quarta-feira, 31 de março de 2021

MP ajuíza ação de improbidade contra o governador Helder Barbalho, dois ex-secretários e mais sete


O Ministério Público do Pará ajuizou, nesta quarta-feira (31), ação de improbidade administrativa contra o governador Helder Barbalho, os ex-secretários Parsifal Pontes e Alberto Beltrame e mais sete sete pessoas, além da empresa SKN do Brasil. A ação, autuada sob o número 0822051-43.2021.8.14.0301, foi distribuída para ser julgada pela  2ª Vara da Fazenda de Belém.
Na petição inicial, de 51 páginas, assinada pelo procurador-geral de Justiça, Gilberto Valente Martins, o governador e os demais requeridos são acusados da prática de irregularidades na aquisição de 1.600 bombas de infusão, no valor de R$ 8,4 milhões, para o combate à pandemia do coronavírus.
Martins pede que o Juízo afaste liminarmente do cargo o governador Helder Barbalho, decrete o sigilo bancário e fiscal de dos requeridos e determine a a indispinibilidade de bens de todos eles.
Na semana passada, o MPPA ofereceu denúncia contra o chefe da Casa Militar do governo Helder Barbalho, coronel Osmar da Costa Júnior; o ex-secretário de Estado de Saúde, Alberto Beltrame; o ex-secretário-adjunto de Gestão Administrativa da Sespa, Peter Cassol e mais 12, entre pessoas e empresas, por envolvimento na aquisição de1,440 milhão de garrafas pet no valor total de R$ 1,7 milhão. A compra foi feita no ano passado, durante a primeira onda da pandemia do coronavírus Covid-19.
Confira, nas imagens abaixo, os principais trechos da ação proposta hoje.








Tenhamos amor ao ódio. Tenhamos amor ao nojo. Amemos odiar!


Não tenhamos preconceito contra o ódio, gente.
Aprendamos a amar o ódio.
Aprendamos a cultivar amorosamente o nojo.
Devemos amar ter ódio ao que não presta.
Devemos amar ter nojo ao que é nefasto, perverso, tenebroso, atroz, horroroso.
Devemos amar ter ódio e nojo às ditaduras.
A qualquer ditadura - de esquerda, de direita, de que lado for.
A cada 31 de março, quando se recorda, com ódio e nojo, a implantação no Brasil, em 1964, de uma ditadura que se estenderia por 20 anos, lembro-me comovido desse discurso de Ulysses Guimarães, proferido durante o ato solene e histórico de promulgação da Constituição, em 5 de outubro de 1988.
Lembro-me comovido de ter visto, ao vivo e em cores, o então presidente da Câmara Constituinte dizer isto (ouçam no vídeo): "Temos ódio à ditadura. Ódio e nojo. Amaldiçoamos a tirania, onde quer que ela desgrace homens e nações, principalmente na América Latina".
Obrigado, Doutor Ulysses, por me ensinar a amar o ódio e o nojo a muitas coisas.
Inclusive às ditaduras, ao fascimo, ao negacionismo, ao fanatismo e aos preconceitos.
Amemos odiar o que não presta!
Amemos odiar o que fede!
Amemos odiar o que desfigura, corrompe, desvirtua e contamina a democracia!
Tenhamos amor ao ódio.
Amemos odiar, quando o amor ao ódio for necessário para construirmos sociedades mais justas e democráticas.

As ditaduras fedem. Fedem como pum de Bozo!


Vejam só que fofura quando um pai, entrado nos cinquenta, acorda de manhã e manda uma carta pra filha.
Uma carta terna, mas também testemunhal e pedadógica.
Terna sem ser sentimentalista, porque não é preciso derramar lágrimas - nem nos textos - para demonstrar amor e consideração pelos outros.
Testemunhal porque se trata de alguém que, mesmo criança, procurou aprender sobre a experiência histórica e para muitos trágica, dolorosa e terrível: a ditadura que se implantou no Brasil em 31 de março de 1964, portanto há 57 anos, e se estenderia por duas décadas.
Pedagógica porque demonstra que nunca é tarde para ensinar-se que o genocídio, ao contrário do que muitos pensam, é crime. E que ditaduras fedem.
Fedem como pum de Bozo (ou será que pum de Mito não fede, gente?)
Vejam, abaixo, a cartinha que o jornalista Paulo Silber, amigo do coração e parceiro de tantas jornadas em redação, mandou para a filha, neste 31 de março, e compartilhou com o blog.

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Eu não estava aqui no dia D. Cheguei um ano depois. Mas, na carne viva da História, não é mentira se sentir a dor  que outra gente sente. Por isso, também sofri, lendo, aprendendo e enfim vivendo aquilo que não vivi. Mas que também cortou minha carne. Afinal, golpe é isso, né? Um corte, raso ou profundo, que sempre haverá de sangrar a pele, mesmo cicatrizado.
E agora um desvairado genocida, louco de marré, marré, brinca de pira com a vida, tentando congelar o presente pra ressuscitar passado.
Um período inaugurado num dia como o de hoje, que também nasceu nublado: 31 de março. Um dia que durou 20 anos. Um dia que ainda fede, graça a caras como o Bozo.  Quando o Bolsonaro fala, é o Brasil soltando pum.

terça-feira, 30 de março de 2021

E Santarém, quem diria, acabou não no Irajá, mas no Twitter do Doria

E Santarém - a Pérola do Tapajós, plantada à beira do mais belo rio do mundo -, ao contrário de Greta Garbo, acabou, quem diria, não no Irajá, mas no Twitter do Doria.

João, o Calça Apertada, como bolsonaristas carinhosa e democraticamente o chamam, fez um tuíte com a foto de uma ribeirinha recebendo a Coronavac (mais conhecida por fanáticos negacionais como Vachina e por doristas, como Vacina do Doria).

Vejam aí.

Foi o bastante para tuiteiros, sobretudo os bolsonaristas, é claro, caírem de pau no Calça Apertada.

A zoeira foi tanta que até o Calça Apertada fez ironia: "De calça apertada vacinando todos!", escreveu Calça Apertada, para desespero e mais ódio ainda dos democráticos ofensores.

A parada é a seguinte.

Doria não conhece Santarém.

E Santarém não conhece o governador paulista.

Mas santarenos têm a vacina - não importa se é a chinesa, a indiana, a comunista ou a fascista. Não importa se Vachina ou Vacina do Doria.

E felizes dos que, como a ribeirinha da foto, já estão imunizados.

Quanto a Doria, vamos ver até onde sua vacina será capaz de imunizá-lo contra o desconhecimento na Região Norte do Brasil, credenciando-o a encarar uma eleição presidencial, como é o sonho dele.

Um sonho não compartilhado, vale dizer, por cinco entre tucanos.

segunda-feira, 29 de março de 2021

Enfim, o Centrão governa o Brasil. Faça bom proveito!

