2024.

"Churras" com cervejinha, futebol, um pouco de humildade e mensagens à centro-direita: esse foi Lula no JN

Lula no JN: bem mais solto e muito mais articulado e convincente do que Bolsonaro

E o Lula, na entrevista ao JN, na noite desta quinta (25)?
O jornalista e publicitário Orly Bezerra, um dos mais qualificados profissionais do marketing político do Estado, o que é demonstrado por sua trajetória indiscutivelmente vitoriosa nessa área, postou num grupo de Zap, do qual ambos fazemos parte, juntamente com dezenas de outros profissionais da Comunicação, uma análise que o Espaço Aberto reputa como completa.
Diz o marqueteiro:

O Lula soube aproveitar bem a entrevista. Embora tenha começado com a pergunta da corrupção, a formulação não foi tão contundente como poderia, e o Lula, claro, já estava preparado pra essa abordagem.
Foi até dele a frase mais forte nesse aspecto, quando disse “Você não pode dizer que não houve corrupção se as pessoas confessaram”, já que não veio essa abordagem por parte dos entrevistadores. 
Valorizou o vice Alckmin jogando assim para um público certo de centro e deixou no ar, pra mim, a frase mais contundente: "Quero voltar pra consertar o país”, posicionando-se que está com mais disposição. Foi categórico afirmando que vai fazer melhor do que antes, porque vai corrigir os erros que cometeu no passado.
Lula se apresentou com mais humildade, sem deixar de ser o Velho Lula de sempre. Pareceu sem rancor, principalmente para quem cumpriu quase dois anos de cana. Nem criticou a Globo, olha só? Mas não perdeu a oportunidade de criticar o adversário, o presidente Bolsonaro. 
Fez autocrítica em alguns momentos e ainda apresentou propostas para os eleitores. 
Enfim… É o Lula paz e amor, mais velho e mais experiente.

Vale ressaltar apenas alguns pontos que Orly já mencionou.
Lula estava muito, mas muito mais à vontade do que Bolsonaro.
Como alimenta-se do ódio, o candidato do PL traía a sua tensão, o seu nervosismo e a sua autocontenção - para não ter que avançar sobre os entrevistadores e esganá-los - no rubor das faces. Ao que parece, estava a ponto de explodir, como se diz popularmente.
Lula, ao contrário, afora as pernas balançando freneticamente bem no início da entrevista, soltou-se logo depois e assim permaneceu durante 40 minutos. E tanto é que se permitiu falar de futebol, de churras acompanhado de uma cervejinha, de Paulo Freire (do qual citou uma frase que em tudo se adequou ao momento) e, vejam só que maldade, ainda chamou Bolsonaro de bobo da corte.
Chamou atenção, como mencionou Orly, a menção a Alckmin. Foram nove referências ao ex-tucano, conforme alguns sites e portais já contaram por aí.
Esse detalhe é mais do que relevante, porque Lula, ao optar por essa estratégia, tentou cativar aquela apreciável parcela do eleitorado do centro-direita, ainda propensa a acreditar que esquerdistas, em especial comunistas, costumam comer criancinhas após passá-las na grelha.
Surpreendeu-me, como também deve ter surpreendido a muitos, que Lula, diante de uma audiência exponencial, como a do JN, tenha admitido publicamente os erros do governo Dilma, na questão da artificialidade dos preços da gasolina e da desoneração da folha de pagamento, muito embora tenha sido enfático em elogiar o desempenho da sucessora. E mais: como destacou Orly, Lula dizer, como disse, que pretende ser melhor do que foi também significa, implicitamente, não cometer os erros que cometeu.
Com isso, o petista pode ter desfeito - pelo menos um pouco - a velha pecha de arrogante por não reconhecer os erros do PT, muito embora seus críticos, neste particular, não apontem quando foi que algum partido, qualquer um, tenha divulgado um memorial de 400 mil palavras reconhecendo os erros que já cometeu, inclusive os de corrupção.
Enfim, a boa performance de Lula, muito melhor que a de Bolsonaro, a juízo deste blog, repercutirá em que dimensões em termos eleitorais?
Ninguém sabe ainda.
Mas vamos saber no curso da campanha, que está apenas começando.

quinta-feira, 25 de agosto de 2022

Como entrevistar? Aprendam, jornalistas. Aliás, aprendamos.


Jornalistas vivem de conversar com suas fontes.
Mas essas ocasiões são muito, muitíssimo diferentes do que entrevistá-las naquele estilo pingue-pongue, de perguntas e respostas; sobretudo quando entrevistas são ao vivo, em televisão.
Esse tipo de entrevista, como a que os candidatos a presidente estão prestando ao JN, nos últimos dias, são um desafio - tanto para o entrevistado como para o entrevistador.
Engana-se, por isso, quem imagina que uma entrevista com Bolsonaro, Lula ou seja lá quem for, é um desafio apenas para o entrevistado. Também o é para o entrevistador.
Por isso, é imperdível, sobretudo para novos e velhos jornalistas (ou jornalistas velhos, se vocês quiserem), a coluna desta quinta (25) de Ruy Castro, na página 2 da Folha.
Jornalista e escritor, ele dispensa apresentações.
Daí, acredito, a leitura seja bastante proveitosa para jornalistas que ainda queiram aprender.
Todavia, os que acham que já aprenderam tudo, esses podem deixar a leitura de lado. E seguir para sua próxima entrevista.

quarta-feira, 24 de agosto de 2022

Rigor de operação contra empresários bolsonaristas indica que eles já poderiam estar nos "atos preparatórios" para o golpe

É uma grande ingenuidade, fora de brincadeira, imaginarem - como é o caso de muitos bolsonaristas - que o ministro Alexandre de Moraes teria, mais uma vez, extrapolado os poderes de que está investido ao ordenar uma operação contra oito empresários que apoiam Bolsonaro simplesmente porque, num grupo de WhatsApp, fizeram menções de apoiar um golpe.