Arthur Lira e Rodrigo Pacheco: eles comandam o Centrão, que efetivamente governa o Brasil
Quem acredita que Bolsonaro ainda é presidente da República?
Nem Bolsonaro acredita nisso.
Então, você aí, por favor não acredite em algo que nem esse cidadão acredita.
Quem nos governa, ora bolas, é o Centrão.
O Centrão tirou Pazuello do Ministério da Saúde.
O Centrão acaba de tirar Ernestro Araújo do Ministério das Relações Exteriores.
O Centrão pavimenta o caminho para tirar outro desvairado - Ricardo Passar a Boiada Salles.
O Centrão forçou a reunião de Bolsonaro com governadores e a consequente formação de um comitê - comandando pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco - para tentar uma melhor articulação com estados e municípios no combate à pandemia.
O Centrão, pela voz de Arthur Lira, já avisou Bolsonaro de que acendeu o sinal amarelo - o impeachment à vista, como sabem.
O Centrão governa o Brasil, meus caros.
O Centrão fez de Bolsonaro o seu refém favorito - e muito dócil, muito pianinho, muito medicado e, portanto, calmo. Meio calmo.
Enfim, teremos governo.
Um governo que não imaginávamos ter.
É um subproduto, digamos assim, do desgoverno Bolsonaro.
Resiste, Brasil!
Resiste!

Dois ministros saem num mesmo dia: é o retrato de um governo que vai desmoronando

Bolsonaro: a cara de um governo nefasto, que está destruindo o Brasil desde 1º de janeiro de 2019

Ladeira abaixo.
É assim o governo Bolsonaro.
Desde o dia 1º de janeiro de 2019, temos quase dois anos e meio de crise, de loucuras, desvarios, fanatismo, negacionismo, incompetência.
E temos quase um ano e meio de governo diretamente responsável pelo agravamento de uma tragédia horrorosa, como tem sido essa pademia.
Desde o dia 1º de janeiro de 2019, temos um governo que destrói o País. Dia a dia.
Desde o dia 1º de janeiro de 2019, temos um governo que vai desmoronando.
Nesta segunda-feira (29), saíram dois ministros.
Um deles, o das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, bem na hora de abrir a porta do Itamaraty e ganhar a rua foi chamado de marginal por uma senadora.
Agora há pouco, surpreendentemente, anunciou-se que o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, foi demitido por Bolsonaro.
Por quê?
Porque o cidadão exigia um maior alinhamento político das Forças Armadas ao seu desgoverno. E o general insistia em preservar o papel institucional - e não político - das Forças Armadas.
E agora?
Agora, acompanhemos o desmoronar desse desgoverno que infelicita e envergonha o Brasil.
Todo dia.
O dia inteiro.

domingo, 28 de março de 2021

TJPA nega seguimento a HC coletivo da Defensoria Pública em favor de todos os habitantes do Pará

O desembargador Leonam Cruz, do Tribunal de Justiça do Pará (TJPA) negou seguimento, no último sábado (27), a um pedido Defensoria Pública do Estado (DPE), para a concessão liminar de habeas corpus coletivo "em favor de todos os habitantes com endereço e domicilio no Estado do Pará que possam vir a ser constrangidos em sua liberdade de ir e vir por atos normativos ou concretos à justificativa por prevenção de Covid-19".

Na ação, a DPE citou especialmente o Decreto Estadual nº 800/2020, que impôs um lockdown de duas semanas na Região Metropolitana de Belém e está previsto para encerrar-se nesta segunda-feira (29), mantidas, no entanto, várias outras restrições, como o toque de recolher das 22h às 5h.

"É notório que o maior prejuízo será das famílias de baixa-renda, pois quem sofre com todo esse caos é o povo assalariado ou autônomos, que vem sendo proibido de trabalhar ou transitar na rua fora dos horários estabelecidos e diante de tudo ainda devendo comprovar o motivo que está transitando na rua, são medidas arbitrárias e contraditórias. Essas medidas é um grau de insensibilidade e falta de consideração com o povo trabalhador que não pode andar em paz pelas ruas", argumenta a DPE.

O desembargador negou seguimento à ação porque, conforme ressaltou, "para a tutela de direitos coletivos mediante a impetração de habeas corpus, é preciso que sejam individualizadas, ou ao menos identificáveis, as pessoas que, efetivamente, sofrem ou estão prestes a sofrer a suposta coação ilegal."

Acrescentou ainda que "o ato impugnado consiste em decreto estadual, ato normativo em tese, frente ao qual não se admite o ajuizamento desta ação mandamental. Nesse contexto, data maxima venia aos elaborados argumentos da impetrante, incabível é a via eleita e, consequentemente, impossível o seu acolhimento."

"Não existe transparência", diz procurador do MPF ao questionar decisão do governo do estado em suspender lockdown

 

O Ministério Público Federal ainda aguarda manifestação da Justiça Federal sobre pedido formulado neste sábado (27), para que seja estendido ainda mais o lockdown na Região Metropolitana de Belém, que inclui a capital e mais quatro municípios - Ananindeua, Marituba, Santa Bárbara e Benevides.
No pedido, o MPF se mostra contrário à decisão do governo do estado, com o apoio das cinco prefeituras, de encerrar o lockdown a partir das 21h desta segunda-feira (29), passando a vigorar nos cinco municípios, a partir de terça, o bandeiramento vermelho, indicador de alto risco de contágio da pandemia do coronavírus Covid-19.
Em videoselfies divulgados neste domingo (28) pelo MPF do Pará, o procurador da República, Ricardo Negrini, o procurador da República no Pará, Ricardo Negrini, diz que ainda há filas de pacientes com Covid esperando atendimento na Região Metropolitana e acusa o estado de não vir agindo com transparência e de ignorar a atuação de um Comitê Técnico-Assessor, criado pelo próprio governo do estado, para orientá-lo sobre o combate à pandemia, inclusive a adoção de medidas extremas, como o lockdown.
"As decisões do estado são tomadas por razões que não são conhecidas. Os estudos que baseiam essas decisões não são disponibilizados. Não existe transparência", afirma Negrini.
Assista ao vídeo.

sábado, 27 de março de 2021

Lockdown acaba na segunda na RMB. Ufra detecta avanço acelerado do contágio em outras regiões do estado. Em Belém, número de infectados e de óbitos aumenta 400%.

  • Marcel Botelho, reitor da Ufra: avanço da pandemia agora afeta o Nordeste do Pará
    e outras regiões do estado. "É preciso cuidado nessas regiões específicas", alertou.
  • O governo do estado do estado anunciou, na manhã deste sábado (27), que o lockdown na Região Metropolitana de Belém, em vigor desde o dia 15 de março passado, encerra-se às 21h da próxima segunda-feira (29). Mesmo assim, a partir de terça-feira (30), todos os municípios que compõem a RMB - Belém, Ananindeua, Marituba, Santa Bárbara e Benevides - vão ficar sob o regime de bandeiramento vermelho, que indica alto risco de contágio pelo coronavírus Covid 19.
  • Duante a entrevista coletiva, o professor Marcel Botelho, reitor do Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), disse que, no momento, os casos de Covid na RMB "tendem para uma estabilização". Dependendo do avanço da vacinação e de outras medidas restritivas, ele estimou ser possível uma "tendência de queda nas próximas semanas".
  • Botelho fez, no entanto, uma revelação preocupante: pelos dados que vêm sendo coletados pela Ufra, o nordeste do Pará e outras regiões, como as do Araguaia, Xingu e Carajás, passaram a apresentar uma tendência de alta no número de contágios. A Região do Baixo Amazonas, segundo o reitor, "já passou pelo pico e agora está em queda".
  • Atualmente, 17 municípíos paraenses estão sob lockdown, o que demonstra o avanço da doença em várias outras regiões do Pará, onde já se registra a exaustão do sistema de atendimento hospitalar, tanto na rede estadual como nas redes muncipais.
  • Em Belém - O prefeito Edmilson Rodrigues chamou atenção de que, em Belém, o número de infectados e de óbitos em decorrência da Covid alcançou, agora, um patamar 400% superior em relação aos números registrados em novembro do ano passado.
  • "Quando estabiliza com 400% a mais de doentes, de mortes, é importante que o povo entenda que suspendemos o lockdown, mas mantemos o bandeiramento vermelho e muitas restrições. Porque a tendência é que, mesmo caindo agora, ainda está muito elevado o número de pessoas infectadas pelo vírus, que adoecem. E grande parte das que adoecem agravam e precisam de entubação, precisam de UTI", disse o prefeito.
  • O governador Helder Barbalho explicou que dois fatores relevantes levaram o governo do estado, com o assessoramento de um comitê técnico-científico e da própria Ufra, a suspender o lockdown nos cinco municípios que integram a Região Metropolitana de Belém.
  • O primeiro fato foi o avanço da vacinação, que na Capital, a partir desta semana, já alcançou o segmento populacional com mais de 60 anos de idade. Helder anunciou que na próxima semana, em vários outros municípios, começarão a ser vacinados os idosos a partir de 64 anos.
  • O outro fator foi a oferta de leitos para o tratamento de pacientes com Covid. De acordo com o governador, o Pará dispõe neste momento de 1.884 leitos em todo, dos quais 1.227 são clínicos e 657 em UTIs. Esses número referem-se apenas ao sistema estadual de Saúde, não incluindo, portanto, os leitos disponíveis nas redes municipais e no sistema privado.