Alguém dizer que apoia um golpe, como indicaram mensagens que o site Metrópoles revelou, é sem dúvida uma conduta escabrosa, mas não ensejaria uma operação nos moldes da ordenada pelo ministro, que mandou, entre outras coisas, bloquear as contas bancárias e as redes sociais dos investigados, além de determinar a quebra de sigilo financeiro deles.

Se Moraes, todavia, chegou a esse nível de rigor, é porque deve ter indícios robustos de que, muito mais do que simplesmente expressar opiniões, os suspeitos já poderiam estar naquilo que os criminalistas chamam tecnicamente de atos preparatórios, ou seja, as preliminares para a preparação efetiva do que golpe que defendem. Como as investigações estão sob segredo de Justiça, não sabemos o que Moraes sabe.

Mas em sua coluna, no Brasil247, o jornalista Mario Vitor Santos informa informa que que os elementos reunidos por Moraes, "conectados com a investigação de atos contra a democracia, configuram uma situação grave, envolvendo operativos, empresários e uma rede de relações que chega a altos escalões da República."

Altos escalões da República, repita-se.

Aguardemos!

Avante, Pátria amada!

terça-feira, 23 de agosto de 2022

Bolsonaro, o "Çábio", foi uma tragédia. Mas há jornalista achando que ele foi "até bem" na entrevista ao JN.


Estou, confesso, surpreso com o posicionamento de vários analistas, dentre eles coleguinhas jornalistas, quando avaliam que o desempenho de Bolsonaro na entrevita ao JN, nesta segunda-feira (22) à noite, foi menos pior do que se esperava. Ou por outra: avaliam que o candidato, sendo ele quem é, saiu-se até razoavelmente bem.
Que nada!
Estava nervoso.
Estava tenso.
O nervosismo e a tensão expressaram-se, visivelmente, no rubor do candidato, que exibia as faces escamosas e avermelhadas.
Além disso, Bolsonaro mentiu - descaradamente, vergonhosamente e inacreditavelmente - por pelo menos quatro vezes. Quatro!
Primeiro, mentiu ao negar ter xingado ministros do STF, quando o Brasil e o mundo inteiro sabem que ele referiu-se a Alexandre de Moraes como "canalha" e chamou Luís Roberto Barroso de f.d.p.
Segundo, quando negou ter debochado de pacientes da Covid-19, simulando como se estivesse com falta de ar. Vídeos atestando esse deboche circulam à farta nas redes sociais. Um deles, você pode ver acima.
E o pior: Bolsonaro disse na caradura, com uma desfaçatez revoltante, que a jornalista Renata Vasconcellos retirara o que ele considerou uma "acusação" (a de ter simulado falta de ar) contida na pergunta.
Mais uma mentira: Bonner disse que a colega de bancada não retirara essa afirmação, até porque é factual, como a própria Renata reforçou que manteve o teor da pergunta ao candidato.
A quarta mentira: Bolsonaro chegou a dizer que seu governo criou o Pix. O serviço foi criado no governo Temer, mas implementado, é verdade, no atual governo.
Estão aí pelo menos quatro mentiras destiladas por Bolsonaro, ao vivo e em cores, para o Brasil inteiro. Ele disse-as com naturalidade, como se fossem coisas banais, porque é compulsivamente mentiroso.
A ingorância de Bolsonaro foi reforçada ao dizer que um de seus deboches não passou de uma força de expressão permitida pela, vejam só, literatura portuguesa. Para esse Çábio, literatura portuguesa e língua portuguesa são uma coisa só.
Um candidato com tal performance pode ter sido pelo menos razoável na entrevista?
Contem outra!
Esperemos agora os debates.
Se Bolsonaro comparecer, aí mesmo é que será atropelado, trucidado, desmontado pelos adversários.
Isso porque, num debate, os adversários não terão certos impedimentos éticos que jornalistas encontram no momento de uma entrevista, uma vez que não podem - ou não devem - qualificar um entrevistado com adjetivos que verdadeiramente o definam.
Mas, contrariamente, adversários de Bolsonaro estarão livres para chamá-lo, na lata, de "corrupto", "genocida", "mentiroso" e "fascista enrustido", que anseia um golpe.
Aguardemos.

segunda-feira, 22 de agosto de 2022

Bolsonaro despreza "media training" para entrevista ao JN. Já temos, portanto, um espetáculo garantido.

Bolsonaro, esse suprassumo da inteligência: media training, pra ele, é como se fosse um veneno

Converso com um político sem mandato, mas abalizado observador da política, e com um marqueteiro.

Pergunto-lhes sobre como projetam um eventual desastre de Bolsonaro na entrevista de hoje à noite, no JN, e as possíveis repercussões eleitorais que isso possa deflagrar.

Ambos concordam em dois pontos.

Primeiro, Bolsonaro - a menos que o mar vire sertão - é o desastre anunciado.

Segundo, dificilmente o desastre, se realmente ocorrer, terá potencial para mudar radicalmente o comportamento do eleitorado, considerando-se as mais recentes aferições dos institutos de pesquisa.

Mas Bolsonaro - para os íntimos, Tchuthuca do Centrão - será mesmo um desastre?

É quase certo que sim.

Como diz amigo meu - velho que nem eu, mas, diferentemente de mim, muito elegante e escorreito no manejo da nossa inculta e bela -, Bolsonaro tem um baixíssimo nível de cognição.

Quando ouvi isso, fui procurar no Google o que significa. Encontrei simplesmente isto: burro. Fiquei escandalizado.

O certo é que, com baixíssimo índice de cognição, Tchuthuca não articula coisa com coisa, cita dados erradamente e não consegue oferecer argumentações plausíveis sobre os assuntos mais banais.

Se perguntarem hoje a Bolsonaro, por exemplo, o que seu governo tem feito para fomentar a sustentabilidade e a eficiência produtiva através de financiamentos do crédito verde, é muito provável que ele, na mesma hora, peça licença para tomar um calmante à base de cloroquina. Porque não vai suportar o impacto de uma pergunta desse nível.

O certo é que Tchutchuca é aquele que não resiste a um debate fundamentado com uma criança de quatro anos, dessas de hoje, que já nascem produzindo suas próprias dancinhas para o Tik Tok.

Além disso, e como autocrata que é, Bolsonaro habituou-se a travar monólogos com seu rebanho, como é o caso do que se aglomera, todo dia, à entrada do Alvorada.

Mais: Tchutchuca é um mentiroso compulsivo. Portanto, mente até quanto tenta dizer a mais rematada verdade.

E outra coisa: notícias de bastidores que circularam nos últimos dias dão conta de que Bolsonaro, até dois dias atrás, recusava-se terminantemente a submeter a um media training para participar do debate de hoje.

Grande presidente!

Isso é que é inteligência!

Fiquemos de olho, pois.

No mínimo, teremos tchutchuquices garantidas.

sexta-feira, 19 de agosto de 2022

UFPA promove encontro entre Pilar del Río e Beatriz Matos, que discutirão Direito e Justiça em transmissão ao vivo


A Universidade Federal do Pará (UFPA) promove nesta sexta (19), às 18h, a transmissão ao vivo do encontro Beatriz Matos & Pilar del Río. Por um Direito que Respeite, uma Justiça que Cumpra. O evento reunirá Pilar del Río, presidenta da Fundação José Saramago, e Beatriz Matos, antropóloga e professora da UFPA, esposa do indigenista Bruno Pereira, assassinado no dia 5 de junho passado, juntamento com o jornalista britânico Dom Phillips, no Vale do Javari, no Amazonas, caso repercutido internacionalmente. O acesso pelo público poderá ser feito pelo Canal UFPA Oficial no YouTube (clique aqui).

Durante a conversa a ser transmitida, não será possível fazer perguntas e intervenções, mas, após a transmissão, os jornalistas credenciados poderão entrevistar Pilar del Río e Beatriz Matos de forma organizada e orientada pela Assessoria da UFPA.

Colóquio - A partir da próxima segunda-feira (22), a UFPA realizará o Colóquio Internacional “José Saramago: palavra, pensamento, ação”, no Centro de Eventos Benedito Nunes (CEBN), em Belém. O evento, que se estenderá até o dia 24, integra as celebrações do Centenário de José Saramago na UFPA e a programação oficial da Fundação José Saramago. A entrada será franca até o limite de lotação do auditório. Não haverá necessidade de inscrição prévia. O evento contará com acessibilidade em Língua Brasileira de Sinais (Libras).

O Colóquio reunirá em Belém convidados internacionais, nacionais e locais para discutir o legado de José Saramago, único escritor de língua portuguesa agraciado com o Prêmio Nobel de Literatura.

A curadoria do colóquioi é de Carlos Reis, professor catedrático da Universidade de Coimbra e comissário para o Centenário de José Saramago, com cocuradoria de Simone Neno e de Germana Sales, ambas da UFPA. Apoiam a iniciativa a Embaixada de Portugal no Brasil, o Vice-Consulado de Portugal em Belém, a Fundação José Saramago, o Camões - Instituto da Cooperação da Cultura e da Língua de Portugal, a Cátedra João Lúcio de Azevedo (Camões, I.P. | UFPA), a Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp) e o Grupo Paraense de Decoração (GPD).

quinta-feira, 18 de agosto de 2022

Tchutchuca do Centrão descontrola-se. Tudo porque foi chamado de Tchutchuca do Centrão.


Tempos de campanha.
Tempos de paixão.
Mas também tempos de diversão.
Na manhã desta quinta (18), Bolsonaro teve pela frente um youtuber que o esperava, celular em punho, à saída do Alvorada.
Pois o Tchutchuca do Centrão descontrolou-se.
Avançou pra cima do provocador e tentou arrancar-lhe o celular.
Uma conduta digna de tchutchuca, como se vê, porque, se tchutchuca não fosse, bastaria o Tchutchuca ignorar o provocador e deixar que seus seguranças adotassem as medidas necessárias para evitar que se aproximasse demais dele, o Tchutchuca
Mas não. Foi o próprio Tchutchuca quem tomou a iniciativa de se aproximar do cidadão.
Se tivesse alcançado o intento de arrancar-lhe o celular, por certo estaria sendo viralizado nas redes sociais na pele do herói, do super-homem, do superpresidente. Enfim, posaria na condição de Mito, o Implacável.
Mas quem está viralizando é a pecha que o youtuber colou no presidente: Tchutchuca do Centrão.
No momento em que escrevo essa postagem, os memes - cada um mais hilário que outro - rolam pelo Twitter em dimensões tsunâmicas, com mais de 80 mil menções.
É isso.
Tempos de campanha.
Tempos de paixão.
Mas também tempos de diversão.
E diversão protagonizada pelo Tchutchuca.