  • Depois do lockdown, veja como serão as restrições na Região Metropolitana de Belém

  • * Belém, Ananindeua, Marituba, Benevides e Santa Bárbara serão enquadrados no bandeiramento vermelho;
  • * Circulação de pessoas nas ruas está proibida entre 22 h às 5 h;
  • * Caminhadas, carreatas, passeatas e qualquer evento que gere aglomeração acima de dez pessoas estão proibidos;
  • * Esportes coletivos estão suspensos, sendo permitida a prática esportiva com, no máximo, quatro pessoas;
  • * Praias, igarapés, balneários e similares fechados nos feriados e das sextas às segundas;
  • * Bares, boates, casas de show e casas noturnas fechadas ao público;
  • * Eventos privados podem ser realizados com, no máximo, dez pessoas, sendo permitidas apresentações musicais com até dois artistas;
  • * Restaurantes, lanchonetes e estabelecimentos afins poderão funcionar com lotação máxima de 50% da capacidade e só podem ficar abertos até às 18 horas;
  • * Lojas de conveniência, supermercados, mercados, deliverys e demais estabelecimentos não podem vender bebidas após às 18 h;
  • * Aulas na rede privada de ensino suspensas durante a semana santa, retornando no dia 5 de abril com todas as medidas protocolares de proteção vigentes;
  • * Cinemas e teatros seguem fechados;
  • * Comércios de rua funcionam de 9h às 17h;
  • * Shoppings abertos até às 20h, com a praça de alimentação funcionando até às 18h;
  • * Academias abertas até 18h com agendamento prévio e sem aulas coletivas.

sexta-feira, 26 de março de 2021

Jornalista que é jornalista também erra. Se errar, deve ser inapelavelmente condenado?


Somos jornalistas.
Somos humanos, apenas isso.
Humanos que somos, erramos.
Quando erramos, não merecemos ser tratados como se fôssemos bandidos ou repositórios dos mais repugnantes preconceitos da face da Terra (as duas, a plana e a redonda, vale dizer).
Franssinete Florenzano é uma profissional que dispensa apresentações - por sua seriedade, integridade profissional (como jornalista e servidora pública concursada) e pela dignidade com que se conduz no papel de cidadã.
Seu blog e suas redes sociais, que estão entre os de maior audiência em Belém e no estado, abordam temas do maior interesse público.
No dia 20 de março, ela publicou em seu blog a informação de que o professor indígena Elton Sarmento Lopes saiu para caçar com um parente e acabou se perdendo na floresta, na região do Tapajós, oeste do Pará. Ele foi localizado e resgatado pelo helicóptero do Grupamento Aéreo de Segurança Pública, quatro dias após se perder.
Franssinete errou. Ainda que sem qualquer intenção de ofender o professor, utilizou termos como "índio" e "aculturado".
A jornalista, ao perceber o erro e diante de comentários ora debochados, ora ofensivos de leitores nas redes sociais, não apenas excluiu a postagem, como desculpou-se de forma clara, insonfirmável e contundente. Desculpou-se sinceramente. O título da postagem diz tudo: Minha culpa.
Mesmo assim, foi alvo de uma nota - virulenta, violenta e despropositada - assinada por 15 entidades.
As entidades, por seus representantes, em nenhum momento procuraram a jornalista antes de publicar a nota.
Em nenhum momento exerceram o legítimo direito de resposta no blog dela.
Não.
Em vez disso, divulgaram uma nota com tons justiceiros: é como se os subscritores, expelindo ódio por todos os poros, funcionassem ao mesmo tempo como policiais, membros do Ministério Público e do Poder Judiciário.
Arrogando-se tais poderes, indiciaram, denunciaram e condenaram a jornalista. Inapelavelmente. Irrecorrivelmente.
É uma pena que o nível de tolerância, ou melhor, de intolerância tenha chegado ao patamar a que está chegando.
Mas esse caso é ilustrativo de que a cada dia podemos aprender.
Aprendemos, inclusive, que a defesa de segmentos culturais e populacionais - cujas vozes, no curso dos tempos, são sufocadas pelo preconceito e pela intolerância - pode também incorrer em injustiças e intolerâncias.
As mesmas injustiças e intolerâncias que dizem combater.

Já somos párias. Só não vê quem não quer. E outra coisa: viva o Centrão!

É isso mesmo!
Somos párias perante o mundo.
Somos enjeitados.
Somos piores do que aqueles doentes que, no correr de tempos idos, eram mandados para os guetos, segregados forçosamente para não contaminarem a comunidade onde viviam.
Se já não somos párias, caminhamos celeremente para isso.
Quem nos tornou párias?
O coronavírus é que não foi.
Bolsonaro e seu desgoverno, estes sim, estão nos tornando párias.
O desgoverno, por suas posturas perniciosas, amalucadas e burras, está atirando o País num isolacionismo de proporções desastrosas, verdadeiramente ruinosas para o futuro próximo.
Daqui a cinco ou seis meses, segundo estimativas de economistas e especialistas da área de Saúde, vários países do mundo retomarão suas rotinas, dentro das cautelas necessárias impostas pela pandemia.
E o Brasil?
Sem previsão.
Nesta quarta-feira (24), tragicamente, o país alcançou o número horroroso de 300 mil mortos pelo coronavírus.
Não bastasse isso, vejam como nós, brasileiros, já estamos sendo tratados em vários países.
Vejam as informações acima, presentes na edição desta semana da revista "Veja".
A obra do cientista - Eis a grande obra do governo negacionista, nefasto, antipatriota, cruel, incompetente de Jair Bolsonaro, que é, como sabemos, uma sumidade como cientista, muito embora acredite que vacina pode transformar a gente em jacaré.
Já como presidente, está consolidando sua grande obra: tornar o Brasil um pária no concerto das Nações.
No desgoverno Bolsonaro, um dos grandes, mais notáveis e ardorosos - para não dizer fanáticos - artífices desse isolacionismo insano chama-se Ernesto Araújo.
Ele era ministro das Relações Exteriores.
Era ministro porque, mesmo ainda sendo, ele já está praticamente exonerado do cargo.
E não por vontade de Bolsonaro, que nada governa. Mas por deliberação e exigência do Centrão, que também já demitiu Eduardo Pazuello e quer demitir Ricardo Passar a Boiada Salles.
Viva o Centrão, gente!
E vocês ainda falam mal do Centrão, este grupo de puros que, como vemos, está governando o Brasil.
Que tempos!

quinta-feira, 25 de março de 2021

Desista, Queiroga, desista! Não tente fazer como Pazuello, o nosso herói decaído.