Conheçam um pastor criminoso, que difunde as mesmas mentiras há vários anos. Impunemente.

Vocês querem conhecer um mentiroso?

Querem conhecer um disseminador de fake news?

Um oportunista?

Um criminoso que usa a liberdade de expressão como se fosse um guarda-chuva para expressar qualquer dejeto verbal?

Conheçam, então, Marco Feliciano, pastor, extremista de direita, fanático, bolsonarista de carteirinha e deputado federal do PL-SP, o mesmo partido de Bolsonaro.

Esse elemento propaga nas redes sociais e, certamente, nos templos que lhe cedem o púlpito a lorota de que Lula, se vencedor nas eleições de outubro, fechará igrejas evangélicas.

Pois vejam esse vídeo que descobriram agora e está viralizando por aí.

Há alguns anos, Feliciano dizia assim: "Como um papagaio, eu repetia: o PT vai fechar as igrejas do Brasil. [...] Mas Lula foi eleito e nenhuma igreja foi fechada. O país cresceu".

Pois é.

As patranhas, as mentiras, as lorotas, as fake news que esse elemento propaga agora estão catalogadas no âmbito daquilo que bolsonaristas consideram como liberdade de expressão?

Ele pode divulgar essas mentiras criminosas impunemente, livremente, despreocupadamente e divertidamente, sem que nada lhe aconteça?

Vocês decidem.

Mas, enquanto decidem, conheçam a fundo um desses espécimes emblemáticos que se aproveitam dos direitos que o próprio Estado Democrático de Direito protege, entre eles o de liberdade de expressão, para difundir criminosamente mentiras e depois ficam com mi-mi-mi quando a Justiça, provocada a tempo e a hora, adota providências para reprimi-los.

Operação da PF fiscaliza 15 empresas do Pará que oferecem curso de formação de vigilantes


Agentes da Polícia Federal durante a Operação Formação Legal, deflagrada na
manhã de hoje (fotos: Ascom da PF)

Quinze empresas sediadas no Pará, que oferecem curso de formação de vigilantes, estão sendo alvos de fiscalização da Polícia Federal, que manhã desta quinta-feira (18) deflagrou a "Operação Formação Legal" em Belém e nos municípios de Castanhal, Santarém, Marabá, Parauapebas e Altamira. A operação no Estado conta com a participação de 18 agentes.

A PF informou que a operação, de âmbito nacional, é coordenada pela Divisão de Controle e Fiscalização de Segurança Privada da PF e executada pelas Delegacias de Controle de Segurança Privada nas unidades descentralizadas da Corporação em todo o país, simultaneamente. São visitadas 256 escolas de vigilantes hoje, com participação de 320 policiais federais.

Durante a operação, os policiais deverão verificar a regularidade dos cursos, especialmente quanto ao cumprimento da grade curricular e da carga horária; controle de frequência dos alunos; observância quanto à quantidade máxima de alunos permitida em sala de aula; regularidade dos instrutores; regularidade na aplicação de provas; observância da quantidade mínima de tiros prevista para cada curso; e outras obrigações previstas em lei. No caso de haver irregularidade administrativa, a empresa autuada poderá sofrer penalidade de advertência, multa e até o cancelamento de sua autorização de funcionamento.

O principal objetivo desta ação é melhorar a qualidade da formação dos vigilantes, para evitar desvios de conduta e fortalecer a segurança privada, que é complementar à segurança pública e vital para a proteção da vida e do patrimônio.

“A operação é fundamental para certificar que os cursos de formação de vigilantes atuam em conformidade com a lei e normativos. O profissional vigilante, formado pelas escolas, compõe importante parte da segurança privada e é aquele que interage com o público e, quando necessário, atua para impedir delitos”, explica André Federico, chefe da Delegacia de Controle de Segurança Privada (Delesp) da Polícia Federal no Pará.

Com informações da Ascom da PF.

terça-feira, 16 de agosto de 2022

Sistema eleitoral brasileiro é "motivo de orgulho nacional", diz Moraes, em meio a aplausos quase unânimes

Moraes discursa após ser empossado na presidência do TSE: crença na democracia brasileira

“Somos uma das maiores democracias do mundo em termos de voto popular, estando entre as quatro maiores democracias do mundo. Mas somos a única democracia do mundo que apura e divulga os resultados eleitorais no mesmo dia. Com agilidade, segurança, competência e transparência. Isso é motivo de orgulho nacional”, disse o ministro Alexandre de Moraes, há pouco, após ser empossado como presidente do TSE.

Foi aplaudido de pé por quase todo o auditório - tirante, acredito, apenas Carluxo, o Estrategista -, durante quase 1 minuto, senão mais.

Se mais não dissesse, apenas isso já seria suficiente para marcar a posse história de Moraes na presidência da Corte.