Cena da retirada de Dunquerque: aprenda com a História, Pazuello!

A saída do general Eduardo Pazuello do Ministério da Saúde marca uma efeméride na história do Brasil.

Em cinco séculos de história, ele foi o pior, o mais incompetente, o mais biruta, ridículo e desnorteado ministro da Saúde que o Brasil já teve.

Como ministro, Pazuello virou meme, piada, chiste, bazófia.

Como ministro, Pazuello também virou a voz do desgoverno.

Um desgoverno que levou, por exemplo, a cenas desesperadoras de pessoas morrendo por falta de oxigêncio em Manaus, tragédia que ensejou o Supremo Tribunal Federal a autorizar a abertura de uma investigação que pode resultar na responsabilização - penal e civil - de Pazuello e de quem, com ele, eventualmente tenha concorrido com ações ou omissões para os horrores que todos vimos.

Pazuello deixou o governo esgrimindo - por voz própria ou pela voz de alguns de seus ex-assessores - números e fatos (hehehe) que indicariam ter sido ele quase um herói da pandemia.

Lendo ou ouvindo essas baboseiras, tem-se a impressão de que Pazuello foi o valente e destemido soldado que lutou sozinho contra a pandemia. E venceu-a!

É cômico, não fosse trágico! 

Biografias tisnadas - Eduardo Pazuello, ao que se sabe, é um militar que se mostrou, em sua trajetória na caserna, competente, dedicado e, segundo se diz, especialista em logística.

Não se pode - e nem se deve - duvidar dos méritos do militar Eduardo Pazuello.

Como ministro da Saúde, todavia, ele foi uma tragédia. E acabou tisnando sua biografia - como ministro e como militar. Tisnou-a duplamente, portanto.

Por que assumiu o risco de tisnar sua biografia, aceitando o encargo de encarar uma tarefa para a qual - viu-se logo desde seus primeiros dias no Ministério da Saúde - não estava preparado?

Porque o Pazuello ministro resolveu incorporar e agir como o Pazuello general.

O que para um cidadão civil é um encargo, um dever, uma atribuição, para um militar é uma missão. E poucos militares em missão conseguem intuir o seguinte: recuar da missão, desistir da missão pode ser também, dentro um determinado contexto, dentro de uma determinada circunstância, um ato de inteligência, de patriotismo. E pode representar, não raro, a preservação da vida. Ou de vida. Milhares, milhões de vidas.

Em suas alocuções, Pazuello invariavelmente usava o jargão, os conceitos e os princípios militares - inclusive os aplicados nas guerras - para compará-los às suas atribuições, aos seus fazeres e afazeres como ministro.

Pena que as referências de Pazuello em relação a estratégias de guerras limitem-se apenas aos velhos conceitos do nunca desistir, jamais desistir, sempre persistir na missão.

Leia, Pazuello, leia! E veja como você
foi muito melhor que Churchill. Sóquinão!
Que bobagem!

E que trágico acabou sendo o Pazuello ministro acreditar nisso.

Remember Churchill - Pazuello, acho, deve conhecer Churchill.

Se ainda não o conhece, indico-lhe, por exemplo, O Esplêndido e o Vil, livro que acabei de ler há uns dois meses e que, sem dúvida, é a obras mais impressionante, comovente, humana e ao mesmo tempo heroica de quantas já li (e foram várias, devo dizer) sobre o homem que liderou a Grã-Bretanha e ajudou a conduzir o mundo na vitória contra o nazismo.

Qual foi um dos grandes momentos de Churchill? Foi, como todos sabem - não sei se Pazuello sabe - A Retirada de Dunquerque.

O que foi a A Retirada de Dunquerque? Todos sabem - não sei se Pazuello sabe: foi uma desistência, um recuo, uma volta para trás, foi descontinuar a missão, interrrompê-la, suspendê-la.

Não fosse isso, as forças britânicas teriam sido dizimadas.

Depois do recuo, e para instilar ânimo em seus compatriotas, Churchill fez aquele famoso discurso em que disse, entre outras coisas: "Lutaremos nas praias, lutaremos nos terrenos de desembarque, lutaremos nos campos e nas ruas, lutaremos nas colinas; nunca nos renderemos".

Pois é.

We shall never surrender.

Aprenda, Pazuello, aprenda!:
recuar não é se render

Churchill prometeu nunca se render após um recuo, uma desistência. Após descontinuar a missão e dar um passo atrás.

Depois disso, os britânicos restauraram suas forças, voltaram à luta, lutaram e enfrentaram um massacre de mais de um ano da força aérea alemã. Mas ganhariam a guerra mais à frente.

Como já não é ministro, lamenta-se que Pazuello não possa mais rever seus conceitos nesta verdadeira guerra que é o combate à pandemia.

Espera-se apenas que seu sucessor seja, pelo menos, um pouco menos pior do que ele.

E que o País - exclusive Bolsonaro, fique bem claro - possa vencer esta guerra que já ceifou, só no Brasil, mais de 300 mil vidas.

Ah, sim.

E se Marcelo Queiroga não estiver conseguindo cumprir a missão que lhe prescreveu o cientista Jair Bolsonaro?

Se tal acontecer, desista, Queiroga. Desista.

Não faça jamais como Pazuello fez.

MP denuncia e pede indisponibilidade de bens do chefe da Casa Militar, do ex-secretário Alberto Beltrame e mais 13






O Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) ofereceu, nesta quarta-feira (24), denúncia contra o chefe da Casa Militar do governo Helder Barbalho, coronel Osmar da Costa Júnior; o ex-secretário de Estado de Saúde, Alberto Beltrame; o ex-secretário-adjunto de Gestão Administrativa da Sespa, Peter Cassol e mais 12, entre pessoas e empresas (veja na imagem abaixo), por envolvimento na aquisição de 1,440 milhão de garrafas pet no valor total de R$ 1,7 milhão. A compra foi feita no ano passado, durante a primeira onda da pandemia do coronavírus Covid-19. O processo foi autuado sob o número 0802379-79.2021.8.14.0000.
A ação de 215 laudas, assinada pelo procurador-geral de Justiça, Gilberto Martins e mais quatro promotores (José Augusto Sarmento, Pedro Paulo Crispino, Rodrigo Aquino Silva e André Cavalcanti de Oliveira), soma-se a uma outra, de improbidade administrativa, ajuizada em junho de 2020, apontando superfaturamento na aquisição das garrafas.
Na denúncia (ação penal) agora formulada, o MMPP pede a indisponibilidade de bens dos denunciados até o limite de R$ 1.710,000, "o que possibilitou o desvio de dinheiro público em favor de terceiros (pessoas físicas e jurídicas), mostrando-se necessária a indisponibilidade dos bens pleiteada para tentar garantir um mínimo de ressarcimento ao erário público do dinheiro desviado". Se o Tribunal de Justiça entender que é incabível esse pedido, o MP pleiteia, alternativamente, que se proceda ao bloqueio de R$ 1.321.488,00, valor apontado pelo Tribunal de Contas do Estado como efetivo prejuízo causado aos cofres públicos do Pará.
Organização criminosa - "Embora as investigações tenham se concentrado, inicialmente, restrito ao período de pandemia, pois foi quando as contratações por dispensa de licitação se proliferaram como regra geral pela atual gestão do governo do Estado do Pará, embora boa parte não tenha tido justificativa plausível para o objeto licitado e compatível com o contexto de pandemia, a atuação da ORCRIM (organização criminosa), ao que tudo indica, não ficou limitada a esse período", diz um trecho da denúncia.
O MPPA sustenta que Alberto Beltrame "autorizou e ratificou todas as ilegalidades praticadas pelos demais agentes públicos. Inclusive, foi categórico em afirmar, falsamente, que houve 'descritivo detalhado do objeto a ser adquirido' e que restou 'cristalino o cumprimento de todas as formalidades legais', autorizando a aquisição absurda das garrafas pet, em comento, fundamentando suas conclusões até mesmo “nos princípios da vantajosidade e economicidade'".
Corrupção passiva - Quanto ao chefe da Casa Militar, coronel Dilson Costa Júnior, a denúncia ressalta que ele "teve papel de destaque na ORCRIM e no esquema criminoso, sendo o grande articulador das ilicitudes, aparecendo desde as tratativas iniciais, quando a dispensa de licitação ainda nem tinha sido formalizada e iniciada, mas já trabalhando para que a empresa Marcoplas fosse a escolhida para desviar dinheiro público, o que de fato aconteceu, até a entrega das garrafas aos destinatários finais (ao que tudo indica não foi finalizado)."
De acordo com a denúncia, a investigação demonstrou que Costa Júnior "recebeu vantagem indevida do núcleo empresarial, pelos 'serviços prestados', materializado em um aparelho celular no valor de R$ 5.264,20, incorrendo no crime de corrupção passiva".
Descrito como "braço direito do titular da pasta da Saúde", Peter Cassol Silveira teria, segundo o MPPA, "atuado massivamente na montagem do procedimento de contratação, centralizando a maioria dos movimentos de tramitação processual entre os demais agentes públicos envolvidos, quase todos apenas no dia 24.03.2020".
Além disso, a denúncia aponta que Silveira "ignorou o conteúdo do parecer jurídico juntado aos autos, porém, se valeu apenas do aspecto da existência do documento - que nem possuía assinatura e era datado de antes do início da contratação – para fundamentar sua manifestação favorável à adoção das providências cabíveis à continuidade da aquisição pública, o que foi feito, ainda, sem a apresentação de quaisquer justificativas mínimas para o quantitativo enorme do produto que seria comprado ou quanto a real necessidade da contratação".

quarta-feira, 24 de março de 2021

Use um adjetivo por dia. E sinta-se mais leve em relação a Bolsonaro, esse gigante da Ciência.


Doutor Jair, esse luminar da Ciência, falou nesta terça (23) à noite.
Conforme lhe conferem seus poderes constitucionais, ele requisitou uma rede nacional de rádio e TV e fez uma alocução (hehe) de quase cinco minutos.
Foram quase cinco minutos torturantes.
Torturaram-nos as mentiras, a desfaçaz, a ousadia, a hipocrisia e o histrionismo que esse pergonagem expeliu, no dia mesmo em que o País registrou 3.158 mortos de Covid em apenas 24 horas.
Um recorde.
Cerca de 125 vidas perdidas a cada hora.
À fala do cientista - que episodicamente, como se sabe, ocupa o cargo de presidente da República Federativa do Brasil - seguiu-se um panelaço em todo o País.
E ainda agora, quando o Espaço Aberto faz essa postagem, percebe-se uma frustração imensa, um vazio d'alma opressivo entre milhares, milhões de brasileiros: eles não sabem mais que adjetivos usar para qualificar Bolsonaro.
Não seja por isso.
Não se amofinem quando não tiverem mais adjetivos para definir esse mito da Ciência, esse gigante do bom senso, esse exemplar da competência, esse herói do apreço à vida.
Quando acabarem os adjetivos de vocês, sirvam-se dos relacionados acima, em artigo que a jornalista Mariliz Pereira Jorge assinou e foi publicado no dia 18 de março passado, no jornal Folha de S.Paulo.
São, ao todo, 194 adjetivos.
Usar um por dia não fará mal a ninguém.
Ao contrário, fará muito, mas muito bem.
Se você experimentar apenas um adjetivo desses por dia, certamente ficará com a alma mais leve.
Talvez não seja conveniente usar apenas um qualificativo: ditador.
Bolsonaro não gostou de ser chamado assim.
Numa live (veja abaixo), ele se achou injustiçado por ter sido qualificado de ditador.
Quantos aos demais 193 adjetivos, até Bolsonaro, ao que tudo indica, considerou-os mais do que pertinentes, verdadeiros e definidores de sua personalidade, de seu caráter e de suas idiossincrasias políticas e ideológicas.
Viva Bolsonaro, esse luminar da Ciência e também um democrata incomparável!
Ah, sim!
Mais uma coisa: leitores do blog informam que existe uma versão do artigo em francês. É verdade: também existe em inglês, alemão, sânscrito, latim...
Então, vamos à nossa pílula: apenas um adjetivo por dia, não esqueçam!

terça-feira, 23 de março de 2021

É o lockdown, seus negacionistas estúpidos!


Está aí.
Leiam a nota de abertura da Coluna do Estadão, reproduzida em O LIBERAL de segunda-feira (22).
Vejam o caso emblemático de Araraquara.
E quando negacionistas pretenderem negar a você que o lockdown não passa, como eles idiotamente dizem, de uma conspiração contra a vida, esfregue esses números na venta deles, dizendo assim: "É o lockdown, seus estúpidos".
Parodiem James Carville, o estrategista da campanha eleitoral de Bill Clinton, em 1992, com o seu já famoso diagnóstico "é a economia, estúpido", que virou uma espécie de bordão da obviedade.
Porque, seus estúpidos, o lockdown é, sim, a alternativa que nos resta para frearmos a escalada dessa pandemia trágica, mortal, horrorosa.
O resto, estúpidos, é apenas estupidez de negacionistas. Que, de tão estúpidos, nem se tocam com o fato de que, para termos a economia funcionando, precisamos termos consumidores vivos, e não mortos.
Não é isso, estúpidos?

O vírus e o governo Bolsonaro: um é o hospedeiro do outro


Não há como, presidente.
Não há como atender a esse apelo.
Porque o governo Bolsonaro é o vírus.
Não se pode dissociar o coronavírus Covid-19 do governo Bolsonaro.
Um e outro são íntimos.
Um e outro se toleram.
Um alimenta o outro.
Um é o hospedeiro do outro.
Ambos convivem em simbiose.
Uma simbiose perfeita.
Absolutamente perfeita.

sexta-feira, 19 de março de 2021

O Centrão começa a se aborrecer. Lembrem-se de Dilma. Bolsonaro que se cuide!