Robotizado, paralisado, apalermado, desconfortável: eis Bolsonaro, em meio à consagração da democracia

Bolsonaro dirige-se a seu lugar na mesa, na solenidade de posse de Moraes:
um peixe fora d'água, num momento de exaltação à democracia brasileira

Um leitor do Espaço Aberto ligou-me há pouco.
- Vem cá, presidente da República não pode aplaudir numa solenidade? - ele indagou.
O cara não estava brincando, não. Ele falava sério, após assistir a um dos maiores espetáculos de constrangimento público de uma autoridade máxima desta República.
O constrangimento público - visível, incontestável, escancarado e histórico - foi protagonizado por ninguém menos que um presidente da República, no caso Jair Bolsonaro, durante a solenidade de posse do ministro Alexandre de Moraes na presidência do TSE, encerrada há pouco.
Bolsonaro ouviu, de corpo presente, Moraes ser aplaudido de pé, por duas ou três vezes, ao proclamar sua crença na democracia, na legitimidade do processo eleitoral brasileiro e na segurança das urnas eletrônicas, ao mesmo tempo em que fez uma vigorosa advertência sobre os que tramam contra a democracia, tentando desacreditar o próprio sistema eleitoral. Como tem feito, intensamente, fanaticamente, desmioladamente e criminosamente, o próprio Jair Bolsonaro.
O presidente não se juntou nem uma vez aos aplausos.
Estava como que robotizado, paralisado, visivelmente desconfortável e incomodado diante do contundente discurso de Moraes e dos aplausos que saudavam o novo presidente da Corte.
Moraes acabou consagrado. Ele e a democracia brasileira.
Bolsonaro acabou, mais uma vez, desmoralizado pelas consequências da postura que tem adotado, claramente afrontosa, irresponsável e debochada, com ameaças explícitas que põem em risco a democracia.

Idiota é quem ainda acredita que Bolsonaro seja capaz de não ser Bolsonaro

Bolsonaro durante um surto: precisamos vê-lo melhor quando está calmo

Aquilo a que chamam de mundo político estará de olho, daqui a pouco, na solenidade de posse do ministro do STF Alexandre de Moraes na presidência do TSE.

É que estarão lá, entre os 2 mil convidados, Bolsonaro e Lula.

O presidente foi convidado protocolarmente na semana passada, ao receber pessoalmente a visita de Moraes, que esteve acompanhado do ministro Ricardo Lewandowski.

O mundo político, também ele, ficou positivamente impressionado com dois detalhes da visita que foram revelados: primeiro, a confirmação de que Bolsonaro, segundo ele próprio disse, estaria presente à posse de hoje; segundo, o tom amistoso que rolou entre o presidente e Moraes.

Estou com 1.400 anos.

Já não tenho idade, por isso, para acreditar em mitômanos, malucos, debochados, irresponsáveis e indivíduos mercurialmente imprevisíveis como Bolsonaro.

Portanto, não acredito que o tom amistoso do encontro protocolar represente a mínima garantia de que Bolsonaro não continuará sendo o que sempre foi: mitômano, maluco, debochado, irresponsável e operador alucinado de maquinações golpistas, que consistem, entre outras coisas, em desacreditar e desmoralizar o sistema eleitoral reconhecidamente seguro e sério como o que vige no País.

De qualquer forma, estarei, como todo o mundo político, de olho na posse de Moraes.

Até porque sempre precisamos ver o que Bolsonaro faz quando está calmo.

E como já se disse aqui, uma vez, Bolsonaro, quando está calmo, é capaz de vomitar 29 palavrões numa "reunião de trabalho".

Então, fiquemos de olho.

quarta-feira, 10 de agosto de 2022

Passar cinco horas com Bolsonaro num botequim é experimentar o pior que um ser humano é capaz de produzir


Bolsonaristas em êxtase.
Em êxtase com a mentira, com o embuste, com a enganação, com o deboche, a homofobia, a misoginia, a imbecilidade e o escárnio.
Como veem, esse é um cardápio perfeito para assanhar bolsonaristas fanáticos.
Esse assanhamento todo é porque Bolsonaro foi ao Flow Podcast e passo cinco horas dando uma entrevista (em verdade uma conversa de botequim) que obteve meio milhão de visualizações.
Durante a conversa de botequim, ele desfiou, ora bolas, mentira, embuste, enganação, deboche, homofobia, misoginia, imbecilidade e escárnio.
Mas há dois detalhes a considerar.
Primeiro: era preciso mensurar quantos eram os bolsonaristas entre os 500 mil que visualizaram a conversa. Eram bolsonaristas todos os 500 mil? Ou a maioria eram robôs? Ou ali estavam 250 mil antibolsonaristas para registrar, a bico de lápis, as mentiras de Bolsonaro?
Segundo: três repórteres de O Globo, que acompanharam atentamente a conversa, anotaram pelo menos sete mentiras deslavadas de Bolsonaro.
O blog serve-se de infográfico do jornal (vejam acima), publicado na edição desta quarta (10), para destrinchar as patranhas do cidadão.
Enfim, é mais ou menos isto: se você quer passar cinco horas com Bolsonaro num botequim, passe; mas prepare-se para ouvir o pior que um ser humano pode produzir.

terça-feira, 9 de agosto de 2022

Dois juízes federais paraenses são escolhidos para atuar como desembargadores no TRF6, com sede em Minas

Rubens Rollo D'Oliveira: escolhido para o
desembargo no TRF6

O juiz federal Rubens Rollo D'Oliveira, titular da 3ª Vara da Seção Judiciária do Pará, especializada no julgamento de ações criminais, está entre os sete magistrados que ocuparão o TRF-6, em Belo Horizonte, pelo critério de antiguidade. Além de Rollo, o paraense Marcelo Dolzany da Costa, nascido em Santarém, também será desembargador federal.

Também foram escolhidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) nesta terça (09), pelo critério de antiguidade, os juízes Vallisney de Souza Oliveira, Ricardo Machado Rabelo, Lincoln Rodrigues de Faria, Evandro Reimão dos Reis e Derivaldo Bezerra.

Pelo critério de merecimento, foram escolhidos André Prado de Vasconcelos e Gláucio Ferreira Maciel Gonçalves - ambos mineiros que já atuaram na Justiça Federal, em Belém -, Vânila Cardoso André de Moraes, Luciana Pinheiro Costa, Pedro Felipe de Oliveira Santos, Miguel Angelo de Alvarenga Lopes, Klaus Kuschel e Simone dos Santos Lemos Fernandes. Desses oito nomes, seis serão escolhidos pelo presidente da República.

Os novos desembargadores vão tomar posse no dia 19 de agosto. O Tribunal Regional Federal da 6ª Região terá seu primeiro dirigente eleito por seus pares. Até agora, é bem provável que seja eleita presidente a desembargadora Mônica Sifuentes, que até agora integra o TRF da 1ª Região, com sede em Brasília.

sexta-feira, 5 de agosto de 2022

STJ autoriza nova operação contra mais seis desembargadores do TJPA. Um deles é suspeito da prática de "rachadinha".





A Operação QI, autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça para investigar a interferência de desembargadores do TJPA para a nomeação de seus parentes e amigos em órgãos do governo Helder Barbalho, teve desdobramentos nesta sexta-feira (5), após nova decisão assinada pela ministra do STJ Nancy Andrighi. Com os mandados expedidos hoje, a PF e o Ministério Público pretendem aprofundar investigações também sobre a prática de "rachadinha" no gabinete de um dos desembargadores.

Na segunda etapa da operação, os alvos dos mandados de busca e apreensão foram os desembargadores Ronaldo Marques Valle (o R.M.V. mencionado na decisão), atual vice-presidnete do Tribunal de Justiça, José Roberto Pinheiro Maia Bezerra Júnior (J.R.P.M.B.J.), Maria Edwiges Miranda Lobato (M.E.M.L.) e Maria de Nazaré Saavedra Guimarães (M.N.S.G.), além dos desembargadores aposentados Raimundo Holanda Reis (R.H.R) e Diraci Nunes Alves (D.N.A.).

Eles se somam a outros quatro (juntamente com mais 11 pessoas) que foram alvos da operação ocorrida nesta quinta-feira (4) - Rômulo José Ferreira Nunes, seu irmão Ricardo Ferreira Nunes, Maria de Nazaré Silva Gouveia dos Santos e Vânia Lúcia Carvalho da Silveira, que teriam patrocinado, direta e indiretamente, interesses privados perante a Administração Pública, ao indicar “apadrinhados” (parentes e amigos) para cargos em comissão em diversos órgãos do governo Helder Barbalho.

A ministra afirma que, ao cumprir mandado de busca no domicílio de R.J.F.N. (Rômulo José Ferreira Nunes), "foi apreendido documento físico que descortina uma maior amplitude no possível esquema de 'loteamento' de cargos comissionados no âmbito do Poder Executivo estadual, fato grave e que pode, se eventualmente configurado, caracterizar prática delitiva apontada na petição inicial em relação aos novos investigados".

A decisão acrescenta ainda que documento apreendidos pela Polícia Federal na residência do desembargador Rômulo Nunes podem, "em tese, demonstrar a materialidade de eventual crime contra a Administração Pública, consistente na prátida de 'rachadinha', decorrente do pagamento de contas do referido magistrado e sua família por parte de um membro de seu gabinete, identificado pelas iniciais M.S.Q.W.

"Apadrinhamentos" - Na manhã de quinta-feira (4), desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJPA) e servidores de diversos órgãos do governo Helder Barbalho estão sendo alvos, na manhã desta quinta-feira (04), de Operação Q.I. (“Quem Indica”), autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça e executada por 112 agentes da Polícia Federal, em conjunto com a Procuradoria-Geral da República (PGR).

O STJ expediu 30 mandados de busca e apreensão para coletar provas de que fortaleçam os indícios de que desembargadores do TJPA, valendo-se de seus cargos, teriam patrocinado, em tese, direta e indiretamente, interesses privados perante a Administração Pública, ao indicar “apadrinhados” (parentes e amigos) para cargos em comissão em diversos órgãos do Poder Executivo do Estado do Pará.

A Polícia Federal informou que as investigações tiveram início a partir da análise do material apreendido na Operação Para Bellum, ocorrida em junho de 2020 e que apurou fraudes na compra de respiradores pulmonares pelo Governo do Pará. Em um dos telefones celulares analisados, apreendido em poder do ex-Chefe da Casa Civil Parsifal Pontes, foram localizadas mensagens indicando supostos ilícitos cometidos por desembargadores.

Nas mensagens analisadas, também há indicativos de que Parsifal, em conjunto com membros da cúpula do governo Helder Barbalho, possivelmente praticaram atos de ofício contra disposição expressa de lei (princípios constitucionais que regem a Administração Pública, destacadamente impessoalidade e moralidade), para satisfazer interesses pessoais, nomeando e/ou mantendo "apadrinhados" (parentes e amigos) indicados por desembargadores para cargos em comissão no Poder Executivo do Estado do Pará.