Espiem aí.
A matéria aparece, em destaque, na página A8 da Folha de quarta-feira (17).
O Centrão está fulo da vida porque Bolsonaro não escolheu um dos nomes que o grupo propôs como alternativa para substituir Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde.
E agora?
E agora o Centrão está aborrecido e vai começar a cobrar a conta.
Aborrecido, o Centrão, como vocês bem devem se lembrar, fez o movimento definitivo de abandonar Dilma, jogá-la às feras e abrir caminho para o impeachment da petista.
A cada dia, vemos e ouvimos parlamentares do Centrão, vários bem influentes, verbalizarem sem solenidade alguma sua indignação contra o governo federal.
Uma indignação que cresce ainda mais depois do falecimento nesta quinta-feira (18), em decorrência da Covid, do senador Major Olímpio (PSL-RS).
Lembrem-se de Dilma.
Bolsonaro que se cuide!

Paulo Chaves, a arte de fazer bem feito

Paulo Chaves, a arte de fazer bem feito. Quando passei a conviver com Paulo Chaves, no início dos anos 90, ele já era...

Publicado por Orly Bezerra em Quinta-feira, 18 de março de 2021

O texto é perfeito.

Porque prima pela delicadeza, pelo afeto e pela precisão de quem, como o jornalista e publicitário Orly Bezerra, conviveu e, mais do que isso, privou da intimidade de Paulo Chaves, que nos deixou na última quarta-feira (17).

Com as recordações que nos apresenta, Orly confirma a convicção de que, como já dissemos aqui, Belém pode ser dividida em duas: antes de Paulo Chaves ser secretário e, portanto, homem público, e uma outra depois dele.

quinta-feira, 18 de março de 2021

No adeus a Paulo Chaves, um passeio pelas obras que representam um legado do seu talento a Belém


Secretário de Cultura durante os governos Almir Gabriel e Simão Jatene, o professor, arquiteto e urbanista Paulo Chaves Fernandes foi sepultado nesta quinta-feira (18), em Belém, um dia após falecer, aos 75 anos de idade.
O cortejo de despedida (vejam nas imagens, cedidas pelo jornalista e publicitário Orly Bezerra) percorreu as principais obras que tiveram sua assinatura, revelando um talento marcado pela excelência, precisão, refinamento e fidelidade às linhas arquitetônicas originais das edificações que restaurou, conferindo aos espaços novos usos e significados.
Desde o Theatro da Paz, que esteve à frente de uma restauração detalhada, para abrigar depois o Festival de Ópera, o cortejo passou pela Estação das Docas, Complexo Feliz Lusitânia (Igreja de Santo Alexandre, Forte do Presépio e Casa das 11 Janelas), Mangal das Garças, Portal da Amazônia, São José Liberto, Parque da Residência, Hangar Centro de Convenções da Amazônia (hoje transformado em um hospital de campanha para atender aos pacientes com Covid) e Parque do Utinga, a última obra realizada por ele em Belém.

quarta-feira, 17 de março de 2021

Paulo Chaves sempre viverá em Belém. A sua Belém!

Paulo Chaves: seu legado é uma Belém mais bela, mais aprazível, acolhedora e mais amazônica

Sou suspeito para falar de Paulo Chaves.
Sou suspeito porque o conheci pessoalmente.
Porque o admirava.
Porque travei com ele uma relação de forte amizade, que de minha parte permaneceu indelével, até que um mal entendido, decorrente de injunções, deveres e contingências puramente profissionais, nos separou nos últimos anos.
Tomar conhecimento, ao cair da tarde desta quarta-feira (17), da morte do professor, arquiteto e homem público Paulo Chaves, vítima não de Covid, como muitos estão imaginando, mas de complicações decorrentes de outras comorbidades (cardíacas, inclusive), que há muito tempo o atormentavam, tomar pé dessa ocorrência infausta, portanto, é um golpe horroroso, neste momento de tantos golpes, de tantas lágrimas, de tantas vidas ceifadas.
A notícia da partida de Paulo trouxe-me à memória a primeira vez que o vimos, eu e colegas - muitos dos quais meus amigos até hoje -, nos idos de 1979, quando então cursávamos o primeiro ano do Curso de Comunicação da UFPA.
Paulo apresentou-se-nos na sala de aula com sandálias tipo havaianas (pretas, lembro-me bem) nos pés, calça jeans meio desbotada e uma camiseta - meio justa e sem mangas. A tiracocolo, uma bolsa - tão pequena, tão minúscula que mal deveria agasalhar, acho eu, a chave do carro que ele dirigia.
Sua figura, nestes trajes, causou espanto em muitos dentre nós, sobretudo entre os mais conservadores, que inconscientemente construímos a imagem de um professor de academia trajado sempre a prumo, de preferência de paletó e gravata.
Paulo, não.
Sua figura, sua estampa, destoante do que então se considerava normal - ou meio normal -, suas preleções, suas práticas - como a de aplicar provas porque era obrigado, e não porque as achasse necessárias para aferir a capacidade de cada pupilo -, tudo nele, enfim, encaixava-se num conceito básico, singular e incontornável: Paulo Chaves era mesmo diferente. E por diferente, entenda-se qualquer conceito, inclusive o de que era sempre polêmico. Ardorosamente, radicalmente polêmico.
Se alguém tem dúvidas sobre ser Paulo Chaves diferente, olhem para Belém. Estendam os olhos pela cidade. Vejam-na com seus próprios olhos.
Não tenho dúvidas de que temos uma Belém antes de Paulo Chaves secretário, outra depois de suas passagens pela secretaria de Cultura, nos governos Almir Gabriel e Simão Jatene.
Antes de Paulo Chaves, a Basílica Santuário de Nazaré, o Ver-o-Peso e o Theatro da Paz eram as grandes e praticamente únicas referências da cidade como seus cartões postais, conforme os chamamos.
Depois de Paulo Chaves, além da Basílica, do Veropa e do Theatro da Paz, a Estação das Docas entrou nesse circuito.
Depois de Paulo, o Complexo Feliz Luzitânia (Casa das 11 Janelas, Forte do Presépio, Igreja de Santo Alexandre e Museu de Arte Sacra) passou a encantar nativos e visitantes, como também o Parque da Residência, o Mangal das Garças e o Espaço São José Liberto e seu polo joalheiro.
Depois de Paulo Chaves, não há quem venha a Belém que não queira conhecer o Parque da Residência.
Depois de Paulo Chaves, Belém não precisou mais improvisar locais para grandes eventos públicos em locais multiuso fechados. Porque ele nos legou o Hangar, que é tão multiuso que até transformou-se, neste último ano, em espaço para abrigar um hospital de campanha e uma policlínica para o atendimento de pacientes vítimas da tragédia letal que tem sido esta pandemia.
Depois de Paulo Chaves, o Parque do Utinga deixou de ser um santuário - intocado e inacessível ao público, por suas conformações fisiográficas e pela preciosidade de seu ecossistema - para transformar-se num espaço preparado para o desfrute e para a interação entre seres humanos e um exuberante e magnífico exemplar da biodiversidade da natureza amazônica.
Paulo não inventou a roda.
A rigor, se vocês observarem bem, ele não construiu quase nada em sua passagem pela vida pública.
Em boa medida, Paulo aproveitou o que Belém já tinha de belo, restaurou-o, recuperou-o e deu-lhe novos significados e novas utilidades.
O Espaço São José Liberto, por exemplo: um presídio, recinto de histórias horrorosas permeadas por maus-tratos, torturas, mortes e rebeliões, transformou-se num espaço prazeroso, enriquecedor, fonte para que a criatividade fosse liberada, proporcionando renda e reconhecimento a artesãos pela arte que ali produzem e desenvolvem.
Da mesma forma, a Estação da Docas: três galpões de ferro inglês, com arquitetura bem característica da segunda metade do século XIX, foram adaptados, lapidados, lustrados e transformados no que se vê hoje.
Lamento, sinceramente, não ter reatado o contato com Paulo Chaves, desde que, conforme dito inicialmente, um mal entendido nos separou há uns oito anos.
Ainda tentei, por interpostas pessoas, tentar uma reaproximação com ele nos últimos tempos. Mas o tempo foi passando, passando, veio essa pandemia horrorosa e eis que meu amigo se foi.
Peço-lhe desculpas e perdão por eventuais agravos que, mesmo por imposições eminentemente profissionais eu possa ter cometido e que o deixaram justamente magoado.
Mas agora, que Paulo é saudade, prefiro superar isso tudo e imaginá-lo, imemorialmente, como um cidadão - não digo nem um homem público e um profissional da arquitetura, mas um cidadão - que amou Belém como poucos, que a tornou mais bela, mais aprazível, em alguns aspectos mais amazônica (como quando nos permitiu chegar mais perto de suas águas) e mais acolhedora.
Paulo era, sim, perfeccionista.
Era, sim, detalhista (aos extremos).
Era, sim, exigente.
Mas esse foi o preço que seu enorme, incontestável e operoso talento cobrou-lhe.
E o preço saiu muito, mas muito barato pelos tesouros que legou à cidade.
Paulo Chaves continuará vivo.
Vivíssimo.
Sua Belém, a Belém de Paulo Chaves, é a prova disso.
Porque sua Belém, a Belém de Paulo Chaves, é a cara do seu talento e tem o tamanho do amor que ele nutria pela cidade.
Um amor inesgotável e imorredouro.
Como imorredouras serão nossas lembranças de Paulo Chaves.

A Belém de Paulo Chaves

Casa das 11 Janelas: um dos muitos legados de Paulo Chaves a Belém (foto do Espaço Aberto)

Peço licença - aliás, já pedi - para reproduzir artigo que o jornalista Ronaldo Brasiliense assinou e foi publicado em O LIBERAL do último domingo (14).
O texto faz justiça a Paulo Chaves, que faleceu nesta quarta-feira (17), deixando como legado a Belém uma obra reveladora de seu inesgotável talento e do irreprimível e enorme amor que sempre demonstrou por sua cidade.

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A Belém de Paulo Chaves

Ronaldo Brasiliense

Escrevo estas linhas sob forte emoção. Angústia por saber, aqui distante, na minha Óbidos, Macondo da Amazônia, que meu amigo Paulo Chaves Fernandes, um combatente de muitas guerras, trava uma batalha decisiva pela própria vida na UTI de um hospital de Belém.

Nada a ver com a terrível Covid 19, mas sim com comorbidades adquiridas ao longo de uma vida repleta de desafios. Paulo Chaves sofreu duas paradas cardíacas e teve uma embolia pulmonar. Mas, como o apóstolo Paulo de Tarso, trava o bom combate pela vida, sem perder a fé.

A verdade, sem retoques, é que poucos personagens na história do Pará tiveram uma presença tão marcante em Belém, nossa charmosa capital das mangueiras, como o arquiteto Paulo Chaves Fernandes.

Sim, o polêmico e talentoso Paulo Chaves moldou em muitas paisagens a Belém do século XXI, principalmente como secretário de Cultura nas gestões dos governadores Almir Gabriel e Simão Jatene, que comandaram o destino do Pará por 20 anos – Gabriel, de 1995 a 2002 e Jatene de 2003 a 2006 e de 2011 a 2018.

Com Almir Gabriel, mais como um, digamos assim, secretário de Patrimônio Histórico, Paulo Chaves legou à população de Belém o Parque da Residência, transformando a casa que abrigou governadores; transformou o presídio de Belém no Pólo Joalheiro São José Liberto; recuperou antigos galpões da Companhia Docas do Pará e criou a Estação das Docas, equipamento top de linha no turismo.

Fez ainda o restauro da Casa das 11 Janelas, o Museu de Arte Sacra na Igreja de Santo Alexandre e a reforma do Forte do Presépio no Projeto que denominou de Feliz Luzitânia, onde deu nova cara ao centro histórico de Belém, às margens da baía do Guajará.

Peço licença para um apêndice sobre o novo Forte do Presépio - de Paulo Chaves: no meio de uma polêmica sobre se o muro que cercava o Forte era histórico ou não, Chaves aproveitou decisão liminar da Justiça e derrubou, marreta à mão, no silêncio da madrugada, o muro construído em volta do Forte, onde foi instalado na ditadura militar (1964-1985) o fechado Círculo Militar de Belém, para as elites paraenses. Vida que segue.

Com Simão Jatene, Paulo Chaves esteve à frente de três monumentos em sua contínua declaração de amor a Belém: o Mangal das Garças, às margens do rio Guamá, com pássaros vivendo em liberdade e até um borboletário; construiu o Hangar – Centro de Convenções da Amazônia, onde consolidou a Feira do Livro e esteve à frente do projeto que entregou à população o Parque do Utinga, hoje polo turístico imperdível na capital.

Fez, ao lado do grande amigo, o saudoso e querido arquiteto Paulo Cal, o prédio que abriga o Tribunal de Contas do Estado (TCE), na Quintino Bocaiuva com avenida Nazaré e foi o autor de muitos outros projetos arquitetônicos arrojados que hoje tornam Belém a capital mais admirada da Amazônia.

Um dia – trabalho para os historiadores – quem sabe Paulo Chaves Fernandes integrará um pódio onde se destacam personagens como o arquiteto italiano Giuseppe Antônio Landi e o intendente Antônio Lemos, que deixaram suas marcas na capital.

Um legado que tornou Belém a bela Cidade das Mangueiras, a apaixonante metrópole da Amazônia, com seu inigualável mercado de ferro do Ver-o-Peso, com o fantástico Theatro da Paz, com majestosas igrejas como a Catedral da Sé, a Basílica de Nossa Senhora de Nazaré e Santo Alexandre e palácios como Lauro Sodré e Antônio Lemos e praças da envergadura da República e Batista Campos.
Paulo Chaves Fernandes fez por merecer estar entre os maiores. Que fique este registro para a história.
(Na torcida aqui, rezando, para que, breve, Paulo Chaves esteja de volta ao nosso convívio)

Sabino vai se filiar a partido de centro-direita, mas ainda aguarda o julgamento de ação no TSE