O nome da operação, Q.I., remete à sigla informal “Quem Indica”, em substituição à sigla original “Quociente de Inteligência”, utilizada para expressar a prevalência das referências e indicações baseadas nas relações pessoais e de amizade em detrimento do currículo, conhecimentos formais e habilidades de candidatos postulantes a uma vaga de trabalho, circunstância que fere os princípios da Administração Pública.

Fotos: Ascom/PF

quinta-feira, 4 de agosto de 2022

Ministra do STJ defere busca e apreensão contra dois desembargadores, duas desembargadoras e mais 11 pessoas


Matéria atualizada às 13h20

Rômulo José Ferreira Nunes, seu irmão Ricardo Ferreira Nunes, Maria de Nazaré Silva Gouveia dos Santos e Vânia Lúcia Carvalho da Silveira foram os quatro desembargadores do TJPA alcançados, na manhã desta quinta-feira, pela Operação QI, que investiga se os magistrados teriam patrocinado, direta e indiretamente, interesses privados perante a Administração Pública, ao indicar “apadrinhados” (parentes e amigos) para cargos em comissão em diversos órgãos do governo Helder Barbalho.
Além dos magistrados, foram alvos da operação 11 pessoas - entre as quais familiares dos magistrados - que de alguma forma foram favorecidas por interferência dos desembargadores para que ocupassem cargos em órgãos do governo Helder Barbalho.

Os 30 mandados de busca e apreensão foram expedidos pela relatora, ministra Nancy Andrighi, em decisão assinada no dia 5 de julho passado e cumpridos hoje, por 112 agentes da Polícia Federal, acompanhados por procuradores da República.

Mensagens encontradas no celular do ex-chefe da Casa Civil do governo Helder Barbalho, Parsifal Pontes, durante a Operação Para Bellum, em junho de 2020, demonstraram, segundo narrou o MPF ao STJ, a possível nomeação de servidores comissionados no Poder Executivo estadual a pedido de desembargadores.

Embora relacionadas a cargos de livre provimento e exoneração, diz Andrighi, as nomeações apontadas no relatório da Polícia Federal, quando cotejadas com as mensagens trocadas via WhatsApp, "indicam que membros do Poder Judiciária local podem, em tese, ter eventual ingerência no funcionamento no aparelho estatal (com aparente loteamento de cargos comissionados), tendo um dos desembargadores, inclusive, feito possível menção ao governador como 'nosso chefe', fatos que podem resultar na comprovação da eventual prática de delitos contra a Administração Pública".

No caso do desembargador Rômulo Nunes, veja, abaixo, trechos da decisão da ministra do STJ:



A desembargadora Nazaré Gouveia, conforme a decisão, também busca "apadrinhar" especialmente duas pessoas - José Deorilo Gouveia dos Santos, marido da magistrada, e Jessica Ferreira Teixeira.

Veja abaixo o trecho da decisão.

Vânia Silveira, de acordo com a ministra Nancy Andrighi, interferiu em favor de sua filha Roberta Silveira Azevedo Xavier. Veja abaixo.

As conversas mostram que o desembargador Ricardo Nunes discutiria com o "chefe" - provavelmente o governador Helder Barbalho, conforme a decisão - a exoneração de sua mulher, Cláudia Vidigal Tavares Nunes.

Confira abaixo.


Desembargadores do TJPA e servidores do governo Helder Barbalho são alvos de operação da Polícia Federal



Imagens de momentos da Operação Q.I., que está sendo desenvolvida na manhã
desta quinta (04) e que tem desembargadores do TJPA como alvos.
(Fotos: Assessoria de Imprensa da Polícia Federal)

Desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJPA) e servidores de diversos órgãos do governo Helder Barbalho estão sendo alvos, na manhã desta quinta-feira (04), de Operação Q.I. (“Quem Indica”), autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça e executada por 112 agentes da Polícia Federal, em conjunto com a Procuradoria-Geral da República (PGR).
O STJ expediu 30 mandados de busca e apreensão para coletar provas de que fortaleçam os indícios de que desembargadores do TJPA, valendo-se de seus cargos, teriam patrocinado, em tese, direta e indiretamente, interesses privados perante a Administração Pública, ao indicar “apadrinhados” (parentes e amigos) para cargos em comissão em diversos órgãos do Poder Executivo do Estado do Pará.
A Polícia Federal informou que as investigações tiveram início a partir da análise do material apreendido na Operação Para Bellum, ocorrida em junho de 2020 e que apurou fraudes na compra de respiradores pulmonares pelo Governo do Pará. Em um dos telefones celulares analisados, apreendido em poder do ex-Chefe da Casa Civil Parsifal Pontes, foram localizadas mensagens indicando supostos ilícitos cometidos por desembargadores.
Nas mensagens analisadas, também há indicativos de que Parsifal, em conjunto com membros da cúpula do governo Helder Barbalho, possivelmente praticaram atos de ofício contra disposição expressa de lei (princípios constitucionais que regem a Administração Pública, destacadamente impessoalidade e moralidade), para satisfazer interesses pessoais, nomeando e/ou mantendo "apadrinhados" (parentes e amigos) indicados por desembargadores para cargos em comissão no Poder Executivo do Estado do Pará.
O nome da operação, Q.I., remete à sigla informal “Quem Indica”, em substituição à sigla original “Quociente de Inteligência”, utilizada para expressar a prevalência das referências e indicações baseadas nas relações pessoais e de amizade em detrimento do currículo, conhecimentos formais e habilidades de candidatos postulantes a uma vaga de trabalho, circunstância que fere os princípios da Administração Pública.