Celso Sabino: "discriminação pessoal" é alegada em ação para se desligar do PSDB

O deputado federal Celso Sabino, que decidiu desligar-se do PSDB, aguardará o pronunciamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre ação de desfiliação que ajuizou, para só então anunciar oficialmente qual será seu novo partido. "Eu continuo seguindo os meus ideais e devo seguir em uma legenda de centro-direita, que ainda estou tendo o cuidado de selecionar bem", disse o parlamentar, há pouco, ao Espaço Aberto.
Na ação, protocolada no TSE sob o número 0600164-72.2021.6.00.0000, Sabino alega "variadas formas de discriminação pessoal" como justificativa para deixar o ninho tucano. No dia último dia 12 de março, o ministro Tarcisio Vieira, relator, indeferiu a concessão de medida liminar solicitada pelo deputado, mandou retirar o caráter de sigiloso do processo e determinou que o PSDB seja citado na ação.
Sabino disse ao blog que tem grandes amigos no PSDB, "um respeito enorme por importantes lideranças que ajudaram a melhorar muito o nosso país e uma grande aproximação com muitos expoentes tucanos". Mesmo assim, ressalta que ficaram evidentes, nos últimos meses, divergências entre ele e alguns dirigentes do partido que tornaram inviável sua permanência no PSDB.
O deputado lembra que foi eleito líder do partido em 2019 e impedido de exercer a liderança porque o governador de São Paulo, João Doria, fez articulações que resultaram na troca de quatro deputados paulistas. Posteriormente, acrescenta Sabino, sua escolha no ano passado como líder da maioria, com o apoio de mais de 257 deputados, teve como consequência o que ele classifica de "constrangimento público", configurado na abertura de um processo para expulsá-lo da legenda.
Pesquisa - Não parou por aí. O deputado sustenta que, conforme aferição do Instituto Paraná Pesquisas em vários bairros de Belém, ele estava em segundo lugar entre os pré-candidatos a disputar as eleições para prefeito, em 2020. Mesmo assim, Sabino reclama que não lhe foi dada a oportunidade de representar o partido no pleito e nem de participar do processo de indicação de candidatos para receber o apoio da legenda, através do fundo eleitoral, diferentemente de todos os outros deputados.
"E agora, por último, devido à minha amizade com o presidente da Câmara, Arthur Lira, e meu apoio a ele, contra a orientação do partido, que preferiu o candidato do Rodrigo Maia, fui mais uma vez constrangido", diz Sabino.
Por todos esses fatos, que configuram a alegada "discriminação pessoal" mencionada na ação que já começou a tramitar na Justiça Eleitoral, o deputado afirma que não lhe restou outra opção "senão buscar a tutela jurisdicional, junto ao TSE, com a competente ação declaratória de justa causa, a fim de garantir minha saída do partido sem a perda do mandato eletivo".

Médico defende paralisação do futebol em todo o País. Olhem o exemplo do Remo.

Miguel Nicolelis no Redação Sportv: é preciso parar o futebol em todo o Paí. Já.

Miguel Nicolelis, médico e neurocientista, acaba de dar uma ótima - e oportuna - entrevista ao Redação Sportv, o principal programa da manhã do canal de esportes fechado da Globo.

Ele foi categórico: é preciso parar as competições esportivas - de futebol, sobretudo e principalmente - em São Paulo e em todo o País.

Em apenas um mês, agora em março, poderão ocorrer no Brasil mais mortes do que as registradas em em toda a Guerra do Paraguai, que durou seis anos no Século XIX, disse o médico, referindo-se a um relatório emitido nesta terça-feria (16), pela Fiocruz, alertando que o País já vive o maior colapso sanitário e hospitalar em sua história.

Ele chamou atenção de que essa lenga-lenga da CBF, sobre a suposta segurança decorrente dos testes em atletas e demais envolvidos em competições nacionais, como a Copa do Brasil, não passa disto: de uma lenga-lenga.

E por que é uma lenga-lenga?

Porque os testes, explicou Nicolelis, deixam uma margem de 30% de falsos negativos. Ou seja, a cada 100 pessoas que testam negativo, 30 realmente estão com Covid. E podem infectar outras pessoas, não se esqueçam disso.

O risco maior, ressaltou o médico, está nas competições que obrigam os clubes a se locomover em longas distâncias. Temos um exemplo bem aqui, às nossas portas.

Nesta quarta-feira (17), o Remo vai a Bento Gonçalves (RS), para enfrentar o Esportivo pela Copa do Brasil.

A viagem é de aproximadamente 3.800 quilômetros (vejam ao lado). Vinícius, goleiro do Remo, não acompanha a delegação porque já contraiu Covid em Belém. Mas alguém sabe, com segurança, se outros membros da delegação que testaram negativo estão realmente sem Covid?

Essa é a grande questão.

O problema é que estamos lidando com a CBF, não é?

O problema é que estamos lidando com federações de futebol.

Essas entidades parecem orbitar em outros planetas.

O Parazão, por exemplo, só está parado por causa do lockdown que vige na Região Metropolitana desde a segunda-feira (15). Não fosse isso, a competição continuaria.

E tudo isso, meus caros, com 2.800 pessoas tendo morrido em apenas um dia.

É uma tragédia.

Mas, tragicamente e infelizmente, continuamos de olhos fechados para a tragédia.

Que horror!

terça-feira, 16 de março de 2021

Há quem chame Bolsonaro de "sabotador". Mas ele, descobre-se agora, é um mito da ciência.

Doutor Bolsonaro, sem máscara, provoca aglomoração em Campina Grande (PB),
em fevereiro passado. Descobre-se, enfim, que ele é uma sumidade no mundo da ciência.

Está bem.
Nem eu, nem você, nem ninguém queríamos nos render a uma realidade - terrível, devastadora, assoladora.
A realidade que nem eu, nem você, nem ninguém gostaríamos de acreditar é a seguinte: temos na Presidência da República um cidadão que, além de brincar de ser presidente, esmera-se em mostrar sua face intelectualmente lustrada, na qual o cientista confunde-se com o político e este, com o cientista da mais alta e qualificada excelência do saber.
Bolsonaro é, em verdade, o Doutor Bolsonaro.
É o cientista Jair Bolsonaro.
Ele pode ter como ministro da Saúde o médico, o profissional da Saúde mais qualificado. Mesmo assim, quem lhe ditará as linhas de atuação - técnicas, inclusive - é o Doutor Bolsonaro, é o cientista Jair Bolsonaro.
Entenderam?
É assim.
Recomenda que, se você quer mesmo vacina, então vá até a casa da sua mãe que lá você encontra.
Recomenda desconfiar da eficácia do uso de máscara como conduta fundamental para evitar-se o contágio.
Esse, meus caros, é o Doutor Jair Bolsonaro.
Como já se disse, ele é o grande sabotador do combate à pandemia.
Se você acredita nele, você é um sábio.
Não como ele, claro, mas é.

Qual a vantagem de trocar seis por meia dúzia? Então, #ficapazuello.

Marcelo Queiroga: qual a vantagem, sinceramente, de trocar seis por meia dúzia?

#ficapazuello.
É o mínimo que podemos fazer, nesta hora em que vai se revelando a adesão, digamos assim, do novo ministro Marcelo Queiroga à "política do governo Bolsonaro".
Política do governo Bolsonaro quer dizer, em português de Portugal, o seguinte.
Significa o desapreço pela vida.
Significa a mentira - todo dia, o dia todo - em termos da manipulação de dados, inclusive sobre a compra de vacinas.
Significa manter o negacionismo.
Significa não acreditar no uso de máscara.
Significa negar o distanciamento social como conduta eficaz para evitar o contágio.
Significa dar continuidade à desarticulação entre o governo central e os estados e municípios.
Significa, enfim, chancelar a maluquice, a irresponsabilidade e a intolerância como posturas essenciais para vitaminar a sanha de fanáticos bolsonaristas, transformados em cientistas do caos e da morte.
Então, se é assim, por que tirar Pazuello?
Com Pazuello, já estamos acostumados.
Na maioria das vezes, ele nos choca - mas já desenvolvemos um certo escudo psicológico para não nos imobilizarmos diante de tanta incapacidade de gestão.
Outras vezes, Pazuello nos diverte com suas birutices.
Já o conhecemos, portanto.
Menos pior Pazuello, com suas velhas maluquices, do que Queiroga, com novas.
#ficapazuello