Com informações da Polícia Federal.

quarta-feira, 3 de agosto de 2022

Uma conservadora, que sabe tudo sobre motéis, quer governar o Brasil. Sorte pra ela!

Suíte de um motel de Soraya Thronicke, em Campo Grande (MS), inspirado
no filme "50 Tons de Cinza": conservadorism à brasileira
(foto extraída de matéria do G1)
Que a senadora Soraya Thronicke (PSL), pré-candidata do União Brasil à presidência, era bolsonarista incondicional, isso eu sabia.

Que ela se afastou dos fanáticos negacionistas durante o período da pandemia e teve atuação ponderada durante a CPI da Covid, isso eu também sabia.

Que desde então tem sido uma bolsonarista, digamos assim, moderada - igualmente eu sabia.

E sabia ainda que a deputada sempre demonstou cultivar hábitos, pensamentos e princípios pautados no mais agudo conservadorismo.

O que eu, sinceramente, ainda não sabia, era que Thronicke é uma empresária do ramo de motéis em Campo Grande, a capital Mato Grosso do Sul, seu berço político.

Ao saber disso, fique pensando.

Você aí, independentemente de ser conservador, esquerdista, terrorista, terraplanista ou negacionista, qual é o seu conceito de motel?

É um lugar pra você pular a cerca?

Ou para viver suas fantasias sexuais?

Ou para fazer, bem escondido, algo que o senso moral reprovaria se você fizesse mais às claras (ainda que não a céu aberto)?

Qual é o conceito de motel, afinal de contas, para a senadora Thronicke, essa conservadora que, acredito, deve observar parâmetros mais rígidos para práticas que se ajustam a um motel?

Thronicke já disse que uma de suas cruzadas é desfazer o conceito de que motel seria um lugar para promiscuidades, vulgaridades e saliências reprováveis que os conservadores, como ela, também reprovariam.

Em 2015, quando Thronicke ainda nem era senadora, o G1 fez uma reportagem com ela (confira aqui), revelando que o filme "50 Tons de Cinza" inspirou a decoração de suíte de um de seus motéis em Campo Grande.

"A imagem do rosto de uma mulher com olhos vendados, batom vermelho e algemas na boca lembra a cena do filme em que Anastasia, interpretada, pela atriz Dakota Johnson, é amarrada na cama e vendada no quarto vermelho de Christian Grey, personagem do ator Jamie Dornan no filme. Dois quadros decorativos com algemas de pelúcia e um chicote também reproduzem parte do arsenal guardado no quarto vermelho de Grey", diz a matéria.

A cama redonda da suíte foi projetada pela própria Soraya Thronicke, e dá impressão de estar suspensa. De frente para a cama, uma mesa com cadeiras e uma banheira com hidromassagem. "Não sou arquiteta, mas sempre gostei de decoração. Fui me inspirando em hotéis e motéis ao redor do mundo, por isso não fizemos igual a ninguém. O nosso diferencial é que quando a pessoa entra nas nossas suítes não percebe a vulgaridade do ambiente. Tentamos fazer com que fosse mais aconchegante do que o tradicional", explicou.

Pronto. Um lugar aconchegante. É assim o conceito de um motel para Thronicke, essa conservadora que pretende governar o Brasil.

Muito bom conhecer o lado empreendedor da senadora conservadora.

Até porque, como ela se diz liberal em relação à economia, a gente pode reforçar a nossa convicção de que, para os conservadores - ou pelo menos para alguns deles -, ainda que o meio de ganhar dinheiro possa eventualmente agredir nossos sensos morais, podemos deixar isso de lado, né?

Se bem que, para Thronicke, isso não é dilema algum, porque seu conservadorismo tem nos motéis um lugar apenas, como ela disse, aconchegante.

Sorte para a pré-candidata do União Brasil!

E avante, Pátria amada!

terça-feira, 2 de agosto de 2022

Não morra não, Bolsonaro. Nós te queremos vivo!

O repórter Guilherme Amado publica nesta terça (02), em sua coluna no site Metrópoles, uma nota que serve como um termômetro para aferirmos a quantas andam o descontrole, a maluquice, a alucinação e o nível da mania persecutória de Bolsonaro.

Diz a nota:

Jair Bolsonaro assustou um interlocutor neste fim de semana, quando descreveu o que enxerga como uma conspiração para levá-lo à prisão, no cenário de derrota em sua tentativa de reeleição.

Agitado, falando de maneira descontrolada, Bolsonaro causou impacto em especial quando disse qual seria sua reação caso a polícia batesse à sua porta para executar uma ordem de prisão:

“Eu atiro para matar, mas ninguém me leva preso. Prefiro morrer”. 

Bolsonaro é um covardão.

Se acontecer mesmo essa cena, ele não vai fazer nada.

Ou melhor, vai fazer, sim: abrirá a porta, deixará a puliça entrar, estenderá as mãos para colocarem as algemas (já que será um preso de altíssima periculosidade) e vai para a cadeia fazendo continência e cantando o hino nacional.

Ou então vai cantando aquela musiquinha que a gente aprendia quando criança: Marcha, soldado / cabeça de papel / se não marchar direito / vai preso pro quartel.

Não morra não, Bolsonaro.

Nós queremos vê-lo preso, pagando pelos crimes que está cometendo.

Crimes continuados.

Crimes em série.

Contra o Brasil e os brasileiros.